O meu lavacolhos aconseljou-me a sentar-me um pouco...Nem ele está habituado a tamanha perfomance. Nasceu em dias calmos lá para os lados do Fundão com assistência ao parto do Quito, que como sabes só sabe andar num compasso de uma A8 ou A13!.Mias repousante em compasso binário! O Pedro anda só em compasso quatrenário, allegro apressado! Fruto da barragem da Aguieira!
Local muito aconchegadinho. Muita música para alegrar a malta. Viva a alegria.
Vou-vos contar uma, contra meus hábitos: já há muitas horas que escrevi este comentário e depois fechei o blogue. Ou despareceu, ou não o lancei. Ai esta idade de ouro!:)
Sabes? Desde a primeira vez – início deste ano – que acessei o blog Persuacção, o qual me deu link direto ao blog Encontro de Gerações e, ainda, a Charamela da ConfraRia Tuna Meliches, tenho resistido ao ímpeto de fazer certo comentário, até mesmo porque não me sentia à vontade – e nem com liberdade – para tal.
Mas, agora, teu comentário, que reforça o que há tempos venho resistindo em comentar, me deu essa “coragem”. E já irás me entender.
Não sei precisar, mas creio ter sido em 2008, quando eu ainda acessava um jornal on-line, de Portugal, li acerca do resultado de um estudo realizado por um especialista, salvo engano da Universidade de Coimbra. O estudo se baseava na análise do comportamento do povo europeu diante de várias situações/circunstâncias.
Àquela oportunidade, eu já mantinha relação de amizade com algumas pessoas de Lisboa, Oeiras e da Ilha de Tavira, além de outro,que é português, mas reside em Londres, com a família. Pois bem. Após ler a matéria, não me contive e escrevi ao jornal, questionando a pesquisa. Ainda mais, o título da matéria – na minha opinião – ainda mais enfocava o resultado “negativo” sobre o comportamento dos portugueses. Dizia mais ou menos isso: “Portugueses são o povo mais menos de toda a Europa”, o que me chamou à atenção foi o “mais menos”.
Segundo a matéria, eram os mais insatisfeitos com a política, os que tinham menos prazer na relação sexual, menos insatisfeitos com a família e por aí afora. Dizia, ainda, que o jovem português saia de casa muito tarde para ter a sua própria família. Enfim, tudo que era de “menos”, o estudo atribuiu aos portugueses.
Não sei se esse estudo teve alguma relação com outro, feito pela European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions, da Comissão Europeia, o qual também concluía que “o índice de felicidade para os portugueses situa-se nos 6,6 pontos, numa escala de 0 a 10. Atrás de Portugal apenas se encontram a Bulgária (5,8) e Macedónia (6,3)”. E que, ainda, “no índice de satisfação com a vida, Portugal apresenta o quinto pior resultado (6,2), a par da Turquia e apenas à frente da Bulgária, Macedónia, Hungria e Letónia”, e que “Portugal é também, a par de Itália e França, um dos três países da Zona Euro em que mais de metade dos inquiridos diz estar pessimista quanto ao futuro”.
Quando escrevi ao jornal , que divulgou a matéria, deixei claro que a pesquisa, por outro lado, não avaliou o bom humor, o romantismo e cavalheirismo dos portugueses, porque, apesar do número não muito expressivo – àquela época – de amizades com o povo daí, eu fiquei enormemente chateada, porque as pessoas que eu conhecia eram (e são!) totalmente contrárias ao resultado do tal estudo. São bem felizes, embora insatisfeitas – tal como eu e muitos brasileiros – com o governo, políticos etc.
E, agora, conhecendo, embora virtual, essa malta, também várias vezes me vinha à mente fazer este comentário: “Qual crise? Haja alegria e disposição para levarem a vida da melhor maneira possível”. Só vejo vocês saboreando deliciosos pratos, cantando, andando, caminhando, viajando – um casal até foi ao Nepal!
