Na Madrugada de 7 de Janeiro de 1355, Inês de Castro - a bela Inês - era executada em Coimbra, no Palácio Real, que se situava nas imediações do Convento de Santa Clara-a Velha, tendo sido setenciada no dia anterior no Castelo de Montemor -o-Velho, onde na altura se encontrava a corte. Razões de Estado, que poderiam pôr em causa a futura independência de Portugal foram o motivo deste desenlace, trazidas ao rei pelos seus conselheiros. O triste episódio correu mundo e nunca se escreveu tanto sobre uma crueldade assim. Foi Camões quem mais imortalizou esta mulher, ao dedicar-lhe o Canto III d´Os Lusíadas, a par dos mais belos sonetos de amor. Outros poetas e outros escritores o seguiram até à actualidade, muita gente sempre quis e ainda quer saber o que diz a História e a tradição. É isso que vamos fazer no PRÓXIMO DIA 7 DE JANEIRO, ao, evocarmos aquela que depois de morta foi rainha.
10 HORAS - concentração frente ao Portugal dos Pequenitos seguida de visita/visualização aos locais que mais lembram Inês.
Recitação de poemas e leitura de textos evocativos a Inês pelos doutores Noémia e José Machado Lopes.
Travessia da ponte pedonal Pedro e Inês e lançamento de flores, trazidas pelos participantes.
13 HORAS - almoço no Jardim da Manga
Colaboração: Lata - Liga dos Amigos das Tabernas Antigas
Organização do Departamento dos Tempos Livres do Sindicato dos Bancários do Centro
enviado e recomendado por Carlos Viana
Adaptado por EG
Histórias de romances proibidos virados tragédias...
ResponderEliminarCamões, bem dito, imortalizou Inês de Castro na Obra mencionada. "Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha..."
"Agora é tarde,Inês é morta".
Nuna é tarde para recordar...
ResponderEliminarEstavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.
Canto III- Lusíadas
ResponderEliminar....
"Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava"
Quando os horríveis e cruéis carrascos trouxeram Inês perante
o rei, este já estava compadecido (com dó) e arrependido. No entanto, o povo persuadia, incitava o rei a matá-la. Inês, então,
com palavras ou com a voz triste, sentindo mais pela dor e saudade do príncipe e dos filhos do que pela própria morte...
"Para o céu cristalino alevantando,
Com lágrimas, os olhos piedosos
(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos);
E depois nos meninos atentando,
Que tão queridos tinha e tão mimosos,
Cuja orfindade como mãe tem
Bem complementado e adaptado por EG.
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