A minha memória , entre várias figuras que percorriam as ruas do Bairro, guarda ainda a imagem do amola-tesouras.
Com a boca deslizando numa gaita de beiços, primeiro num sentido e depois no contrário, percorria totalmente a escala musical, dela extraindo uma melodia estridente e inconfundível.
Era desta forma que anunciava a sua própria presença, chamando as donas de casa que tivessem facas e tesouras para afiar, panelas e tachos rotos para remendar, ou mesmo pratos rachados para lhes serem colocados “gatos”.
Dizia-se que a sua vinda previa chuva iminente. A profecia muitas vezes batia certo, apenas porque era no inverno que o amola-tesouras aparecia com maior frequência. Por causa dos consertos nos guarda-chuvas, que também fazia...
O seu principal instrumento de trabalho era constituído por uma roda feita de pedra de esmeril, que fazia rodar a grande velocidade, impulsionando um pedal acoplado à roda de bicicleta que àquela estava ligada por uma correia de transmissão em cabedal.
Fascinava-me observar o trabalho de afiar as facas e as tesouras. Da pedra de esmeril em contacto com o metal, soltava-se uma miríade de faíscas que me lembravam os fogos de artifício que eu tinha visto nas festas da Rainha Santa.
E, a tantos anos de distância, dou por mim a reflectir como os tempos mudaram de maneira tão acentuada.
Hoje em dia, os hábitos de consumo que nos foram sendo incutidos, tornam quase impensável mandar consertar utensílios e ferramentas do nosso quotidiano.
Se um guarda-chuva se estraga, deitamos fora e compramos outro na loja dos chineses.
Se as lâminas da faca ou da tesoura embotaram, se o prato rachou, se o tacho furou, fazemos a mesma coisa.
Displicentes, apressados, nós próprios também quase descartáveis...
Rui Felício
Rui Felício
Gostei do teu texto Rui. Este personagem está maravilhosamente descrito nos "Trabalhos e Paixões de Benito Prada" do Fernando Assis Pacheco. Começaram por ser galegos estes amola -tesouras que invadiam principalmente o norte do país com as suas pequenas flautas (não eram gaita de beiços)anunciando a sua presença. Também se assustavam as crianças dizendo : "vem aí o capador"...
ResponderEliminarA minha ignorância musical fez-me chamar gaita de beiços ao instrumento do "capador", que afinal é uma flauta.
ResponderEliminarObrigado pela correcção...
Também me recordo do amola-tesouras. Algumas vezes vi a minha mãe pedir para ele afiar facas. Recordo-me, de uma vez,ele ter afiado uma tesoura. Essa tesoura, preta e pequena, ainda hoje repousa numa caixa de costura. Saudosa memória. O interessante, é que em Castelo Branco, ainda existe o amola-tesouras. E usa a bicicleta, da mesma forma como tão bem a descreveste. A primeira vez que vi aquela figura em Castelo Branco, foi um jorrar de recordações. Algumas amargas. De facto, ele usava uma flauta. Mas ainda hoje, nas zonas rurais, a gaita de beiços é um termo comum.Não terá o rigor técnico que o Rui Paro, sábiamente, fêz lembrar. Mas o termo que usaste - gaita de beiços - não está desajustado, face ao contexto da linguagem popular, nesta zona. Gostei desta recordação.Um abraço.
ResponderEliminarFlauta de pan. Na gíria..apito.
EliminarPorque sei? Essa foto é de fulgencio Gomes da Silva. Já falecido.e meu avô
Essa foto foi tirada por um fotografo de Setúbal Américo ribeiro e.é tirada a porta de sua oficina em Setúbal.
Calcorreou o.pais de lês.a.lês com.a sua roda.(na foto).
Flauta de pan. Na gíria..apito.
EliminarPorque sei? Essa foto é de fulgencio Gomes da Silva. Já falecido.e meu avô
Essa foto foi tirada por um fotografo de Setúbal Américo ribeiro e.é tirada a porta de sua oficina em Setúbal.
Calcorreou o.pais de lês.a.lês com.a sua roda.(na foto).
Perdao mas nao era a porta da sua oficina. Foi sim a porta da minha avo.
EliminarEra uma figura típica que aparecia durante o inverno aqui pelo Bairro!
