terça-feira, 30 de julho de 2019

COIMBRA DE OUTROS TEMPOS - PARTE IX

   FOTO nº 1 Praça 8 de Maio-Largo de Sansão- Queima das Fitas
   FOTO nº 2  Praça 8 de Maio/ Rua Visconde da Luz
    FOTO nº 3  Avenida Navarro
   FOTO nº 4   Praça da República- Rally
   FOTO nº 5  Estação B-Velha.Chegada automotora vinda de Sepins-Ramal  Lousã
                    FOTO nº 6  Rua Fernão de Magalhães-Rodoviária
                   FOTO nº 7  Rua das Figueirinhas
   FOTO nº 8  Rua Larga-Alta de Coimbra- Década de 40
   FOTO nº 9  Sinaleiro Sacarrão, mais conhecido por Chico Fininho
  FOTO nº 10  Sé Velha
   FOTO nº 11 Teatro Avenida
   FOTO nº 12  Teatro Avenida.Assistência num Sarau Académico
    FOTO nº 13 Cinema Tivoli
   FOTO nº 14 Torre de Santa Cruz - Mercado
   FOTO nº 15  Criança trajada de Tricana
  FOTO 16 -Av Fernão de Magalhães

segunda-feira, 29 de julho de 2019

PARA UM BAIRRO RENOVADO NA ZONA COMERCIAL

Obras para renovar o torreão e laterais, agora pertencenta à Pastelaria Vasco da Gam.

   Por aqui moraram Sr Graciano e Dona Maria do Rosário e os filhos Graciano, Elói  e Jorge (com café Abrigo), Sr. Lopes, Sr Carramona, Dona Natividade e filhas Rosinha e Celeste ,Sr Cristo (com talho)...Sr Silva(com o Café Caravela).Tabacaria Celeste da Dona Rosa...Enfim Saudades!

domingo, 28 de julho de 2019

ANIVERSÁRIO

TERESA BELO SOARES

28-07-1944

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

sexta-feira, 26 de julho de 2019

RECORDACÕES DE 2010 TÓ MANÉ QUARESMA EM DISCURSO DIRECTO


No Bairro em voo de pássaro.


Entrei no ano de 1951 para a Rua D nº 9.

Em 1954, mudei para a Rua A nº 12.

Esta casa tinha uma vantagem. Desde o portão até ao fundo do quintal, havia uns metros livres que permitiam umas valentes futeboladas. Mas as ruas eram melhores, mais largas e com alcatrão. Só tinham um problema, o polícia, em particular o Gois.

Claro que fui arregimentado para ir até à esquadra, na rua G. Ao passar em frente da casa da minha Tia, no início da Rua G, que felizmente estava ao portão, safei-me. Constava que a multa eram 20$00, uma fortuna para quem se via aflito para comprar 2 tostões de rebuçados de jogadores. Era a meio tostão cada rebuçado.
Cortar o cabelo era com o Albino. Ia a casa e cantava. Tinha ar de cantor italiano. Depois passei para o Sr. Simões. Ficava furioso, porque nos via toda a tarde de sábado a jogar a bola no Cavalo Selvagem e, por fim, talvez chateados com o resultado, entrávamos todos ao mesmo tempo na barbearia.
Pelo meio, o Sr. Sabino arranjou umas balizas de hóquei, organizou um torneio, atribuiu uma cor a cada equipa e fizeram-se umas valentes partidas na Rua Y. Partidas é aqui literal, pois até tínhamos um guarda-redes que defendia com a cabeça aquelas bolas de madeira que deveriam ter ferro por dentro, eram pesadíssimas.
Mais tarde o Silva passou a ser o barbeiro. Que prazer que era cortar o cabelo com música nos ouvidos, um pouco monótona mas a mastigação do pequeno almoço não admitia muitas variantes. O corte terminava com a sopradela no pescoço, para sacudir os pêlos mais renitentes.
Faltava um local para se falar, trocar ideias, de cultura enfim. O Café do Sr. Silva foi o eleito.
A partir daqui e com a preparação para os exames, que um grupo de “estudantes”, das especialidades de Direito, Medicina e Engenharia, conseguiu organizar pela noite dentro com resultados surpreendentes, porque chumbamos todos, começou a ser uma “desgraça”. Só a tropa nos chateava.
Maravilhoso Bairro e amizades que cultivamos.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

