domingo, 30 de março de 2014

TRIBUTO A LUIZ GOES- Transladação corpo para Cemitério Conchada-Coimbra

Foram momentos simples mas profundos, à semelhança do carácter do Cantor. Momentos históricos. A partir das 12h45 de hoje, os restos mortais da Voz repousam no jazigo destinado aos maiores nomes da Canção de Coimbra. Fomos 200 os que comparecemos à cerimónia da trasladação da urna, que no dia do funeral encontrara abrigo no jazigo de António Portugal, outro nome enorme do Fado que por cá se toca e canta. Até hoje. Da Escola Profissional de Teatro de Cascais vieram dois autocarros repletos de jovens que, logo à noite, no Teatro Académico de Gil Vicente, participam no espectáculo evocativo. Durante a cerimónia ouviram-se dois fados, interpretados pelo grupo Raízes de Coimbra. E houve intervenções de Carlos Carranca (o amigo maior), Paula Goes (a viúva), Ana Goes (a filha) e Manuel Machado (presidente da Câmara). Intervenções marcadas pela emoção. Carranca quase não conseguiu falar, Paula agradeceu em nome do ex-marido e Ana lembrou um amor sofrido. O jazigo tem espaço para quatro urnas. A meu lado, Jorge Cravo – outro grande – lembrava que aquele é o locar indicado para guardar os restos mortais de Edmundo Bettencourt e Artur Paredes. Concordo, simples admirador do Fado nascido no coração da Coimbra futrica. Percurso acabado. Despedira-me do Amigo, há dois Verões atrás, à porta da Igreja de Santa Cruz. Reencontrei-o hoje, ao princípio da tarde, como algumas vezes sucedeu por aqui e por ali, nos últimos anos de vida, no Cemitério da Conchada. E lembrei-me de acrescentar um “post scriptum” à carta que te te dirigi naquele dia em que partiste. Este: «Olha, Luiz, foi muito digna a trasladação para o jazigo. Simples, como tu. Mas profunda nos sentimentos, no respeito. Na saudade». O Cantor. A Voz. Também o Poeta. E o Amigo. Todos eles repousam desde hoje no Jazigo n.º 33 do Cemitério da Conchada – o ”Jazigo do Fado de Coimbra”. Para já, simplesmente, o jazigo de Luiz Goes. 
                                                                                                                                                            Mário Martins                                                                                                  http://coimbrajornal.com/entrada/luiz-goes-jazigo-fado-de-coimbra/ canta Mário Rovira


E à noite o espectáculo que Celeste Maria, Fernando Rafael e Maria Olinda foram assistir...e valeu bem a pena!
apoteose foto Mário Martins

4 comentários:

  1. Gostei deste sarau!
    Tudo bom, mas uma referência especial para a prestação da Escola Profissional de Teatro de Cascais
    LUIS GOES - DE ONTEM, DE HOJE - PARA SEMPRE
    Um texto adaptado ao teatro a partir da entrvista de Carlos Carranca a Luiz Goes, publicada no livro " Luiz Goes de Ontem e de Hoje e editado pela Universidade Editora, no ano de 1988.
    O espectáculo encerrou com um alegre e contagiante momento musical, onde todos os actores, bailarinos e músicos, interpretaram "Cantiga para quem sonha"

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  2. Bonita e merecida homenagem!... Gostei de ouvir "Raízes de Coimbra" e a voz do Mário.
    Obrigado Rafael, por esta postagem tão cheia de emoção

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  3. Muito oportuna a divulgação pelo blog deste evento. Uma saudação ao Rui Pato e ao Mário Rovira, meus estimados amigos. Também ao Fernando Rafael, que não deixou passar despercebida mais esta homenagem a um grande nome de Coimbra ...

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