sábado, 31 de julho de 2010

Tesoura Antiga

Fabrico Nacional, Marca CORNETA.
Bom material.
Tonito.

PARA UNS SERÁ .....

...SIMPLESMENTE BOM DIA!
...BOM FIM DE SEMANA!
...BOM FIM DE FÉRIAS!
..BOAS FÉRIAS!

Pedro Flaviano dá uma ajuda com esta complilação e montagem deste vídio!
SONHAR CONTIGO Ó COIMBRA


marcadores: Pedro Martins, sonhar contigo ó Coimbra

MOMENTO DE POESIA!

Versos?! Paguei-os. Alegria e raiva.
As palavras por vezes impotentes
outras vezes escorrendo sangue e seiva
ao morderem a vida com os dentes.

Poesia que és uns dias minha noiva
com seios de palavras complacentes.
Poesia que outras vezes grita e uiva
fêmea capaz de fecundar sementes.

Poesia minha amiga minha irmã
mulher da minha vida que inventei
para fazermos filhos amanhã.

Poesia minha força e meu castigo
meu incesto tão puro que nem sei
se é verdade que faço amor contigo.

De Ary dos Santos
enviada por Rui Lucas

marcadores poesia Ary dos Santos

Viva a nossa (salvo seja) Mamona!

O Quito não sabia que a bandeira do Freixial era por causa da Mamona na final?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O QUE É QUE CUSTA 4600€ POR LITRO?

O que é que custa quase 4600€ por litro ???


O que é que custa quase 4600 €/ litro e nem é para beber?

Resposta: TINTA DE IMPRESSORA!
JÁ TINHA FEITO O CÁLCULO
?

Veja!
Já nos acostumámos aos roubos, é o que é...
Há não muito tempo, as impressoras eram caras e barulhentas.
Com as impressoras a jacto de tinta, o mercado doméstico mudou, pois fomos seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras.
Aí veio a grande golpada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais baratas, e fazer tinteiros cada vez mais caros.
Uma HP DJ3845 vendida nas principais lojas por 70 € vem com um conjunto de tinteiros.
A reposição dos dois tinteiros (10 ml o preto e 8 ml o de cor), fica à volta de 45 €.
Nos modelos mais baratos, o conjunto de tinteiros pode custar mais do que a própria impressora.
Olhe o absurdo:
Pode acontecer que valha mais trocar a impressora do que fazer a reposição dos tinteiros!

Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).
As impressoras HP1410 e 3920 que usam os tinteiros HP 21 e 22, vêm agora com tinteiros só com 5 (cinco) ml de tinta!

Um Cartucho HP, com uns míseros 10ml de tinta custa 19 €.
Isto dá 1.9 € por mililitro.
Só para comparação, “Champagne Veuve Clicquot City Travelle” custa por mililitro 0.43 € .
A Lexmark vende um tinteiro para a linha de impressoras X, o tinteiro 26, com 5,5 ml de tinta de cor por 25 €.
Fazendo as contas: 1000ml / 5.5ml = 181 tinteiros x 25 € = 4525 €

4525 € por um litro de tinta !

Com este valor podemos comprar aproximadamente:
- 300 gr de OURO;
- 3 TVs de Plasma de 42';
- 45 impressoras que utilizam este tinteiro;
- 4 notebooks;
- 8 Micros Intel com 256 MB.

Ou seja, um assalto!
enviado por Palmira Pedro


marcadores impressoras, tinteiro

DO ALBUM DO QUIM REIS


O Quim Reis no recente almoço aqui em Coimbra, com o Pombalinho, trazia esta foto, para que no blog fosse feito um teste de reconhecimento dos "figurões e da Praia!
A mim indicou-me os nomes de todos ...menos um!
Vamos então ao teste!

UMA BANDEIRA ...

Partimos com a esperança na bagagem. Regressámos com o desencanto. Entre a bonança da esperança, e o pranto do desencanto, uma bandeira ...
Texto: Quito Pereira
Foto: Quito Pereira
Local: Freixial do Campo

Amigo


Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
...

Há momentos muito gratificantes em que sinto que para além do meu Estar há o Ser do outro. Emerge então em mim uma nova semântica, purificadora. Existo e sei porquê.


Hoje vivi um desses momentos.


O Pombalinho telefonou-me, numa voz especial, a meio da manhã, e falou-me de um encontro de Amigos.
(-- Às 12h00 na Estação Nova, disse baixinho, e, depois, um almoço num italiano lá perto.)