OUVIR FADO DE COIMBRA EM RESTAURANTE EM FÁBRICA DE LOIÇA(ANTIGA) EM COIMBRA





Terreiro da Erva - Coimbra
REVISTA DE IMPRENSA - CAMPEÃO DAS PROVINCIAS
O projecto vencedor do prémio Vilalva tem um “carácter personalizado e familiar” e também por isso deve ser destacado, sustenta o júri da distinção, que foi hoje entregue no edifício reabilitado, na “Baixa” de Coimbra.
O projecto Cerâmica Antiga de Coimbra “pretende mostrar uma das seculares artes de Coimbra, inserida num espaço recuperado com as melhores técnicas de restauro, mantendo-se um diálogo em aberto nos processos de projecto e fabrico artesanal com uma linguagem contemporânea de intervenção

quarta-feira, 24 de julho de 2019

ANIVERSÁRIO

ANA GUILHERMINA PINTO

             ANAGUI 

24-07-1950

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

ANIVERSÁRIO

MARIA JOSÉ NEVES

24-07-1943

Nesta data especial...

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MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

terça-feira, 23 de julho de 2019

segunda-feira, 22 de julho de 2019

domingo, 21 de julho de 2019

sexta-feira, 19 de julho de 2019

ENCONTRO COM A ARTE - FOTOGRAFIA

em pano de fundo, a Estrêla... silenciosa... acolhe com o seu enorme manto os últimos raios que teimosamente espreitam...


            Foto de Leonel Brás

segunda-feira, 15 de julho de 2019

domingo, 14 de julho de 2019

ANIVERSÁRIO Lena Parreiral dia 14

MARIA HELENA PARREIRAL

          LENA PARREIRAL

14-07-1947

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

sábado, 13 de julho de 2019

PINHAL DE MARROCOS






Bateram ao longe, na Torre da Universidade, as doze badaladas da meia noite.Empurrou devagar a porta do palheiro onde dormia, perto da Arregaça, evitando o chiar dos gonzos ferrugentos.   
                                                                                                                      Escutou atento, quedo, olhar de lince a perscrutar na escuridão. Nem uma palha mexia, nenhum sussurro. Apenas o desconsolado coaxar de um rã solitária, ao longe, quebrava o silêncio da noite.Com mil cautelas, o “Carolíngio” voltou a encostar a porta e saiu, pé ante pé, envolto numa esburacada capa alentejana, a cabeça coberta por um seboso capuz de serapilheira que lhe escondia o rosto.A lua, em quarto minguante, projectava fantasmagóricas sombras dos pinheiros e iriava de luminosas pérolas os charcos formados pelos pingos grossos da chuva que horas antes tinha desabado.  

               De vez em quando parava, tenso, ouvido à escuta, olho à espreita, o pé direito fincado à frente e a ponta do esquerdo colada à terra, mais atrás. Pronto para o impulso de fuga ao menor sinal...Mas não. Nada! Só os gemidos da folhagem à passagem da brisa que corria, quebravam a quietude.Foi subindo, por entre as urzes, o mato, as silvas e o musgo enlameado que atapetavam a colina do Pinhal de Marrocos.Era perto da mina que estava o seu tesouro, amealhado durante mais de vinte anos de mendicidade na cidade.Hoje, vinha aumentá-lo, enriquecê-lo, juntar-lhe o pecúlio granjeado durante o dia.Como sempre, quedar-se-ia junto dele, apalpando-o, tomando-lhe o peso, com o sigiloso testemunho dos pinheiros e das nuvens pesadas que emolduravam o ténue luar. 

             Muito depois, voltaria a tapar a cova com a pesada pedra que o escondia e regressaria. Guardar as moedas das esmolas que lhe davam, era o único prazer que a vida lhe dera. Nunca desperdiçara um tostão em nada que lhe parecesse supérfluo.Alimentava-se de casqueiros secos, de sopa azedada e de algum resto de carne que lhe davam, vestia-se com roupas que lhe ofereciam. Achava um desperdício, substituir o fétido catre onde dormia desde há anos. Calafetava com lama as frinchas das tábuas do casebre para evitar o frio da aragem e do vento. Sentia-se feliz e, no íntimo, ria-se da vaidosa presunção dos senhores doutores que o esmolavam, dizendo para os seus botões:- o dinheiro que este me dá, faz-lhe mais falta a ele do que a mim.. 
                Levantou a pesada laje que recobria o tesouro, meteu as mãos ávidas de prazer no fundo buraco, vasculhou, rebuscou, mas nada encontrou!Estava vazio! Praguejou, ameaçou em vão, e, por fim, soltou um agonizante grito rouco que o eco da outra margem do Mondego lhe devolveu segundos depois. Alguém descobrira o tesouro e lho roubara...Pelas suas contas, o suficiente para serem compradas duas ou três casas na cidade.Pela primeira vez na vida, recriminou dinheiro. Mas era tarde -se por nunca ter tirado proveito daquele dinheiro.
Mas era tarde!

sexta-feira, 12 de julho de 2019

ANIVERSÁRIO

Maria Helena Chaves Garcia Marques

                      LENA GARCIA

12-07-1952

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MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

quarta-feira, 10 de julho de 2019

ANIVERSÁRIO

JOÃO JOSÉ CARVALHO FERREIRA

             "BIG JOHN"
10-07-1948
Nesta data especial...

