Obrigado a ambos... Trata-se de uma raridade que pouca gente tera' e que eu ja sabia que fazia parte do valioso espolio do Alfredo e da Daisy. Li-o de fio a pavio nos velhos tempos...
Agora tens que lhes ofereceres esses doces deliciosos "Ouriços da Ericeira" mas com uma dedicatória em latim tipo Palito Métrico. Os arzuveiros bem merecem!
Então com a devida autorização do Rui Felício, cumpre-me dizer que não sabia que fazia parte do valioso espólio do Alfredo e da Daisy! Agora já fico a saber! Se o ler vou lê-lo da frente para trás, ou seja do pavio até ao fim do fio! Já me espalhei..
Aos dedicadores e ao dedicado, dois abraços e um beijo!
Deu-me mais uma crise de ciumeira, que é o tal 11º pecado mortal, ao ver a dedicatória exclusiva ao Rui Felício... Por isso e embora reconhecendo que o Felício merece, aqui vai o meu desabafo de profundo desagrado: Nos quoque gens sumus, et quoque cavalgare sabemus!
Armatus caglatorum ...
Parabéns ao casal Moreirinhas por ter no seu espólio tão preciosa raridade. Eu contava-vos uma história mas não o faço porque, aí sim, vocês teriam todo o direito em pensar que eu estava armatus caglatorum.
Quanto a ti, meu caro Rui Felício, não te iludas. Esta dedicatória destina-se a pagar-te o facto de lhes teres salvo a vida lá para os lados de Titicaca. Se pensavas que virias a lambuzar-te com uma carilada de frango, tira daí o sentido. Estes meninos não dão ponto sem nó!
Quanto ao teu irrepreensivel latim macarronico, penso que foram bem aplicados os teus avultados creditos de ajudas de cus(p)o para financiares a tua formaçao no Seminario Maior de Coimbra.
Se eu soubesse que o Carlus Vianorum também sabia tanto de latinorum, teria convencido a Daisy a dedicar-lhe a fotografia! Mas para que não fique tão ciumentorum vou pedir à Daisy para lhe dedicar uma foto, também!
O Alfredo já me tinha mostrado esta relíquia da bem organizada biblioteca que possui. Já agora e com a devida vénia transcrevo do blogue Notas&Melodias, que recomendo, a quem se interessa pelas coisas da vida académica coimbrã e quem até pretenda aprender algumas regras do latim macarrónico em interessante post publicado sobre o assunto.
Sobre o Palito Métrico, aqui vai:
"Notas sobre o Palito Métrico ... Não devem ser poucos os que tropeçam nesta designação, mas não sabem do que se trata. Grosso modo, aqui fica uma breve síntese do que é: "Palito Métrico" é uma colectânea de poemas, cartas e recomendações escritas em latim macarrônico, assinado por Antonio Duarte Ferrão, pseudónimo atribuído a um presbítero secular, o padre João da Silva Rebello (1710-1790), doutor em Teologia ou Cânones pela Universidade de Coimbra. O autor dessa obra de referência para a comunidade académica, nasceu em 1710 no Sortam, lugar da freguesia do Vimeiro, concelho de Alcobaça. Publicado pela primeira vez em 1746, o "Palito Métrico"teve inúmeras edições e funcionou durante largas décadas como breviário das praxes académicas de Coimbra. O título, aliás, baseia-se numa praxe antiga que obrigava os caloiros a medirem determinada distância com um palito… É, assim, o antecessor do Código da Praxe de Coimbra. O "Palito Métrico" está inserido numa obra mais vasta denominada "Macarronea Latino-Portugueza" que, além do "Palito", contém outras obras de diversos autores, todas escritas em latim macarrónico - umas em prosa, outras em verso.
