Passatempo - aonde está este convite de António Nobre a um amigo para vir a Coimbra?
E a resposta é:
Na nova rotunda entre a Ponte de Santa Clara e a Avenida João das Regras. Para se conseguir ler, ou têm muito boa vista ou vão lá, como eu, que ia sendo atropelado.
O que um gajo faz pelas ajudas de cusco...
Carta a Manoel Manoel, tens razão. Venho tarde. Desculpa. Mas não foi Anto, não fui eu quem teve a culpa, Foi Coimbra. Foi esta paysagem triste, triste, A cuja influencia a minha alma não reziste, Queres noticias? Queres que os meus nervos fallem? Vá! dize aos choupos do Mondego que se callem... E pede ao vento que não uive e gema tanto: Que, emfim, se soffre abafe as torturas em pranto, Mas que me deixe em paz! Ah tu não imaginas Quanto isto me faz mal! Peor que as sabbatinas Dos ursos na aula, peor que beatas correrias De velhas magras, galopando Ave-Marias, Peor que um diamante a riscar na vidraça! Peor eu sei lá, Manoel, peor que uma desgraça! Hysterisa-me o vento, absorve-me a alma toda, Tal a menina pelas vesperas da boda, Atarefada mail-a ama, a arrumar... O vento afoga o meu espirito n'um mar Verde, azul, branco, negro, cujos vagalhões São todos feitos de luar, recordações. Á noite, quando estou, aqui, na minha toca, O grande evocador do vento evoca, evoca Nosso verão magnifico, este anno passado, (E a um canto bate, alli, cardiaco, apressado, O tic-tac do relogio do fogão)... Bons tempos, Manoel, esses que já lá vão! Isto, tu sabes? faz vontade de chorar. E, pela noite em claro, eu fico-me a scismar, Triste, ao clarão da lamparina que desmaia, Na existencia que tive este verão na praia, Quando, mal na amplidão, vinha arraiando a aurora, Ia por esse mar de Jezus-Christo fóra, No barco á vela do moreno Gabriel! Vejo passar de negro, envoltas n'um burel, Quantos sonhos, meu Deus! quantas recordações! Phantasmas do passado! encantadas vizões! Que, embora estejam lá, no seu paiz distante, Oiço-as fallar na minha alcova de estudante. ..........................................
Não creio, linda Olinda. Por duas razões: - Seria a resposta óbvia e o Paulo Moura não gosta muito do óbvio, prefere a surpresa. - Tenho a ideia, embora admita que possa estar errado, que no Penedo da Saudade só há gravações em pedra. Aguardemos, ou queres lá ir na próxima segunda-feira comigo. Passo lá ao lado, no regresso da fisioterapia... Por falar em fisioterapia, que as conversas são como amoras brancas, já disse a Dom Rafael que lhe punham a maceta como nova, mas ele disse-me que sim e mais que também e fez-se surdo...
Ó Rio Doce! tunnel d'agoa e de arvoredo! Por onde Anto vogava em o wagon d'um bote... E, ao sol do meio dia, os banhos em pelote, Quando iamos nadar, á Ponte de Tavares! Tudo se foi! Espuma em flocos pelos ares! Tudo se foi...
...continuação (para Dom Rafael descansar os dedos)
Hoje, mais nada tenho que esta Vida claustral, bacharelatica, funesta, N'uma cidade assim, cheirando, essa indecente! Por toda a parte, desde a Alta á Baixa, a lente! Bem me dizias tu, como que adivinhando O que isto para mim seria, Amigo, quando O anno passado, vim contra tua vontade Matricular-me, ahi, n'essa Universidade: «Anto não vás...» dizias tu. Eu, fraco, vim. Mas certamente, é natural, não chego ao fim. Ah quanto fôra bem melhor a formatura,
Ló, deves ter razão. Há por ali, depois do último arranjo, várias placas em azulejo mas como passo lá sempre de carro, não dá para ler. Anda a pé, murcon!
Ló, Como vós sabeis estas cousas que nos recorda nossos vultos de antanho, homens, escritores, poetas, amantes de Coimbra e ...dos pasteis de Tentúgal!!!! Este amigo Manoel alvoraçou a pena de António Nobre, que percorreu em tinta magoada váias folhas de papel amarelado e que agora são o nosso de...leite ao lê-las! Vou copiar mais um pouquinho e lê, lê não te esqueças, lê mesmo que vale a pena!!Oh! que delícia! Que descrição desde de Tentúgal, onde se atirava a uma linda freire que lhe adiçava a boca com aqueles saborosos pasteis amaçados em cima de alvos lençóis por mãos tão delicadas!Oh!...Oh!