Viajam festejam, riem, param...comem. Caminham, comem. Até um cachorrinho querido está na festança.
Quer saber? A pesquisa que se dane. Acho vocês... essa turma toda... uma cambada de gente de muito bem com a vida!
Portugal, não é uma procissão de vencidos da vida. Nem de defuntos.Portugal, neste recanto da Europa, é um povo dócil, hospitaleiro, amigo de festas que se estendem de norte a sul de Portugal.
Festas populares de grande cor e impacto, seja da Festa Senhora da Agonia de Viana do Castelo, às Festas Gualterianas de Guimarães, a Festa da Flor ,de Campo Maior ou ao Carnaval de Loulé. E tantas outras.
Portugal é um país com História. Uma saga de gente audaz, que já no século XV, se metia em pequenas naus, procurando outros mundos. Feito relevante, para um pequeno povo de um pequeno país. Pequeno em tamanho, mas não na dimensão humana e heróica das suas gentes. Portugal tem muito para visitar. Vetustos monumentos e um Fundador da Nação, que repousa em Coimbra, na Igreja de Santa Cruz - Dom Afonso Henriques.
Como por todo o mundo, temos problemas. Problemas sociais, bolsas de pobreza. E, tal como o Brasil, riquezas obscenas de algumas barões que por aqui habitam. Mas, na generalidade, o povo português é alegre. E gosta de futebol, que vive com paixão clubista.Talvez menos exuberante que o povo brasileiro, mas somos um povo bem disposto, que por vezes até brinca até com os seus próprios problemas ou fragilidades. Talvez a forma mais superior de humor, quando nos conseguimos caricaturar a nós próprios . Somos um povo que gosta de gastronomia, que é bem diversificada. Gosta de música, seja ele popular ou, em espaços mais reservados, na sua expressão mais erudita.
Falar de cultura, nem me atrevo. Mas sempre vou lembrando Maria João Pires ou Fernando Lopes Graça. Eça de Queiroz ou Alexandre Herculano. Vieira da Silva ou Paula Rego. E tantos, tantos outros.
Nós, os portugueses, temos sabido viver e suplantar as nossas adversidades. Sabemos chorar. Mas também sabemos rir. Rir muito. Até do Destino. Como diz a letra do nosso Hino Nacional, somos um NOBRE POVO.
De facto, é transversal aos séculos, com altos e baixos, a aventura portuguesa dentro de fronteiras e no mundo. E nós, este pequeno núcleo de amigos, estamos de coração aberto. E "Chama a Mamãe" tem bem a prova, de que não somos uns caras de pau. Por vezes, por aqui, até se fala de coisas mais sérias. Porque a vida não é só fado ou samba. Por vezes, é preciso parar e escutar o que nos diz o coração. E a Razão.
O Quito é uma espécie de Camões dos tempos modernos. Eu é que, dos Lusíadas, só gosto do canto IX... "melhor é experimentá-lo do que julgá-lo... e julgue-o quem não pode experimentá-lo"... e sim, sim, o Camões estava a falar dos portuguesinhos na Ilha dos Amores, prenda dos deuses para a maltinha das caravelas. (quero ver se o ginecologista tem coragem de censurar esta demonstração de cultura... erótica...)
Bonita esta troca de opiniões entre o Quito e " Chama a mamãe". Do Fado ao Vira, os portugueses vivem as suas tradições e os seus sentimentos! Há certos estudos que parecem formatados consoante quem os faz ou seja, recolhem elementos num universo restrito e não se documentam devidamente.