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MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!

segunda-feira, 8 de julho de 2019

domingo, 7 de julho de 2019

CONTOS ANTIGOS - SERRA DE CAMBA


Há duas semanas passei pela A24, no troço que liga Bigorne a Lamego, e recordei-me de quando não havia ali estrada alguma e, para passar essa parte da serra, era preciso conhecer bem os carreiros que permitiam atalhar a pé, evitando grandes voltas. Hoje, a autoestrada é uma cicatriz na crista do monte e quem lá passa não conhece muitos dos dramas que ali se viveram. Um deles foi-me contado pelo meu pai, nascido e crescido num vale dessas serras. Os montes da Camba, na serra da Póvoa, eram lugares de lendas e fontes de exagero. De lá vinham as nuvens carregadas que se condensavam na serra de Montemuro e antes de chegarem à zona de Melcões largavam tudo quanto tinham, abrindo barrancos onde cabiam carros de bois. Quantas vezes a quinta do Pereiro viu ir com a enxurrada o milho de mais de 50 taleigos e, como não há ida sem vinda, viu chegar a fome que levou muitos da aldeia à procura de trabalho nas quintas do Pinhão.
                                                                                                                                                            Era uma serra de magia, que escondia muito do outro lado. Para alguns rapazes, escondia as belezas prometidas das moças casadoiras de Pretarouca ou de Peixeninho. O Zé Claro não era exceção: tinha caídos de amores pela Rosália de Peixeninho e, como fiel amoroso, todos os domingos atravessava, então, a serra da Camba e um pouco depois da hora de almoço estava já no largo da igreja, onde as moças se reuniam, e ele, disfarçando menos do que ela, conseguia chegar à fala num intervalo de desatenção da mãe, pelos vistos já ensaiado em casa. A cachopa gostava dele e à mãe não desgostava, até porque ela tinha mandado a Meijinhos um primo almocreve que, a título de querer trocar umas taleigas de pão por duas cestas de fruta, tinha sabido do rapaz quanto era necessário. Soubera que ele era trabalhador, amigo dos pais e responsável pela educação das irmãs mais novas. Com isso tudo, a mãe da Rosália sabia que ele era uma boa cepa onde deixaria a filha enxertar os frutos da vida e a sobrevivência da família. Por isso mesmo é que fingia as distrações para o Claro acertar as coisas com a moça.
                                             
      Os domingos dos dias grandes ofereciam uma tarde larga em que os apaixonados se viam e falavam por algumas horas. Por vezes havia bailes de concertina ou de gaita de beiços e muitas vezes ela foi autorizada a dançar com ele. Dançando num pé e falando noutro chegaram então a compreender o mundo de coisas mais sérias e falaram do futuro, dos filhos que teriam, dos campos que o Zé Claro cavaria e das cepas de vinho que o pai dela lhe deixaria colher. Casariam no outro verão, por alturas das festas de S. Tomé
                                                                                                                                                             Veio o outono e o inverno, as tardes pequenas chegaram, e depois das 3 horas de caminho até Peixeninho, poucas horas restavam de enleio, pois no regresso teria de contar outras três, parte delas já de noite. E se de noite todos os gatos são pardos, no caso dele eram os lobos que uivavam do mesmo modo. Domingo após domingo, sentia o coração pequeno quando, depois da ponte de Reconcos, tinha de passar os montes da Camba e, então, começar a descer para a sua aldeia. Parecia também que cada domingo os lobos uivavam mais perto. Até parecia que havia fome na serra e isso tornava-os afoitos. Apesar disso, confiava na navalha que levava no bolso da samarra e também no pau de cana-da-Índia, com uma lâmina no topo e um coto de metal pesado e inteiriço na base, que era capaz de abrir a cabeça a um boi

.         Assim, quando, naquele início de noite de neve e frio a matilha o acossou já na descida da Portelada, subiu num penedo e, com a navalha numa mão e batendo com o cajado nas pedras de seixo para fazer faíscas, foi resistindo quanto pôde.


      A imaginação dos que cá ficam quando falam dos que partem é sempre benevolente e laudatória. Por isso, quando na segunda, de madrugada, o povo partiu à sua procura e apenas lhe encontrou os pés dentro dos sapatos, algumas pessoas afirmavam que o coitado lutara bravamente e com a vara tinha feito tantas faíscas que até parecia que tinha trovejado nos montes da Camba

Antonino Silva-Coimbra