sexta-feira, 29 de julho de 2022

MAS É VERDADE, PORQUÊ? Pelo Professor Antonino Silva

 

MAS...É VERDADE, PORQUÊ?

É curioso como, na linguagem humana, um dos pilares essenciais que a erigem é a suposição de verdade daquilo que se diz ou que se escuta. Já imaginaram quão estranho seria se, para cada asserção proferida, tivéssemos de aferir tudo com critérios de verdade ou mentira? No mínimo, seria desgastante e, na maior parte dos casos, os atos discursivos perderiam toda a eficácia.

Pensemos nas conversas em família, nos momentos pedagógicos, nas transações quotidianas. Por exemplo, quando fôssemos ao café, o empregado teria de aferir se o nosso pedido seria verdade ou não; por nossa vez, quando perguntássemos o preço, poderíamos duvidar se seria ou não mesmo aquele valor. “São 80 cêntimos” – diz o homem. “Tem a certeza?“ – perguntamos nós, enquanto nos questionamos se ele está a falar verdade ou mentira. Felizmente, repito, não é assim que a verdade funciona e, se não é assim, convém esclarecer como é. 

 Há duas maneiras de configurarmos o conceito de verdade. Há aquela verdade que é demonstrada, porque é necessária, e existe a verdade baseada na presunção da mesma a partir da autoridade. Como exemplo do primeiro tipo de verdade, temos a verdade matemática. O que garante as verdades em matemática é a demonstração. As verdades são fundamentadas em demonstrações e são verdades necessárias, são algo que está dentro da própria declaração de verdade e nós tiramo-la lá. Obviamente, haverá estruturas axiomáticas que suportam esta demonstração das verdades. Veja-se o teorema de Pitágoras. Vai ser eternamente verdadeiro na base axiomática em que foi construído e pode ser demonstrado sempre e em toda a parte.

Já na vida quotidiana, a grande maioria das verdades que nós temos é baseada no critério da autoridade. Nós acreditamos em algo porque uma autoridade (a mãe, um professor, um livro) o disse um dia. Na realidade, delegamos em outrem o dever de ter verificado a verdade e, por isso, confiamos. Começamos cedo: começamos com o pai e a mãe, com os professores... Neste modelo baseado na(s) autoridade(s), algo é verdade porque alguém diz que é. 

 O que não poderá haver é duas verdades, ou melhor, não pode haver verdades alternativas. As mentes é que configuram modelos que tornam verdade aquilo que o não é. Nos dias de hoje, é uma crueldade verificarmos que as supostas autoridades são também exemplos de transmissão de mentiras, manipulando, distorcendo e apresentando pseudociência. Basta ver a comunicação social tão distinta sobre a guerra, as supostas verdades das religiões, as experiências científicas que não o são ou não provam nada. Tudo isto frutifica porque somos propensos a aceitar o que vemos, lemos e ouvimos como sendo verdades e pouco mais fazemos do que aceitar. Quem primeiro nos chegar é que assenta arraiais no nosso entendimento e assim ficamos.

 Nós próprios, agentes educativos, exigimos que nos seja atribuído esse crédito da verdade, apoiando-nos também nos manuais, na investigação e nas aprendizagens que fizemos a montante. Se os alunos duvidassem, recusando, de cada uma das asserções feitas pelos professores em sala de aula, não seria possível ensinar nem aprender, porque, acreditem, aquilo de novo que o professor transmite, em termos de conteúdos, é muito próximo de nada, de um zero redondo. Dito de outra forma, os conteúdos programáticos que são lecionados durante um ano, são a repetição daquilo que outrem disse e nós passaremos aos alunos. Quase tudo é verdade baseada em autoridades e só uma margem muito pequena é adição do professor. Não falamos aqui, obviamente, das competências a desenvolver, pois aí outro galo canta e a qualidade pode revelar-se.

 Voltando à asserção da verdade no ato pedagógico, a pequena margem que nos afasta do zero absoluto é o fator dinâmico do conhecimento, da criação do saber. E não duvidem de que hoje se asseveram verdades que há 100 anos não o eram, porque alguém, um dia, se desviou da aceitação cega daquilo que lhe disseram. Aprender com duvidar é, muitas vezes, teimar na desconfiança e permite questionar as verdades feitas. Assim se vai mudando o paradigma e a ciência. De hoje para amanhã parece pouco ou nada, mas, olhando para séculos atrás, mudamos de uma verdade que afirmava que a terra era plana para uma outra que afirma que ela é redonda. E na medicina? O que seria se não se tivesse aprendido com duvidar? Neste campo não é preciso olhar para séculos pretéritos; basta olhar para a década recente. São tratamentos que se provam ineficazes, são patologias que, afinal têm outras causas que não as inicialmente diagnosticadas, enfim, é um rol de inovações e avanços que ocorrem, só porque alguém resolveu colocar em causa a verdade das autoridades.