É mesmo um luxo! Ou Eça é que é Eça, como refer o Quito... Os dois textos de Chama a Mamãe e Quito são duas peças literárias, que apenas posso registar para memória futura. Se acrescento alguma coisa sujeito-me a "borrar a pintura" Tudo isto que se vai passando por aqui em postagens e comentários as agências literárias que que superintendem na classe bloguista, não demora que dêm nota AAAAA, e retirem a classificação de "espécie de blog"!!!! (mesmo com ajudas de cus(t)po em atrazo...mas pouco. Chama a Mamãe não sabe o que isto sigifica e é melhor que não saiba, porque ajudas de cus(t)po em reais..Deus mi livre!!!!
Dom Rafael, Eu gostaria tê-lo conhecido bem antes, juntamente com sua digníssima, Celeste Maria. Mas, como sempre digo: nunca é demais tarde para se fazer novos amigos. Aproveito para agradecer honrado convite.
São,tu és como rosas... (mas as rosas eu não aprovo que sejam cortadas dos galhos das roseiras... aliás, nenhuma flor deveria ser extirpada de suas raízes). Rosas são para enfeitar, não para depois serem jogadas, secas...no lixo. Se querem me oferecer rosas... deem-me em um vaso, com terra e raízes.
Assim és tu, São. Jamais ousem cortar tuas "criações" e teu bom humor. Afinal, vocês todos me parecem "rosas" bem fincadas ao chão, brotando a cada dia.
És um real aldrabão, a mim não me enganas tu, denuncio-te publicamente, a mim só me pagaste nos primeiros meses, depois vieste com a conversa da crise e blá, blá, Mas não é com blás-blás que eu pago ao merceeiro. Só porque isto é mesmo uma espécie de blogue é que não te lanço com uma OPA hostil para cima. Mas, qualquer dia, de uma penhora não te livras.
Continuo a preferir o canto IX dos Lusíadas. Toma lá excertos:
41
"Ali, com mil refrescos e manjares, Com vinhos odoríferos e Rosas, [vês? Estou em todas!] Em cristalinos paços singulares Formosos leitos, e elas mais formosas; Enfim, com mil deleites não vulgares, Os esperem as Ninfas amorosas, De amor feridas, para lhes entregarem Quanto delas os olhos cobiçarem.
81
"Nesta esperança só te vou seguindo: Que, ou tu não sofrerás o peso dela, Ou na virtude de teu gesto lindo Lhe mudarás a triste e dura estrela: E se se lhe mudar, não vás fugindo, Que Amor te ferirá, gentil donzela, E tu me esperarás, se Amor te fere: E se me esperas, não há mais que espere."
82 (quando as ninfas fogem - ou fingem que fogem - dos Lusos)
Já não fugia a bela Ninfa, tanto Por se dar cara ao triste que a seguia, Como por ir ouvindo o doce canto, As namoradas mágoas que dizia. Volvendo o rosto já sereno e santo, Toda banhada em riso e alegria, Cair se deixa aos pés do vencedor, Que todo se desfaz em puro amor.
83
Ó que famintos beijos na floresta, E que mimoso choro que soava! Que afagos tão suaves, que ira honesta, Que em risinhos alegres se tornava! O que mais passam na manhã, e na sesta, Que Vénus com prazeres inflamava, Melhor é experimentá-lo que julgá-lo, Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo. (estes dois versos não só são eróticos como são um princípio de vida para mim)
Camões... dispensa comentários. Quem não faz referências, sempre, a Camões?!
Também gosto de Fê Pessoa (carinhosamente o chamo assim, quando a ele me refiro). Aliás, particularmente, gosto desta frase: "A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida."
Como sou uma romântica incorrigível... e "dobrado", como uma menina sapeca dias desses me classificou...Ainda escrevo cartas de amor, e não me considero ridícula! Parafraseando Fernando Pessoa, ridículas são as pessoas que nunca escreveram cartas de AMOR.
Obrigado Chama a Mamãe. Cada comentário nos mostra sempre um pouco mais de você! Empreguei a palavra você, embora por aqui não seja muito utilizada...mas penso ser mais corrente na conversação brasileira.Será assim ou estou "metendo água"...? "metendo água"= besteira!
