"A rainha das frutas tropicais" |
O vasto mundo tem lugares espetaculares, em termos de cenários paradisíacos. Mas em nenhum lugar do mundo existem mais espécies de animais e de plantas do que na Amazônia, considerada de maior biodiversidade do planeta. São milhares as espécies que habitam a região como um todo - diversidade gama - , como coexistindo em um mesmo ponto - diversidade alfa -. Essa riqueza da flora compreende cerca de 10% das plantas de todo o planeta, mas apenas uma fração dessa biodiversidade é conhecida.
Infelizmente, e não há motivos para manter em segredo, pesquisas têm apontado que em nenhum lugar do mundo são derrubadas tantas árvores quanto na Amazônia. A média de desmatamento tem colocado a região no ranking da devastação ambiental, como a maior do mundo, ultrapassando a Indonésia. A divulgação desse "maticídio" - vocabulário particular que utilizo para me referir à matança da mata - poderá sensibilizar os habitantes da Terra para um fato que poderá afetar futuras gerações. Se o desmatamento tem diminuído, e não tem sido de modo alarmante, ainda assim continua. É incontestável.
Porém, diante deste triste cenário, ainda sou privilegiada em contracenar, diariamente, com personagens exóticas e especiais, trabalhando em meio ao verde exuberante, durante o ano todo. Não sou especialista em análise de solos - e os comentários aqui não tem pretensão científica alguma. Apenas são relatos empíricos, formados a partir da "convivência" com tantas espécies da flora amazônica, que em muito me encanta. Constato chuva e sol em proporção adequada para a vasta flora amazônica, no meu insignificante conhecimento.
Se não nos bastassem a imensurável espécies de árvores nativas brasileiras, em diferentes climas, nosso solo recebe, de bom grado, outras, de outros continentes. É o caso do mangostão, do mangostanzeiro (Garcinia mangostana L.), uma pequena amostragem, da variedade introduzida na Região. O maravilhoso disso é que está ao nosso alcance, com a mesma facilidade de se ir ao quintal e apanhar, da árvore, um fruto da mangueira, uma árvore muito comum em quase todos os quintais, sítios, chácaras ou até mesmo em via pública.
O mangostão foi introduzido no Brasil há um século, mas somente na década de 80 passou a ser, realmente, cultivado, graças ao trabalho de pesquisa de uma instituição brasileira.
"Nativo da região tropical do sudeste asiático, abrangendo também a maioria das ilhas da Indonésia, o mangostão é considerado pelos habitantes desses lugares como a fruta mais saborosa do mundo: "a rainha das frutas tropicais". Verdadeiro "manjar dos deuses", o mangostão foi comparado, por alguns, ao néctar e à ambrosia, alimentos do Olimpo grego."
Semana passada, percebi que alguns pés de mangostanzeiro estão com frutos, entre as inúmeras fruteiras que nos rodeiam, no ambiente de trabalho. Mas provar dessa fruta, ainda mais quando está ali, livre, à disposição de todos, é como uma corrida à Loteria. Mas graças a alguns amigos que a gente tem por esta vida, senti-me uma "deusa", saboreando o fruto.
Mangostão |
Aproveitei o momento em que colega de trabalho estava colhendo alguns frutos |
Mangostanzeiro |
Mangostão
(Crédito das fotos: Chama a Mamãe)
Mamãe Coruja
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E hoje ganhei mais uns 20 frutos de mangostão. Nem resisti e já devorei a metade.
ResponderEliminarDiante de tantas fotos aqui publicadas, de excelente qualidade, só me resta dizer: " Relevem, por favor".
rsss
Agora sou eu o dono desta espécie de blog queixando-me de na madrugada deste dia ter feito o 2º comentário, seguidnho ao de Chama a Mamãe e...eclipessou-se Amazónia dentro!!!!
EliminarTás a ver Tonito...até ao dono isto acontece!!!
Terá sido rapto googlês?!!!! Agora como vou construir outro comentário sem que seja diferente dos que por aqui já passaram!
Olha vou roubar só a parte final do comentário do Quito:Gostei de ler. Obrigado.
Dommmm... sabias que na Amazônia existem, no espaço aéreo, os chamados "buracos negros"?
EliminarPois bem, quem sabe seu comentário encontrou um desses pontos vulneráveis?!
(brincadeirinha, Dom).
Obrigada pela sempre gentileza
Da Amazónia chega-nos este belo artigo pela mão de "Chama a Mamãe". A diversidade de fruta e esse manjar de mangostão, privilégio de quem habita aquele lugar do planeta. Gostei de ler. Obrigado.
ResponderEliminarQuito sempre gentil comigo.
EliminarObrigada.
Já comi muitos na Tailândia e na Indonésia! Uma delícia!
ResponderEliminarInteressante... quando estava redigindo a matéria pensei em ti. Pensei justamente isso: o Alfredo deve ter conhecimento do mangostão.
EliminarBingo!
A Daisy enchia o prato de mangostão, ao pequeno almoço!
EliminarUma "deusa"!
EliminarNão conhecia este material comestível.
ResponderEliminarSe o Alfredo diz que é bom,acredito plenamente.
É sim, Tonito (?). Uma delícia. Esses frutos, "presenteados", estavam maiores e bem suculentos.
ResponderEliminarÉ o Tonito, sim. Podes tirar o ponto de interrogação.
EliminarToniiiitooo, querido!
Eliminarrsss
Olá, amiga!