Na Escola-Livre da Natureza, Mãe pura! Que optimas prelecções as prelecções modernas, Cheias de observação e verdades eternas, Que faz diariamente o Proff. Oceano! Já tinha dado todo o Coraçao Humano, Manoel! faltava um anno só para acabar Meu curso de Psychologia com o Mar. Porque troquei pela Coimbra inutil, vã, Essa Escola sem par, cujo reitor é Pan? Talvez... preguiça, eu sei... A cabra é a cotovia: As aulas, lá, começam mal aponta o dia!
Como já despegaste...Aqui vai um chibito da carta!
Que tedio o meu, Manoel! Antes de vir, gostava. Era a distancia, o além, que me impressionava: Tinha a poezia do sol-por, d'uma esperança. Mas, mal cheguei (que espanto! eu era uma criança...) Tudo rolou no solo! A Tasca das Camellas Para mim, era um sonho, o céu cheio de estrellas: Nossa Senhora a dar de ceiar aos estudantes Por 6 e 5! Mas ah! foi-se a Virgem d'antes, Tia Camella... só ficou a camelice.
Comtudo, em meio d'esta futil coimbrice, Que lindas coisas a lendaria Coimbra encerra! Que paysagera lunar que é a mais doce da Terra! Que extraordinarias e medievas raparigas! E o rio e as fontes? e as fogueiras? e as cantigas? As cantigas! Que encanto! Uma diz-te respeito, Manoel; é um sonho, é um beijo, é um amor-perfeito Onde o luar gelou: «Manoel! tão lindas moças! Manoel! tão lindas são...»
Trata-se de uma quadra que é de inclusão quase obrigatória na letra da desgarrada que dá pelo nome de “Vira de Coimbra”. Sendo este o único fado de Coimbra que se coaduna com a minha voz, cantei-a anos a fio em encontros de amigos… mas nunca me preocupei verdadeiramente com o seu sentido. Era claro que teria a ver com o “Basófias” e com a sua falta de água durante a estiagem. Mas por que razão haveria eu de ir encher uma bilha de água ao rio?
Entretanto, passei os olhos pelo Só, onde aquela quadra aparece, e foi então que entendi o óbvio: quem vai encher a bilha não é o estudante que canta o fado mas sim uma tricana. Trata-se, afinal, de uma versão moderna das cantigas de amigo…
Até ao século XIX e ainda nas primeiras décadas do século XX, a “Coimbra dos amores” não estava ligada à Alta. Estava ligada ao Mondego e à parte baixa da cidade.
As minhas jóias não fizeram a foto postada pelo Paulo Moura mas os versos da Olinda num azulejo incrustados numa pedra, trouzeram-ma. Gostei muito do último parágrafo do comentário da Olinda das 12:02 da manhã de hoje. Oram digam lá que os comentários não faziam falta.
á cantei o vira de Coimbra centenas de vezes e continuo agora a cantar na Academia de de Música do CNM!!! Já agora a quadra aos defuntos laranjais de Coimbra, na insua dos Bentos.
Ò laranjais de Coimbra não torneis a dar laranjas quem comigo as apanhava já lá está nessa estranja!
Muito bem. Conversa animada, por vezes a hora tardia. É sempre tempo de falar do Coimbra. Gostei dos comentários - todos - mas apreciei particularmente o da Olinda das 12.O2 ...
O meu ajudante, que recebe e bemm deitou-se cedo, ainda esperei por ele até às 4h30...e agora continua a dormir, e a carta a Manoel ainda não está concluída!!!
É o patrão que tem que trabalhar!Cambada de malandros!
Quero mostrar-te Coimbra. Has-de gostar. Partamos. Dá-me o teu braço e vem d'ahi commigo, vamos!
Olha... São os Geraes, no intervallo das aulas. Bateu o quarto. Ve! Vem sahindo das jaulas Os estudantes, sob o olhar pardo dos lentes: Ao vel-os, quem dirá que são os descendentes Dos navegantes do seculo XVI? Curvam a espinha, como os aulicos aos reis! E magros! tristes! de cabeça derreiada! Ah! Como hão-de, amanhã, pegarem uma espada! - E os doutores? - Ahi, os tens graves, á porta. Porque te ris? Olhal-os tanto... Que te importa? Ha duas excepções: o mais, são todos um, Quaresma d'alma, sexta-feira de jejum... Não quero entanto, meu Manoel, que vás embora Sem ver aquelle amor que esta alma adora, adora: Olha, acolá. Gigante, altivo como um cedro, Olhando para mim com ternura: é o meu Pedro Penedo! Ó Pedro da minh'alma! meu amigo! Que feliz sou, bom velho, em estudar comtigo! Mal diria eu em pequenito, quando a ama Para eu me callar, vinha fazer-me susto á cama Por ti chamava: Pedro! e eu socegava logo, Que eras tu o Papão! A ama, de olhos em fogo, Imitava-te o andar, que não era bem de homem... Eu tinha birras? - Ahi vem o lobishomem! Dizia ella. - Bate á porta! Truz! truz! truz! E tu entravas, Pedro, eu via! Horror! Jezus!