Fui ao encontro do Pombalinho, fui ao encontro de todos. Mais que palavras, que por vezes, como agora, custam a sair, trocámos olhares e certezas. Foi um (re)encontro de afectos.



No regresso a casa, pensava (penso) no que ele significou, significa e significará sempre para mim: Coragem, Coerência, Companheirismo! E na cabeça dançava (dança) um poema de Bertolt Brecht e a voz de Mercedes Soza a dizê-lo, numa igreja em Paris, em 1980:


Há Homens que lutam um dia
E são bons.
Há outros que lutam um ano
E são melhores.
Há aqueles que lutam muitos anos
E são muito bons.
Mas há os que lutam toda a vida:
Esses são os imprescindíveis.


Até Setembro.


Jó-Jó

ALMOÇO DE CONVÍVIO E AMIZADE - COIMBRA 29/07/2010 -COIMBRA


REPORTAGEM DE CONVÍVIO E AMIZADE!
HOJE DE MANHÃ PELA 09H00 RECEBI UM TELEFONEMA DO KIM REIS A PERGUNTAR SE EU E A CELESTE MARIA QUERIAMOS ESTAR PRESENTES NUM ALMOÇO DE CONVÍVIO E AMIZADE, NUM RESTAURANTE EM COIMBRA E NO QUAL ESTARIA PRESENTE O POMBALINHO!
CLARO QUE QUEREMOS E COM TODO O GÔSTO!
E LÁ FOMOS PARA O SÍTIO E HORA COMBINADA- JUNTO À ESTAÇÃO NOVA!
O ALMOÇO FOI NO RESTAURANTE GIUSEPES & JOAQUIM E AS FOTOS E VÍDEO DISPENSAM QUAIQURES PALAVRAS!
APENAS FELICITAR OS ORGANIZADORES DESTA JORNADA- KIM REIS, CHAVES E NITO E DEIXAR UM GRANDE ABRAÇO AO AMIGO POMBALINHO E...ATÈ 23 de OUTUBRO!!!!





foto RIRI
FOTO enviada por RIRI

FOTO ENVIADA POR RIRI


FOTO ENVIADA POR RIRI



































textos, fotos e vídeo Rafael

3 fotos RiRI

maracadores: almoço Coimbra-Pombalinho

Antes que isto arda...tudo!!!!!????



"Carta para Josefa, minha Avó"





PÕR DE SOL EM COIMBRA


foto em Pé de Cabra -Rui Lucas
marcadores Pôr de Sol Coimbra

ADEUS....

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Penela - Programa Agri.consumir.Local dinamiza economia

Penela - Programa Agri.consumir.Local dinamiza economia


Escoar a produção local e melhorar a qualidade dos restaurantes do concelho com pratos mais saudáveis é o principal objectivo do programa Agri.consumir.Local.

O Programa Agri.consumir.Local ontem apresentado na Casa do Zé Sapateiro, na Ferraria de S. João, contou com a presença de alguns empresários da restauração, assim como produtores do concelho.

Este é um programa que pretende facilitar o escoamento dos produtos agro-pecuários através da sua venda directa junto da restauração, cantinas e centros de dia. Iniciativa que trará benefícios ao nível da dinamização da base económica local e da agricultura, no sentido de garantir uma comercialização facilitada entre os produtores agrícolas do nosso concelho e os consumidores dos produtos agrícolas.

Os Destinatários deste programa são Profissionais da Restauração, Produtores Agrícolas, Vitivinicultores, Apicultores, Olivicultores e com produção de Queijo Rabaçal, do concelho de Penela. Segundo o autarca actores fundamentais no desenvolvimento deste território, servindo a câmara de intermediário na promoção do diálogo e desenvolvimento deste programa.

Ao Agri.consumir.Local, os produtores rurais entregam e vendem os seus produtos agro pecuários aos locais de venda, ou seja, à restauração que por sua vez pagam de imediato e justo os produtos agrícolas.

Ao aderir a este programa os restaurantes, 8 que fizeram parte do arranque, receberam um autocolante para colocar na entrada que os identifica como aderentes, assim como uma ementa com os pratos e produtos locais.

O Agri.consumir.Local é mais um programa inovador, associado à identidade do território, com os seus produtos endógenos e outros produtos agrícolas, estabelecendo uma rede entre os diversos actores deste concelho e promovendo o desenvolvimento deste território de tradição agrícola


marcadores Penela. produtores rurais

O que se pode fazer com uma foto !!!