ResponderEliminarDesconhecia o fruto, mas por cá já se vende iogurte e sumo de mangostão, porém ainda não provei.
Agora aguçou-me a curiosidade de experimentar o seu sabor.
A Mamãe serve-se deste manjar dos deuses para melhor nos dar a conhecer a sua amada Amazónia.
ResponderEliminarEstá preocupada com o "maticídio" e com razão. A mão do Homem já tem destruído outros tesouros da Natureza e, apesar da sua imensidão, a Amazónia não é imune a esse ataque selvagem.
Mas, deixa-me perguntar-te, esse abate de árvores é autorizado? A Amazónia pertence a um único Estado ou está inclusa em diversos? Há terrenos privados ou é tudo estadual?
Outra coisa que me impressionou foi o facto de nos dizeres que, apesar do número imensurável de espécies de árvores nativas, recebem ainda outros de diferentes continentes. Terá sido assim que nasceu o mangostão, proveniente do sudeste asiático. Estas "importações" deveriam ser cuidadosamente estudadas (não sei se são ou não, pois não o referes) para que não se corra o risco de destruição das árvores autóctones.
Nós, neste cantinho à beira mar plantado, destruímos o nosso equilíbrio natural com a importação do eucalipto, importado da Austrália, que ocupa 25% da floresta portuguesa. E porquê? Porque é uma árvore de crescimento rápido, de grande interesse para as celuloses mas que "seca" tudo que a rodeia. Para variar, os interesses económicos a espezinhar os da Natureza.
Atenção, longe de mim a ideia de que o teu delicioso mangostão esteja a "secar" seja o que for. Apenas te dei este nosso exemplo para veres que há muita forma de cometer "maticídio".
Quando o Alfredo aí for, lembra-lhe que tem de trazer umas dúzias de mangostão para a malta provar. Até lá, vou fazer como a Celeste Maria, vou ver se encontro o sumo para ficar com uma ideia do paladar. Depois te diremos, certo?
Refiro-me ao desmatamento criminoso Não me alonguei porque tem várias questões que demandariam mais espaço para as necessárias explicações.
ResponderEliminarTentarei responder pontualmente. Como diria Jack, o estripador, vamos por partes:
1. O Código Florestal Brasileiro “estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos". Pela extensão do País, existem entraves para a Lei ser cumprida, entre outras, uma fiscalização eficaz, mao de obra insuficiente, corrupção, interesses de grandes madeireiros e fazendeiros que desmatam e queimam para pasto. Na Amazônia, por exemplo, onde as áreas desmatadas de forma criminosa são maiores, essa fiscalização é quase impossível, justamente por conta dessas condições de acesso inóspitas. Em alguns lugares é até difícil fixar pessoal. Então, comprovado o desmatamento de área de preservação sem a autorização do Órgão Ambiental competente, impõe-se, além do dever de regeneração da área, a imposição de indenização pecuniária para coibir a prática do ilícito e minorar o prejuízo ao ecossistema. Mas são processos demorados e apesar de nossas leis serem as mais modernas do mundo, só ficam no papel. Infelizmente.
2. A Amazônia (Floresta Amazônica, Selva Amazônica, Floresta Equatorial da Amazônia, Floresta Pluvial ou Hileia Amazônica) inclui territórios pertencentes a 9 países (Peru, Colômbia, Venezuela,Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e França (Guiana Francesa) e Brasil, que compreende a maioria das florestas. A partir da década de 60 parte que cabe ao território brasileiro passou a ser chamada de Amazônia Legal (é mais um conceito político do que um imperativo geográfico).
No Brasil, a Amazônia é delimitada por uma área chamada Amazônia Legal e compreende 9 estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte dos estados do Mato Grosso e Maranhão). O Estado no qual vivo é o Estado do Amazonas (Região Norte do Brasil), que pertence à Região Amazônica, em cuja está parte da Amazônia
3. As áreas tratadas no Código são áreas da União. O Estado não entra no mérito da esfera particular, nesse sentido, embora exista uma legislação de como deve ser conduzida a vegetação rural e urbana.
4. Sim, não só o mangostão, como o rambutan – também do continente asiático – foram introduzidos no Brasil, além de outras espécies (passei o link do trabalho de um pesquisador a respeito, na matéria), não só plantas frutíferas, como ornamentais. Claro que há a preocupação com a questão do impacto ambiental.
5. O perigo está na própria “casa”, no desmatamento sem a devida regeneração, implicando em prejuízos incalculáveis ao ecossistema. Mas as importações, não só de plantas, mas animais – devem, sim, preocupar os órgãos competentes, Temos o caso do “caramujo africano”, introduzido ilegalmente na década de 80, transmite a meningite, em contato com a pessoa. À princípio, foi trazido para consumo, mas depois não houve controle e se espalhou no meio ambiente.
6. Se verificares no link: https://www.embrapa.br/m terás essas questões esclarecidas, porque um dos trabalhos dessa Instituição é, entre outros, a questão do reflorestamento e desenvolvimento sustentável.
Obrigado, ficaram muitas das minhas dúvidas desfeitas mas a complexidade do problema é ainda maior do que eu supunha. Muitas das questões a resolver são idênticas às nossas mas o "tamanho" é que é muito diferente. Lá está o ditado "grande nau, grande tormenta"...
EliminarSe nós, por aqui, não conseguimos resolver o problema dos fogos criminosos, nestes dois palmos de terra...está tudo dito.
Amanhã verei o link pois são boas horas para ir dormir.
Até amanhã.