quarta-feira, 17 de junho de 2015

Passeio a Penamacor... junto das minhas raízes

Penamacor é uma vila da Beira Baixa de onde se avista Espanha.
Com o pretexto de um encontro de família, aproveitámos para ir mais cedo e passear pela zona histórica.
O portal da igreja da Misericórdia (século XVI) é de estilo manuelino e com apontamentos de motivos vegetalistas típicos do gótico final português. À porta da Misericórdia funcionou, até ao primeiro quartel do século XX, a roda dos expostos, artifício utilizado pelo qual se recebiam os recém-nascidos enjeitados.


O pelourinho, imponente, junto ao castelo.


Do castelo, a nascente, Espanha está "muy cerca".


O relógio da torre do castelo tem um mecanismo que foi recuperado e está à vista dos visitantes. Os pesos são dois segmentos de colunas em granito.


A torre de menagem, com algumas tendas de uma feira medieval que tinha ocorrido recentemente.


O frio, vento e humidade corroem a madeira e o metal. A interioridade tem reduzido a população. Em 1950, o concelho de Penamacor tinha quase 19.000 habitantes. Em 2011, eram menos de 6.000...


... mas os que têm resistido têm tudo para usufruir de uma boa qualidade de vida. A vila tem apostado nas infraestruturas e nota-se um enorme cuidado no bem estar das pessoas.


O que está à venda até tem o preço.


E a simpatia é generalizada. Até as cabras, quando se lhes faz perguntas:



Documentação interessante:
Arqueologia no castelo de Penamacor - Cimo de vila da pré-história ao século XIX

Paulo Moura

42 comentários:

  1. Vês pá, elas até são educadas respondendo as perguntas!!!
    Fernando AZENHA

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    1. Melhores que GPS. Sei sempre onde estou desde que haja por perto cabras ou bodes.

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  2. Interessante este revisitar do Portugal profundo. Dos tesouros escondidos, das serras paradas à espera de movimento, no dizer do Torga. Conheço bem Penamacor. Também a paisagem desolada e circundante do Terreiro das Bruxas. Do frio invernal da povoação de Três Povos. Da célebre bruxa da Meimoa e de benzedores da Zona, conhecida pelas gentes como cobrão, padecimento que alguns julgam que se cura mais com crendices do que com a medicina tradicional.

    Gostei, Paulo. Revivi algum passado recente. Obrigado.

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    1. Eu também adoro voltar às minhas raízes, Quito.
      Abre aço!

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  3. Prontus.Se estamos numa de raizes eu também gosto de tempos a tempos ir lá regá-las.Não as posso deixar definhar.Mas quando já por lá não se tem familia próxima é um pouco mais dificil.
    Pela Páscoa é lá que fazemos um almoço de familia.E de vez em quando um almoço com amigos degustando um cabrito de Sicó com arroz malandro do mesmo à Dona Minda no D. Sesnando...

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  4. Ó Paulo,Paulino então e o hino?? Imperdoável!!!!

    Toma lá o hino!
    HINO PENAMACOR

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    1. O Hino de Caria é que é o Hino da minha terra. Por acaso escrito pelo meu Pai, com música do então chefe da Banda Filarmónica.

      "Caria, Caria
      Ó terra dos meus amores
      Caria, Caria
      Terra da minha afeição
      Caria, Caria
      Tu és a evocação
      Caria, Caria
      Dos vinhedos e das flores
      (...)"

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  5. Nem o rancho folclórico das tuas raizes e despertou a atenção devida!!
    Ai Paulo, Paulo...

    FOLCLÓRE DA TUA RAIZ

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  6. Olha,olha, nem esta história tradicional do MADEIRO que o Tá Zé Seguro gosta, te despertou a atenção!
    Ai Paulo, Paulo.Nem que fosse a São Rosas a lembrar-se!!!

    MADEIROPENAMAOR

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  7. Muito bonito o local. Ainda parece conservar a calmaria de tempos idos.
    É sempre bom voltarmos às raízes.
    Parabéns ao PM & Cia.
    Obs - Com quem a São ficou?

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    1. És uma malandreca, Índia Nápolis...
      Sabes bem que eu não largo a braguilha do Paulo Moura.

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    2. Só há pouco tive um tempo para assistir ao vídeo.
      Ééééééé.....tudo aí em dupla autêntica, mas cada uma com a beleza adequada. rsss

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  8. Já por estas terras nos levaste a passear.
    As cabras estariam então de férias e não tive prazer de conversar com elas. Bem simpáticas...
    Sempre se gosta de voltar!

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    1. Temos que lá voltar um dia destes...

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  9. Gostei de ver pois nunca fui a Penamacor. Havia uma canção que o meupai ncdantava e que começava assim: Castelo Branco é vila, Penamacor é cidade.... Conheces Paulo?

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    1. Não conhecia, Ló. Mas estive a pesquisar e pelos vistos é uma quadra de José Candeias da Silva (1887-1959), natural de Salvador (aldeia e freguesia do concelho de Penamacor):
      "Castelo Branco é vila,
      Penamacor é cidade.
      Salvador, barquinha d’oiro
      Onde embarca a mocidade."

      Na página 8 deste jornal aparece um poema completo com muitas terras do distrito de Castelo Branco. Mas aparece assinado por outro autor e em vez de Salvador refere a Idanha...

