Para quem, como eu, esteve naquela memorável sexta-feira no Coliseu, duas semanas depois da revolta das Caldas, percebeu, mais tarde, a razão de ser da escolha da canção Grândola, Vila Morena como senha da revolução de 25 de Abril. Era uma das canções que a censura tinha permitido que Zeca Afonso cantasse, por certamente lhe ter parecido relativamente inócua quando comparada com os Vampiros, por exemplo, que liminarmente proibiu que fosse cantada, como muitas outras. À falta de outra das preferidas do público presente no Coliseu, a Grândola Vila Morena foi cantada já no final até à exaustão, em coro uníssono pelos milhares de pessoas que enchiam o recinto, transformando-se num verdadeiro hino de revolta popular e apesar do forte aparato policial dentro e fora da sala. A Grândola Vila Morena não foi portanto escolhida sem razão pelos que planearam e executaram a revolução de Abril. A sua escolha já estava tacitamente feita pelos populares naquela sexta-feira inesquecível. Para mais, nesse dia, eu tinha tido conhecimento da prisão do alferes miliciano Dinis de Abreu, de quem era muito amigo, para se ir juntar aos oficiais do quadro permanente que já tinham sido encarcerados dois dias após a revolta das Caldas.
Aqui nesta foto pode-se bem afirmar que estão representadas as vozes que deram também voz ao Povo. Falta um, o Sérgio Godinho, que com a sua canção LIBERDADE (a paz, o pão, habitação...) apresentou todo um programa dos anseios dos mais carenciados.
Para quem, como eu, esteve naquela memorável sexta-feira no Coliseu, duas semanas depois da revolta das Caldas, percebeu, mais tarde, a razão de ser da escolha da canção Grândola, Vila Morena como senha da revolução de 25 de Abril.
ResponderEliminarEra uma das canções que a censura tinha permitido que Zeca Afonso cantasse, por certamente lhe ter parecido relativamente inócua quando comparada com os Vampiros, por exemplo, que liminarmente proibiu que fosse cantada, como muitas outras.
À falta de outra das preferidas do público presente no Coliseu, a Grândola Vila Morena foi cantada já no final até à exaustão, em coro uníssono pelos milhares de pessoas que enchiam o recinto, transformando-se num verdadeiro hino de revolta popular e apesar do forte aparato policial dentro e fora da sala.
A Grândola Vila Morena não foi portanto escolhida sem razão pelos que planearam e executaram a revolução de Abril. A sua escolha já estava tacitamente feita pelos populares naquela sexta-feira inesquecível.
Para mais, nesse dia, eu tinha tido conhecimento da prisão do alferes miliciano Dinis de Abreu, de quem era muito amigo, para se ir juntar aos oficiais do quadro permanente que já tinham sido encarcerados dois dias após a revolta das Caldas.
Aqui nesta foto pode-se bem afirmar que estão representadas as vozes que deram também voz ao Povo.
ResponderEliminarFalta um, o Sérgio Godinho, que com a sua canção LIBERDADE (a paz, o pão, habitação...) apresentou todo um programa dos anseios dos mais carenciados.
O Sérgio ainda não tinha regressado...
EliminarMemorável momento!
ResponderEliminarGostei muito de ler o depoimento do Rui Felício, pois sempre se acrescenta algo que, quem não presenciou, desconhece.
A cantiga era uma arma... e eu já sabia.
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