quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Irmãs Meireles cantam «Menina e Moça», do médico Fausto de Almeida Frazão (1897-1947)



Ensina-nos o blog Guitarra de Coimbra V:
"O trio Irmãs Meireles foi um girls band [grupo de vozes femininas] formada em Lisboa no ano de 1943. Era constituído por três irmãs naturais do Porto, Cidália Meireles (1925-1972), Milita Meireles (1928-) e Rosária Meireles (1926-). Apadrinhadas por António Ferro, dirigente máximo do SNI, e por sua esposa Fernanda de Castro, o percurso profissional das manas foi inicialmente dirigido pelo próprio pai. As Meireles foram ensaiadas pelo maestro Tavares Belo. Adoptaram o estilo de vocalização mais mediático na época na Broadway, em Hollywood e na Disney, as célebres vozes de passarinho, que em Portugal já era famoso devido às performances de outra girls band de sucesso da Emissora Nacional, as Irmãs Remartinez.
Célebres e famosas, retrato promocional
das três irmãs Meireles na capa de
uma revista mundana com visual anos 40
As Meireles suplantaram as Remartinez, interpretaram repertório norteamericano, fados, folclore e fizeram furor aos microfones na Emissora Nacional entre 1943-1946. Estrelas da Emissora Nacional, ensaiaram um amplo repertório destinado representar o mapa musical de Portugal continental e insular. Seguindo um visual holywoodiano, as três irmãs foram consideradas as bombas sexuais do momento. Em 1945 viajaram por Espanha, seguindo-se a América Latina em 1946. Nesse mesmo ano gravaram discos de 78 rpm na Emissora Nacional, nos quais se contavam os temas do repertório conimbricense Balada de Coimbra e Menina e Moça. Desempenharam papéis em filmes, alimentaram capas e páginas de revistas mundanas, fizeram muitos homens suspirar e durante longos anos trabalharam no Brasil onde amealharam considerável fortuna. No Brasil assumiram uma imagem musical conservadora, sintonizada com os valores do regime salazarista sobre o que deveria ser a função do fado e do folclore. Algumas capas de discos editados no Brasil documentam esta opção com as artistas em trajes folclóricos.
Duas notas sobre estas gravações que já tinha escutado através de Divaldo de Freitas: a) o emprego da guitarra de Lisboa em repertório de Coimbra ou inventado para funcionar como ligado à identidade coimbrã, prática corrente nos registos das vedetas da Emissora Nacional e orquestras ligeiras de maestros próximos daquela emissora e da FNAT. No caso de Menina e Moça (Coimbra, Menina e Moça) o trabalho de acompanhamento de guitarra pode considerar-se demasiado fruste quando comparado com os padrões conimbricenses praticados na mesma época; b) cai por terra o ardiloso argumento, usado e repetido durante muitos anos, de que a ausência de gravações pelos grupos musicais conimbricenses entre 1930-1952 se ficou a dever à crise económica da década de 1930 e à economia de guerra. O regime político não promoveu gravações de grupos conimbricenses porque estava interessado em criar um formato docilizado e estereotipado, o que só veio a acontecer a partir de 1946 com a abusivamente chamada “serenata [radiofónica] de Coimbra”."
António Manuel Nunes

25 comentários:

  1. Boa, Paulo ! Foste buscar algo com muito interesse. Li e gostei do que li. Tanto mais que recordo a minha mãe que falava bastante das irmãs Meireles. Na altura foram um estrondo e não admira terem sido aproveitadas politicamente. Tal como outros, alguns até de uma forma abusiva, sem que estivessem conotados ou fossem simpatizantes do antigo regime. Há pormenores neste artigo, que desconhecia, o que é natural.
    As Meireles marcaram uma época. E isso é um facto incontornável ...

