No próximo fim de semana, de 29 de Outubro a 1 de Novembro, em Mortágua, decorrerá a 2ª edição do Fim de Semana da Lampantana.
Visite Mortágua e aprecie a originalidade de um prato confeccionado numa caçoila de barro preto, com carne de ovelha e vinho tinto local, acompanhado de grelos e batata “fardada”, e “regado” com o bom vinho do Dão.
Esperamos por si
Enviado por Lígia Ramos
Nota ADM:
Dicionário net:
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lampantana [Portugal: Beira Alta] [Portugal: Beira Alta] [Culinária ] O mesmo que chanfana.
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RECEITA(net)
Ingredientes Para 10 a 12 pessoas
Confecção: Corta-se a carne em bocados, que se colocam num tacho de barro preto de Molelos. Juntam-se todos os ingredientes citados, à excepção do vinho, que apenas deve ser o suficiente para cobrir a carne. Como norma, tendo o forno de pão, aquece-se este como se fosse para cozer broa de milho, isto é, bastante forte. Introduz-se a caçoila tapada e « esquece-se» até o forno esfriar, o que leva entre 4 a 5 horas. A meio deste tempo, convém verificar se é necessário adicionar mais vinho. Não se dispondo de um forno de pão, coze-se a chanfana no fogão, que deverá ser aquecido até ao máximo da sua potência meia hora antes de se introduzir o preparado. Antes de comer aquece-se bem a chanfana e serve-se na caçoila em que cozeu, com batatas cozidas em água e sal à parte. *Para este prato, mais conhecido por «chanfana», mas que também se dá o nome de «lampantana», e que é rigorosamente obrigatório em todas as festas e bodas da região da Bairrada, a carne mais indicada é a de cabra, podendo também ser feito com carneiro. O animal escolhido tem de ser adulto e será cozido de preferência no forno de pão dentro de um tacho de barro preto de Molelos. Nunca deverá ser feito no dia em que é servido, mas na véspera ou antevéspera, aquecendo-se muito bem antes de servir. Deste prato se apresentam algumas das suas versões mais significativas. |
A de hoje estava boa, não estava Viana?
ResponderEliminarE eu que ainda hoje comi lampatana convencido que era chanfana...
ResponderEliminarAprender até morrer!
Dois comentários quase simultâneos dá nisto...
ResponderEliminarEstava uma maravilha mas a "entrada" não estava pior.
E a "pinga" era de estalo!
Shiu, carago!
ResponderEliminarÉs incorrigível, Rafaelitooooo!
ResponderEliminarEstás com medo que a senhora GNR passe por aqui?
ResponderEliminarShiu! Mandei parar!... só avança quando eu mandar!
Houve aqui uma avaria técnica...e lá se foram os bolos de bacalhau com o arroz de grelos, sobre os quais a lampantana assentou que nem uma luva!
ResponderEliminarDe vez em quando tenho que dar razão à Olga, és incorrigível...
ResponderEliminarFoi mesmo "nabice" minha!Ia corrigir uma frase mas esqueci-me de copiar previamente o que tinha escrito.
ResponderEliminarAfinal Rafaelito, tu e o Dr. Rui Felício, são uns amigos da onça!!!!Tanto mistério com a "lampantana", para no fim ser mais ou menos como a chanfana!!!!!
ResponderEliminarChanfana comi muita em Brasfemes, a lampantana nem vou provar...de raiva contra vocês os dois.
A Lady Lousada parece que ainda não percebeu que chanfana e lampantana não são rigorosamente a mesma coisa e daí parte para o insulto!
ResponderEliminarChanfana escreve-se com "ch" e lampantana com "la"!
E negalhos saberá o que são?
Para mim são o melhor petisco que se obtém quando se faz chanfana...
Tal como no Porto, em que o Povo ainda hoje é conhecido por Tripeiro, e por idênticas razões, o desenrascanço popular levou à invenção dos "negalhos" na região da Beira Litoral, na altura das invasões francesas...
ResponderEliminarEsclareço isto para que a Teresa Lousada não comece a fazer conjecturas impróprias em face do nome arrevesado deste petisco...
A Tersinha mete-se em cada uma!
ResponderEliminarMas deixa lá, querida amiga, que o nosso ilustre Dr não perde pela demora.
Assim, para que conste e sendo aquilo que sei:
O Porto estava sitiado pelos invasores franceses. A cidade isolada começava a debater-se com a fome. Os franceses, sitiantes mas também ele esfomeados, receberam como presente, catapultados das muralhas Fernandinas para a Ribeira, grandes nacos de carne de vaca que não era mais do que os últimos animais que a cidade possuía. Os franceses comeram e, perante aquele alarde de abundância, , retiraram o cerco, convencidos que não era pela fome que o Porto se renderia mas não sabendo que por, detrás das muralhas, as vísceras doa animais eram sofregamente comidas.
