São os momentos de convívio, o desfiar de recordações, a alegria e boa disposição, a revisitação dos amigos, que me levam a ir a Coimbra de vez em quando. No domingo, uma vez mais, assim aconteceu, num ambiente que é um bálsamo para a vida infrene do dia a dia de Lisboa.
Sentei-me na esplanada do Samambaia ao lado dela, enquanto ia vendo chegar, um agora, outro daí a pouco, o Abílio e a Zeca, o Quito e a São, o Tó Ferrão e a Talinha, a Celeste e o Rafael, O Tonito, a Teresa, a Suzana, a Júlia Faustino, o Morais, a Olinda, o Alfredo e a Daisy, o Jorge Carvalho...
Pedi-lhe, sob o olhar atento do Quito que estava sentado à minha frente, que me guardasse o Expresso. Ela, simpática como sempre, deixou que lho colocasse ao colo. Sorri-lhe e, sentia o toque do meu braço no seu, numa intimidade disfarçada, que só ao Quito não passava despercebida.
A pretexto de que o sol a bater-lhe nas costas o incomodava, o Quito levantou-se e veio para o meu lado. Sensível como é, também ele gostava do seu ar elegante, do seu comportamento sossegado de alguém que é mais de ouvir do que falar. Retirou-lhe o Expresso do regaço, colocou-o no chão e perguntou-me se podia sentar-se ao colo dela!
Estupefacto, encolhi os ombros, acenei-lhe que sim, desde que ela não se importasse. Mas roído de ciúmes! Afinal aquela cadeira de alumínio, limpa, arejada, elegante, já fazia parte dos meus sonhos...
Rui Felício
Nem o alumínio te escapa, Rui Felício!
ResponderEliminarEscapa, escapa, querida São Rosas!
ResponderEliminarA quem não escapa é ao Quito...
Tu dás-lhe com o Expresso!
ResponderEliminarO brilho do alumínio dá nisto.
ResponderEliminarQuanto mais longe, mais loze.
Tonito.
Dois sedutores a disputarem um colo, mesmo à minha frente, e eu, ingénuo, não dei por nada!...
ResponderEliminarE depois os tarados somos nós!
ResponderEliminarO Rui, começa este texto, falando de algo que considero um bem precioso: a amizade. E é só por amizade e por sentimentos que lhe são muito particulares, que o Rui apanha o Alfa, depois de fazer 4O Km de carro até à gare do Oriente. O Rui precisa da Sua cidade, do seu Bairro e dos seus Amigos. Tal como eu. São 45O Km semanais ao encontro dos meus amigos e das minhas raízes. Desta vez, uma simples cadeira de alumínio, foi pretexto para mais um bem desenhado momento de prosa, e de como se pode construir algo do aparente nada. Quero aqui referir o grande convívio do almoço. Excelente camaradagem e repasto, diga-se. O Rui, que ficou à minha frente na mesa, começou com um vendaval de peripécias passadas no tempo no liceu D, João III, falando das particulidades de alguns professores daquela época, que foi de ir às lágrimas. Comigo e com o Jorge Carvalho a ajudar à festa, foi um belíssimo momento destes doze magníficos, que nos Fornos se juntaram. Eramos para ser 13, mas vá lá pá, o nosso Tonito tinha que fazer e rumou a casa. Foi pena. Rui, gostei do texto. Podes sentar-te no seu regaço, descansar o teu braço no braço dela e afagá-la públicamente, sem embaraço. Eu,vou fazer que não percebo essa intimidade. Vou colocar os óculos, limpando-os meticulosamente com um guardanapo de papel, e faço que estou a ler o teu Expresso. E peço uma bica escaldada ..
ResponderEliminarAbraço
Tudo o que luz te alumia...apaixonadamente!
ResponderEliminarPor isso,o olhar do Quito flamejava de ciúmes...
Amor,amor cadeiral...tão belo!
Obrigado Quito pela compreensão e pelo sacrifício que para ti tal representa.
ResponderEliminarSó à conta da nossa amizade, és capaz de prescindir das boas graças daquela cadeira de alumínio que a ambos nos fez bater o coração.
E não só a nós. Se bem te recordas, também o Rafael não resistiu a uma tentativa.
Vã, é verdade, porque indvertidamente, em vez de se sentar na cadeira, sentou-se ao meu colo...
É verdade Rui, o nosso preclaro administrador é um romântico. Dança a valsa com a leveza de uma pena de galinha e quando está mais carente, óscula-me a testa e chama-me "meu rico filho". Tem sobre nós a vantagem de viver numa rua que também já foi a tua e portanto vive perto DELA. Todas as imaculada manhãs vai ao Samambaia e senta-se no seu regaço. Geralmente por pouco tempo, dado o seu feitio irrequieto e os 35O almoços que tem para organizar ...
ResponderEliminarAmigo Quito,
ResponderEliminarAcabas de me chamar a atenção para algo que não me tinha ocorrido e que me deixa preocupado.
Acho que vou telefonar para o Samambaia para a retirarem para o armazém, de forma a protegê-la do assédio do Rafael...
