O PARADOXO ...

F - 16

Ontem foi um dia agitado. Resolvi escrever uma carta ao meu caro amigo Fernando Rafael, fazendo dele o inimigo público nº 1, deste Seu excelente blogue. A pretexto de uma tal suposta dívida, muito nos divertimos todos. Quando pensei rubricar aquelas mal alinhavadas linhas, tentei incluir no texto todos os amigos que podia. Mas estava limitado pela extensão da prosa. Quis ter a preocupação de juntar os que, normalmente, fora de fronteiras, costumam dar o seu contributo. Em boa hora o fiz. O Leitão, o Falcão e o Torreira da Silva, compareceram à chamada. Preocupa-me o BobbyZé, que espero que se encontre bem. A todos agradeço a colaboração. Uma palavra para o Chico Torreira, que de uma forma muito empenhada, com extensos comentários, muito ajudou, neste paródia. Naturalmente, a todos os amigos que estão do lado de cá. Intervenções jocosas, e prosas a roçar o brilhantismo. Estou-vos grato. Desculpem-me, eu referir aqui o Rui Felício. Durante todo o dia, como poderão constatar, o nosso amigo jurista foi-me alimentando a conversa. Com a destreza da sua argumentação, e como só ele sabe fazer. Até os seus comentários de âmbito jurídico, vieram completar uma prosa animada. Desta forma, não deixámos cair o texto. Esteve todo o dia em lume brando. E assim se esbateram fronteiras e aproximaram continentes. Por arrasto, veio a fotografia da esquelética vaca do Felício, e por ramificação posterior, a feira da Carlos Seixas, do Fernando Rafael, e a postagem do Rui Lucas, com os seus vinhos e queijos. O Rafael – o grande timoneiro – lá se vai escudando na prosápia de que não sabe escrever … e depois é o que se vê. Por certo, todos estarão perguntar o que é que um F -16 tem a ver com tudo isto? Eu respondo-vos: nada. Apenas com este grupo de amigos, gostaria de partilhar uma reflexão minha, de ontem à noite. É sabido que Portugal acolhe uma cimeira da N.A.T.O. No âmbito de manobras militares, foi a população desta zona da Beira Interior informada pelos jornais regionais, de que aqui se fariam exercícios com as nossas esquadrilhas de F – 16. E, de facto, durante dois dias e duas noites, os caças voaram por aqui, a grande altitude, e com estrondo. Bem sei, que como membros daquela Aliança, o País tem que honrar os compromissos assumidos. Bem sei, que é nova ordem internacional que assim nos obriga. Mas ontem, às nove da noite, enquanto o jornalista da SIC, Mário Crespo, com a sua voz calma e cordata, nos dava conta desta catástrofe social que são os mais de seiscentos mil desempregados, eu ouvia o zumbido dos aviões por cima da minha cabeça, a vomitar pelas turbinas o dinheiro que não temos. Estranho paradoxo este …
Um abraço a todos
Quito Pereira