O primeiro beijo é um momento inesquecível da vida, diferente de todos os outros que a seguir se dão, por maior que seja a paixão com que se dêem.
É a descoberta de sensações muitas vezes imaginadas mas nunca antes experimentadas. É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.
Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zangão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…
É a descoberta de sensações muitas vezes imaginadas mas nunca antes experimentadas. É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.
Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zangão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…
Rui Felício
Mais um belíssimo poema,Rui.
ResponderEliminarAté parece que sentimos.
Obrigado.
Um abraço.
Ó Rui, tu és um especialista em apicultura.
ResponderEliminarIsto vai para o nosso blog porcalhoto, claro ;O)
O que me preocupa nesta história é pensar que o Rui está no topa a ver o beijo do zangão...
ResponderEliminarOs zangões já não são o que eram...as rosas essas sim de carnim sempre assim: com ardor insaciável!
ResponderEliminarQue ternurento texto vindo de um zangão excepcional!...
Eu estou a imaginar o Rui a espreitar à esquina com uma lata de Dum-Dum...
ResponderEliminarE eu, mesmo aqui na vizinhança, nunca observei tamanha paixão!
ResponderEliminarO Rui espreitava pelas persianas...
Eu não me apercebi...mas não admira porque na altura ainda não morava por estas bandas!
ResponderEliminarNa gíria do futebolêz, costuma dizer-se que um jogador está "num pico de forma". Aplica-se a ti, Rui. Estás em colisão permanente com a rota dos afectos. Isso, engrandece-te como Homem."...amor é fogo que arde sem se ver ..." diz o nosso Maior. Quantos de nós, nunca tiveram um amor antigo de que se recordam? Quantos de nós, nunca tiveram um desgosto de amor? Quem pensa que o amor Balzaquiano está desajustado aos dias de hoje, engana-se. O amor, mesmo que proibido, impossível e sofrido, é transversal aos séculos.Quantos encontros e desencontros de amor, entre homens e mulheres, continuaram a jorrar na Fonte dos Amores? Quantas paixões em surdina? Quantas?
ResponderEliminarNa letra de uma canção sua, Rui Veloso fala no "primeiro beijo". Porque o primeiro beijo marca o Homem e a Mulher. São Memórias doces de tempos de infância ou de juventude. Por vezes, a própria ingenuídade dessa troca de afecto, mais enobrece o amor. O amor despido da vertente instintiva. Vivemos pela vida fora carregando essa nostalgia, como foi o teu caso, neste texto. E quem, ácidamente, te queira criticar, que te atire, atrevidamente, a primeira pedra ...
Abraço
Abraço
Até de um zangão o Felício se serve para cantar um hino ao amor...
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