Terns que esperar que o Paulo Moura venha da caminhada da serra da Gardunha, pois só ele dará a decisão final! Neste momento há duas hipóteses: ou onde disseste junto do resturante do Alfredo, ou mais para o Parque da Cidade... Eu não sei.
Entrtanto L´, toma lá mais um poquinho da carta a Manoel-O amigo de António Nobre... .......... Meu velho Pedro! meu phantasma de criança! Quero-te bem, tanto que tenho na lembrança, Quando morreres, Pedro! (o Pedro nunca morre) Hei-de pegar em ti, encher de alcool a Torre Com todo o meu esmero e, zás! metter-te dentro! Pedro! assim ficas enfrascado, ao alto e ao centro, E eternamente, para espanto de vindoiros: No rotulo porei: Alli-Bed, Rei dos Moiros.
Mas... toca a recolher. Dou uma falta: embora! Saiamos... Manoel, vamos por ahi fóra Lavar a alma, furtar beijos, colher flores, Por esses lindos, deliciozos arredores, Que vistos uma vez, ah! não se esquecem mais: Torres, Condeixa, Santo Antonio de Olivaes, Lorvão, Sernache, Nazareth, Tentugal, Cellas! Sitios sem par! Onde ha paysagens como aquellas? Santos Logares, onde jaz meu coração! Cada um é para mim uma recordação...
Tens toda a razão, Ló. Podeis ir lá ver as fotos que acrescentei. Isto fica na nova rotunda entre a Ponte de Santa Clara e a Avenida João das Regras. Para se conseguir ler, ou têm muito boa vista ou vão lá, como eu, que ia sendo atropelado. O que um gajo faz pelas ajudas de cusco...
Ló quase que localizaste a cem por cento o local da placa! Mas tinhas a noção que era por ali...mas um pouco distante do Restaurante do Alfredo. Fica mais perto do Restaurante O Casarão!Agora vais receber o prémio:amoras brancas! Vais levar com o resto da Carta a MANOEL-já agora fica completa! E é aqui que aparece a a menção à freira...
Condeixa?
Vamos ao arraial que, alli, ha. - Sol, poeira, tanta gente! - É o mesmo, vamos lá!
Olha! Estudantes, dando o braço ás raparigas, Caras de leite, olhos de luar, tranças d'estrigas; Arrancam-lhes do seio arfando as violetas, Aos hombros d'ellas poem suas capas pretas: Que deliciosos estudantes que ellas ficam! Velhos aldeões que tudo vêm, mas não implicam, Porque, em summa, que mal pode fazer um beijo, Vem até nós, sorrindo, aproveitando o ensejo, Com o chapéu na mão, simples e bons e honrados: Vêm consultar-nos, porque «somos advogados E sabemos das leis...» O que devem fazer Ahi, n'uma questão, n'uma questão qualquer D'agoas com um vizinho: é tal a cheia d'ellas Que estraga as plantações! - Que hão-de fazer? Bebel-as! E vão-se, assim, jurando aviar nossos conselhos... Ai de vós! Ai das vossas agoas, pobres velhos!
Tentugal?
Que manhã! E não quereres vir... Pega nas luvas, no chapéu. Vamos partir. É logo alli: quinze kilometros, é perto. Espera-nos o Toy, extasia-se o Alberto, Pela janella d'esse mundo amplo e rasgado! Que lindo dia! ó sol, obrigado, obrigado! Paysagem outomnal, alegra-te tambem! Hoje, não quero ver ninguem triste, ninguem! Outomno, vá! melancholia, faze tregoas! Peço paz, rendo-me! Haja paz, n'estas trez legoas! Choupos, então? Que é isso? erguei a fronte, vamos! Ó verdilhões, ide cantar-lhes sobre os ramos! Aves por folhas! Animae-os! animae-os! Applica-lhes, ó sol! uma ducha de raios! Almas tristes e sós (não é mais triste a minha!) Aqui estaes, meu Deus! desde a aurora á tardinha. O vento leva-vos a folha, a pelle; o vento Leva-vos o orvalho, a agoa, o prezigo, o sustento! E dobra-vos ao chão, faz-vos tossir, coitados! Estaes aqui, estaes promptos, amortalhados... Fazeis lembrar-me, assim, postos n'estes logares, Uma colonia de phtysicos, a ares!... Não vos verei, talvez, quando voltar; comtudo Ver-vos-ei, la, um dia, onde se encontra tudo: A alma dos choupos, como a do homem, sobe aos céus... Ó choupos, até lá... Adeus! adeus! adeus!
