A primeira vez que andei numa bicicleta teria para aí 6 ou 7 anos.
Foi assim:
Quando era criança e vivia em Quiaios ia pelo menos uma vez por mês com os meus pais a uma das feiras mensais que se realizavam nas redondezas: Maiorca, Ferreira-a-Nova ou Tocha. A finalidade era vender produtos agrícolas ou animais adultos (bois ou porcos) e comprar sementes, alfaias ou animais para criar: leitões ou bezerros.
Num dos dias em que ia à feira da Ferreira com os meus pais, passou por nós o meu padrinho, soldado da GNR, montado na sua bicicleta enorme, roda 28. Ofereceu-me boleia e aceitei, montando à sua frente, no quadro da bicicleta. Foi a primeira vez que montei uma bicicleta.
Arrancámos, ele lá foi pedalando enquanto eu ia todo impante, a caminhar sentado, sem esforço, até que surgiu uma subida. Aguentou a pedalar o máximo que pôde mas não evitou ter que parar para, enquanto fosse a subir, levar a bicicleta à mão. No momento em que parou desequilibrámo-nos e malhámos ambos no chão.
Arrancámos de novo e quando chegámos a nova subida a bicicleta ia perdendo a direção e o equilíbrio, à medida que perdia velocidade. Outra queda.
Novo troço a pé e novo arranque. Até à subida seguinte. Quando o meu padrinho começava a pedalar com esforço e a bicicleta começava a perder velocidade era logo eu quem acabava por provocar o desequilíbrio, inclinando-me para cair. E lá fomos de novo ao chão.
Quando, depois, via nova subida lá ao longe começava logo a preparar-me mentalmente para mais uma queda, pois chegara à conclusão de que cair era a única forma de descer da bicicleta quando esta levava mais do que uma pessoa.
Até à feira foram umas 7 ou 8 quedas. Já ia com o corpo todo dorido e cheio de escoriações nos joelhos e nos cotovelos. Creio que o meu padrinho não ia melhor, pois algumas vezes era eu e a bicicleta a cair em cima dele.
Cheguei à feira antes dos meus pais. Quando eles chegaram e contei ao meu pai o martírio por que tinha passado e que nunca mais queria andar de bicicleta, ele disse-me. É uma pena. O teu padrinho é muito boa pessoa mas tem esse defeito de se embebedar logo pela manhã!
O trauma foi grande. Só aprendi a andar de bicicleta quando tinha para aí uns 15 anos.
António Pimpão
Gostei de tomar conhecimento desta tragédia ciclista.
ResponderEliminarO que faziam as manhãs do padrinho.
Um abraço.
SOU EU.
EliminarTonito.
Ah! és tu! Justificação aceite por unanimidade!
EliminarAchei graça a esta artigo de António Pimpão. De bicicletas e quedas aparatosas também tive o meu Calvário. Mas nunca parti nenhum osso. Quem se partia a rir era o Cordeiro das bicicletas, por detrás do Hotel Astória, que via a sua conta - corrente a engordar à custa da minha "pasteleira". Memórias ...
ResponderEliminarPois a primeira vez foi quando roubei a bicla ao meu pai(tinha ido de troley p/PSP) e comecei a "viagem" emfrente ao portão do tozé grande(Viegas) entreiao lado da praça dos baloiços mas aparec eu um carros la no fundo e tentei dar a volta para ba rua do "barriga dá horas e não consegui!!!.., pois fui de frente contra a curva e um "furito" que foram dois.., peguei nela e fui a correr por a bicla na garagem e o pior era que o meu entrava ás 5 da manhã na PSP da baixa e antes de ir a pé levei um arraial de porrada!!!.., não sei se o Ni ou o Tozé Couceiro acordaram e famílias, claro!!!
ResponderEliminarFernando AZENHA
Diverti-me a ler. Coitadinha da criança, na altura ainda não havia balão...
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