Sobre o Palito Métrico recorda João Baeta o seguinte: "As tradições e costumes escolares fôram recolhidos no Alcorão da praxe denominado Palito Métrico. Como a da Biblia divina e a dos sagrados Veddhas, foi respeitada por cem gerações a auctoridade dos seus preceitos. (…) ... E toda a arruaça, toda a desordem, lá estava o Palito Métrico a rege-Ia com o despotismo theologico dum canon. Ali se continham sabias disposições dogmáticas, uma liturgia de respeito, desenvolvida com largueza, conselhos a novatos, regras de moralidade académica, varios poemas em latim macarronico, narrativas, elegias, apologias, todo um corpo de doutrina para que veiu contribuindo, desde o seculo XVIII a graça anonyma das gerações coimbrãs. O Palito Metrico é o riso aberto dos rapazes de outrora, riso vingativo da férula cathedrática, uma caricatura engraçadissima do viver escolar de Coimbra, no tempo em que havia mocidade e alegria, já desde quando a cabra e o cabrão, do alto da torre do Paço, começaram a mandar para os ares, de manhã e á noite, o aviso e a ordem para começar o estudo, as horas tristes, como se dizia no tempo de nossos avós." Coimbra Doutora” de Hipólito Raposo (1885-1953). Coimbra: F. França Amado, 1910 - Pág. 87/89."
Muito bem, Abílio! Já agora, a edição que tenho é de 1942 e diz na primeira página: De harmonia com a 4ª Edição de 1792, classificada pelo Editor como apontuado de versos macarrónicos Latino-Portugueses, que alguns poetas de bom humor destilaram do alambique da cachimónia para desterro da melancolia.
Obrigado a ambos...
ResponderEliminarTrata-se de uma raridade que pouca gente tera' e que eu ja sabia que fazia parte do valioso espolio do Alfredo e da Daisy.
Li-o de fio a pavio nos velhos tempos...
Agora tens que lhes ofereceres esses doces deliciosos "Ouriços da Ericeira" mas com uma dedicatória em latim tipo Palito Métrico.
ResponderEliminarOs arzuveiros bem merecem!
A Olinda so fala dos ouriços. Nao deixarei de lhe levar uma caixa das grandes quando for a Coimbra
EliminarNão pedi para mim...
EliminarJustiça me seja feita!
Então com a devida autorização do Rui Felício, cumpre-me dizer que não sabia que fazia parte do valioso espólio do Alfredo e da Daisy!
ResponderEliminarAgora já fico a saber!
Se o ler vou lê-lo da frente para trás, ou seja do pavio até ao fim do fio!
Já me espalhei..
Aos dedicadores e ao dedicado, dois abraços e um beijo!
Uma relíquia, que sei que é guardada com estima e uma dedicatória a propósito ...
ResponderEliminarInteressante postagem, com uma fotografia documental muito feliz ...
Deu-me mais uma crise de ciumeira, que é o tal 11º pecado mortal, ao ver a dedicatória exclusiva ao Rui Felício...
ResponderEliminarPor isso e embora reconhecendo que o Felício merece, aqui vai o meu desabafo de profundo desagrado:
Nos quoque gens sumus, et quoque cavalgare sabemus!
Armatus caglatorum ...
Parabéns ao casal Moreirinhas por ter no seu espólio tão preciosa raridade. Eu contava-vos uma história mas não o faço porque, aí sim, vocês teriam todo o direito em pensar que eu estava armatus caglatorum.
Quanto a ti, meu caro Rui Felício, não te iludas. Esta dedicatória destina-se a pagar-te o facto de lhes teres salvo a vida lá para os lados de Titicaca. Se pensavas que virias a lambuzar-te com uma carilada de frango, tira daí o sentido. Estes meninos não dão ponto sem nó!
Para todos o meu abraço.
E eu nao sei. Carlos?
EliminarQuanto ao teu irrepreensivel latim macarronico, penso que foram bem aplicados os teus avultados creditos de ajudas de cus(p)o para financiares a tua formaçao no Seminario Maior de Coimbra.
Se eu soubesse que o Carlus Vianorum também sabia tanto de latinorum, teria convencido a Daisy a dedicar-lhe a fotografia! Mas para que não fique tão ciumentorum vou pedir à Daisy para lhe dedicar uma foto, também!