Ah, sim. Você, tu...aqui tem mesmo sentido. Apesar do blog ter sido "Chama a Mamãe" - nem sei bem o motivo rssss.... podes (podem) me tratar por tu, você...na boa, ok?
JUR(ist)A!!!! HUM! Já desconfiava. Os pareceres estavam sempre muito bem fundamentados! Agora meus amigos , agora nada de "espécie de blog". Virar o bico ao prego e será blog com muita especi(e)alidade cultural/informativa/recreativa!!!
A Celeste Maria esteve a filmar e depois teve que comer sozinha...
ResponderEliminarJá tinha comido...provado da posta arouquense!!!
EliminarEra muito alimento para o jantar...
EliminarMas o taparwer...agora é que vai saber às mil maravilhas!
Não é um qualquer "bombista" que acompanha a pedalada do Pedro Concertinas!!!Suei as estopinhas!!!
ResponderEliminarO meu lavacolhos aconseljou-me a sentar-me um pouco...Nem ele está habituado a tamanha perfomance. Nasceu em dias calmos lá para os lados do Fundão com assistência ao parto do Quito, que como sabes só sabe andar num compasso de uma A8 ou A13!.Mias repousante em compasso binário!
ResponderEliminarO Pedro anda só em compasso quatrenário, allegro apressado! Fruto da barragem da Aguieira!
A culpa foi nossa, por não termos preparado nada. Assim, olha... fomos todos atrás do acordeão novo com teclas de sustenidos douradas.
ResponderEliminarSustenidos da marca Triunfh!
ResponderEliminarEitaaaa vidão!
ResponderEliminarSofre-se muito...
EliminarAdega Leite ! Esta está boa.
EliminarSe não me engano o seu nome era o "O Comboio da Adémia".
Entre um e outro, venha o diabo e escolha...
Há uns 15 ou 20 anos, era "Adêmea".
EliminarOntem perguntei a razão do nome: foi quem comprou aquilo, que era de apelido Leite.
Local muito aconchegadinho. Muita música para alegrar a malta. Viva a alegria.
ResponderEliminarVou-vos contar uma, contra meus hábitos: já há muitas horas que escrevi este comentário e depois fechei o blogue. Ou despareceu, ou não o lancei. Ai esta idade de ouro!:)
Deve ser do Leite. Cai mal. :O)
ResponderEliminarPor isso nunca haveria problemas. Eles fazem muitas qualidades de leite.Temos que nos ir habituando.
EliminarEsta malta, para os ver felizes, é terem o instrumento na mão e um prato encostado aos queixos. Crise ???? Qual crise ?????
ResponderEliminarMas olha que o Rafael bombou tanto que até me admiro como o braço dele não voou com a maceta pela sala!
EliminarOlá Quito,
EliminarSabes? Desde a primeira vez – início deste ano – que acessei o blog Persuacção, o qual me deu link direto ao blog Encontro de Gerações e, ainda, a Charamela da ConfraRia Tuna Meliches, tenho resistido ao ímpeto de fazer certo comentário, até mesmo porque não me sentia à vontade – e nem com liberdade – para tal.
Mas, agora, teu comentário, que reforça o que há tempos venho resistindo em comentar, me deu essa “coragem”. E já irás me entender.
Não sei precisar, mas creio ter sido em 2008, quando eu ainda acessava um jornal on-line, de Portugal, li acerca do resultado de um estudo realizado por um especialista, salvo engano da Universidade de Coimbra. O estudo se baseava na análise do comportamento do povo europeu diante de várias situações/circunstâncias.
Àquela oportunidade, eu já mantinha relação de amizade com algumas pessoas de Lisboa, Oeiras e da Ilha de Tavira, além de outro,que é português, mas reside em Londres, com a família.