Acho justo, Rui. Vamos namorar aquela cadeira a meias ...
ResponderEliminarHoje, logo pela manhã, fui tomar a minha bica ao Samambaia.
ResponderEliminarUma elegante e leve cadeira prateada estava recatada, num cantinho, separada das restantes.
Intrigada...
Finalmente o Rui e o Quito explicam a ciumeira! Entendo o sentimento saudoso da cadeira que terá
de esperar mais uma semana para rever e namorar os dois pinga-amores!
O Rafael, nem a ouve!!!
o Rafael, nem lhe dá calor.
Tu és demais Rui!!!!!!!
ResponderEliminarSem comentários........!!!!!!!!!
Só agora tive oportunidade de apreciar este texto do Rui Felício e portanto tentar meter a colher "nesta açorda" que por aqui vai!
ResponderEliminarPrimeiro sinto-me muito lisonjeado por fazer parte dos personagens que dão vida a esta "ciumeira" vinda da Ericeira e que anda à volta de uma cadeira!
Sou testemunha de que o Quito sentado a meu lado não me dava qualquer atenção, pois estava mais preocupado em poder ocupar a cadeira que o Rui tinha estratègicamente escolhido na esplanada, ou seja virado para a esplananada, donde podia observar sem esforço as entradas e saídas...mais interessantes, claro!
Assim que o telemóvel do Rui tocou, o Quito sorriu e pensou: é agora que vou ocupar a cadeira mais cobiçada!
O Rui foi atender a chamada(como é evidente, para longe...), mas deixou o saco com o Expresso a guardar a cadeira...
Pura ilusão!
O Quito saltou de imediato, passou pela minha frente, sem pedir licença e zás pega no saco do Expresso e senta-se na cadeira, que estava à sombra mas bem quente com o calor que o Rui lá deixara!
Deu um suspiro de satisfação pelo lugar alcançado e apropriou-se do Expresso cujo saco não largou mais...
Esta é a verdadeira estória!
Não havia nenhuma cadeira vazia ao lado do Rui!
As cadeiras posicionadas naquele lugar estratégico estão sempre ocupadas!
Mas como nos texto do Rui Felício há sempre alguma ficção...
Quanto ao almoço o meu sonotone não tem raio de acção suficiente para poder descortinar o teor das conversas com a TROICA!
Apenas registava as sonoras gargalhadas do Quito, tendo uma delas coincidido com a chegada da primeira garrafa de tinto, reserva de 2008!
Mais uma manhã bem passada na esplanada do Samambaia e uma almoçarada bem saborosa num restaurante com a patente de Sargento!
Ir para o café, pegar numa cadeira, mechê-la bem com o Expresso, acomodar bem o Quito e deixar-nos bem dispostos com uma ciumeira sem par, é preciso ter geito.
ResponderEliminarFelizmente que alguém põe os pontos nos ii.
ResponderEliminarDom Rafael, como lhe compete, tudo esclarece.
Há, no entanto, algo que aqui me escapa.
Qual o papel da Marcia no meio de toda esta história? Foi trocada, embora por uma pequena aventura de fim-de-semana, por uma jovem metálica.
Também é verdade que a Marcia, rapariga adulta e profunda conhecedora das fraquezas do seu apaixonado amigo, lhe voltaria a cair nos braços.
Como já caiu...
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O comentário feito só tem algum sentido para quem acompanha "os Contos do Rui FelÍcio".
Deixo este esclarecimento para quem possa pensar que eu sou parvo de todo.
Cá para mim, desculpem-me a vaidade, só sou meio-parvo...
Para todos, o meu abraço.
o Viana foi ao cerne da questao.
ResponderEliminarPor esta é que eu não esperava, Rui Felício a fazer horas extraordinárias.
ResponderEliminarQuero ver se vai entrar ao serviço à sua hora habitual...
Dom Rafael, cá para mim, ele quer aumento de ajudas de cuspo.
Merece!
Desde que não reduzas as minhas...
Amigo Carlos Viana,
ResponderEliminarOs meus horários mantêm-se. Esta madrugada, excepcionalmente, cheguei tarde a casa, espreitei como faço sempre antes de me deitar as mensagens no telemóvel e fiz aquele comentário do próprio telemóvel, sem sequer ter aberto o computador.
Por uma razão simples: é que de facto o teu espirito de observação, tocou num ponto importante. Continuo a gostar muito da Márcia, mas não desperdiço uma oportunidade quando uma bela e jovem cadeira de alumínio me lança olhares concupiscentes...
Amigo Rui Felício,
ResponderEliminarTelemóvel que recebe comentários, telemóvel que envia comentários...
O meu só recebe e envia mensagens.
Modernices...
Mas, indo ao cerne:
Márcia - porque nasceu em Março, certo?
Dominga - porque, de quando em vez, nasce ao domingo, certo?
Sábada - que será filha da Dominga, e que nos juntará em breve, lançando-nos olhares concupiscentes...
Até lá, aquele abraço.