ResponderEliminar"Amanhã chove-estou a ouvir o "amola-tesouras", era o normalmente se comentava quando se ouvia o seu tão caracteristico anunciar!
Nesse tempo bem jeito fazia,principalmente do conserto dos chapéus de chuva.
Ainda não era tempo dos chineses...
O curioso, embora muito raramente, ainda costuma aparecer por aqui nos últimos anos um resistente a esta tão singular figura!
Mas os clientes não se afoitam a pagar pelo concerto muito mais do que custa o obecto em novo...
Provavelmente até o próprio "amola tesouras" tem a noção que não terá clientes,e será talvez porque é uma maneira simpática de não deixar de nos mimosear com uma tradição que nos dias de hoje já passou a museu!
É, Rui Felício, na nossa sociedade tudo é descartável. Quando vejo o que o consumismo leva a gastar de coisas que nem se usam e se deitam fora, só posso concordar com aqueles que acham que a humanidade caminha para a sua própria destruição.
ResponderEliminarE só mesmo tu para me pores a falar de pornografia...
Rafael, há cerca de duas semanas, ouvi o som desta tão singular flauta e corremos todos para a varanda, para mostrar à família o que era um amola tesouras. Acho que meia rua Adolfo Loureiro veio às janelas e varandas e o homem deu espéctaculo, mas não teve clientes. Foi girissimo, pq a bicicleta apesar de mais moderna mantinha todos os apetrechos de antigamente,a única diferença eram os chapeús velhos,para trocar varetas, mais coloridos.
ResponderEliminarTenho pena de não ter fotografado.
Cristina Antão
Á mas ele ainda vai aparecer aqui pelo Bairro!
ResponderEliminarE então a máuina fotográfica vai fixar mais umas fotos...talvez até vídeo, para o Rui Felício matar saudades da gaita de beiços...
O Rui Felício obriga-nos a criar o filme do que se passava no nosso tempo com a sua forma de escrita, aonde nem "uma miríade de faíscas" que estou a vê-las saltar, ficaram no esquecimento. Por aqui ainda existe esta profissão, mesmo que se comprem três tesouras por €2.76, mas de caminheta com desenhos alusivos como podem ver na foto do meu perfil, e que na vez de flauta, toca uma sineta. Também afiam máquinas de cortar relva, espadas, espátulas, serrotes, patins de neve e muito mais. Outros tempos, outros meios. A melhor tesoura ainda é a que foi da minha Mãe. Utilizo-a sempre e ainda não foi afiada. Adoro-a.
ResponderEliminarSó mesmo o Rui Felício é que podia "ver" os fogos de artificio das Festas da Rainha Santa na miríade de faíscas que se soltavam da pedra de esmeril...
ResponderEliminarComo diz o Rafael e a Cristina Antão confirma, ainda aparece pelo Bairro um amolador. Se ele amola alguma coisa, isso já tenho dúvidas.
É o tempo do material descartável...
Mas, para mal das contas públicas, nós ainda não somos descartáveis.
Que jeito daria para a redução do défice.
Ai se o Teixeira dos Santos descobre mais esta solução, estamos feitos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPois uma nota de rememorar o passado...
ResponderEliminarQue encanto ouvi-lo e lá nos afiava as facas
e tesouras....e também arranjava os guarda-chuvas!
Na 5ª feira pp,estive de máquina fotográfica
em punho pois ouvi o som sua gaita... esperei mas não passou da rua paralela à minha! Azar...
agora que estou convencida que sou "fotógrafa"!!!
Os amolas-tesouras "modernizaram-se" e o seu "istaminé" ambulante já não é o que era...modernices!!!
O Rafael aflorou aqui uma questão interessante.
ResponderEliminarDisse ele que (...) "mas os clientes não se afoitam a pagar pelo concerto muito mais do que custa o obecto em novo" (...).
E é verdade! Essa será uma das razões que subjazem à diminuição da procura dos serviços do amola-tesouras. Para além, claro está, dos vícios consumistas que antigamente não existiam e hoje existem.
Não se pense, porém, que os utensilios são hoje mais baratos do que eram antigamente! São até mais caros, descontadas as devidas correcções monetárias!