Pois bem. Após ler a matéria, não me contive e escrevi ao jornal, questionando a pesquisa. Ainda mais, o título da matéria – na minha opinião – ainda mais enfocava o resultado “negativo” sobre o comportamento dos portugueses. Dizia mais ou menos isso: “Portugueses são o povo mais menos de toda a Europa”, o que me chamou à atenção foi o “mais menos”.
Segundo a matéria, eram os mais insatisfeitos com a política, os que tinham menos prazer na relação sexual, menos insatisfeitos com a família e por aí afora. Dizia, ainda, que o jovem português saia de casa muito tarde para ter a sua própria família. Enfim, tudo que era de “menos”, o estudo atribuiu aos portugueses.
Não sei se esse estudo teve alguma relação com outro, feito pela European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions, da Comissão Europeia, o qual também concluía que “o índice de felicidade para os portugueses situa-se nos 6,6 pontos, numa escala de 0 a 10. Atrás de Portugal apenas se encontram a Bulgária (5,8) e Macedónia (6,3)”. E que, ainda, “no índice de satisfação com a vida, Portugal apresenta o quinto pior resultado (6,2), a par da Turquia e apenas à frente da Bulgária, Macedónia, Hungria e Letónia”, e que “Portugal é também, a par de Itália e França, um dos três países da Zona Euro em que mais de metade dos inquiridos diz estar pessimista quanto ao futuro”.
Quando escrevi ao jornal , que divulgou a matéria, deixei claro que a pesquisa, por outro lado, não avaliou o bom humor, o romantismo e cavalheirismo dos portugueses, porque, apesar do número não muito expressivo – àquela época – de amizades com o povo daí, eu fiquei enormemente chateada, porque as pessoas que eu conhecia eram (e são!) totalmente contrárias ao resultado do tal estudo. São bem felizes, embora insatisfeitas – tal como eu e muitos brasileiros – com o governo, políticos etc.
E, agora, conhecendo, embora virtual, essa malta, também várias vezes me vinha à mente fazer este comentário: “Qual crise? Haja alegria e disposição para levarem a vida da melhor maneira possível”. Só vejo vocês saboreando deliciosos pratos, cantando, andando, caminhando, viajando – um casal até foi ao Nepal!
Viajam festejam, riem, param...comem. Caminham, comem. Até um cachorrinho querido está na festança.
Quer saber? A pesquisa que se dane. Acho vocês... essa turma toda... uma cambada de gente de muito bem com a vida!
Baita beijo daqui!
"Chama a Mamãe"
ResponderEliminarPortugal, não é uma procissão de vencidos da vida. Nem de defuntos.Portugal, neste recanto da Europa, é um povo dócil, hospitaleiro, amigo de festas que se estendem de norte a sul de Portugal.
Festas populares de grande cor e impacto, seja da Festa Senhora da Agonia de Viana do Castelo, às Festas Gualterianas de Guimarães, a Festa da Flor ,de Campo Maior ou ao Carnaval de Loulé. E tantas outras.
Portugal é um país com História. Uma saga de gente audaz, que já no século XV, se metia em pequenas naus, procurando outros mundos. Feito relevante, para um pequeno povo de um pequeno país. Pequeno em tamanho, mas não na dimensão humana e heróica das suas gentes. Portugal tem muito para visitar. Vetustos monumentos e um Fundador da Nação, que repousa em Coimbra, na Igreja de Santa Cruz - Dom Afonso Henriques.
Como por todo o mundo, temos problemas. Problemas sociais, bolsas de pobreza. E, tal como o Brasil, riquezas obscenas de algumas barões que por aqui habitam. Mas, na generalidade, o povo português é alegre. E gosta de futebol, que vive com paixão clubista.Talvez menos exuberante que o povo brasileiro, mas somos um povo bem disposto, que por vezes até brinca até com os seus próprios problemas ou fragilidades. Talvez a forma mais superior de humor, quando nos conseguimos caricaturar a nós próprios . Somos um povo que gosta de gastronomia, que é bem diversificada. Gosta de música, seja ele popular ou, em espaços mais reservados, na sua expressão mais erudita.