Daqui que ... Tripeiros.
Continuando aquilo que sei, ou julgo saber:
A chanfana também teve a ver com as invasões francesas.
O Povo, sabendo que as tropas francesas tudo rapinavam, ao saber da sua aproximação trataram de matar a sua "criação". Porcos e galináceos eram salgados e enterrados em recipientes de barro.
Mas o sal também era um produto que escasseava e começaram a cobrir a carne de cabra com vinho, que abundava.
O frio da terra fazia o resto, conservava as carnes.
E foi assim que, com um extraordinário instinto de defesa e de sobrevivência, descobriram a carne de porco salgada e a carne de cabra avinhada.
Abençoados!...
Portanto, Tersinha, o nosso Dr que explique o que é que os "negalhos" têm a ver com as invasões francesas...
Claro que sei que ele vai conseguir explicar e que vou levar na "tarraqueta".
Paciência, confesso que por vezes, por raras vezes, sou masoquista...
Tudo o que disse o Carlos é verdade.
ResponderEliminarMas não disse que as visceras das cabras e das ovelhas tinham que ser cozinhadas de imediato sob pena de apodrecerem.
Daí apareceram os "negalhos" que mais não são do que bolas feitas com o intestino grosso recheado com intestino delgado, atadas com linha para se não desfazerem.
Vão ao forno com os mesmos temperos da chanfana.
Os povos de Miranda do Corvo, Poiares, Buçaco e aldeias circundantes conhecem-nos bem ainda hoje.
POr isso eu disse que os negalhos têm a mesma origem ( as invasões francesas ) que as famosas tripas à moda do Porto.
A diferença é que estas provêm das vacas e aqueles das cabras e das ovelhas...
E já aprendi qualquer coisa hoje.
ResponderEliminarBem "esgalhada" esta explicação sobre os "negalhos".
Valeu a pena ter "puxado pela língua" ao Felício, como sempre...
Bom fim de semana.
Desconfio que a Olga e o Carlos Viana saberão por onde andou o Castelão...
ResponderEliminarTanto segredo, deixa-me intrigada!
Celeste Maria,
ResponderEliminarEu sei lá por onde andou Dom Castelão!
Se tu não sabes, quem sou eu?...
Sem "puxar pela língua" ao nosso amigo Pedro Martins ( bastou-me "rapinar" do seu Calhabé-Circulação) aqui ficam mais alguns dados muito interessantes sobre o tema. Vejam que vale a pena:
ResponderEliminar«Segundo a lenda, a chanfana teria surgido no Mosteiro de Semide. Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros. Assim, o Mosteiro recebia dos moradores do seu couto os foros a que estavam obrigados. Galinhas, vinho, azeite, dias de trabalho, cabras e ovelhas, eram formas de pagamento. Durante o mês de Agosto e até ao dia de S. Mateus, as freiras de Semide recebiam as suas «rendas».
Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam com cabras e ovelhas. Ora, como as freiras não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro que tinham na sua quinta, bem como os alhos e demais ingredientes. Surge, assim, a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves frescas do mosteiro. A carne assada no vinho mantinha-se no molho gorduroso solidificado, durante largos meses.
Segundo outros, terá sido durante a terceira invasão francesa que as freiras inventaram esta fórmula gastronómica para evitar que os soldados franceses roubassem as cabras e as ovelhas da região. Finalmente, há quem diga que a receita da chanfana nada tem a ver com o Mosteiro de Semide, mas apenas com as invasões francesas. Diz-se, então, que, quando as tropas francesas andaram pela região da Lousã e de Miranda do Corvo, a população envenenou as águas para matar os franceses. Mas era preciso cozinhar a carne habitualmente consumida (de cabra e de carneiro) e, como a água estava envenenada, utilizou-se o vinho da região. A chanfana é um prato típico, não só no concelho de Miranda do Corvo como de praticamente toda a região centro. A chanfana, sendo bem confeccionada, é boa em todo o lado, sobretudo onde há bom vinho para a sua confecção como há em Lamas e Podentes.
É muito apreciada e servida em bastantes restaurantes da zona. De salientar que constitui o prato «obrigatório» quando decorrem as festas religiosas anuais, nomeadamente na vila de Miranda do Corvo, pelo S. Sebastião»
Lampantana? Modernices...
Chanfana é que é e com História.
Melhor dizendo, com diversas e muito ricas versões da História.
Para todos o meu abraço.