Foi-se a paysagem triste: agora, são collinas; Ve-se curraes, eiras, crianças pequeninas, Bois a pastar ao longe, aves dizendo missa Á natureza e o sol a semear Justiça! Vão pela estrada aleijadinhos de moletas; Atiro-lhes vintens: vêm pegar-lhes as netas. Mas o trem voa á desfilada... - Olá! arreda! (Ia-o apanhando: foi por um fio de seda...) E assim n'este galope, a charrette rodando, Já de Tentugal se vae quazi approximando: S. João do Campo já nos fica muito atraz... Assim, Malhado! puxa! Bravo, meu rapaz! Que estamos quasi lá! mexe-me essas ancas! Emfim!
Tentugal toda a rir de cazas brancas!
A linda aldeia! Venho cá todos os mezes E contrariado vou de todas essas vezes. Venho ao convento vizitar a linda freira, Nunca lhe fallo: talvez, hoje, a vez primeira... Vou lá comprar um pastellinho, que eu bem sei Que elle trará dentro um bilhete, isto sonhei: Assim o pastellinho, ó ventura sonhada! Tem de recheio o coração da minha amada. Abro o enveloppe ideal. Vamos a ver... - Traz? - Não!
Rafaelito, vê a segunda foto que acrescentei ontem. A Ló disse o sítio certinho. Tu tens que fazer uma reciclagem na disciplina de Rotundas de Coimbra.
Esta espécie de blogue nem um simples seguro de acidentes no trabalho tem para os seus colaboradores. Só um louco, obcecado pelo trabalho, arriscaria fazer esta fotografia. Deves estar a "comer" pouco, deves, deves... E agora, o Castelão vem dizer que fica lá para os lados do "Casarão", só para enganar a Ló. Ló, não confies nele, é como disseste, + ou - em frente ao "Alfredo". O "Casarão" fica junto à saída para a estrada da Guarda Inglesa. A verdade é que foste tu a única que acertou. Eu cheguei lá, mas foi depois de teres dado a pista.
Devo esclarecer todos os dedicados colaboradores, PM,São Rosas, Vianina Quitinho, Cota 13, Chico, Mamãe,Sãozinha da Condessa do Ameal, Conde e condessa de Azurva, Olindinha e outros que venha a colaborar, QUE ESTÃO TODOS SEGUROS, RESSEGUROS em várias companhias da especialidade!!!! O único que não está seguro é este ADMe a cúmplice Celestinha!Têm a seu favor o valioso espólio deste blogue, que em caso de necessidade pode ser vendido em leilão! Só o Título vale milhões!
Já cá cheguei. Não TAP(es) os ouvidos quando disserem por quanto foi vendida ao esferovite! Ao que parece a 4 de Junho! Faço logo uma viagem do Porto a Lisboa num dos aviões novos/usados!
Ai, eu já vi painel de azulejos!!!Ai, vi,vi! Mas onde?
ResponderEliminarHoje como durmo sòzinho...vou ter tempo para pensar onde terá sido que o vi!
O amigo seria o MANOEL?
ResponderEliminarCarta a Manoel
Manoel, tens razão. Venho tarde. Desculpa.
Mas não foi Anto, não fui eu quem teve a culpa,
Foi Coimbra. Foi esta paysagem triste, triste,
A cuja influencia a minha alma não reziste,
Queres noticias? Queres que os meus nervos fallem?
Vá! dize aos choupos do Mondego que se callem...
E pede ao vento que não uive e gema tanto:
Que, emfim, se soffre abafe as torturas em pranto,
Mas que me deixe em paz! Ah tu não imaginas
Quanto isto me faz mal! Peor que as sabbatinas
Dos ursos na aula, peor que beatas correrias
De velhas magras, galopando Ave-Marias,
Peor que um diamante a riscar na vidraça!
Peor eu sei lá, Manoel, peor que uma desgraça!
Hysterisa-me o vento, absorve-me a alma toda,
Tal a menina pelas vesperas da boda,
Atarefada mail-a ama, a arrumar...
O vento afoga o meu espirito n'um mar
Verde, azul, branco, negro, cujos vagalhões
São todos feitos de luar, recordações.
Á noite, quando estou, aqui, na minha toca,
O grande evocador do vento evoca, evoca
Nosso verão magnifico, este anno passado,
(E a um canto bate, alli, cardiaco, apressado,
O tic-tac do relogio do fogão)...
Bons tempos, Manoel, esses que já lá vão!
Isto, tu sabes? faz vontade de chorar.
E, pela noite em claro, eu fico-me a scismar,
Triste, ao clarão da lamparina que desmaia,
Na existencia que tive este verão na praia,
Quando, mal na amplidão, vinha arraiando a aurora,
Ia por esse mar de Jezus-Christo fóra,
No barco á vela do moreno Gabriel!
Vejo passar de negro, envoltas n'um burel,
Quantos sonhos, meu Deus! quantas recordações!
Phantasmas do passado! encantadas vizões!
Que, embora estejam lá, no seu paiz distante,
Oiço-as fallar na minha alcova de estudante.
