terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Ciclismo de inverno


Em Montreal as pessoas fazem ciclismo tanto de verão como de inverno, não havendo diferença entre classes sociais. Pode-se ver passar um ministro, um astronauta, um reitor universitário, responsáveis de grandes empresas (pdgs), comerciantes, empregados de todas as ordens, sem-abrigos, etc. Isto não falando em empregos como polícias, fiscais de estacionamento, leitores de contadores dos mais diversos que se situam nos exteriores das casas, entre muitos outros. Por seu lado a cãmara cria estruturas para que os ciclistas tenham meios seguros para se deslocarem.

Em baixo podemos ver a chamada banda para ciclistas que se posiciona ao lado dos estacionamentos dos carros. Nenhum obstáculo físico como passeios, divisórias, pinos, etc, a devide da rua aonde esteja implantada ou dos carros estacionados mas por contra tem a garantia de operacionalidade durante todo o ano, pois a neve é retirada quando vão limpar as ruas. Só para estacionar e saír, o automobilista pode atravessar a banda mas em caso de acidente, a responsabilidade é sempre do automobilista. Vulgarmente as pessoas chamam-lhe pistas.

Ciclista na pista da rua Rachel. A neve encobre um pequeno passeio que a devide da rua.
Foto do jornal Metro de 7 de Janeiro deste ano.
Em frente das estações de metro, há sempre parques para estacionamento das bicicletas durante todo o ano.

Os serviços municipalizados têm só um tipo de passe para dentro da ilha de Montreal, que dá para todos os autocarros e metro. Também há um outro tipo de carta do mesmo género que permite recarregar bilhetes que ficam muito mais baratos do que comprados a vulso ou em grupos de seis. Os ciclistas possuidores de uma destas cartas, podem deixar as bicicletas devidamente guardadas das intempéries e dos roubos.
Não falta a propaganda para que as pessoas utilizem a bicicleta, o metro e o autocarro, deixando os carros em casa para defesa do meio ambiente.

8 comentários:

  1. No aspecto da utilização da bicicleta, diria mesmo em Potugal, tenho a percepção que apenas uma pequena percentagem a utiliza no dia a dia.
    Há algumas cidades, poucas, como Aveiro que a utilização da bicicleta está mais adiantada.

    Nos fins de semana, como desporto, no chamado cicloturismo a sua utilização é mais acentuada.
    Coimbra é muito acidentada em determinados percursos, mas não será só isso que impede a sua utilização.
    Então ir para o emprego talvez haja 1 em cada 500!!!!
    Nós por ca´somos um País muito da vanguarda. O automóvel é simbolo de bem estar e prosperiedade!
    Pobretes mas alegretes!

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  2. Segundo o que sei, a bicicleta em Aveiro é mais utilizada no dia a dia mas não é hábito que seja por todas as camadas sociais, Rafael. Não quer dizer que não apareça um caso ou outro. Já vi passar um engravatado com a pasta de serviço numa pista, a fazer prancha de rodas.
    Por contra em Coimbra sei que há pessoas que aos fins de semana fazem ida e volta até à Figueira da Foz. Até tenho fotos de alguns desportistas na portagem.
    Quanto às fotos que tirei foram sempre práticamente em pista plana, porque não estava para parar numa subida a fim de fazer fotos. Com a idade que tinha parar em pleno esforço, fazer a foto e arrancar, não estava para isso. Eu respeitava muito as minhas perninhas. Mas como sempre fui dizendo, há subidas muito inclinadas pelo que acabo de postar mais duas fotos. Na primeira pode ver que em cima está a montanha aonde até se vê um poste de comunicações e subir essa rua mesmo sem ir até ao cimo da montanha, já não é para todos se bem que a tenha feito algumas vezes nos dois sentidos. Só que eu era mais "vagaroso" que muitos outros. De notar que os automobilistas deixam um bom expaço para o ciclista que vai a trepar. Como Montreal é muito grande, há um número elevado de ruas paralelas a esta e todas a subir como neste caso. A montanha faz parte do percurso da prova ciclista de Montreal a contar para o campeonato do mundo de ciclismo. A segunda foto tem uma pista muito utilizada por um número elevado de ciclistas na hora de ponta, é uma subida com zonas bastante inclinadas mas menos longa que a primeira. As duas fotos foram tiradas fora das horas de ponta.
    Mas isto não é tudo: quando foi da eleições em 2015, houve dois chefes de dois principais partidos que foram de terra em terra em bicicleta com os seus acompanhantes, na vez de irem de autocarro ou de avião. E aí sim, há montanhas a bem mais altas.
    Por aqui também há quem goste de mostrar o seu automóvel mas a maioria, mesmo que tenha um bom carro para utilizarem no dia a dia, utilizam-no mas não tomam isso como uma promoção social. Quem liga mais a isso é o imigrante.
    É claro, não estou a falar dos que têm motorista. :) Esses mostram o motorista. :)

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  3. Estou a pensar que com este frio e esta neve, o Carlos Viana deve estar todo arrepiada em vale de lençois. Põe mais um cobertor e vais ver que aqueces.
    Votos que vá tudo pelo melhor.

