segunda-feira, 24 de novembro de 2014

FAVELAS DA MINHA CIDADE ( a seu tempo)

FAVELAS da minha cidade. Uma grande diferença: aqui, por enquanto, não há "sairavada de metralhadora a botar todo mundo em baixo mesa com medo de bala perdida.."



Foto Rui Pato -Couraça dos Apóstolos , foto minha, anos 80, com Tele de 200 mm

14 comentários:

  1. Costumo dizer, Rui Pato, que nas favelas do nosso Brasil - não há porquê esconder a realidade - não existem balas perdidas, porque, na verdade, elas sempre acertam em alguém, que em nada tem a ver com o conflito. Costumo dizer, também, que nas melhores coberturas, ocupadas por celebridades milionárias, escondidas, camufladas... também acontecem as tragédias, geralmente envolvendo agressões físicas, drogas etc.
    Mas, como essas pessoas têm muita grana para "abafar" o caso, supõe-se acontecer essa "...saraivada de metralhadora..." apenas nas favelas. Aliás, por lá moram pessoas mui dignas, trabalhadoras, gente humilde, que rala para sustentar com dignidade a família.
    A propósito,o excelente jurista português e sociólogo, Boaventura de Souza Santos, morou em uma favela brasileira, para realizar a sua tese de doutorado. Dele, e de quem teve essa rica experiência, aceito de bom grado qualquer tipo de crítica. Porque ler sobre tenebrosidades em todo o canto do mundo... qualquer um lê. Extrair as próprias conclusões, de forma imparcial... poucos o fazem.
    Prefiro mostrar as adversidades do nosso País, assim serve de exemplos para que outros preservem o que tem de melhor... nos seus.

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    1. Pelo conhecimento que tenho(jornais e TV) as Favelas do Brasil e que penso que a sua grande maioria de situam no Rio de Janeiro, as Favelas de que as mais conhecidas são a da Mangueira, Rocinha, Complexo Alemão, Jacarezinho, para além de serem cartaz turistico do Rio de Janeiro, são de uma maneira geral, talvez nem todas, conhecidas também por grandes problemas sociais. ligação a droga com domínio de grupos poderosos. Pelo menos é ideia que para nós passa quando de rusgas policiais.
      Algumas são grandes aglomerados populacionais, como a da Rocinha que terá uma população estimada em 70.000 habitantes.
      A Favela da Mangueira é penso eu, a que mais se evidencia no Carnaval Brasileiro.
      Quanto ao Professor Boaventura retirei da Net estes dois pequenos apontamentos:

      A sua tese de doutoramento é um marco fundamental na sociologia do direito e na sua vida. Fez trabalho de campo centrado em observação participante, que durou vários meses, numa favela do Rio de Janeiro. Desse modo, viveu de perto a luta dos excluídos contra a opressão e conheceu a sabedoria de homens e mulheres em luta pela subsistência e pelo reconhecimento da dignidade. - See more at: http://alice.ces.uc.pt/en/index.php/about/boaventura-de-sousa-santos/?lang=pt#sthash.YgsUbZgR.dpuf

      O livro “O direito dos oprimidos” é resultado da tese de doutorado,). O trabalho consistiu em uma análise sociológica do direito informal e da resolução de litígios na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

      Agradecer a Chama Mamãe pelos seus comentários.Melhor do que nós, sabe do que fala!

      Não tinha que ter ficado preocupada com seu comentário com receio de ser mal compreendida-nada de indelicada- por Rui Pato.
      Este nosso amigo é mesmo um "gentleman"!

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  2. Muito grato pelo destaque que deram à minha foto, assim como a todos os amigos a quem a foto deu ocasião para reflectir sobre outras questões de fundo, muito mais importantes do que aquele que foi o meu quando fiz a foto .
    Abraços.

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    1. Fui dormir, ontem à noite, após ter postado meu comentário, acima. Mas algo me incomodou - e bem sabia o que era. Pensei: "amanhã, cedo, antes de sair para o trabalho, desfaço esse incômodo".
      Ainda ontem, também, numa palestra de uma colega do trabalho, sobre Linguagem e Comunicação, foi focada a questão de como a(s) palavra(s) pode(m) ter um efeito indesejado, ou diferente daquele que você quis exprimir.
      Pois, aqui está: o que me causou o "incômodo", e o que me fez vir aqui, antes de ir ao trabalho, é que fui indelicada nas palavras. E você, Pato, como um "tapa com mão de luva", soube, educadamente, ser um gentleman, que há muito já percebi que és.
      Desculpe-me, se de alguma forma expressei algumas palavras, que até a mim me pareceram ...sem alguma humildade.
      Embora não retire nada do que eu dissera, só espero que a entonação dada a elas seja outra.
      Um abraço...
      E.T - a sua "favela", aí, mais parece algumas moradas de não favelados, daqui.

