quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

BEM HAJAS RUI FELÍCIO...


Alguém a quem muito prezo, numa mensagem escrita, alertou-me para um texto que tinha saído neste espaço de amizade, da autoria do meu e nosso amigo Rui Felício. O Rui, escreve ao ritmo de uma barca que desce vagarosamente um Mondego sereno. A cada remada, um salpicar de emoções. A cada movimento, o talento que vem à tona. A mão ágil do escritor, escreveu como muito poucos seriam capaz de o fazer. Ele, o autor, por palavras enfeitadas de poesia, sabia atingir o alvo do destinatário de coração brando. Ele, o Rui Felício, bebe da mesma fonte de romantismo. Falam ambos a mesma linguagem. A linguagem da amizade perene. Antes de me emocionar, alguém se emocionou por de mim. Não fui eu que tive a oportunidade de primeiro o ler. Quando aqui cheguei, vi lágrimas nos olhos. Da avó e das colaboradoras da farmácia, que viveram desde o princípio esta maravilhosa aventura de qualquer inocente que vem ao mundo. Este texto, vai ficar guardado para memória futura. Um pergaminho, a juntar a outras amabilidades que recebi dos amigos. Para textos como este, de tão belo, sobram as palavras. Que te posso eu dizer, Rui ? Nada. Talvez diga tudo no silêncio de uma lágrima. Parti à desfilada em direção a Lisboa. Junto ao Tejo, no Hospital da Cuf Descobertas, descobri uma outra faceta da vida. Ela, a mãe, lutou serena para que o Miguel Pereira nascesse. Um dia inteiro de ansiedade até que as nove e cinquenta e sete da noite, do dia dezasseis deste mês de Dezembro, deu -se o suave milagre. Depois, a sós, no berçário dos recém nascidos, vi o menino a dormir. Segredei-lhe o nome e ele, mesmo ainda sem ver, abriu os olhos claros. Foi a minha prenda antecipada de Natal.Um prenda envolta num papel colorido de emoção. Um diamante raro. Saí - saímos - para a noite lisboeta. Já as sombras opacas, percorriam as avenidas. Era já tarde.Não tendo havido tempo para marcar hotel, foi preciso procurar local para dormir. O cansaço, mais psicológico que físico, já começava a tomar conta de nós. Hotéis esgotados, mas o brio pessoal de um recepcionista,permitiu-nos um luxuoso e magnifico alojamento, mesmo à beirinha do Tejo. Um quadro Bíblico dos tempos modernos. Dormimos como justos e, de manhã, enquanto fazia a barba, olhei-me olhos nos olhos ao espelho e sorri. Já tinha a minha continuidade. O sangue do meu sangue. E, paradoxalmente, olhando as rugas que me lavram os olhos e o cabelo cor de neve, percebi que a barca do Tempo me tinha brindado com o regresso a uma espécie de prefácio da vida. Renasci.
 Quito


8 comentários:

  1. Não há dúvida! Nasceste para ser avô!... Desconfio, desconfio não, tenho a certeza que o teu neto vai ser o neto mais feliz do mundo!...

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  2. Errata: onde se lê "alguém se emocionou por de mim", deve ler-se "alguém se emocionou por mim". Fica a desculpa pelo lapso.

    Ao Rafael, agradeço ter passado o comentário a postagem, por sugestão do nosso amigo Paulo Moura.

    BOM ANO A TODOS ...

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  3. Bom ano a todos... mesmo com ginecologia...

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  4. E tu e o Felicio o que fazem é emocionar-nos, levar-nos ás lágrimas, com os vossos maravilhosos textos, O que vale é que são lágrimas de alegria, pelo nascimento do teu neto,sobretudo, e pelo orgulho de ter amigos como vocês. Um abraço grande da

    (E agora só consigo comentar como anónima)

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  5. Ló, se no canto superior direito da página do blog não tens:

    o teu e-mail @qualquer coisa.com Nova mensagem Design Terminar sessão

    deves ter um link "login".

    Clica aí e entra na tua conta.

    Bom 2015, Ló (não anónima)

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  6. Não tenho nada disso, Paulo. Obrigada pelo esforço, amanhã vou ver o que se passa.
    Bom ano para ti e para as tuas 3 meninas e votos de muita saúde e alegrias

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