quinta-feira, 26 de junho de 2014

MISTÉRIOS DA SERRA DO GERÊS....

...Parte I- dois violinos no telhado?

Parte II- Será preciso a ajuda de um Sherloch Hommes

Mistério na serra do Gerês

 Decorria então o mês de Junho.  A noite não estava tão quente como seria habitual nesta altura do ano.  O jantar, esse deu para aquecer. Comeu-se bem,  bebeu-se melhor e a companhia trouxe calor ao coração. Daí a decisão de um passeio a pé para esticar as pernas e apanhar o ar fresco da serra. 
A jornada não seria fácil,  diziam uns. A rua era íngreme e é sabido que para baixo todos os santos ajudam mas quando se trata do regresso todos eles viram as costas. Por outro lado os mais habituados a estes exercícios pedestres afirmavam que não,  que até se faria com uma perna às costas. Venceram os optimistas. 
Chegados à vila tudo se tornou mais fácil. O ritmo cardíaco foi diminuindo e curiosamente o passo também. Foi o que sucedeu com duas das "meninas" que,  distraídas com a conversa foram ficando para trás. 
Quando deram conta  o resto do grupo já ia lá muito longe. Olharam para o alto da montanha onde estaria a caminha tão apetecível àquela hora e resolveram anunciar que a "promessa" tinha sido cumprida e que iam voltar para trás. 
E ficaríamos por aqui se não fosse um cavalheiro armado em cavaleiro medieval, ter-se lembrado "O quê,  a minha donzela vai por aí acima,  de noite, por esses caminhos desertos,  sujeita a sair-lhe ao caminho um qualquer bandido que a leva para longe de mim?" E, sacando do seu bombo como se de uma espada se tratasse disse:"Vou atrás dela! " Mas eis que outro cavalheiro agora imbuído de um espírito assaz solidário,  e não tendo outra arma senão o flash da sua inseparável máquina fotográfica decidiu:" Eu vou contigo e alumiar-te-ei nessa escuridão! "
E foram. Mas das donzelas nem o menor rasto. Onde se teriam elas metido?
E os destemidos cavaleiros defensores de donzelas? Ter-se-iam perdido por essas ruas e ruelas da vila desconhecida?  
Não se sabe.  O certo é que chegaram cansados, a frustração estampada no rosto, o bombo silencioso arrastado pelo chão e o flash completamente destruido.



foto e texto de TiTá

23 comentários:

  1. Excelente a foto e um texto bem elaborado sobre um facto que aconteceu...mas que ainda estou à espera do relatório da equipa do Sherloch, para que me tire todas as dúvidas!!!
    O Manel diz que ainda hoje não dorme bem a pensar no mistério...

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    1. Nem dorme nem me deixa dormir com tanta volta que dá na cama. Pensa e dá uma volta, depois deita-se e de braços erguidos aos céus grita: mas como ter-se-à dado este desaparecimento? Levanta-se e vai ao computador, quiçá para obter algum esclarecimento. Mas nada... nem as novas tecnologias o ajudam. Entretanto eu rosno e digo- deita-te Manel e vem mas é tratares das tuas obrigações mas nada o faz aquietar-se. Será que temos que tentar comprar a verdade? Esperemos pelo próximo episódio e talvez vejamos alguma luzinha ao fundo do Gerês.

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  2. Menina Titá boa foto e belo texto.
    Um Abraço.
    Tonito.

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  3. Imagino o desespero do "Bombeiro" e do "Flasheiro"!
    Ao menos, no Picadeiro do Bairro, ninguém ficava para trás...

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  4. O violino, não me admirava que estivesse no telhado, mas a violina não era donzela para isso!...

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  5. As noites pelas serranias trazem muitas vezes mistérios insondáveis, tal como o descrito pela Titá!
    O passeio tão agradável, tão inspirado por memórias de antanho, os sorrisos brilhavam nos olhos das donzelas, caminhando lentamente pelo caminho descendente.
    Eis senão quando são sobressaltadas....
    As expressões intrigantes e algo desconfiadas dos companheiros de jornada, deixaram-nas perplexas!
    Os cavaleiros andantes não se conformavam e reagiam como pondo em dúvida o comportamento impecável das donzelas.
    Manias, dos castelões e dos seus amos....
    O Mistério da Serra do Gerês mantém-se assim no segredo dos deuses e dificilmente se irá descobrir.
    Sempre gostei de mouras encantadas!

