quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Yawanawá – A Força da Floresta"

Olás...

Ainda não tinha iniciado esse contato (maravilhoso) com vocês, quando tomei conhecimento do projeto do designer brasileiro, Marcelo Rosenbaum, apresentado por uma Rede de TV. Mas, há um tempo, essa vontade foi se acentuando, em poder compartilhar, neste blog, o resultado excelente dessa parceria, de Rosenbaum com a tribo Yawanawá.

André Bastos, da NadaSeLeva, Carolina Armellini, da Fetiche Design, Guilherme Ribeiro, da NadaSeLeva, Simone Quintas, da Casa e Jardim, Paulo Biacchi, da Fetiche Design e Marcelo Rosenbaum. Na foto ao lado, Marcelo e Simone com os índios da tribo
As fotos, já nos dão uma dimensão da beleza do que foi realizado e exposto na Semana de Design de Milão. Porém, não demonstra como aconteceram os detalhes nos bastidores da floresta, visando a preparação das luminárias (peças confeccionadas a partir de miçangas e Kenês, grafismos originais da comunidade indígena). A troca de experiências, de conhecimentos tradicionais, dos índios, e a técnica, da equipe de Rosenbaum. As discussões, as ideias surgindo e o  resultado do trabalho, comandado pela equipe que passou 20 dias dormindo em barracas de camping e tomando banho no rio, em um transcendental contato com a natureza, vocês podem conferir nas imagens, abaixo.
Em plena Floresta Amazônica, índios Yawanawás criam as luminárias Shuhu, com estrutura de canarana e palha de envira e buriti. A tradução do nome das peças é oca e elas representam a moradia tradicional da tribo. (Foto Lucas Moura)
As lendas e os rituais da tribo Yawanawá,  do Estado do Acre, Região Norte, Brasil, deram origem às peças e fazem parte da 3ª edição do Projeto "A Gente Transforma", liderado por Rosenbaum.
À esq., penduradas nas árvores, as luminárias Kape e Kapemixtihu significam jacaré grande e jacaré pequeno. As peças receberam tiras de canarana, que lhes conferiu leveza, trançadas com técnicas de construção das ocas Yawanawás. (Foto Lucas Moura). À dir., os pendentes Shunuã, que significa floresta, custam a partir de R$ 662 cada peça, na La Lampe. (Foto Thiago Calazans).



A Runuãrunuahu é uma trave de pupunha com onze cordões, de 1,20 m, feitos de miçangas. As peças homenageiam a jiboia, símbolo de sabedoria local. (Foto Thiago Calazans).


A Runuãrunuahu é uma trave de pupunha com onze cordões, de 1,20 m, feitos de miçangas. As peças homenageiam a jiboia, símbolo de sabedoria local. (Foto Thiago Calazans).


O desafio proposto pela equipe de Rosenbaum aos Yawanawás foi o de fazer luminárias com miçangas, aplicando nas peças o principal traço da comunidade, os Kenês (grafismos originais desta tribo, que representam, de forma pictográfica, animais e elementos da natureza). Aplicados em pulseiras de miçangas e pinturas corporais, passaram a estampar as luminárias, criadas em coautoria. A técnica foi aliada à parte gráfica dos índios, geometria espetacular.

Finalmente, um convite do Pajé Yawanawá aos amigos do blog:

https://www.youtube.com/watch?v=3gV8xTvldLs&index=17&list=PLD4F2A690086674DE
ou   AQUI

Mamãe Coruja

16 comentários:

  1. Já li devagarinho, devagarinho, gostando demais do que fui lendo...mas quando cheguei ao vídeo fiquei encantado com o festival!!!
    Obrigado pelo convite Pajé Yawanawá!!!! Rssss

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    1. Já Camões dizia...maravilha fatal da nossa idade,
      dada ao Mundo por Deus, que todo o mande,
      para do Mundo a Deus dar parte grande;

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  3. Mamãe, adorei ver esta tua reportagem que nos mostra um cantinho desse imenso país. Como calcularás, é para nós como que misterioso, pela sua total novidade, tudo quanto nos contas dessa civilização que louvavelmente vocês tentam preservar.
    Não vou referir nada de concreto pois tudo, absolutamente tudo, é como o abrir de um novo livro totalmente desconhecido, que tem de ser saboreado página a página, linha a linha.
    Obrigado e não hesites em publicar reportagens destas.

    Nota: não consegui abrir o convite do Pajé Yawanawá mas penso que é problema do meu computador que está super lento. Tentarei amanhã.

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    1. Aprendo demais com esse povo.
      Estou adiando, há tempos, uma "visita" a um índio com quem já tive o prazer de "bater um papo longo". Assim que ficar livre será minha prioridade.

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    2. Já consegui ver o video. Mais uma vez, agradeço.

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  4. Maravilha - também digo eu. Esta faceta da cultura do povo brasileiro, deixa-me sem palavras. O convite, feito no video, é comovente. Obrigado "Mamãe" ...
    Belo povo em todas as suas raízes. Grande nação irmã ....

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  5. Obrigado pela "viagem"! Abri os links e fiquei encantado.
    Ainda não perdi a esperança de visitar esses belos lugares e contactar com tão simpático e gentil povo. Devem dar fotos de rara beleza.
    O Festival Yawanawa deve ser uma maravilha e para isso, fiquei a saber que a altura certa é estar aí na última semana de Outubro!
    Até lá, vamos conhecendo pela simpatia da Chama a Mamãe.

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    1. Alfredo & Cia., já sabem: estou à disposição para quando isso puder acontecer, e que seja em breve.
      Aliás, conversando ontem com uma colega de trabalho, que também é jornalista, mencionou que um amigo dela, de Portugal, está vindo conhecer a Amazônia. Mas ele quer fazer o percurso, via fluvial, Belém (Pará), até Alter-do-Chão. Como conheço um pouco das bandas de Santarém, Alter-do-Chão, Pindobal, Porto Novo, Aramanaí, sugeri algumas rotas. Há uma diferença entre "subir" e "descer" os rios, porque, dependendo, se vê a margem mais próxima, ou se navega mais pelo "meio" dos mesmos. Mas tudo, tudo... é lindo. Amanhecer o dia, naquelas redes balançando dentro do barco... abrir os olhos e avistar aquelas paisagens imensas - fauna e flora - é de "lascar"!

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  6. Toda a descrição me encantou pelo carinho especial que nutro pelos indígenas e pelas suas lutas pelos seus Direitos.
    Culminou esse meu encanto com os links.
    Obrigada.
    Beijinho,Chama a Mamãe.

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  7. Verdade! Fui ver o vídeo mais uma vez!
    Vale bem a pena!
    Um bom fim de semana!

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  8. Grandes e, para mim, desconhecidos artistas!
    Tudo lindíssimo.
    Obrigada pela partilha, minha amiga.

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  9. O poder creativo mostrado na postagem, é muito bom. Obrigado pela amostra.
    Até há uns dois anos, nas tvs mostravam-nos quase todas as semanas documentários sobre a amazónia e moda de vida dos índios. Por outro lado, também nos mostravam o que havia de bom no contacto com os nativos. Certos medicamentos foram criados a partir da vivência deles. Ao ver o vídeo, fui ver outros do youtube e fiquei admirado porque o canto de certas índias brasileiras na sua entoação são muito idênticos aos de certas índias daqui. O mundo é pequeno.

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