Falar de cultura, nem me atrevo. Mas sempre vou lembrando Maria João Pires ou Fernando Lopes Graça. Eça de Queiroz ou Alexandre Herculano. Vieira da Silva ou Paula Rego. E tantos, tantos outros.
Nós, os portugueses, temos sabido viver e suplantar as nossas adversidades. Sabemos chorar. Mas também sabemos rir. Rir muito. Até do Destino. Como diz a letra do nosso Hino Nacional, somos um NOBRE POVO.
De facto, é transversal aos séculos, com altos e baixos, a aventura portuguesa dentro de fronteiras e no mundo. E nós, este pequeno núcleo de amigos, estamos de coração aberto. E "Chama a Mamãe" tem bem a prova, de que não somos uns caras de pau. Por vezes, por aqui, até se fala de coisas mais sérias. Porque a vida não é só fado ou samba. Por vezes, é preciso parar e escutar o que nos diz o coração. E a Razão.
Um abraço amigo
Tem dias, Quito, tem dias...
EliminarComo diz a Celeste Maria, siga o baile...
EliminarO Quito é uma espécie de Camões dos tempos modernos. Eu é que, dos Lusíadas, só gosto do canto IX... "melhor é experimentá-lo do que julgá-lo... e julgue-o quem não pode experimentá-lo"... e sim, sim, o Camões estava a falar dos portuguesinhos na Ilha dos Amores, prenda dos deuses para a maltinha das caravelas.
Eliminar(quero ver se o ginecologista tem coragem de censurar esta demonstração de cultura... erótica...)
E tanto é um povo de feitos, que assim continua.
EliminarDomingo, à noite, assistindo ao Programa Fantástico, lá estava mais uma de português:
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/11/portugues-reinventa-roda-de-bicicleta-e-promete-menor-fadiga-muscular.html
Não poderias ter dito melhor.
ResponderEliminarAntes, já tinha essa opinião. Agora, só reforçada.
Bonita esta troca de opiniões entre o Quito e " Chama a mamãe".
ResponderEliminarDo Fado ao Vira, os portugueses vivem as suas tradições e os seus sentimentos!
Há certos estudos que parecem formatados consoante quem os faz ou seja, recolhem elementos num universo restrito e não se documentam devidamente.
Abraços e siga o baile!
E não há maior luxo do que termos uma advogada amiga em plena Amazónia!
ResponderEliminarÉ mesmo um luxo! Ou Eça é que é Eça, como refer o Quito...
EliminarOs dois textos de Chama a Mamãe e Quito são duas peças literárias, que apenas posso registar para memória futura. Se acrescento alguma coisa sujeito-me a "borrar a pintura"
Tudo isto que se vai passando por aqui em postagens e comentários as agências literárias que que superintendem na classe bloguista, não demora que dêm nota AAAAA, e retirem a classificação de "espécie de blog"!!!! (mesmo com ajudas de cus(t)po em atrazo...mas pouco.
Chama a Mamãe não sabe o que isto sigifica e é melhor que não saiba, porque ajudas de cus(t)po em reais..Deus mi livre!!!!
Dom Rafael,
EliminarEu gostaria tê-lo conhecido bem antes, juntamente com sua digníssima, Celeste Maria.
Mas, como sempre digo: nunca é demais tarde para se fazer novos amigos.
Aproveito para agradecer honrado convite.
São,tu és como rosas...
Eliminar(mas as rosas eu não aprovo que sejam cortadas dos galhos das roseiras... aliás, nenhuma flor deveria ser extirpada de suas raízes).
Rosas são para enfeitar, não para depois serem jogadas, secas...no lixo.
Se querem me oferecer rosas... deem-me em um vaso, com terra e raízes.