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    1. No meu caso, as três Mouras é que me encantam...

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    2. Ao comentar logo pensei nas tuas mouras!

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    3. Estas mouras são muito engraçadinhas e gostam de despedaçar corações. Cuidado porque o flasheiro é muito sabido como puderam ver lá pelas serrarias. Conhece todos os cantos e buracos!

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  6. Os " pardais de telhado" muito melhores que violinos!
    A Titá inspirou-se na Maluda e fez um clique formidável.

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  7. Gostei de ler pois transmite-nos boa disposição. Pobre dos cavaleiros que ficaram totalmente descobertos por actos tão arrojados.

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  8. Que interessante Titá a leitura que proporcionaste num texto tão misterioso e na qual eras uma das donzelas....Mistério que nunca saberemos nós os ausentes e pelos vistos nem os presentes!
    Boa fantasia e boa fotografia com "os castelões" nas alturas.........

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  9. O mistério é denso.
    Normalmente o mordomo é o principal suspeito mas, neste caso, as mordomias são outras, como podem observar vossas senhorias.
    Confesso meu embaraço quanto à autoria.
    De Simenon não se trata,pois o traço é feminino e Agatha Christie, também não me parece já que o diálogo não acontece.
    É da nossa Titá Quaresma, mestre na escrita como eu já sabia.

    Nota :Desculpem qualquer coisinha, é do adiantado da hora. Deixei de andar nestes fusos e estou desabituado.

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  10. A Titá teve o condão de prender o leitor ao texto. Um texto bem humorado.De facto, o mistério é denso, como diz o Viana. Do bombo de Lavacolhos e do homem da máquina fotográfica, há um cheirinho de quem possam ser. Sobretudo o do bombo...

    A foto da Titá também está muito engraçada, com os Castelões com um ar feliz. Pudera !!!

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  11. Titá que maravilha teres podido elaborar este magnifico texto ,sobre a noite que parecia mais de fantasmas,mas acabando com todos ás gargalhadas.Queria mais uma vez expressar quanto eu e a Ana gostamos de conviver com todos no nosso "ninho" com o Duarte á mistura ,não vai ser fácil esquecer.....A foto dos nossos amigos Celeste e Rafael traduz bem como nós fazíamos as nossas comunicações ,lembrando um colégio interno..Para o Jaime um abraço e para ti Titá aquele beijo.
    Ana e Carlos

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    1. Gostastes de conviver?!!.., pois eu também adoraria e ninguém me chamou. Obrigado Freire
      Fernando AZENHA

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    2. Nós também agradecemos e continuamos a sentir o carinho com que nos receberam em vossa casa e a atenção que nos deram durante todo o dia. Beijo grande e mais uma vez muito obrigada

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  12. Pois foi mesmo uma grande jornada, que começou logopem Braga!!!!
    Também nós agradecemos a maneira como nos recebemos em vossa casa!
    E ainda conhecemos o vosso neto Duarte!
    Um abraço

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    1. Era chamarem-me e tinham a mesma atenção. Tanto tenho dito(no café aí no bairro) que quando fossem a Braga tinham sempre á espera a minha casa e família.
      Fernando AZENHA

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  13. Ainda bem que gostaram da foto e do texto que cumpriu o seu objectivo: manter vivo o mistério.
    Mas o mais importante foi realmente a bela recepção em Braga ( excepto aquela coisa da água, Carlinhos!😕) os passeios, o convivio e as sonoras gargalhadas que tão bem fazem à alma ( e, segundo dizem, ao fígado). Oxalá possa participar na próxima. 😊

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  14. Sim, sim, o mistério continua bem vivo...
    Ainda ontem no Talasnal o Manel diz-me que ainda não consegue dormir...
    Diz mesmo que é necessário reconstruir no terreno toda esta história!!!!

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