EliminarParece que valeu penum reclamarum!
EliminarSeminário Maiorum? Nem Menorum...
Bom ano o de 42, uma boa colheita em tudo o que é BOM (editora).
ResponderEliminarLivros e Tinto.
Tonito.
Tonito
EliminarEntão sou uma boa colheita...também sou de 42!
Já agora oferece-me também qualquer coisita.
Ficava-te bem mas fala o teu português.
O Alfredo já me tinha mostrado esta relíquia da bem organizada biblioteca que possui.
ResponderEliminarJá agora e com a devida vénia transcrevo do blogue Notas&Melodias, que recomendo, a quem se interessa pelas coisas da vida académica coimbrã e quem até pretenda aprender algumas regras do latim macarrónico em interessante post publicado sobre o assunto.
Sobre o Palito Métrico, aqui vai:
"Notas sobre o Palito Métrico
...
Não devem ser poucos os que tropeçam nesta designação, mas não sabem do que se trata.
Grosso modo, aqui fica uma breve síntese do que é:
"Palito Métrico" é uma colectânea de poemas, cartas e recomendações escritas em latim macarrônico, assinado por Antonio Duarte Ferrão, pseudónimo atribuído a um presbítero secular, o padre João da Silva Rebello (1710-1790), doutor em Teologia ou Cânones pela Universidade de Coimbra.
O autor dessa obra de referência para a comunidade académica, nasceu em 1710 no Sortam, lugar da freguesia do Vimeiro, concelho de Alcobaça.
Publicado pela primeira vez em 1746, o "Palito Métrico"teve inúmeras edições e funcionou durante largas décadas como breviário das praxes académicas de Coimbra. O título, aliás, baseia-se numa praxe antiga que obrigava os caloiros a medirem determinada distância com um palito…
É, assim, o antecessor do Código da Praxe de Coimbra.
O "Palito Métrico" está inserido numa obra mais vasta denominada "Macarronea Latino-Portugueza" que, além do "Palito", contém outras obras de diversos autores, todas escritas em latim macarrónico - umas em prosa, outras em verso.
Sobre o Palito Métrico recorda João Baeta o seguinte:
"As tradições e costumes escolares fôram recolhidos no Alcorão da praxe denominado Palito Métrico.
Como a da Biblia divina e a dos sagrados Veddhas, foi respeitada por cem gerações a auctoridade dos seus preceitos.
(…)
...
E toda a arruaça, toda a desordem, lá estava o Palito Métrico a rege-Ia com o despotismo theologico dum canon.
Ali se continham sabias disposições dogmáticas, uma liturgia de respeito, desenvolvida com largueza, conselhos a novatos, regras de moralidade académica, varios poemas em latim macarronico, narrativas, elegias, apologias, todo um corpo de doutrina para que veiu contribuindo, desde o seculo XVIII a graça anonyma das gerações coimbrãs.
O Palito Metrico é o riso aberto dos rapazes de outrora, riso vingativo da férula cathedrática, uma caricatura engraçadissima do viver escolar de Coimbra, no tempo em que havia mocidade
e alegria, já desde quando a cabra e o cabrão, do alto da torre do Paço, começaram a mandar para os ares, de manhã e á noite, o aviso e a ordem para começar o estudo, as horas tristes, como se dizia no tempo de nossos avós."
Coimbra Doutora” de Hipólito Raposo (1885-1953). Coimbra: F. França Amado, 1910 - Pág. 87/89."
Alfredo, toma lá um abraço.
Abílio
Agora sim fiquei mais esclarecido sobre o palito métrico!Desconhecia.Vou entrar no blog que recomendas.
EliminarMuito bem, Abílio!
ResponderEliminarJá agora, a edição que tenho é de 1942 e diz na primeira página:
De harmonia com a 4ª Edição de 1792, classificada pelo Editor como apontuado de versos macarrónicos Latino-Portugueses, que alguns poetas de bom humor destilaram do alambique da cachimónia para desterro da melancolia.
Grande pérola!
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