Esta foto, não tem data; diz apenas, no seu verso escrito pelo punho do meu pai "Bairro da Fonte do Castanheiro, conclusão das obras". Trata-se, portanto duma foto tirada quando estas casas do bairro a que chamamos "Arregaça" ficaram concluídas e prontas para serem entregues ao desalojados da Alta. Creio que as ruas que se vêm na foto serão as actuais Rua das Fogueiras e Rua 13 de Maio.
Rui Pato
Rui Pato
Passados tantos anos, ainda se mantêm, as casas...pequenas mas muito cuidadas! A rua que sobe vai dar à Rua Verde Pinho. Ao fundo fica o actual e imponente edificio da EDP na Av Urbano Duarte (local onde se realizavam as fogueiras!)...e na continuação (sentido contrario) vai dar-se à Fonte do Castanheiro...e ao Campo da Arregaça, passando-se pelas "canas da India"...Do lado direito, no vale, a linha da Lousã e a Fábrica da Porcelana (fechada!!?).
ResponderEliminarBoa explicação do Leitão. É exactamente o que eu pensava: A "Verde Pinho" é paralela à "Carlos Seixas", num patamar superior. Será que tens por aí muitas mais, Rui? Seria um livro realmente interessante. E uma boa Homenagem a teu pai Albano da Rocha Pato....
ResponderEliminarNunca cheguei a perceber a razão das patentes diferenças entre este Bairro da Arregaça e o nosso Bairro...
ResponderEliminarEsta foto sim, deixou me muito comovida, nasci e cresci no chamado Bairro da Arregaça na rua a que o Rui Pato se refere, 13 de Maio e não é a que a foto mostra.Fica no seguimento da Rua das Fogueiras.A tipologia das casas varia entre os dois e quatro quartos (o caso da minha ) onde ainda actualmente vive o meu irmão.Os meus avós maternos terão sido dos primeiros a habitar o Bairro que terá sido em 1951.Aqui foram alojados aqueles que tinham menos posses e aqueles que eram inconvinientes para o regime, caso do meu avô e pai, pq o bairro ficava na altura, bem afastado de tudo. Rui Pato a pessoa que se encontra sentada nas escadas é a nossa saudosa amiga Manuela, lembra-se?
ResponderEliminarNão consigo escrever mais nada de momento...
Um beijo e bem-haja por estar a artilhar tudo isto connosco.
Cristina Antão
Obrigado pelo esclarecimento, D. Cristina Antão. Lembro-me muito bem da D. Manuela. A filha dela é minha vizinha.
ResponderEliminarConheci todos estes lugares com a palma da mão!
ResponderEliminarAs descrições do Zé Leitão e da Cristina Antão, estão perfeitas.
As trazeiras da minha casa, na Quinta de D.João, davam para a parte lateral da Fábrica de Porcelanas, muito perto da linha da linha da Lousã. Atravessando esta, estávamos nas hortas e ao fundo ficava a Fonte do Castanheiro.
Subindo as escadas do lado direito, tinhamos a tal rua que o Zé Leitão fala, para a esquerda o Campo do União e para a direita o Bairro da Arregaça.
RuiFelício, Penso que a Cristina já te respondeu à pergunta!
Rui Pato, que contente ficaria a Licinia a ver a mãe!
ResponderEliminarRespondendo ainda ao Rui Felício, uma outra diferença bem importante é o facto de todos os outros bairros sociais ( incluindo o Norton Matos) terem sido de rendas resoluveis, os moradores da Arregaça, passados cinquenta anos, tiveram de pagar as casas.Injusto, não?
Cristina Antão
Obrigado D. Cristina Antão pelos esclarecimentos a um facto que desde sempre estranhei.
ResponderEliminarNa verdade, eram as teias que aquele tenebroso regime tecia. Não davam ponto sem nó.
Felizmente que, apesar das apertadas malhas, a oposição foi crescendo de tal ordem que o regime já não conseguia concentrar e isolar os seus opositores que se espalhavam por todo o lado. Incluindo no Bairro Norton de Matos.
O que não imaginava também é que as rendas no Bairro da Arregaça não eram resolúveis, dado que essa modalidade era aplicada á generalidade dos bairros sociais.
Estou a lembrar-me do Bairro Norton de Matos em Coimbra, e dos Bairros da Encarnação, da Tapadinha e de Carnide em Lisboa.
O Rui Patos relembra-nos Coimbra pelas fotos de seu Pai. De fato também me causou sempre uma certa impressão as diferenças dos bairros. Continuo a aprender.
ResponderEliminarE os que foram para o Bairro de Celas? Situações semelhantes?
ResponderEliminarSim,na Arregaça viveram muitas pessoas da oposição mas eram bem controlados, logo junto à única entada do bairro.
ResponderEliminarNa foto,a casa do lado esq,é geminada, e do outro lado morava um colaborador da pide, diziam.
Bem guardados, não ?
Cristina Antão
Esta foto não suscita dúvidas, é mesmo o Bairro da Arregaça também conhecido por Bairro da Porcelana por estar perto da Fábrica da Porcelana.
ResponderEliminarLembro-me bem de ter dado ali, naquele local inferior da foto, as primeiras voltas a dançar nas Fogueiras de S. João.
Abílio
O Bairro de Celas, Stª Clara, da Conchada e outro ainda que não me vem à memória , foram todos bairros sociais, construídos com os mesmos fins que o da Arregaça.A tipologia das casas é semelhante, sendo o de Celas de uma construção mais fraca.
ResponderEliminarAs Fogueiras de S.João ,eram famosas e realizaram se em vários locais, nomeadamente na Rua Verde Pinho, junto à casa do Rui Pato e do meu irmão,no largo.
Ainda se realizam actualmente as marchas que seguem até ao Norton de Matos.
Cristina
Rui Pato,
ResponderEliminarAs minhas desculpas pois ao escrever o segundo nome cometi um erro de tecla que não verifiquei.
Rui Felício
ResponderEliminarAlém do bairro Norton de Matos, há o bairro da Cumeada em Coimbra, com casas idênticas às do nosso bairro e era também de rendas resolúveis. Além dos referidos bairros nos diferente comentários, havia ainda os do Loreto e Pedrulha, pelo menos.
O nosso Sherlock Holmes foi, desta vez, dispensado. Mesmo de NY o local do crime foi identificado...
ResponderEliminarPenso que a Cristina Antão explica muito bem a razão das diferenças, o porquê da renda não resolúvel no Bairro da Arregaça, etc.
O Estado Novo, tentando resolver o problema habitacional criado pela destruição da Alta, aproveitou para alargar a solução a outras famílias que viviam em condições precárias.
Fez bem! Nem tudo era mau...
Tanto quanto sei, dos diversos bairros criados, o da Arregaça foi destinado às famílias de menores recursos económicos. A renda resolúvel teria, forçosamente, de ser superior a uma renda simples. Os contemplados não teriam capacidade para suportar essa renda...
Como se vê, sabiam fazer contas e não davam ponto sem nó !
Meu pai nasceu neste bairro em 54, sempre ouvi histórias do caminho tenebroso que tinha minha avo e pais de fazer para ir trabalhar na baixa, hoje um sitio privilegiado no coração da cidade-
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