O que sucede é que hoje ( felizmente ) os rendimentos "per capita", são bem mais elevados do que há cinquenta anos.
Vivemos num dos países mais pobres da União Europeia,é certo, mas não nos esqueçamos que há 50 anos Portugal era um país miserável em que uma sardinha tinha que ser dividida por 2 ou mais pessoas nas refeições das famílias.
Porque as pessoas auferiam rendimentos de vergonha que não lhes permitiam adquirir a mais simples tesoura, o mais modesto chapéu de chuva.
E por isso estes serviços do amola-tesouras, do sapateiro, da costureira, da serzideira, etc, tinham mais procura do que hoje...
Oxalá não retornemos a esse tempo...
Voltando ao tema anterior...
ResponderEliminar( Desculpem explorar o tema, mas achei interessante o comentário do Rafael )
Comparemos o ordenado médio de 1950 ( cerca de 1.300$00 ), com o ordenado médio actual ( 1.000€ = 200.000$00 escudos).
Verifica-se uma variação de cerca de 150 vezes.
Tomemos agora os preços do pão, de uma bica, de 1 Kg de carne, de 1Kg de peixe, de 1 L de leite à mesma data de 1950 e comparemo-los com os preços actuais.
Verifica-se uma variação de cerca de 100 vezes.
O que significa que o poder de compra sobre estes produtos básicos aumentou em 50 vezes, que é a diferença entre a subida do rendimento e os preços em questão.
[Dados do INE, Boletim de Fevereiro de 2009]
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Não quero com isto dizer que temos uma boa vida. O que digo é que os nossos pais tinham uma vida bem pior.
E tento demonstrar que o recurso a determinados serviços artesanais justificava-se e impunha-se outrora e que hoje foi sendo abandonado.
Amigo Rui Felício, por favor esclarece-me:afiar tesouras não será o contrário de amolar tesouras?
ResponderEliminarEm caso afirmativo, qual a razão do nome deste profissional?
Uma dúvida que sempre tive!
"Nesse tempo"...a minha mãe(que hoje faria 96 anos), virava os colarinhos das camisas, que traziam um suplente, as saias, os casacos!
Eram desmanchados e as costuras feitas pelo lado direito. Assim, as peças pareciam outras, com menos lustro e outro aspecto, uma vez que as fazendas do avesso eram diferentes.
Minha avó dizia:"remenda o teu pano que chegará até ao ano, volta a remendar que voltará a chegar".
Não sendo eu um linguísta, sirvo-me apenas da percepção empírica ( que poderá estar errada...)do significado de tais termos.
ResponderEliminarRespondo à Celeste, portanto, com essa ressalva:
- Sei que amolar é sinónimo de amolgar
- Sei também que amolgar significa, em sentido figurado, achatar, amassar, alisar o rebordo
- E que afiar significa achatar, aguçar, alisar ou dar fio ao rebordo
- Donde deduzo que uma e outra palavra são sinónimas...
Além disso ambas as palavras têm a mesma raíz etimológica: "accunt" que significa "aprimorar"
De facto, afiar provém do latim "acuunt" e amolar vem do latim "exacuunt", o que parece reforçar a ideia de um significado próximo ou semelhante.
O meu primeiro fato foi feito no Sr. Melo Alfaiate, a partir de um fato já coçado do meu pai.
ResponderEliminarO Sr. Melo desmanchou-o todo, virou o tecido do avesso e pela Páscoa fui todo vaidos de "fato novo" à missa da Páscoa.
Sim porque só se estreavam fatos pelas Festas...
E lembro-me bem das camisas com um colarinho e uns punhos suplentes, como diz a Celeste.
em minha casa,as camisas dos homens e blusas
ResponderEliminardas mulheres não traziam colarinhos a mais...
eram descosidos e virados!!!
Casacos compridos e saias sempre viradas do avesso...
A necessidade assim obrigava...e a minha irmã
mais velha,costureira,tinha esta trabalheira,fazendo serões até altas horas da noite!
Tornou-se uma boa modista,aqui no bairro,com
clientes daqui e do resto da cidade...
Felício,aprendeu com a tua vizinha D. Maria de
Lurdes. Lembras-te?
