Há 37 anos que a Académica não estava tão bem

Desde 1977 que os estudantes não ocupavam uma posição tão alta à 25ª jornada

A Académica foi uma das grandes beneficiadas da última jornada. A vitória sobre o Olhanense, aliada aos maus resultados de Sp. Braga, V. Guimarães, V. Setúbal e Marítimo, levaram a turma de Sérgio Conceição a alcandorar-se ao sétimo lugar, em igualdade pontual com os minhotos.

Na prática, é como se fosse o sexto, pois, caso o campeonato terminasse agora, a vantagem no confronto direto com os bracarenses levaria à inversão de posicionamento. Depois de garantir a manutenção, os estudantes deitam a rede o mais acima possível e tudo o que lá vier... é ganho.

Para já, são 32 pontos, e é o lugar mais cimeiro que a equipa conseguiu esta época, embora, depois da 21ª jornada, com a vitória em Arouca, também tenha ocupado o sétimo posto, mas ai estava integrada num grupo com dois dos concorrentes que ainda a perseguem atualmente.

A época corre de tal maneira de feição que é preciso recuar 37 anos para encontrar a equipa melhor posicionada na tabela ao fim de 25 jornadas. Em Abril de 1977, após um nulo em casa com o FCP, a Briosa ocupava o quarto lugar da tabela, com 28 pontos (cada vitória ainda valia apenas dois). Feita a conversão, seriam 39.

Era uma das melhores equipas da Académica, com nomes históricos, como Mário Campos, Manuel António, Gervásio, e também José Alberto Costa, Vítor Manuel ou José Rachão. No final da temporada, ficaram em quinto lugar, atrás do Boavista, pela diferença de golos, e dos três grandes. 

O atual percurso dificilmente irá igualar aquilo que se fez nessa célebre época, mas não deixa de ser relevante que se tenha esperado mais de três décadas para ver algo que se aproxime. Claro que, pelo meio, há que descontar 15 anos na II Divisão. 

Se quisermos aligeirar um pouco as contas, então podemos dizer simplesmente que a Académica, desde que regressou pela última vez à Liga principal, há 11 anos, nunca esteve tão alta na classificação por esta altura.

Conceição persegue Vítor Manuel, com Domingos pelo meio 

Mais realista de alcançar parece o sétimo lugar de 2008/09, com Domingos Paciência, a melhor classificação desde 84/85. Na verdade, nessa temporada mais longínqua, a primeira de Jesualdo Ferreira como treinador na I Divisão (substituído depois por Vítor Manuel), os estudantes também alcançaram um sétimo lugar, mas os 29 pontos da altura seriam agora 41. Ora, Domingos obteve 39.

Também à 25ª jornada, Vítor Manuel não tinha nem pontos nem posição melhor do que a atual, com Sérgio Conceição. Liderava os conimbricenses com 29 pontos, já convertidos, e ocupava o 10 posto da classificação.

Já em 2009, por esta altura, a Académica estava no oitavo lugar, com 31 pontos, menos um que tem neste momento. Mais: o sexto lugar, na posse do surpreendente Leixões, já estava a sete pontos, mas os de Coimbra ainda lograram ultrapassar o Marítimo até final do campeonato.

Os empates em Paços de Ferreira e com o Sporting, e as vitórias em Matosinhos e diante da Naval, garantiram um final de época como há muito não se via à Briosa fazer. A aposta, para as jornadas a vir, é fazer algo semelhante.

O calendário começa já com uma prova de fogo, no próximo domingo, com uma visita ao Dragão. Seguem-se jogos com três rivais diretos: receção ao V. Setúbal, uma viagem ao Funchal para enfrentar o Marítimo, novo jogo em casa com o V. Guimarães, e, por fim, uma deslocação a Paços de Ferreira.

O desafio é de monta, mas Sérgio Conceição, que já quebrou três longos recordes de invencibilidade esta época, diante de FCP, em Braga, e com o Olhanense, já disse que quer fazer algo de histórico ao serviço do seu clube do coração. A seguir com atenção nas próximas semanas.