Assim és tu, São. Jamais ousem cortar tuas "criações" e teu bom humor. Afinal, vocês todos me parecem "rosas" bem fincadas ao chão, brotando a cada dia.
(como dizes:não te baldes... rsss) :-)
És um real aldrabão, a mim não me enganas tu, denuncio-te publicamente, a mim só me pagaste nos primeiros meses, depois vieste com a conversa da crise e blá, blá,
EliminarMas não é com blás-blás que eu pago ao merceeiro.
Só porque isto é mesmo uma espécie de blogue é que não te lanço com uma OPA hostil para cima. Mas, qualquer dia, de uma penhora não te livras.
Bora deixar aqui os posts tóxicos e criamos um Novo Blog?
EliminarE concordo contigo, Mamãe. Que jamais me cortem o galho!
EliminarMolhadinha? Perdeste o chapéu de chuva que te recetei na última consulta??
ResponderEliminarPara mim Camões é por aqui..
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Continuo a preferir o canto IX dos Lusíadas.
ResponderEliminarToma lá excertos:
41
"Ali, com mil refrescos e manjares,
Com vinhos odoríferos e Rosas, [vês? Estou em todas!]
Em cristalinos paços singulares
Formosos leitos, e elas mais formosas;
Enfim, com mil deleites não vulgares,
Os esperem as Ninfas amorosas,
De amor feridas, para lhes entregarem
Quanto delas os olhos cobiçarem.
81
"Nesta esperança só te vou seguindo:
Que, ou tu não sofrerás o peso dela,
Ou na virtude de teu gesto lindo
Lhe mudarás a triste e dura estrela:
E se se lhe mudar, não vás fugindo,
Que Amor te ferirá, gentil donzela,
E tu me esperarás, se Amor te fere:
E se me esperas, não há mais que espere."
82 (quando as ninfas fogem - ou fingem que fogem - dos Lusos)
Já não fugia a bela Ninfa, tanto
Por se dar cara ao triste que a seguia,
Como por ir ouvindo o doce canto,
As namoradas mágoas que dizia.
Volvendo o rosto já sereno e santo,
Toda banhada em riso e alegria,
Cair se deixa aos pés do vencedor,
Que todo se desfaz em puro amor.
83
Ó que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã, e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo. (estes dois versos não só são eróticos como são um princípio de vida para mim)
Tinha que ser...
ResponderEliminarO que mais passam na manhã, e na sesta....
Camões... dispensa comentários. Quem não faz referências, sempre, a Camões?!
ResponderEliminarTambém gosto de Fê Pessoa (carinhosamente o chamo assim, quando a ele me refiro).
Aliás, particularmente, gosto desta frase: "A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida."
Como sou uma romântica incorrigível... e "dobrado", como uma menina sapeca dias desses me classificou...Ainda escrevo cartas de amor, e não me considero ridícula!
Parafraseando Fernando Pessoa, ridículas são as pessoas que nunca escreveram cartas de AMOR.
Obrigado Chama a Mamãe. Cada comentário nos mostra sempre um pouco mais de você!
EliminarEmpreguei a palavra você, embora por aqui não seja muito utilizada...mas penso ser mais corrente na conversação brasileira.Será assim ou estou "metendo água"...?
"metendo água"= besteira!
Ah, sim. Você, tu...aqui tem mesmo sentido. Apesar do blog ter sido "Chama a Mamãe" - nem sei bem o motivo rssss.... podes (podem) me tratar por tu, você...na boa, ok?
ResponderEliminarÓ Rafael, também a podes tratar por "stôra", que a nossa amiga índia da Amazónia é jurista...
ResponderEliminarJUR(ist)A!!!! HUM! Já desconfiava. Os pareceres estavam sempre muito bem fundamentados!
EliminarAgora meus amigos , agora nada de "espécie de blog". Virar o bico ao prego e será blog com muita especi(e)alidade cultural/informativa/recreativa!!!