Filme documentário, realizado por Leitão de Barros, sobre a construção da ponte sobre o Tejo em Lisboa e sua inauguração a 6 de Agosto de 1966.
Para a ponte suspensa, toda a monumental fabricação metálica de 22.000 toneladas das peças de aço, destinado à viga de rigidez e tabuleiro, foi executada em Portugal nas oficinas da SOREFAME. Bem assim como a grelha metálica rodoviária. Para além de outras estruturas referidas pelo narrador, fabricadas nos estaleiros do norte.
Tempos em que a mão de obra caseira tinha uma incorporação muito significativa nas grandes obras nacionais.
Reparem que muitos dos trabalhos se realizavam a cerca de 70 metros acima do nível médio das águas do rio Tejo e, pelo que se vê, nenhum trabalhador utilizava qualquer sistema de segurança.
É bem evidente o à vontade como alguns trabalhadores se deslocavam naquelas vigas como se num corredor de um escritório se movimentassem, para não falar em registos de arrepiar quando estão a martelar em posições, aparentemente, de equilíbrio instável.
Como comentou o meu amigo Eduardo Martins, que me enviou este video, é um "documento datado, com aquela sonoridade dos ”jornais de actualidades” que nos eram servidos nas primeiras partes das sessões de cinema, juntamente com os “desenhos animados”, mas que está bem feito do ponto de vista da divulgação das técnicas construtivas, alem da “louvação” dos promotores e patronos, como é obvio…".
Já tinha ocasião de ver este documento histórico.
ResponderEliminarComo dizes, caro Paulo, foi uma obra com grande potencial de risco para os operários, que trabalhavam a grande altura,sem as suficientes precauções. Alguns acidentes aconteceram.
São os heróis anónimos, que deram o seu único bem, para conforto dos outros. Gente esquecida, apenas lembrada pelas famílias dos acidentados, a quem eram atribuídas magras indemnizações, mas tudo dentro de um quadro legal, naturalmente.
Há muitos anos, nomearam-me representante legal junto do Tribunal de Trabalho, num acidente em que um trabalhador ficou inutilizado por ter ficado gravemente queimado pela calda retardante lançada de um avião, num incêndio.
Fui com instruções de aceitar tudo o que o trabalhador tivesse direito, mas a pensão que lhe foi atribuída era de tal maneira aviltante, que me recusei a voltar ao Tribunal de Trabalho em situações semelhantes ...
Abraço
Não sei se já vos disse mas,durante 2 meses,fui portageiro na Ponte Sobre o Tejo.
ResponderEliminarColaboracionista!
EliminarTenho bem na memória os documentários da "Tobis" que eram apresentados nos cinemas, como uma espécie de aperitivo para o filme que se ia ver.
ResponderEliminarEste, a esta distância no tempo, é um documento histórico bem interessante.
A "louvação" aos patronos, com a respectiva bênção da Igreja Católica, também fazem parte da História...
Bom documento, obrigado.