Não sabia que a Daisy tinha tirado esta fotografia, mas uma
vez que a tirou, tenho que vos
contar o que se passou:
Esta criança, talvez 8 ou 9 anos, estava, tal como se vê na
foto, sentada no passeio a tocar acordeão. Mesmo em frente, havia uma
gelataria. Havia uma bicha de mais de 30 crianças a comprar gelados, acompanhados
pela professora e que, tal como os transeuntes, estavam indiferentes à criança
que olhava, não para as teclas, mas para as outras crianças que, uma a uma,
seguiam já com o seu gelado. Pensei comprar um gelado para dar à miúda, mas ir
para a bicha e esperar que atendessem as dezenas de crianças, não me agradava.
Resolvi colocar no copo, duas ou três moedas e afastei-me. Andei uns vinte
metros e... não resisti! Voltei atrás e fui para a bicha dos gelados. Ao fim
de alguns minutos, fui atendido e ofereci o gelado à menina. Agradeceu-me em polaco,
mas senti um nó na garganta pela maneira como a criança me olhou. Saí dali
feliz e com a certeza que, para a menina, valeu mais aquele gelado do que uma nota de 100 dólares.
Nada mais deprimente, que uma criança sentada num passeio a pedir esmola. Pior,quando são usadas no seu esforço para garantirem dinheiro a terceiros. Em poucas palavras, percebemos o ferrete da palavra indiferença. Indiferença da professora. Indiferença das crianças que são futuro e até apetece perguntar que sociedade é esta que estamos a construir. Solidariedade e fraternidade, são palavras de enfeite de Tratados que não servem para nada. Factos recentes, dão-nos prova disso mesmo.
ResponderEliminarNormalmente, as histórias para crianças acabam bem e são fruto da imaginação de quem as construiu. Neste caso, a história é real e dá azo a muitas reflexões. Até da dimensão humana do autor, neste texto comovente.
Bem Hajas, Alfredo ...
Senti uma grande felicidade, Quito! Hoje não me perdoaria se não tivesse comprado o gelado, só por não querer estar na bicha 5 ou 10 minutos.
EliminarE, ainda mais importante que o dinheiro e que o gelado,deste afeto, amigo Alfredo, coisa que não tem preço, é um valor imaterial de um ser humano!
ResponderEliminar"Fazer o bem, sem olhar a quem".
Tão bom, sentir a paz na nossa consciência!
Sem dúvida, querida Amiga Celeste Maria!
EliminarPois tirou a fografia e ainda bem, pois permitiu que ficassemos a saber a estória que está por detrás do click da Daisy!
ResponderEliminarMenina feliz, Alfredo feliz, todos nós felizes"
Uma abraço e um beijo!
Ainda bem que foi a Daisy que tirou a fotografia. Assim, o gelado não ficou cortado.
ResponderEliminarBacoco!
EliminarÉ a marca dos gelados alemães?
EliminarCoisa linda.
ResponderEliminarAdorei fazes-me lembrar um tipo chamado Azenha que também costuma ter essas atitudes.
ResponderEliminarTEMOS UM CORAÇÃO DE MANTEIGA!!!
A mulher e o meu filho chamam-me maluco...
Mas sabe tão bem a atitude, né?
Fernando AZENHA
Já comentei a sério no feissebuque e como, desta feita, não consigo arranjar maneira de embirrar contigo, por aqui me fico.
ResponderEliminarBeijinhos e abraços, criteriosamente distribuídos pela Daisy e por ti.