Quem ama Coimbra, quem respira Coimbra, não fica indiferente a este trabalho que o Paulo Moura partilha. Recordar a Coimbra daquela época. Dos elétricos do nosso contentamento, que percorriam o "canal", parando em frente ao "Nicola" e à Igreja de Santa Cruz. Tlim - tlim ...partida. O pulsar da urbe, a que assisti diariamente, durante quase uma década. A azáfama das pessoas, como formiguinhas laboriosas que se acotovelavam nos passeios. Era o bater de coração de uma cidade. Da nossa cidade. O aparecimento do invisual do acordeon, comoveu-me. Porque me recordo bem dele. Como recordo de lhe dar insignificantes moedas para o ajudar. Era um imperativo que a minha consciência exigia. Aquela Baixa morreu. Não morreu. Mataram-na na orgia das catedrais de consumo. Para trás, caídos no chão e desamparados, ficaram os comerciantes de porta aberta, da Baixa e da Baixinha, gente e lojas que eram património da cidade. A sua impressão digital, liderada por uma Torre que é sinónimo de Sabedoria. Eles, os comerciantes que viviam honestamente o seu dia a dia, foram varridos para o caixote do lixo das conveniências dos grandes monopólios, como se fossem proscritos a quem a cidade nada deve. Das pequenas ruas e vielas da "Baixinha", sobra pouco. À noite, apenas uma trova do vento que passa, na voz grave do poeta.
O que não morreu foi este blog. Ainda há, quem zele por ele. Alguns amigos. Por aqui vão passando algumas postagens de qualidade, como é o caso desta. E isso anima a seguir em frente os que vão remando num caudal de amizade, cientes contudo, que tudo tem um fim. Desiludam-se, porém, os que já ouvem o bater de asas dos corvos da desgraça. O funeral está longe de ser para já. Por mim, tendo a consciência de que me estou a expor numa sociedade matreira e calculista, continuarei a escrever até que a mão me doa. Não virarei costas nunca, ao administrador deste espaço, porque a ele lhe devo muito, do reencontrar de amizades perdidas e momentos de convívio que se prolongam até hoje.
Um belo retrato da nossa cidade onde se via a correria das pessoas, onde a Baixa e a Baixinha fervilhavam de actividade comercial e que nesta altura morre aos poucos, que saudades deste tempo. Obrigada por este momento pois pude recordar os bons tempos de antigamente. Ana Maria.
Maginfico!
ResponderEliminarNão, não me apanharam nesta reportagem!
Mas reconheci o cego do acordeon!!! E as moedas caiam em bom rítmo!Não é como agora...forretas!
Quem ama Coimbra, quem respira Coimbra, não fica indiferente a este trabalho que o Paulo Moura partilha. Recordar a Coimbra daquela época. Dos elétricos do nosso contentamento, que percorriam o "canal", parando em frente ao "Nicola" e à Igreja de Santa Cruz. Tlim - tlim ...partida. O pulsar da urbe, a que assisti diariamente, durante quase uma década. A azáfama das pessoas, como formiguinhas laboriosas que se acotovelavam nos passeios. Era o bater de coração de uma cidade. Da nossa cidade. O aparecimento do invisual do acordeon, comoveu-me. Porque me recordo bem dele. Como recordo de lhe dar insignificantes moedas para o ajudar. Era um imperativo que a minha consciência exigia. Aquela Baixa morreu. Não morreu. Mataram-na na orgia das catedrais de consumo. Para trás, caídos no chão e desamparados, ficaram os comerciantes de porta aberta, da Baixa e da Baixinha, gente e lojas que eram património da cidade. A sua impressão digital, liderada por uma Torre que é sinónimo de Sabedoria. Eles, os comerciantes que viviam honestamente o seu dia a dia, foram varridos para o caixote do lixo das conveniências dos grandes monopólios, como se fossem proscritos a quem a cidade nada deve. Das pequenas ruas e vielas da "Baixinha", sobra pouco. À noite, apenas uma trova do vento que passa, na voz grave do poeta.
ResponderEliminarO que não morreu foi este blog. Ainda há, quem zele por ele. Alguns amigos. Por aqui vão passando algumas postagens de qualidade, como é o caso desta. E isso anima a seguir em frente os que vão remando num caudal de amizade, cientes contudo, que tudo tem um fim. Desiludam-se, porém, os que já ouvem o bater de asas dos corvos da desgraça. O funeral está longe de ser para já. Por mim, tendo a consciência de que me estou a expor numa sociedade matreira e calculista, continuarei a escrever até que a mão me doa. Não virarei costas nunca, ao administrador deste espaço, porque a ele lhe devo muito, do reencontrar de amizades perdidas e momentos de convívio que se prolongam até hoje.
Bem - hajas Paulo por este magnifico momento ...
Eu é que te agradeço pelas tuas palavras.
EliminarBom momento!
ResponderEliminarUm belo retrato da nossa cidade onde se via a correria das pessoas, onde a Baixa e a Baixinha fervilhavam de actividade comercial e que nesta altura morre aos poucos, que saudades deste tempo.
ResponderEliminarObrigada por este momento pois pude recordar os bons tempos de antigamente.
Ana Maria.
Gostei muito!
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