 Por todas estas razões, considero que o papel de quem educa é, obviamente, veicular saberes e técnicas para criar competências; contudo, é necessário temperar cada verdade com um pouco do sal da dúvida, para que os alunos aprendam a questionar, progredindo, desenvolvendo espírito crítico e tomando nas mãos as sementes daquilo que nos faz humanos: aprender duvidando.

 

Junho de 2022

Antonino Silva

quinta-feira, 28 de julho de 2022

NOTÍCIA TRISTE

FALECEU

JORGE MANUEL  MORATO

(Praça de Ceuta-Bairro Norton de Matos)

O seu corpo encontra-se na Capela Mortuária da Igreja de São José(Nova) a partir das 17 horas de hoje dia 28.

Sexta Feira dia 29 de Julho pelas 11H30 será celebrada missa de Corpo Presente seguida de funeral para o Crematório Municipal de Coimbra-Taveiro

Encontro de Gerações envia a toda a Família 

os mais sentidos pêsames!
 

ANIVERSÁRIO - TERESA BELO SOARES

TERESA BELO SOARES

28-07-1944

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!
 

domingo, 24 de julho de 2022

ANIVERSÁRI- ANA MARGARIDA PINTO

ANA MARGARIDA PINTO

            ANAGUI

24-07-1950

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

MUITOS PARABÉNS!

PARABÉNS!
 

ANIVERSÁRIO - ZECA NEVES

MARIA JOSÉ NEVES

24-07-1943

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações"  deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!
 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

COIMBRA- FONTE DOA AMORES - TEXTO DE RUI FELÍCIO

A FONTE DOS AMORES

 

Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo o doce fruto,

Naquele engano da alma, ledo e cego,

Que a Fortuna não deixa durar muito;

Nos saudosos campos do Mondego,

De teus fermosos olhos nunca enxuto,

Aos montes ensinando e às ervinhas

O nome que no peito escrito tinhas.


Camões, Os Lusíadas, Canto III

 

A história trágica dos amores de Pedro e Inês de Castro, quase sete séculos depois, continua a povoar o imaginário popular, entrelaçando lenda com factos reais. Não só em Portugal como no mundo inteiro.

William Shakespeare, mais de 250 anos depois, ficcionou e escreveu o drama dos amores de Romeu e Julieta, baseando-se num conto italiano.

Os de Pedro e Inês, porém, são uma realidade histórica, que o povo emoldurou com alguns enredos imaginários, esbatendo a trama política que conduziu ao assassínio e preferindo destacar a ignomínia de D. Afonso, em contraponto ao profundo amor do seu filho pela bela Inês.

A Fonte dos Amores ainda hoje preservada num idílico recanto da Quinta das Lágrimas, na margem esquerda do rio Mondego e a dois passos do antigo Paço de Santa Clara, é visita quase obrigatória do roteiro turístico de quem passa por Coimbra.

Diz a lenda que o tom avermelhado que tinge a água do regato, provém do sangue jorrado do peito de D. Inês após o seu assassinato.

Todos sabemos que essa cor sanguínea é reflectida de uma rara espécie de algas que ali têm subsistido ao longo dos séculos, mas a tragédia, quando junto à fonte nos quedamos e nela meditamos, tolda-nos a razão e preferimos acreditar na lenda.

Arrepia estar naquele local e recordar o caso único da coroação póstuma, perante toda a Corte, daquela que só foi Rainha de Portugal depois de morta.

O romantismo de Coimbra vem de longe...


Rui Felício


 

terça-feira, 19 de julho de 2022

COIMBRA- PRAÇA DA REPUBLICA -COIMBRA ANTIGA 1976

     Foi neste prédio em frente que eu Fernando Rafael trabalhei durante 16 anos! No rés do chão           CTT correrios de Santa Cruz
COIMBRA
1976
PARA RECORDAR
PRAÇA DA REPÚBLICA
RECORDAÇÕES DE COIMBRA 2
Carlos Pereira

 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

quinta-feira, 14 de julho de 2022

ANIVERSÀRIO LENA PARREIRAL

MARIA HELENA PARREIRAL NUNES

14-07-1947

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações"deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!


 

terça-feira, 12 de julho de 2022

ANIVERSÁEIO LENA GARCIA

MATIA HELENA  CHAVES GARCIA MARQUES

                         LENA GARCIA

12-07-1952

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações" deseja

Muitas Feleicidades!

Parabéns!


 


domingo, 10 de julho de 2022

ANIVERSÁRIO JOÃO JOSÈ FERREIRA

JOÃO JOSÉ CARVALHO FERREIRA

      BIG JHON

10-07-1948

Nesta data especial....

"Encontro de Gerações" deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!



quarta-feira, 6 de julho de 2022

FEIRA POPULAR DE COIMBRA 2022

                        Celeste Maria encontrou as farturas da Tânia
    A Torre da Universidade de Coimbra...lá longe, ao cair da tarde!

terça-feira, 5 de julho de 2022

ANIVERSÁRIO - LUIS GARÇÂO NUNES

LUIS GARÇÃO NUNES

05-07-1955

Nesta data especial...

"Encontro de Gerações "deseja

MUITAS FELICIDADES!

PARABÉNS!