CAMINHOS DA VIDA ...

Maria Carrondo
Este texto, é um aceno de simpatia a alguém que não conheço. Chama-se Nuno Francisco, e é colaborador do “Jornal do Fundão”. Ao longo de muitos anos, tem-me proporcionado momentos de leitura que me preenchem o Tempo e a Alma. O fluir da sua escrita, a sua prosa muitas vezes em tons de poesia, transporta-me a outros lugares, fazendo-me abstrair desta jangada cada vez mais desertificada que se chama Beira Baixa. Aos poucos, os mais novos partiram para outras paragens. Ficam os resistentes. Aqueles que, a golpes de enxada, cavam os sulcos das suas próprias rugas e o Destino, quando a desilusão lhes tomou conta da vida, e o quotidiano não é mais que o fardo diário de sobreviver. Mas há os outros. Os resistentes da palavra. Os que não se calaram nem se calam. Os que, com a força da sua pena e a arte de alinhar as palavras, procuram um mundo mais justo, mais solidário, nesta aventura de viver. Há sempre quem se recuse a ser indiferente. Há sempre quem acredite na transparência das águas límpidas. E há dias, mais uma vez, Nuno Francisco, deu voz ao povo anónimo. À gente humilde. E, neste caso, aos que se recusam a dar-se por vencidos, e, atrás de um balcão, tecem os fios de uma memória remota, como quem fia o linho das suas próprias rocas. Desta vez, de profissões em vias de extinção. O jornalista, apresenta-nos Maria Carrondo. Bem mais de oito décadas de vida, seis das quais atrás dum balcão, numa taberna em Alpedrinha. A idosa recorda os fregueses que já não aparecem, dos “Cafés” que se assenhorearam de tudo. Da ginginha que ainda vai vendendo aos excursionistas que demandam a Serra da Estrela. Mostra, orgulhosa, uma fotografia que tirou com o Embaixador da Polónia, quando o ilustre estadista esteve de visita à Cova da Beira. Fala da sua saúde precária, e de que já não tem força para levantar os garrafões. Transfere o vinho para garrafas pequenas, a forma de ir amenizando o seu calvário. Os vizinhos, esses, não querem ver a velha taberna fechar. Nem ela. António Nunes dos Santos, vive em Alcangosta. É cesteiro. Desde os nove anos de idade que abraça a profissão, que lhe foi legada pelo seu pai. Na sua oficina de paredes frias, que contrasta com o calor abrasador que vem da soleira da porta, o artesão dá vida às aparas de madeira que trabalha com destreza. Há muito que o plástico veio competir com esta arte. Porém, o cesteiro recusa-se a deixar a sua profissão, e, ainda hoje, percorre feiras, vendendo aquilo que constrói com amor. E as pessoas compram. Muitas vezes, apenas para levarem para casa como peça decorativa. Recorda-se da época longínqua do ofício de cesteiro. Eram famílias inteiras, a trabalhar na arte. A voragem do Tempo, encarregou-se de aniquilar a profissão. Mas, António Nunes dos Santos, continua na sua labuta. Muita das obras que produz, são fruto da sua imaginação. Vai continuar a dedicar-se ao seu ganha-pão de sempre. Até ao fim. E nesta peregrinação por gentes da Beira Baixa, entramos numa drogaria de Aldeia do Bispo. Não resisto à prosa de Nuno Francisco que, em jeito de intróito diz: “ … longe, muito longe daqui, rodeado de coisas ao pendurão, está Joaquim Faustino. Tantas coisas para tantas utilidades, nesta loja em Aldeia do Bispo, Penamacor. Tantas caixas e caixinhas. Tantas coisas para desenrascar quem se vir enrascado. Uma drogaria é isso mesmo: para resolver berbicachos domésticos. Nesta pequena aldeia a banhos de sol, é na penumbra da loja que ele se mantém incógnito. Luz discreta lá dentro e sombra generosa à porta, tão suave que nos atrevemos a sentar cá fora num degrau de pedra …”. E de novo retomo o meu cirandar pelo artigo do jornalista, dando voz ao comerciante que diz em jeito de lamento “…antigamente fazia-se muito negócio, mas agora não se faz nada. Eu e a minha mulher via – mo - nos à rasca para atender o pessoal. Vendiamos fechaduras, ferragens, parafusos, tantas coisas. Agora passo aqui dias sem atender ninguém …”. Mas resiste. Naquela drogaria, atrás do balcão, passou cinquenta e oito anos da sua vida. E hoje, mesmo com o desencanto dos dias cinzentos, o Senhor Faustino lá está, a aguardar o cliente que há-de entrar e com quem, talvez, para além de uma caixa de pregos que vai buscar à prateleira, possa conversar de um passado distante, revendo de olhos cerrados e sentado num banco de pedra sob a noite estrelada, o desfiar de um rosário de recordações, como quem arranca ao caminhar do Tempo, pedaços de Sua própria memória…
Quito Pereira

