Li a notícia no Jornal “Público”, de
Portugal, e muito me orgulhou, mais uma vez, saber que o trabalho espetacular
desse excelente profissional, Sebastião Salgado, será exposto em Lisboa.
E há pouco, ouvi numa rádio (enquanto
dirigia o veículo fazendo o percurso de retorno à casa, após o trabalho), que o
documentário “Sal da Terra”, sobre Sebastião Salgado, foi indicado ao Oscar de
melhor documentário. Arrepiei de emoção!
O “Sal da Terra” recebeu o prêmio
especial da seção “Um Certo Olhar” do Festival de Cannes de 2014.
A estréia de "Sal da Terra", em Portugal
acontecerá no dia 09/abril. Um espetáculo para não ser perdido.
Abaixo, na íntegra, a matéria extraída do "Público":
"Por Sérgio B. Gomes
13/01/2015 - 18:56
Exposição daquele que é um dos mais
importantes fotógrafos vivos ensaia uma aproximação às origens do planeta.
Fotógrafo brasileiro levou oito anos a concretizar projecto, do qual também faz
parte um livro e um documentário.
O último grande trabalho fotográfico de
Sebastião Salgado, o projecto Génesis, vai ser mostrado na Cordoaria
Nacional, em Lisboa, a partir do dia 8 de Abril. A exposição, com curadoria de
Lélia Wanick Salgado, incluirá 245 imagens de grande formato captadas entre
2004 e 2011 nos lugares mais recônditos e desconhecidos da Terra. Desde que foi
inaugurada em Abril de 2013, no The Natural History Museum, em Londres, Génesis
já foi vista por quase dois milhões de pessoas (só em São Paulo, no Brasil,
chegou aos 410 mil visitantes).
A concretização deste projecto (que
terminou no final de 2011 no Pantanal, no Brasil) inscreve no extenso currículo
de Sebastião Salgado (Aimorés, Minas Gerais, 1944) mais um ensaio com
características épicas, depois do reconhecimento global obtido com Trabalhadores
(1993), que documentou em todo mundo os sinais do desaparecimento de um modo de
vida baseado na manufactura, e Migrações (2000), registo das deslocações
em massa de pessoas, forçadas pela fome, desastres naturais, condições
ambientais degradadas ou pressão demográfica. Por seu lado, Génesis (da
raiz grega “nascimento”, “origem”, o primeiro livro da Escritura, aquele em que
se narra a criação do mundo) procura os “lugares prístinos [anteriores, velhos]
da Terra”, na tentativa de demonstrar que ainda existe “um planeta puro, grande
e majestoso”.
Na promoção deste trabalho, o fotógrafo
brasileiro não se tem cansado de dizer que o resultado destes oito anos de
viagens por mais de três dezenas de destinos pode ser comparado a uma longa
“carta de amor ao planeta”. Para além da descoberta de lugares que permanecem
intocados ou que são pouco conhecidos, a jornada levada a cabo com Génesis
significou também uma reconciliação de Salgado para com a arte que decidiu
abraçar quando já tinha ultrapassado a casa dos 30 anos. Isto porque, depois de
Migrações, Sebastião Salgado ponderou abandonar a fotografia, chocado
com as condições de vida de muitos povos e com o número de mortes que viu à sua
frente, especialmente no Ruanda. A ideia de captar a Natureza e a relação do Homem
com ela no seu estado mais puro motivou-o de novo e deu-lhe a energia para
levar a cabo a epopeia de Génesis, que mostra animais em liberdade,
vulcões, icebergs, selvas, desertos e comunidades quase desconhecidas desde o
Amazonas à Nova Guiné.
Para além desta exposição, o projecto Génesis
já deu origem a um livro (com a chancela da Taschen) e a um documentário, O
Sal da Terra, realizado por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (filho de
Sebastião), que estrou mundialmente no último Festival de Cannes, onde recebeu
uma Menção Especial do Júri da secção Un Certain Regard. Em Portugal, o filme
será estreado pela Midas no dia 9 de Abril.
A exposição Génesis em Lisboa
(co-produzida pela Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e a Terra Esplêndida)
significa o fim de uma ausência de 15 anos de exposições do fotógrafo em
Portugal, depois da inauguração de Migrações em 2000."