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Era mesmo assim...Que saudade! e hoje estou para a lamechice, chorei com o texto do Quito e choro com a quadra. Obrigada

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    4. Não chor'isso, Ló. E viste o poema completo (diferente), no link do jornal (página 8)?

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    5. Paulo, gostava de ter uma copia do poema (que não conhecia) mas não sou capaz de copiar. Será que ma mandas num mail? Aguardo e agradeço

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    6. Aí o tens:

      O PARAÍSO NA BEIRA BAIXA

      CASTELO BRANCO é vila
      E PENAMACOR é cidade
      IDANHA é um barco de ouro
      Onde embarca a mocidade
      (Popular)

      1
      RODÃO é a melhor aliança
      O FRATEL é um malmequer
      BENQUERENÇA, uma mulher
      ALCAINS livro de esperança
      O FUNDÃO de mais abastança
      Uma terra muito tranquila
      CASTELO NOVO tem fila
      De muitos pedaços da história
      Por ser de melhor memória
      CASTELO BRANCO é vila

      2
      A VILA DE REI mais formosa
      E OLEIROS sem ter olarias
      As SARZEDAS todos os dias
      Leva a SARNADAS as rosas
      Os ESCALOS com mariposas
      ALPEDRINHA da mocidade
      S. VICENTE, muita amizade
      Dá Beijinhos na LARDOSA
      PROENÇA-A-NOVA é rosa
      E PENAMACOR é cidade

      3
      Fritei os ovos na SERTÃ
      Com chouriço da FATELA
      BELMONTE, vila tão bela
      Dá um abraço à COVILHÃ
      O seu melhor tecido de lã
      É vendido a preço de ouro
      ALCAFOZES é um tesouro
      Há festa no ROSMANINHAL
      Das belezas de PORTUGAL
      IDANHA é um barco de ouro

      4
      O galo canta em MONSANTO
      Na Aldeia Mais Portuguesa
      SALVATERRA é uma beleza
      Beija a ZEBREIRA entretanto
      IDANHA-A-VELHA o encanto
      Que foi a mais nobre cidade
      Há um baluarte da Liberdade
      Nas terras de PENHA GARCIA
      IDANHA um batel de alegria
      Onde embarca a mocidade

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  10. Respostas
    1. Tira lá os olhinhos dos suportes do pelourinho...

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    2. Vá, vá, que aquilo já está inclinado o suficiente...

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  11. Uma boa postagem com bons comentários para ir-mos lendo. Gostei muito do diálogo com as cabras. Só que estou farto de rir sózinho pois estou a pensar que réplica irá dar o Alfredo Moreirinhas...

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    1. Também já pensei nisso. Talvez mostre um arbusto do quintal dele, que dá cabras no Inverno e bodes no Verão...

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    2. Neste preciso momento não posso dar réplica, porque estou na Alemanha e a maior cabra não aparece em público e o resto é só cabrões e eu não falo a língua deles!...

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    3. Ou seja, estás a ver-te grego...

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  12. Oh Chico isto é melhor que qualquer remédio da farmácia!!!

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  13. E repararam no preço do que está à venda?

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    1. Queres que te pergunte?... Vá está bem! Onde é que está o preço?

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    2. Voltei a ver as fotos e não quero saber do preço. Eu gosto mesmo, é dos suportes do pelourinho!...

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    3. (não te ouço porque desliguei o Sonotone)
      Na foto vês uma etiqueta amarela com um preço: € 1,50.

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  14. Há uns bons quarenta anos, dedicávamos uma semana de férias a conhecer Portugal. Os filhos ficavam, e ficavam muito bem, entregues aos meus sogros, e aí íamos nós, armados em descobridores daquilo que não conhecíamos.
    Lá fomos até Castelo Branco e daí até todos os pontos de referência no Distrito.
    Sabia que tinha estado em Penamacor mas de nada me recordava. As fotos aqui expostas fizeram uma espécie de "clic", abrindo a pequena gaveta onde as tinha guardadas e tudo me pareceu familiar. Sem dúvida que o Pelourinho, pela sua imponência, me saltou fresco na memória e muitos outros pormenores me pareceram iguais, como se o tempo tivesse parado.
    Mas há diferenças notórias, a saber:
    - Quando lá fui, o Pelourinho não tinha a adorná-lo as duas beldades que agora vi.
    - Quando lá fui, o número do telefone que lá estava tinha só cinco algarismos.
    - Quando lá fui, por muito parecidas que sejam, as cabras não eram as mesmas.
    As que eu vi eram mais conversadoras...

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  15. Quarta-feira 17 passei por Penamacor, sem pensar que tal iria acontecer. Sucede que o voluntariado sénior de Leiria decidiu que o convívio deste ano seria em Penha Garcia e o motorista do autocarro, novo a estrear, na ida foi por Proença a Velha. O susto de passarmos por aquela rua estreita, resultou o regresso por norte, por Penamacor. Como veem o mundo é pequeno

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    1. O mundo é pequeno e algumas ruas daquelas aldeias do interior ainda são mais pequenas. Uma vez, uma amiga nossa levou para Caria uma autocaravana. O sarilho que foi descer pela Rua Direita (olha se fosse Torta!) com as varandas em granito...

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