Um olhar...pela horta!!!


que é como quem diz...pela hortaliça!!!

ILUSÃO ...

A resposta ao inigma ...
Quito Pereira

Poema de CARLOS CARRANCA




Guitarra onde nasci, a de Coimbra
Acordes do meu corpo transformado
Vem mais uma vez ainda,
Na tua voz de fado.

Guitarra onde nasci, a de Coimbra,
Vem cantar o tempo e a idade,
A louca imensidão
Do verso onde a verdade
É o vinho e é o pão

Vem mais uma vez ........ainda
Na tua voz de fado
E deixa-me ficar
Assim a namorar-te ainda,
Que o tempo é de voltar a ti,
Guitarra de Coimbra

( enviado por Mário Rovira, do grupo de Fados Raizes de Coimbra)

Carlos Alberto Carranca de Oliveira e Sousa, mais conhecido como Carlos Carranca, professor do ensino superior, poeta, ensaísta, declamador, cantor e animador cultural, nasceu na Figueira da Foz, com fortes laços de ligação à Lousã. Licenciado em História, é professor auxiliar convidado da Universidade Lusófona, docente da Escola Superior de Educação Almeida Garrett e da Escola Profissional de Teatro de Cascais......

ADM: pequeno enxerto da biografia de Carlos Carranca inserto na net

Nota: temos o prazer de estar inscrito para o 2º aniversário Encontro de Gerações

marcador :Poema, Carlos Carranca-Mário Rovira

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O que se pode fazer com uma foto !!!


ANA E HENRIQUE

PARABÉNS à ANA e HENRIQUE que fizeram ontem 36 Anos de Casados!

ILUSÃO

O mundo às avessas ...

Texto: Quito Pereira
Foto: São Vaz

Férias em St. Maarten

Para quem gosta de praia e de aviões
tem aqui umas férias fantásticas....

FÁBULAS, PARÁBOLAS E OUTRAS RÁBULAS TEMAS ORIGINAIS - POR "JORGE CASRTO!


A SAGRADA FAMILIA

Os três soldados americanos percorriam metodicamente o amontoado de ruínas que fora, até há poucas horas, uma miserável aldeia afegã.
No ar pairava uma mistura de poeira e cheiro a morte. A destruição, também metódica, levada a cabo pelos bombardeamentos sistemáticos, seguida pela busca, porta a porta de elementos suspeitos, esventrara a aldeia e todos os seus habitantes.
Os sofisticados equipamentos incomodavam-nos, por entre a calor e os corpos contorcidos e nauseabundos espalhados pelo cenário, que sói chamar-se dantesco. Nos rostos suados, treinados mas jovens, desenhava-se, a contra gosto, a máscara de angústia e horror, enquanto calcorreavam o estreito dédalo de ruas, por entre os destroços barrentos das casas miseráveis, de que não restara uma intacta em toda a miserável aldeia.
Um leve, muito ligeiro, som os surpreendeu. De imediato regressados à condição de soldados, aprestaram armas e, com sinalética treinada, posicionaram-se `a entrada do resto da casa, miserável e destruída como todas as outras na aldeia.
Irromperam, treinada e eficazmente, as armas assestadas na direcção do som que os surpreendera no cenário apocalíptico onde não esperavam sentir vida.
Num recanto mais escuro, ao fundo da casa, onde um raio do Sol abrasador se intrometia através do tecto semidesértico, um homem e uma mulher jaziam., mortos, lado a lado. Os seus corpos, patéticos, frágeis e miseráveis, formavam uma enorme muralha de vida a proteger um recém nascido, que se agitava num choro fraco, de encontro à mão inerte da mãe, pendente, como que numa carícia.
NOTA DO ADM RAFAEL, com um forte abraço para o amigo Jorge Castro!
O Autor Jorge Castro e a Tema Originais fez o laçamento do livro "Fábulas, Parábolas e Outras Rábulas", no Auditório do Campo Grande, em Lisboa no passado dia 19 de Junho.
A obra e autor foram apresentados por Carlos Peres Feio e teve a participação de Estefânia Estevens e Francisco José Lampreia, que cantaram e contaram histórias de viver