Fonte: "Público"
Mamãe Coruja
O documentário tem grandes chances de ganhar o Oscar, mas o mais forte concorrente é "Citizenfour", sobre o escândalo de espionagem pela NSA (Agência de Segurança Nacional).
ResponderEliminarNaturalmente que torço pelo documentário sobre o trabalho desse extraordinário fotógrafo.
Deste SENHOR da fotografia tenho « TRABALHO ».
ResponderEliminarTenho-o à 8 anos,por mais vezes que o veja encontro sempre pormenores novos.
Uma OBRA da fotografia.
"Trabalhadores", também faz parte do meu acervo. Espetacular. Decorridos 35 anos, essas fotos ainda causam o mesmo impacto de quando publicadas.
ResponderEliminarÉ disso que falo: Salgado consegue transpor a lente da máquina e captar, nas imagens, mensagens de realidade e esperança.
Grande Mestre!
ResponderEliminarSE o Tonito é um profundo admirador deste SENHOR, tá tudo dito!
ResponderEliminarA foto publicada é uma maravilha!
O texto dá para ver o grande nível artistico da obra e a genealidade de Sebastião Salgado.
E se foi indicado para o ÓSCAR do melhor decumentário espero que lhe seja atribuído, e o artigo do Público dá argumentos suficientes para que isso aconteça.
Congratulo-me pela oportunidade desta excelente postagem.
Obrigado Mamãe
Fui ver fotos deste artista. Excelentes.
ResponderEliminarVotos que ganhe o Oscar para que foi nomeado.
Há ocasiões em que tomamos uma assustadora consciência da velocidade com que o tempo voa por cima das nossas vidas.
ResponderEliminarNão há muito tempo que por aqui se falou em Sebastião Salgado e eu afirmei categoricamente que, há uma meia dúzia de anos atrás, havia visto uma sua exposição e que havia ficado encantado.
Ao ler agora que "O Público" refere que a exposição Génesis em Lisboa (co-produzida pela Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e a Terra Esplêndida) significa o fim de uma ausência de 15 anos de exposições do fotógrafo em Portugal, depois da inauguração de Migrações em 2000."
Pensei que algo estava errado e a exposição que referi teria passado despercebida ao articulista.
Nada disso! Acontece é que já lá vão 18 anos! Impressionante, assustadoramente impressionante.
Eu sabia que tinha visto a exposição na "Festa do Avante!", onde até tive ocasião de conversar com o artista, e por isso fui pesquisar à Net e aqui está o que encontrei:
<<1996
É a vigésima Festa, em ano de aniversários - o 75.° do Partido, o 65.° do Avante!. Em ano de Congresso, também, marcado para Dezembro, e que se realizou no Porto. Uma Campanha de Adesão ao PCP continua ali mesmo na Atalaia e os grandes ideais e valores por que lutam os comunistas dominam as exposições, as lutas que os empenham dominam os colóquios e os debates. Uma valiosa exposição de sessenta fotografias de Sebastião Salgado, sobre o tema do «Trabalho» é um grande sucesso da festa e o fotógrafo visita-a e convive com milhares de amigos. Espectáculos? O estrondoso êxito da apresentação da Orquestra Metropolitana de Lisboa que interpreta Tchaikovsky perante uma multidão entusiasmada. E veio a música de New Orleans. Ainda dos EUA vieram os Open House. E da Argentina a voz de Marisa Santos>>.
Abril é um bom mês para passear. Quero ver se não falho à exposição em Lisboa e ao "Sal da Terra".
Obrigado por este bem cuidado artigo, Mamãe Coruja.
E obrigado à Chama a Mamãe por o ter trazido até nós...
Quem agradece sou eu, pela recepção que o povo português deu e dará a este fabuloso profissional e, acima de tudo, um ser humano sensível, com esta "carta de amor ao planeta".
ResponderEliminarEste espaço ofereceu-me essa privilegiada oportunidade em compartilhar com quem já considero como amigos/as.
Obrigada!
Hoje investiguei sobre este espetacular fotógrafo.
ResponderEliminarA "Carta de amor ao Planeta"é admirável!
Vi muitas das suas fotografias e enriqueci.
Obrigada, amiga Chama a mamãe pela partilha.
Não foi desta vez, Salgado!
ResponderEliminarMas tu já estás escrito nas estrelas, da Terra.