Lembro-me bem dela! E da mãe da Ana Roque que apanhava as malhas caídas das "meias de vidro", que voltavam ao uso como novas!
ResponderEliminarO que não me lembro já é da tua mãe...
O problema,quanto a mim,é que o consumismo não tornou descartável apenas coisas e objectos.
ResponderEliminarPassou a descartar pessoas!
Esse é ponto fulcral, Rui Lucas. Foi ele que esteve na base do que escrevi.
ResponderEliminarOs outros, embora verdadeiros também, são acessórios...
Excelente texto que nos aviva a memória. Gostei.
ResponderEliminarUm abraço
Abílio
Desculpa lá, Rui, mas não entendo quando dizes que "o poder de compra sobre estes produtos básicos aumentou em 50 vezes".
ResponderEliminarIsso significaria que, com os salários de hoje, poderíamos comprar 50 vezes mais produtos básicos do que em 1950.
O que matematicamente resulta dos números que apresentas é que o poder de compra aumentou aproximadamente 50% (mais "meia vez").
Parece-me mais um poder de "descompra"...
ResponderEliminarSaber latim é bem importante...Obrigada pelo esclarecimento, verificando como sinónimos dois vocábulos que me pareciam antónimos!
ResponderEliminarEu também era para rebater as contas do Rui Felício...ainda de caneta e mata borrão fiz umas contas...e para mim a conclusão não era a mesma do Dr em leis!
ResponderEliminarMas agora tenho as "costas quentes" pelo Dr em Economia, que mandou a sua SECRETÁRIA Senhorinha São Rosas pedir ao Dr em leis que reveja as contas que fêz!
Melhorámos sem dúvida...mas também não foi assim tanto e oxalá que daqui a uns tempos o poder de compra não se degrade...
O poder de compra aumentou mais que os 50% que resultam dos números do INE... mas, essencialmente, pela entrada no mercado de produtos provenientes do cu de Judas, a preços que esmagam a nossa indústria e a nossa agricultura. Como eu costumo dizer (quando falo de pornografia) a culpa é de todos nós, que nos queixamos do desemprego mas vamos fazer compras aos chineses. Depois admiramo-nos de os chineses nos virem emprestar dinheiro. É cruel... e pornográfico!
ResponderEliminarE só vocês para me porem a falar de pornografia...
Expliquei-me mal. A São Rosas tem toda a razão...
ResponderEliminarO que eu queria ter dito é que, com o rendimento actual "per capita", poderemos hoje comprar mais 50 unidades de um dos produtos básicos que referi do que comprariamos em 1950 com o rendimento médio de 1950.
Ou seja, enquanto em 1950 comprávamos 100 unidades com o rendimento médio mensal, hoje poderemos comprar 150 unidades.
Ou seja ainda, que o poder de compra aumentou 50%.
As minhas desculpas à minha amada São Rosas, pela inexactidão...
Não precisas de pedir desculpa, meu Moradiaaestrear... digo, Casanova. A matemática nunca foi um ponto forte dos amantes.
ResponderEliminarMas há um factor que não entra nas contas do INE: em 1950 o rendimento das pessoas era fortemente complementado pela produção própria (agricultura, pecuária,...) e agora, isso é um luxo para muito poucos.
ResponderEliminarTenho amigos chineses há quarenta anos aproximadamente. Mesmo aqui há muitos.Os que labutam entre nós, mais não fazem do que lutar pela vida. O problema está num governo que mantendo a maior parte do seu povo na miséria, fica com possibilidades económicas para tentar através de "ajudas", colonisar o estrangeiro. A miscigenação de que um amigo meu brasileiro escreveu e foi artigo neste blogue, só pode enriquecer sobre o ponto de vista cultural, económico, enfim: social.
ResponderEliminarChico, eu não tenho nada contra as pessoas que vêm da China para Portugal. O que me custa é saber que o que vendem é produzido à base de ordenados miseráveis e quase nenhuma protecção social.
ResponderEliminarE nós compramos o "made in China" porque o que é nacional é mais caro. Mas queremos manter os nossos empregos, os nossos salários e a nossa protecção social (incluindo as nossas reformas). Ou seja, queremos sol na eira e chuva no nabal.