marcadores: A sagrada Familia-Jorge Casro

OS PÉS DE CHUMBO DO EXÉRCITO A CONSTRUIR AERODROMOS ( Ou… quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão…)

Depois de mais de dois terços da comissão em que a CCAÇ 2405 se encontrou dispersa, sempre com pelo menos 3 Grupos de Combate destacados em tabancas circundantes a uma distância razoável de Galomaro onde estava a sede da Companhia, o pessoal foi finalmente reagrupado na tabanca de Dulombi.

Depois de ter construido um quartel em Galomaro e criado as condições de instalação, foi mandada para Dulombi onde nada existia.. Onde nunca tinha estado tropa estacionada…

E a poucos meses do fim da comissão foi necessário recomeçar tudo de novo.

Edificou-se o bunker do Capitão, assim chamado por ser uma autêntica fortaleza de betão armado, de paredes e lajes duplas, à prova de qualquer tipo de projectil por mais potente que fosse.

Para o restante pessoal escavaram-se abrigos enterrados, cobertos de palmeiras e terra, e rasgaram-se variados percursos desenfiados, vulgo, valas de circulação entre abrigos.

Rodeou-se a tabanca de arame farpado duplo, protegido por uma densa rede de minas e armadilhas que o Alf.Mil Raposo espalhou como só ele sabia…

Montou-se debaixo de um enorme mangueiro existente no centro da tabanca, a messe de oficiais e sargentos e ao lado o armazém de viveres…

Sem grande protecção, diga-se…

Faltava, porém, uma obra importante!

Uma pista de aviação que possibilitasse a aterragem dos Dornier, que trariam correio e viveres frescos com assiduidade semanal.

Para além de que a vinda de meios aéreos de reabastecimento, diminuiria em muito o número de colunas de reabastecimento do Dulombi até Bafatá, com o cansaço e perigos inerentes.

Obtidas as autorizações necessárias à sua construção, iniciou-se o planeamento e execução.

Por determinação do Capitão, fui eu o escolhido para dirigir a construção.

Como se eu tivesse algum conhecimento de aviação ou de construção! Mas a tropa manda desenrascar…

Designei como meu adjunto o furriel Veiga ( de Transmissões ), que, como eu, não percebia nada daquilo….

Entusiasmado, sentei-me à mesa com a carta geográfica da zona e, em consonância com o Capitão, traçámos no mapa as linhas delimitadores da futura pista, que ficou definida como ficando paralela ao topo norte do quartel, no sentido Leste-Oeste.

Tinha a grande vantagem de a meio da pista existir uma lomba natural de terreno que, segundo os especialistas da Força Aérea que contactámos, era optima para amortecer a velocidade do avião durante a aterragem e auxiliar a sua subida durante a descolagem.

O Veiga começou de imediato a dirigir o arranque de árvores e desmatagem do terreno escolhido, alargando essa limpeza de árvores nos topos da pista para facilitar a aproximação das aeronaves.

Uma equipa foi designada para recolher, perto de uma fonte existente ali perto, o que pudesse de cascalho e pedra para compactação da pista.

Só quem conhece a Guiné imagina a dificuldade de cumprir esta tarefa…

Costumávamos dizer que a guerra acabaria, se os combates fossem obrigatóriamente à pedrada… Pois cedo se acabariam as munições, tal a escassez de pedras naquela terra.

Quando o terreno já se encontrava limpo e mais ou menos compactado com a passagem constante de camiões e máquinas por cima dele, quis ser eu pessoalmente a dirigir a marcação das bermas da pista…

No fundo, ia proceder à definição própriamente dita do seu desenho definitivo.

Já tinha calculado e recalculado na carta geográfica, os azimutes que serviriam de guia á implantação no terreno das linhas delimitadoras da pista.

Muito compenetrado do meu papel ( sinto me meio ridiculo hoje ao recordar a minha cagança de então, convencido que era o maior….), mandei uns soldados fixarem no terreno duas estacas e coloquei-me no ponto de cota de origem que já antes tinha localizado no terreno.

