segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Biblioteca e Arquivos Nacionais do Quebec.

Montreal possui uma rede de quarenta e cinco bibliotecas públicas distribuídas estratégicamente pelo seu território, além da descrita no título. É no entanto a biblioteca acima referida, mais conhecida pela "Grande Biblioteca", a mais concorrida de todas se bem que seja a mais nova pois tem cinco anos. Aí se podem passar excelentes horas de leitura quer sejam crianças, adultos, assim como uma secção para profissionais poderem passar horas afastados do movimento diário. Permite a utilização de salas de reuniões assim como espaços para exposições, além de poder-se assistir a inúmeras conferências dos mais diversos assuntos. Tem espaços para jovens, logiteca, laboratório de línguas, etc*. Multi-funcional, apresenta-se dentro do campo de uma biblioteca moderna. As bibliotecas no Quebec têm uma função didática extraordinária nos estudos da juventude, pois logo na primária os miúdos começam a ser levados uma vez por semana à biblioteca mais próxima. É no secundário que começam a ter que fazer dissertações sobre assuntos impostos, que os levam a passar longas horas nas bibliotecas depois das aulas, pelo que vêm a ser muito práticos. Há miúdos que derivado ao gosto pela leitura cedo adquirido, são autênticos ratinhos de biblioteca pela vida fora.

Ontem passei na Grande Biblioteca pelas dez horas da manhã com uma tempertura de 8C e resolvi fazer umas fotografias que nos mostram que mesmo domingo, o exterior não tinha espaços livres para carros nem bicicletas. Interiormente possui lugares para quatrocentos carrros assim como um parque exterior atrás para uma centena de bicicletas, que está quase sempre cheio até que venha a neve.


*Para os interessados em conhecerem os diversos serviços, aqui fica o endereço email: Montreal - Grande Biblioteca - Serviços.

7 comentários:

  1. Apreciei o teu texto, e pena é aqui em Portugal não se criar, desde pequenos, o hábito de frequentar as bibliotecas.
    Por esta amostra se vê a grande diferença existente. Aqui, como ainda deves saber, as bibliotecas estão fechadas aos domingos.
    Continua a contar a tua vivência por aí e a dar-nos conta do "subdesenvolvimento" desse país.
    Um abraço
    Abílio

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  2. Apreciei este teu texto pois ficamos a conhecer um pouco mais sobre o país onde vives, neste caso sobre o que de bom por aí se pratica no campo da cultura!

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  3. Na verdade, a leitura é o melhor meio de enriquecimento das pessoas. Não só do conhecimento mas também e principalmente do pensamento.
    Infelizmente, em Portugal, nunca se criaram hábitos de leitura. Durante muitos anos porque o próprio regime induzia apenas a leitura da sua cartilha.
    Mais recentemente porque as familias de um modo geral não incutem esse gosto e esse hábito aos seus filhos.
    Só me lembro de uma iniciativa louvável que foram as bibliotecas intinerantes da Gulbenkian...

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  4. É excelente para a iniciação das crianças e num país que até o sabe fazer. Muitas pessoas são imigrantes, vêm de locais aonde até nem têm esse hábito mas os professores levam-nos à biblioteca. Primeiro é um divertimento para os miúdos. Depois com os trabalhos de casa, podem ser mais ou menos assíduos mas habituam-se para sempre. No metro ou nos autocarros ver pessoas a ler, é normal. Têm seção própria para jovens com multimédia incluído. Assim, eles andam.
    São bibliotecas que convidam a entrar. Uma pessoa escolhe o ou os livros, assenta-se num sofá e passa as horas. Se for multimédia, escolhe o computador que desejar. A Grande Biblioteca tem o ar totalmente controlado. Temperatura, humidade, gazes, etc. como há já em muitas por esse mundo fora. Está-se lá tão bem... É pena não ser permitido fotografar os interiores. Numa demi-circunferência com um raio de 1Km na minha zona, há mais três bibliotecas privadas que eu conheço. Tem de se ser sócio. Anda à volta de sete euros/ano.

    As bibliotecas intinerantes da Gulbenkian... Mais do que verdade. Lembro-me de ver as pessoas em Gois a correrem quando ela chegava. Que excelente trabalho. Portugal também tem do bom, nós é que temos o hábito de não falar. Excelente e muito oportuna esta referência do Rui Felício.

    Hoje PORTUGAL tem sido falado por todo o lado. Ganhou as eleições para conselho de segurança da ONU contra o potente Canada. Foi uma excelente VITÓRIA. Do que temos de bom, deve-se falar.

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  5. Abílio

    No trabalho, há problemas e grandes como aí mas diferentes. A grande maioria das pessoas não vivem embrenhadas nos problemas como noto aí: 24h/dia. Falam e reagem mais fortemente do que aí, pois são muito duros mas depois desses momentos, a vida continua. Sim, aqui trabalha-se de dia e noite, sábados, domingos, feriados exceto setores do governo, bancos e no género. As bibliotecas, estão fechadas às segundas. Comércio: muitos abertos no domingo. As pessoas revezam-se. Mesmo em certas companhias aonde os sindicatos "ricos" são sócios com efectividade na administração. Que lindo! Quando 70% forem ricos, os pobres estarão muito bem na vida mas continuarão a falar pois se não o fizerem, morre a dinâmica da melhoria para uma igualdade de condições de vida que aqui está a fazer caminho. Se não houver produção, não há riqueza, não há distribuição. O PIB não perdoa. O sistema económico é diferente daí e assenta na base de 40h/semanaX50 semanas de trabalho/ano=2000h/ano, pagas. As outras duas semanas são férias não pagas nem subsídiadas, igual no Natal. Há contratos diferentes mas sempre dentro da base, no essencial. Pelo que sei, é assim em "toda" a américa do norte. Salvo casos de falta de pessoal especializado, não há horas extras que só serve para criar o desemprego. Há quem faça até 80h/semana, somadas as várias companhias aonde trabalham; isso é da liberdade de cada um. Há problemas. Quantos perderam as casas e tudo, com a recessão? Nem faço ideia. Imensos, só que basta-lhes andar na rua e mobilam grande parte da casa, incluindo artigos elétricos. Quem não precisa, põe artigos bons na rua para levarem: mesmo práticamente novos, incluindo roupa já lavada dentro de sacos transparentes. A educação entre pessoas fora das zonas turísticas na cidade, no geral, não é grande coisa mas o civismo/humanismo, SIM. Um abraço.

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  6. Chico
    Gostei mesmo de ler o teu artigo.
    Nos Açores a Mima, que viveu aí no Canadá, falou-me do modo de vida aí e, dizia-me ela, que cresceu muito como pessoa e como profissional.

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  7. Celeste Maria,
    O Canadá tem o lado bom, o mau e o muito mau que até poucos sonham. É a nós de decidirmos de que lado queremos viver.

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