..........................................
No Penedo da Saudade.
ResponderEliminarNão creio, linda Olinda. Por duas razões:
Eliminar- Seria a resposta óbvia e o Paulo Moura não gosta muito do óbvio, prefere a surpresa.
- Tenho a ideia, embora admita que possa estar errado, que no Penedo da Saudade só há gravações em pedra.
Aguardemos, ou queres lá ir na próxima segunda-feira comigo. Passo lá ao lado, no regresso da fisioterapia...
Por falar em fisioterapia, que as conversas são como amoras brancas, já disse a Dom Rafael que lhe punham a maceta como nova, mas ele disse-me que sim e mais que também e fez-se surdo...
Tens razão não é no Penedo.
Eliminarcontinuação da Carta a Manoel
ResponderEliminarMinhas vizões! entrae, entrae, não tenhaes medo!
Ó Rio Doce! tunnel d'agoa e de arvoredo!
Por onde Anto vogava em o wagon d'um bote...
E, ao sol do meio dia, os banhos em pelote,
Quando iamos nadar, á Ponte de Tavares!
Tudo se foi! Espuma em flocos pelos ares!
Tudo se foi...
continua....
...continuação (para Dom Rafael descansar os dedos)
ResponderEliminarHoje, mais nada tenho que esta
Vida claustral, bacharelatica, funesta,
N'uma cidade assim, cheirando, essa indecente!
Por toda a parte, desde a Alta á Baixa, a lente!
Bem me dizias tu, como que adivinhando
O que isto para mim seria, Amigo, quando
O anno passado, vim contra tua vontade
Matricular-me, ahi, n'essa Universidade:
«Anto não vás...» dizias tu. Eu, fraco, vim.
Mas certamente, é natural, não chego ao fim.
Ah quanto fôra bem melhor a formatura,
Obrugado Viana.
EliminarMas esta Carta Manoel é um espanto...
Merece ser conhecida-Lida!
Está à entrada do ponte de Santa Clara na margem esquerda +ou- em frente ao restaurante Alfredo, na rotunda
ResponderEliminarLó, deves ter razão. Há por ali, depois do último arranjo, várias placas em azulejo mas como passo lá sempre de carro, não dá para ler.
EliminarAnda a pé, murcon!
Ló, Como vós sabeis estas cousas que nos recorda nossos vultos de antanho, homens, escritores, poetas, amantes de Coimbra e ...dos pasteis de Tentúgal!!!!
EliminarEste amigo Manoel alvoraçou a pena de António Nobre, que percorreu em tinta magoada váias folhas de papel amarelado e que agora são o nosso de...leite ao lê-las! Vou copiar mais um pouquinho e lê, lê não te esqueças, lê mesmo que vale a pena!!Oh! que delícia! Que descrição desde de Tentúgal, onde se atirava a uma linda freire que lhe adiçava a boca com aqueles saborosos pasteis amaçados em cima de alvos lençóis por mãos tão delicadas!Oh!...Oh!
Na Escola-Livre da Natureza, Mãe pura!
EliminarQue optimas prelecções as prelecções modernas,
Cheias de observação e verdades eternas,
Que faz diariamente o Proff. Oceano!
Já tinha dado todo o Coraçao Humano,
Manoel! faltava um anno só para acabar
Meu curso de Psychologia com o Mar.
Porque troquei pela Coimbra inutil, vã,
Essa Escola sem par, cujo reitor é Pan?
Talvez... preguiça, eu sei... A cabra é a cotovia:
As aulas, lá, começam mal aponta o dia!
Então? Vê lá se queres que eu faça o trabalho todo. A ideia foi tua...
ResponderEliminarAnda trabalha, copia!
EliminarComo já despegaste...Aqui vai um chibito da carta!
EliminarQue tedio o meu, Manoel! Antes de vir, gostava.
Era a distancia, o além, que me impressionava:
Tinha a poezia do sol-por, d'uma esperança.
Mas, mal cheguei (que espanto! eu era uma criança...)
Tudo rolou no solo! A Tasca das Camellas
Para mim, era um sonho, o céu cheio de estrellas:
Nossa Senhora a dar de ceiar aos estudantes
Por 6 e 5! Mas ah! foi-se a Virgem d'antes,
Tia Camella... só ficou a camelice.
Comtudo, em meio d'esta futil coimbrice,
Que lindas coisas a lendaria Coimbra encerra!
Que paysagera lunar que é a mais doce da Terra!
Que extraordinarias e medievas raparigas!
E o rio e as fontes? e as fogueiras? e as cantigas?
As cantigas! Que encanto! Uma diz-te respeito,
Manoel; é um sonho, é um beijo, é um amor-perfeito
Onde o luar gelou: «Manoel! tão lindas moças!
Manoel! tão lindas são...»
Que pena que não ouças!
...amnhã continuas! Falta pouco...