Espreitei pela ranhura da pequena bussola militar, onde marquei o azimute préviamente calculado na carta, e mandei afastar para a esquerda e para a direita as estacas espetadas no chão mais à frente.

Até que, com ar de mais inteligente que os outros, rematei:

- Pronto! As duas primeiras estacas já estão alinhadas….. Agora coloquem mais duas a seguir àquelas e eu e esta bussola, definirei a sua localização alinhada e exacta….E assim sucessivamente até ao fim da pista!

Notei que um dos soldados que me ajudavam nesta tarefa, olhava para mim com uma expressão de incredulidade.

Era o Rio, soldado do Grupo de Combate do Alf.Mil.Raposo, que na vida civil era pedreiro e que por infelicidade dele não tinha concluido sequer a 4ª classe….

Perguntei-lhe:

- Diz lá Oh Rio… Parece que queres dizer alguma coisa, ou não?

Disse-me:

- O meu alferes desculpe, mas acho que estamos com um trabalho do caraças, quando era muito mais fácil esticar um cordel entre a primeira estaca e outra no fim da pista e marcar no chão o risco que seria a berma.

E continuou:

- O meu alferes só tem que dizer onde quer que a pista comece e onde quer que ela acabe… Depois estica-se o cordel…

Sorri condescendente e retorqui:

- Oh Rio, és um gajo porreiro, mas não te ofendas.. Estas coisas de azimutes e coisas assim, tu não percebes nada disso.. E isso de esticar o cordel pode servir para trabalhos simples, mas não te esqueças que isto é uma pista de aviação!

Continuei pois com o trabalho como eu achava que devia ser feito.

O Rio, disciplinado como era, não voltou a fazer mais comentários.

E chegou o grande dia!

Quando eu dei por concluida a “obra”, o Capitão pediu a Bissau que mandasse um avião inspeccionar a pista e aprová-la para futuros voos regulares.

No dia seguinte, com alguma ansiedade, vimos um Dornier sobrevoar o Dulombi, e depois de duas ou três voltas, disse que ia aterrar, pedindo que o responsável pela construção daquela obra prima se aproximasse do avião para com ele levantar voo de novo…

Logo que aterrou, aproximei-me do Dornier que, ainda com o motor a trabalhar, me aguardava.

Abri a porta e sentei-me ao lado do piloto ( era o Sargento Honório, de origem caboverdeana e tido como um dos melhores da Força Aérea da Guiné ).

Estendeu-me a mão, e perguntou-me de chofre, com ar de gozo:

- O meu alferes é que é o autor deste “aeroporto”?

Respondi-lhe que sim, ainda orgulhoso e convencido de ter feito um excelente trabalho.

Continuou, rindo:

- Já lhe vou mostrar isto visto de cima. Mas já o vou avisando que bem pode limpar as mãos à parede….

Não foi preciso dizer-me mais nada nem subir muito alto…

À medida que o avião ia subindo, reparei no desenho da pista perfeitamente visivel lá de cima.

O traçado ia a direito até ao sitio onde existia a tal lomba de que falei ao principio.

Depois disso, desviava-se considerávelmente do traçado inicial, fazendo uma declinação de alguns 30 graus para a direita.

Dito de outra forma, aquilo que deveria ser uma linha recta, era de facto um L mal desenhado…

Fiquei descoroçoado….e perguntei-lhe:

- E agora… Temos que refazer tudo e corrigir o erro, não é?

Ele disse:

- Nada disso, a Força Aérea aterra em qualquer sitio! Não se preocupe….

Vai ver agora na aterragem, o que eu vou fazer….O avião percorre metade da pista e a meio só tenho que lhe dar um cheirinho para a direita…

Desconheço se a pista ainda existe….

Mas a verdade é que mesmo torta ela foi de grande utilidade, e os aviões aterravam lá uma vez por semana…

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E aprendi uma lição para o resto da vida:

A mais simples opinião de um analfabeto nunca deve ser desprezada…

Ela contém sempre algo de experimental que o conhecimento da escola nos não dá…

E a experimentação pode conter formas expeditas de resolver os problemas, muitas vezes mais inteligentes que as elaboradas formas cientificas estudadas nos gabinetes..

Rui Felicio

Ex- Alferes Mil.Inf.

CCAÇ 2405