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  3. Entendi as palavras do Rui e também da Chama a Mamãe, só não entendo é a posição da Câmara ou dos responsáveis, sejam eles quais forem, e logo na altura em que houve senhorios que aumentaram rendas mais de 600%. Não esquecer o que se está a passar com as Repúblicas de Estudantes.

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    1. Ora pois....O Alfredo bateu num problema actual no que se refere aos aumentos de renda de casa. Fui uma das atingidas e a senhoria apesar das promessas nem uma obra ainda mandou fazer.
      A varanda do 1º andar está a cair sendo um perigo para qualquer pessoa e ela nada.
      Terei que accionar os meios para resolver a questão mas não tenho dinheiro para a Justiça.
      Que fazer neste país de corruptos?
      Bairros problemáticos também os temos com gente boa e com gente má.Vai-se resolvendo alguns problemas como fase paliativa mas verdadeiramente profundo nada.
      Quanto ao Prof. Boa Ventura dos Santos é um conhecedor e um proponente para se FAZER E SABER FAZER.....Conheço-o desde a minha adolescência.
      A fotografia proporcionou uma boa reflexão mas VER as soluções concretas para os problemas é que angustiante esperar com tantas pessoas a viver em situações sobre-humanas

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  4. Um tema a refletir, sem dúvida. Porém esta foto reporta-se aos anos 80 e julgo que hoje já não terá este aspeto...
    Respeito muito os habitantes das favelas onde haverá comportamentos violentos, mas onde habitarão pessoas honestas e com grande força para resistirem ao estigma que lhes é atribuído.
    Nos bairros dos famosos e dos bem na vida existirá podridão e gente amoral que se refugiam no seu gueto, um gueto dos ricos!
    Gosto de trocar opiniões, sobretudo com as pessoas que conhecem e vivem as realidades, como bem refere Chama a Mamãe acerca do Dr. Boaventura Sousa Santos, que tão bem conhecemos e reconhecemos o se valor.

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  5. Gosto da foto antiga.
    Outros tempos pelo menos nesta zona.

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  6. Pobreza, não é pecado. Muito menos, cancro letal. Um dia, alguém disse que: "à face da Lei, todos os portugueses são iguais. Só que uns são mais iguais que outros".

    Lá como cá, a pobreza de quem habita os bairros de lata (favelas) é um estatuto social. Jamais lhes é permitida vestir uma camisa lavada. E muito menos usar colarinho branco. Serão irremediavelmente detidos, sem câmaras de televisão e intelectuais de pacotilha a ditar doutos conhecimentos juridicos. E matilhas da cor, a chorar pela "vitima".

    Pobre gente esta, a do colarinho branco,a ter que conviver com a escumalha dos deserdados da vida, nem que seja apenas quando do ar, se fazem à pista nº 3, do Aeroporto de Lisboa.

    Pobres daqueles também, como eu, que vi mil lenços a acenar na despedida de quem ia para a guerra. Agora, os lenços transferiram-se para o aeroporto de Lisboa, com os pais e avós a despedirem-se dos filhos e netos, que partem à procura de emprego por esse mundo fora.

    Vivemos tempos de vilanagem, de gente despudorada e sem vergonha. Em esquemas maquiavélicos, tecem os fios tenebrosos do seu glamoroso destino.Deixemos as favelas em paz.

    Políticas de integração, de educação, salários decentes, para que todos vivam dignamente, sem serem empurrados para caminhos tortuosos.Criminalidade existirá sempre, mas pelo que se vai vendo, os grandes delinquentes e ladrões de luva branca, não estão nas camadas mais frágeis da sociedade. Mas dá jeito que se pense assim.

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  7. Quito, gosto muito de tudo o que transmites no teu comentário ! Concordo integralmente.

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  8. Rui Pato, seria muito interessante que fizesses uma foto actual do mesmo local.
    Eu não quero ser pessimista mas...
    Abraço.

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    1. Como diz o povo: Eu cá não sei, mas parece-me que está tudo na mesma!...
      Espero sinceramente que não!...

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