Ericeira. Um mar revolto de amizade e emoções ...
De novo partilho com todos os amigos, este espaço de convívio. Regressei de viagem. De viagem por um mar revolto de amizade e emoções. Prometi-Vos um dia que não falaria da guerra. E não falarei. Mas consintam-me que fale dos meus amigos. Dos outros. Daqueles que numa época remota, se cruzaram comigo nos caminhos da vida. Durante um período longo partilhámos o mesmo destino. Um destino sombrio. Quando a curva da picada podia ser o inicio de uma caminhada sem retorno. Para alguns – felizmente muito poucos – o destino foi implacável. Para outros – quase todos – o destino foi generoso. Faz agora trinta e nove anos que partilhámos a alegria do regresso. Todos os outonos revivemos esse momento. O dia em que as famílias, de braços abertos, nos receberam com lágrimas de júbilo. Os anos passaram e os cabelos embranqueceram. Mas a chama da amizade, essa, não se desvaneceu. E alguns de nós, criámos uma empatia tal, que tudo é pretexto para nos juntarmos. E neste fim - de - semana que prometia ser mais longo, lá partimos de armas e bagagens até uma unidade hoteleira do litoral. Ericeira foi o destino. Afinal a Vila onde vive um amigo que muito prezo – o Rui Felício. E foi ali que montámos o nosso quartel-general para os “raids” pela região. Nesse Sábado à noite, um passeio pela Vila. Um jantar num restaurante simpático e acolhedor, com muitas romagens pelo passado por terras da Guiné. Domingo foi o dia do almoço anual, lá para os lados de Sintra. Quando se poderia pensar, que a erosão dos Tempos acabaria por aniquilar estes convívios, acontece precisamente o contrário. Eram mais de cem e nem preciso de Vos dizer a animação que foi. No fim, as despedidas. E a promessa de um novo regresso em 2 O11. Para a Ericeira, por onde prolongámos a nossa estadia, passeando em grupo pela Vila, um aceno de simpatia. Também para a unidade hoteleira de Vila Galé, com a sua magnífica localização junto ao mar. E à excelência dos profissionais que ali trabalham. É justo que faça esta referência. Mas para este pequeno grupo – os tais que ficámos umbilicalmente ligados pelos laços cimentados nas dificuldades da guerra - o convívio não terminou. Por terras do Ribatejo e Trás – os – Montes, continuaremos a nossa saga neste ano que decorre. A galope, como militares de Cavalaria que éramos. Mas não “à carga”, contra um qualquer inimigo. Apenas e só, a galope pela rota da amizade e dos afectos.
Quito Pereira
Quito Pereira
Um grande e belo encontro de amigos...são
ResponderEliminarondas de afectos que nos trazes,Quito!
Mais uma escrita como deve ser.
ResponderEliminarÉ mais um belo Rebalhão.
Tonito.
Ai,já sentiamos a falta da tua escrita!
ResponderEliminarNesse mar revolto dançam as lembranças de tempos difíceis, com as amizades transbordantes de emoções e afetos.
Sempre na farra...
Ao Guerreiro forçado..mas agora "papa almoços" por prazer e amizade, o meu abraço que abranje todos os teus companheiros de há 39 anos pelas picadas da Guiné!
ResponderEliminarJá vi que foi uma bela jornada de confraternização e pelos vistos não vai ficar por aqui!
Tiveste sorte...não fiquei a teu lado na mesa...
Nem uns jaquinzinhos....na Ericeira!
Não há direito!
Foi com muita pena que não me tenha sido possivel ir jantar no sábado com o Quito e a São.
ResponderEliminarCoincidiu a sua passagem pela Ericeira com a minha saida por uns dias para aproveitar o feriado.
Curiosamente, passei perto de Salgueiro do Campo naquele sábado...
Caro Rui
ResponderEliminarDe facto, foi pena. Mas há mais marés que marinheiros. O hotel tem uma situação belíssima. Não conhecia. Imagino a confusão que deve ser no Verão para arrumar um carro. Mas é óptimo para passar uns dias a descansar na época baixa. E se se proporcionar lá iremos. Teremos então a oportunidade de almoçar ou jantar. É sempre um prazer para nós estar contigo ...
Abraço
Dormi uma única vez naquele hotel, quando andei na tropa em Mafra. Chamava-se na altura Hotel Turismo.
ResponderEliminarO edificio é o mesmo, mantem a mesma imponência e a excelente localização.
Passados estes anos todos foi remodelado interiormente mas tiveram o bom senso de não alterar a sua traça arquitectónica exterior.
De facto, o maior handicap da Ericeira é a extrema dificuldade de estacionamento, mesmo no inverno, mas como já conheço os cantos à casa, sempre me vou desenrascando.
O Hotel é, de facto, muito bom. Os pequenos-almoços são muito variados e substânciais.Um retrato do que se come nas unidades hoteleiras de Espanha.Também os quartos, não sendo de deslumbrar, são, contudo, muito confortáveis.
ResponderEliminarA zona pedonal junto às rochas, é uma mais-valia do hotel.Convida ao regresso...
Também os restaurantes primam pela boa comida. Sobretudo o peixe. E para quem gosta de marisco, estamos conversados. Neste capítulo, do marisco, é que os preços são pouca apelativos ...
Quito,
ResponderEliminarÉ verdade que a vivência conjunta de momentos difíceis cria ligações inseparáveis.
Tive a sorte de escapar a esse pesadelo que tu viveste, que uma grande parte da nossa geração viveu, que foi a guerra colonial.
Fiquei-me por uns três anos, um na Ota mais dois em Monte Real, observando nuvens e medindo temperaturas e pluviosidades.
Ainda assim, com as dificuldades vividas sobretudo na Ota, retenho comigo a memória de excelentes companheiros e tenho uma enorme pena de ter perdido o contacto com muitos deles.
Digo-te isto para que percebas que compreendo muito bem o entusiasmo que nos transmites neste reencontro com aqueles que contigo viveram momentos muito difíceis.
Continua a aproveitar esse mar de emoções.
Abraço.