EliminarOntem despeguei mais cedo. Desculpa, esqueci-me de te pedir autorização. Dá uns dias para os outros...
EliminarE agora, onde andas tu?... ehehehehehehe
Vou encher a bilha e trago-a
ResponderEliminarVazia como a levei!
Mondego, qu' é da tua água,
Qu' é dos prantos que eu chorei?
Fica à entrada do Parque dr Manuel Braga.
Tem a ver com o basófias onde as tricanas iam buscar as bilhas de água.
Enganei-me na 1ªresposta.....
Trata-se de uma quadra que é de inclusão quase obrigatória na letra da desgarrada que dá pelo nome de “Vira de Coimbra”. Sendo este o único fado de Coimbra que se coaduna com a minha voz, cantei-a anos a fio em encontros de amigos… mas nunca me preocupei verdadeiramente com o seu sentido. Era claro que teria a ver com o “Basófias” e com a sua falta de água durante a estiagem. Mas por que razão haveria eu de ir encher uma bilha de água ao rio?
EliminarEntretanto, passei os olhos pelo Só, onde aquela quadra aparece, e foi então que entendi o óbvio: quem vai encher a bilha não é o estudante que canta o fado mas sim uma tricana. Trata-se, afinal, de uma versão moderna das cantigas de amigo…
Até ao século XIX e ainda nas primeiras décadas do século XX, a “Coimbra dos amores” não estava ligada à Alta. Estava ligada ao Mondego e à parte baixa da cidade.
As minhas jóias não fizeram a foto postada pelo Paulo Moura mas os versos da Olinda num azulejo incrustados numa pedra, trouzeram-ma. Gostei muito do último parágrafo do comentário da Olinda das 12:02 da manhã de hoje. Oram digam lá que os comentários não faziam falta.
EliminarÉ verdade Chico. A grande maioria das fotos dessa época aparecem com estudantes e tricanas junto ao Mondego!
EliminarIam à pesca...
Eliminar...mas que pesca!
EliminarPesca?! Caça!
Eliminartantas trutas...ou fanecas(?) que devem ter sido pescadas e comidas logo ali!!!
Eliminará cantei o vira de Coimbra centenas de vezes e continuo agora a cantar na Academia de de Música do CNM!!!
ResponderEliminarJá agora a quadra aos defuntos laranjais de Coimbra, na insua dos Bentos.
Ò laranjais de Coimbra
não torneis a dar laranjas
quem comigo as apanhava
já lá está nessa estranja!
Como vêm já nesse tempo os "cérebos" emigravam
Hoje, mesmo que não tivesse ido para a estranja, também não as apanhava, porque destruíram o laranjal, completamente.Nem uma árvore deixaram!...
EliminarAgora apnhas lá couves , tomates,espinafres,nabos e muito mais!!!
EliminarMuito bem. Conversa animada, por vezes a hora tardia. É sempre tempo de falar do Coimbra. Gostei dos comentários - todos - mas apreciei particularmente o da Olinda das 12.O2 ...
ResponderEliminarO meu ajudante, que recebe e bemm deitou-se cedo, ainda esperei por ele até às 4h30...e agora continua a dormir, e a carta a Manoel ainda não está concluída!!!
ResponderEliminarÉ o patrão que tem que trabalhar!Cambada de malandros!
Quero mostrar-te Coimbra. Has-de gostar. Partamos.
Dá-me o teu braço e vem d'ahi commigo, vamos!
Olha... São os Geraes, no intervallo das aulas.
Bateu o quarto. Ve! Vem sahindo das jaulas
Os estudantes, sob o olhar pardo dos lentes:
Ao vel-os, quem dirá que são os descendentes
Dos navegantes do seculo XVI?
Curvam a espinha, como os aulicos aos reis!
E magros! tristes! de cabeça derreiada!
Ah! Como hão-de, amanhã, pegarem uma espada!
- E os doutores? - Ahi, os tens graves, á porta.
Porque te ris? Olhal-os tanto... Que te importa?
Ha duas excepções: o mais, são todos um,
Quaresma d'alma, sexta-feira de jejum...
Não quero entanto, meu Manoel, que vás embora
Sem ver aquelle amor que esta alma adora, adora:
Olha, acolá. Gigante, altivo como um cedro,
Olhando para mim com ternura: é o meu Pedro
Penedo!
Ó Pedro da minh'alma! meu amigo!
Que feliz sou, bom velho, em estudar comtigo!
Mal diria eu em pequenito, quando a ama
Para eu me callar, vinha fazer-me susto á cama
Por ti chamava: Pedro! e eu socegava logo,
Que eras tu o Papão! A ama, de olhos em fogo,
Imitava-te o andar, que não era bem de homem...
Eu tinha birras? - Ahi vem o lobishomem!
Dizia ella. - Bate á porta! Truz! truz! truz!