São Rosas,
ResponderEliminarÉ isso mesmo, mas nesse caso os nossos comerciantes que se anticipem como vai acontecendo por aqui e aí. Basta ir à rua Visconde da Luz, casas que vendem lençois, toalhas, bordados, etc., uma grande parte das etiquetas dizem:"Made in China". Que façam o mesmo com os outros produtos. Importem directamente e vendam ao mesmo preço. O resultado tem sido bom pois ao princípio os chineses tinham as suas fábricas junto ao litoral. Com o desenvolvimento, começaram a aprecer sindicadicatos a exigir melhor salários e os industriais começaram a construírem as novas fábricas mais para o interior, que por sua vez começaram com sindicatos e assim vão virando o sistema que lhes é imposto de base. É bom para eles e para nós, pois de momento podemos comprar mais barato e mais tarde quando todos tiverem sindicatos, a sociedade equilbra-se mais, internacionalmente. Não esqueçamos que há um calcanhar de aquiles: África, mas também lá irá. E assim, de uma simples roda de bicicleta a rodar nas ruas do Bairro Marchal Carmona, na altura, já chegamos à China. Oram digam lá que não estamos actualizados.
É a globalização do amola-tesouras!
ResponderEliminarAmola-Tesouras ao poder! Já!
ResponderEliminarAmola-Tesouras de todo o Mundo, UNI-VOS!
ResponderEliminarHó pá... Só esta juventude me fez rir tanto.
ResponderEliminarE amola-darroupa?
ResponderEliminarEstou todo amoladinho...
ResponderEliminarE amola-darroupa, Sãzita? Tuna M'amoles, pá!
ResponderEliminarPoderia lembrar-me de pior, como amole-cenoura...
ResponderEliminarVão-se amolar!
ResponderEliminarConversa mole...
Celeste Maria, disse!
ResponderEliminarA mim não me amolam mais...
Grandes amoladores!
Já quase não nos lembramos mas quem lançou toda esta amolação foi o Dr. Felicius.
Venha mais.
Eu também já me perdi. Estamos a falar de a mulatazona, certo?
ResponderEliminarQual? A Amola-Futa-Fula?
ResponderEliminarBem me queria parecer que me assoava... digo, soava a isso...
ResponderEliminarCaro Rui Felício.
ResponderEliminarServe a presente para agradecer a publicação da foto com o meu avô paterno - Fulgêncio Gomes da Silva, figura típica de Setúbal e de Pinhal Novo.
Gratas recordações tenho da sua bata cheia de óleo e do quico.
Paulo Jorge Gonçalves da Silva
Bata... guarda-pó
EliminarQuico... Boina.
Assim ele o dizia.
Bata... guarda-pó
EliminarQuico... Boina.
Assim ele o dizia.
Folgo em saber que um descendente do amola-tesouras cuja fotografia aqui publiquei para ilustrar o texto, por aqui tenha aparecido. Obrigado meu Caro Paulo Gonçalves.
ResponderEliminarContudo, esclareço que recolhi a fotografia na internet, desconhecendo por completo a quem pertencia
Peço desculpa pelo abuso...
Somente hoje vi a fotografia de meu avô, trabalhava e estava estabelecido na Rua Direita em Setúbal. Recordo com saudade o movimento da roda de esmoril a trabalhar, as "fagulhas", as quais sujavam e queimavam o seu "Guarda-pó".
ResponderEliminarEra de origem galega e esta fotografia faz parte do livro da cidade de Setúbal, onde se pode ver todos os "tipos" da cidade, tirada por Américo Ribeiro, fotógrafo desta cidade.
Tenho em meu poder todo o seu espólio da profissão - o apito de madeira, feito de propósito para ele, a bóina de espanhol, queimada do esmoril, A RODA - que se pode ver na fotografia. A saudade perdura...
Como disse antes, obtive esta fotografia na internet, para ilustrar a minha memoria.
ResponderEliminarFico feliz por saber que a sua neta preserva os instrumentos de trabalho do seu familiar.
Curiosamente, a boina indicia e comprova a origem galega deste homem.
O meu texto, exclusivamente assente nas minhas memorias infantis, sai enriquecido com o contributo desta sua descendente.
O Amola Tesouras que está na foto é o Fulgêncio Silva e meu avô. Paulo Gonçalves da Silva
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