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  4. Chico

    Realmente a bicicleta não está muito vulgarizada por cá. Apesar de tudo ,existem zonas do país onde as classes sociais mais débeis a utilizam, sobretudo em zonas planas. Poderá ser talvez uma questão cultural. Na Holanda onde já passei uma semana e assentei arraiais no norte, a duas rodas é muito utilizada, quer por todas as classes sociais, quer por crianças.

    Dizer-te noutro registo, que a Holanda nos desconserta quando paramos numa passagem de nível e em vez de passar um comboio ... passa um barco ...

    Todo o bucolismo é surpreendente e verificar junto a Amesterdão grandes gramados com palácios imponentes ao fundo ...vacas a pastar.

    Outras terras, outros costumes ...

    Abraço

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    1. Sim, Quito. A Holanda é um país diferente do que estamos habituados. Também lá estive e vi de tudo em bicicleta. Foi a andar de barco nos canais que me puseram de nariz para ar, a ver os suportes para os guindastes que utilizam para meterem as mobílias pelas janelas, porque as portas são muito estreitinhas!!!!! Foi derivado a esse nariz no ar, que comecei a ver as águas furtadas e torreões daqui, que são uma maravilha.
      Quanto ao nosso caso seram as classes mais débeis a utilizarem a bicicleta, não me admira. Quando já há muitos anos, ainda antes da recessão mostrava aqui a um português, um trabalhador num cimitério que ganhava CN$54.000.00 (€35.000.00), recebi como resposta:"pois mas agora lá sem trabalho, bem aceitam tudo que se lhes apareça". Fiquei ilucidado e o facto é que quando veio a recessão, os salários da classe sem estudos não deu para servir de amortecedor. Foi tudo ao fundo.
      E de facto a diferença é tão grande que quando chegou a recessão, só se notava nos médias a voz da classe média ou superior mas que queriam passar por média, porque a dos pobres nem força lhe dão para isso. Um erro total de mentalidade dos nossos médias pois têm a obrigação de defenderem todas as classes. Depois aparecem na prática as clivagens. Mas não noto nenhum partido querer mudar isso por actos como leis, falar é fácil. Falei de partidos no geral e não de nenhuma forma política.

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    2. Oi, oi... Na frase acima " Também lá estive e vi de tudo em bicicleta.", não quiz dizer que andei de bicicleta. Queria dizer que vi o ciclismo que lá praticavam.

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  5. Aqui em Aveiro, há bicicletas em vários pontos da cidade, que estão disponíveis, gratuitamente, para as pessoas se deslocarem, dentro do perímetro da cidade. São muito utilizadas pelos estudantes e, penso que quase exclusivamente pela malta nova.
    Confesso que nunca utilizei, nem o poderia fazer, porque não sei andar de bicicleta.

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    1. Bem, gratuito, aqui não há nada, Alfredo Moreirinhas. Há no entanto a alugar a baixo preço as bicicletas camarárias "bixi", que têm imensos estacionamentos por toda a cidade. Muitos deles ao lado do metro e em frente de grandes companhias. Há quem as use como meio de transporte. Paga-se automáticamente com a carta e pode-se pagar só pelo momento que se utiliza na altura, passe mensal ou anual que sai muito mais barato.
      O problema é começar-se pois é a liberdade total. Por conversas com várias pessoas que faziam bicicleta na minha altura, quase todos só utilizavam o carro quando iam com a famíilia. Com a bicicleta quase que não há bichas paradas, pára-se em qualquer lado, estaciona-se nos inúmeros estacionamentos que há na cidade ou então deixa-se presa a um poste, uma grade, etc. Os senhorios não dizem nada Altera-se o itenerário como se quer no momento, podendo-se ir a todo o lado : com o carro, tal não é possível pois não passa em muitos lados. É a liberdade total, muito prático.

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