E tu entravas, Pedro, eu via! Horror! Jezus!
Afinal acertei ou não?
ResponderEliminarTerns que esperar que o Paulo Moura venha da caminhada da serra da Gardunha, pois só ele dará a decisão final! Neste momento há duas hipóteses: ou onde disseste junto do resturante do Alfredo, ou mais para o Parque da Cidade...
ResponderEliminarEu não sei.
Entrtanto L´, toma lá mais um poquinho da carta a Manoel-O amigo de António Nobre...
ResponderEliminar..........
Meu velho Pedro! meu phantasma de criança!
Quero-te bem, tanto que tenho na lembrança,
Quando morreres, Pedro! (o Pedro nunca morre)
Hei-de pegar em ti, encher de alcool a Torre
Com todo o meu esmero e, zás! metter-te dentro!
Pedro! assim ficas enfrascado, ao alto e ao centro,
E eternamente, para espanto de vindoiros:
No rotulo porei: Alli-Bed, Rei dos Moiros.
Mas... toca a recolher. Dou uma falta: embora!
Saiamos...
Manoel, vamos por ahi fóra
Lavar a alma, furtar beijos, colher flores,
Por esses lindos, deliciozos arredores,
Que vistos uma vez, ah! não se esquecem mais:
Torres, Condeixa, Santo Antonio de Olivaes,
Lorvão, Sernache, Nazareth, Tentugal, Cellas!
Sitios sem par! Onde ha paysagens como aquellas?
Santos Logares, onde jaz meu coração!
Cada um é para mim uma recordação...
Tens toda a razão, Ló. Podeis ir lá ver as fotos que acrescentei.
ResponderEliminarIsto fica na nova rotunda entre a Ponte de Santa Clara e a Avenida João das Regras. Para se conseguir ler, ou têm muito boa vista ou vão lá, como eu, que ia sendo atropelado.
O que um gajo faz pelas ajudas de cusco...
Ló quase que localizaste a cem por cento o local da placa! Mas tinhas a noção que era por ali...mas um pouco distante do Restaurante do Alfredo. Fica mais perto do Restaurante O Casarão!Agora vais receber o prémio:amoras brancas!
EliminarVais levar com o resto da Carta a MANOEL-já agora fica completa!
E é aqui que aparece a a menção à freira...
Condeixa?
Vamos ao arraial que, alli, ha.
- Sol, poeira, tanta gente! - É o mesmo, vamos lá!
Olha! Estudantes, dando o braço ás raparigas,
Caras de leite, olhos de luar, tranças d'estrigas;
Arrancam-lhes do seio arfando as violetas,
Aos hombros d'ellas poem suas capas pretas:
Que deliciosos estudantes que ellas ficam!
Velhos aldeões que tudo vêm, mas não implicam,
Porque, em summa, que mal pode fazer um beijo,
Vem até nós, sorrindo, aproveitando o ensejo,
Com o chapéu na mão, simples e bons e honrados:
Vêm consultar-nos, porque «somos advogados
E sabemos das leis...» O que devem fazer
Ahi, n'uma questão, n'uma questão qualquer
D'agoas com um vizinho: é tal a cheia d'ellas
Que estraga as plantações! - Que hão-de fazer? Bebel-as!
E vão-se, assim, jurando aviar nossos conselhos...
Ai de vós! Ai das vossas agoas, pobres velhos!
Tentugal?
Que manhã! E não quereres vir...
Pega nas luvas, no chapéu. Vamos partir.
É logo alli: quinze kilometros, é perto.
Espera-nos o Toy, extasia-se o Alberto,
Pela janella d'esse mundo amplo e rasgado!
Que lindo dia! ó sol, obrigado, obrigado!
Paysagem outomnal, alegra-te tambem!
Hoje, não quero ver ninguem triste, ninguem!
Outomno, vá! melancholia, faze tregoas!
Peço paz, rendo-me! Haja paz, n'estas trez legoas!
Choupos, então? Que é isso? erguei a fronte, vamos!
Ó verdilhões, ide cantar-lhes sobre os ramos!
Aves por folhas! Animae-os! animae-os!
Applica-lhes, ó sol! uma ducha de raios!
Almas tristes e sós (não é mais triste a minha!)
Aqui estaes, meu Deus! desde a aurora á tardinha.
O vento leva-vos a folha, a pelle; o vento
Leva-vos o orvalho, a agoa, o prezigo, o sustento!
E dobra-vos ao chão, faz-vos tossir, coitados!
Estaes aqui, estaes promptos, amortalhados...
Fazeis lembrar-me, assim, postos n'estes logares,
Uma colonia de phtysicos, a ares!...
Não vos verei, talvez, quando voltar; comtudo
Ver-vos-ei, la, um dia, onde se encontra tudo:
A alma dos choupos, como a do homem, sobe aos céus...
Ó choupos, até lá... Adeus! adeus! adeus!
Foi-se a paysagem triste: agora, são collinas;
Ve-se curraes, eiras, crianças pequeninas,
Bois a pastar ao longe, aves dizendo missa
Á natureza e o sol a semear Justiça!
Vão pela estrada aleijadinhos de moletas;
Atiro-lhes vintens: vêm pegar-lhes as netas.
Mas o trem voa á desfilada... - Olá! arreda!
(Ia-o apanhando: foi por um fio de seda...)
E assim n'este galope, a charrette rodando,
Já de Tentugal se vae quazi approximando:
S. João do Campo já nos fica muito atraz...
Assim, Malhado! puxa! Bravo, meu rapaz!
Que estamos quasi lá! mexe-me essas ancas!
Emfim!
Tentugal toda a rir de cazas brancas!
A linda aldeia! Venho cá todos os mezes
E contrariado vou de todas essas vezes.
Venho ao convento vizitar a linda freira,
Nunca lhe fallo: talvez, hoje, a vez primeira...
Vou lá comprar um pastellinho, que eu bem sei
Que elle trará dentro um bilhete, isto sonhei:
Assim o pastellinho, ó ventura sonhada!
Tem de recheio o coração da minha amada.
Abro o enveloppe ideal. Vamos a ver... - Traz? - Não!
Regresso a Coimbra só com o meu coração.
António Nobre, in 'Só'
Rafaelito, vê a segunda foto que acrescentei ontem. A Ló disse o sítio certinho. Tu tens que fazer uma reciclagem na disciplina de Rotundas de Coimbra.
EliminarRafaelito, bem hajas pela carta a Manoel.
ResponderEliminarQual bem hajas, qual carapuça! Não axas que ele também tem de fazer alguma coisa?!
EliminarDeixa o Paulo Moura dar gracha (eu axo) ao gajo, para ver se recebe as ajudas de cusco.
EliminarPaulo, não é para agradecer...mas foi um pouco longo.Mas é fantástico.
ResponderEliminarEm minha oinião merece ser lido!
Afinal de contas, não és tu que dizes que só lês o Diário de Coimbra? E gostas de António Nobre?
EliminarAndas a ler umas coisas às escondidas...
Ele deve pôr os livros no meio do Diário de Coimbra, para poder dizer que só lê aquele jornal...
EliminarEsta espécie de blogue nem um simples seguro de acidentes no trabalho tem para os seus colaboradores. Só um louco, obcecado pelo trabalho, arriscaria fazer esta fotografia. Deves estar a "comer" pouco, deves, deves...
ResponderEliminarE agora, o Castelão vem dizer que fica lá para os lados do "Casarão", só para enganar a Ló.
Ló, não confies nele, é como disseste, + ou - em frente ao "Alfredo". O "Casarão" fica junto à saída para a estrada da Guarda Inglesa. A verdade é que foste tu a única que acertou. Eu cheguei lá, mas foi depois de teres dado a pista.
É que é exactamente em frente ao Alfredo. Aliás, a segunda foto que acrescentei ontem mostra isso mesmo.
EliminarLevei uma buzinadela e um "queres morrer hoje, queres!" mas aquilo tinha que ser feito.
EliminarPenetencio-me! Desculpa Ló!
ResponderEliminarInterptretei mal as fotos. Vês-se bem que é em frente do Restaurante do Alfredo. Mereces as amoras!
E ainda há lá algumas...
EliminarDevo esclarecer todos os dedicados colaboradores, PM,São Rosas, Vianina Quitinho, Cota 13, Chico, Mamãe,Sãozinha da Condessa do Ameal, Conde e condessa de Azurva, Olindinha e outros que venha a colaborar, QUE ESTÃO TODOS SEGUROS, RESSEGUROS em várias companhias da especialidade!!!!
ResponderEliminarO único que não está seguro é este ADMe a cúmplice Celestinha!Têm a seu favor o valioso espólio deste blogue, que em caso de necessidade pode ser vendido em leilão! Só o Título vale milhões!
Deve valer tanto como a TAP...
EliminarJá cá cheguei.
EliminarNão TAP(es) os ouvidos quando disserem por quanto foi vendida ao esferovite!
Ao que parece a 4 de Junho!
Faço logo uma viagem do Porto a Lisboa num dos aviões novos/usados!
Julgo que já não há amoras mas não faz mal, ganhei o desafio. Esse é o prémio
ResponderEliminarLó, quando cheguei hoje do trabalho, fui à amoreira e comei meia dúzia de amoras madurinhas.
EliminarEntão , por este andar, não me chega nenhuma, a não ser que invada a propriedade como fez o Rafael. A vossa sorte é que não sei onde é a mouradia
EliminarHá,há,o Paulo eescreveu, caso lá vás:comei meia dúzia de amoras madurinhas!
ResponderEliminarOlha pois disse!
Eliminar