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    1. Como é que sabes que foram aproveitadas?Quito?
      Tu só as ouvias a elas e até dizias que eram as irmãs Maisreles?
      Pois olha foram trabalhadas com mão de Ferro e eram autênticas Bombas Sexuais!
      Divaldo de Freitas conheci-o pessoalmente! Foi estudante de Coimbra era de Cantanhede e irmão do meu merceiro e era tio de um jogador da Académica conhecido pelo Freitas-não aquele que estás a pensar-! este era de Fafe!

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  2. Então vou dizer uma coisa que nunca vi escrita em lado nenhum, mas que descobri:
    Esta canção "Coimbra Menina e Moça" tem exactamente os mesmos acordos e compassos da canção:
    "Rua do Capelão"!.... E esta ?!...

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    1. Olha que agora que dizes isso... é mesmo!

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    2. Podes saber muito de música, mas não vês os mesmo acordos!
      Vamos fazer um desafio, com um árbitro, cantas o Capelão e eu a Menina e o árbitro aponta onde coincide os acordes!
      Há meios tons acima e abaixo que as distiguem!|
      E esta?Hem?

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    3. A cana rachada da São Rosas é uma siguidista!!!!

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    4. Meios tons há-de ser no Lavacolhos...

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    5. No Lavacolhos não há meios, é tudo aos pares.

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    6. O teu Lavacolhos é um meio de um par.
      TOOOOOOOOOOOMAAAAAAAAAA!

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    7. Quando te apanhar, eu dou-te os meios tons de cima para baixo!.... Ai se te apanho!...

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  3. Se bem me lembro das manas Meireles!!!!
    A minha irmã mais velha que cantava muito bem passava o dia a cantar esta canção e todas as que davam na Emissora Nacional.
    O meu pai tocava saxofone,pertencia à Filarmónica Penelense,ensaiava essa minha irmã e o meu irmão Fernando.......

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  4. ...pois e levava "surra" por dar cabo da palheta do saxofone!!!
    Mas cantava o fado no grupo infantil!!!!

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  5. Lembro-me das irmãs Meireles, se bem que nunca as tenha visto. Ficou-me visualmente uma carrinha de caixa aberta com grandes paineis aonde se viam as irmãs Meireles. Fazia propaganda em Coimbra e ficava parada em frente do Avenida.
    Se não estou enganado, penso que a certa altura abandonaram e pouco tempo depois duas voltaram a cantar usando o mesmo nome artistico.

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  6. O Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo - geralmente conhecido pela sua designação abreviada de Secretariado Nacional de Informação ou SNI - era o organismo público responsável pela propaganda política, informação pública, comunicação social, turismo e ação cultural, durante o regime do Estado Novo em Portugal.( Da Net )
    António Ferro foi o presidente do SNI desde a sua fundação, em 1933, e era o padrinho das "manas Meireles". ( do texto )
    Era o nacional cançonetismo no seu esplendor. ( do Murcom Jubilado )
    Querem ver que é desta que me mandam para a Sibéria?...

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  7. Irias se a Ibéria ainda existisse! Perdeu a cauda! Assim ficas por cá a ver mais maravilhas o intigamento pela mão do A. Ferro!
    O que é certo é que nós(os Kotas) lembramo -nos bem desta scanções todas e das Maria de Lurdes Resende-Como vai ligeiro, Toc,Toc,Toc!.Madalena Iglésias-Sobe, Sobe, baão sobe, do A, Calvário Oração, do Artur Ribeiro, Rosinha dos Limões, do meu amigo MaX-Mula da Coperativa que deu dois coices no telhado!!!, Alberto Ribeiro,-Coimbra- Antonio MourãoÒ TEMPO VOLTA PRA TRÁS, DÁ-ME TUDO O QU PERDI: Tony de Matos-Sou(eu) Romântico, etc,etc!
    Quando quiseres vou aí a casa cantálas todas...à borla!
    Bons sonhos!

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    1. O que o Vianita se esforça só para viajar à borla...

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    2. Carlos Viana, nem te atrevas a dizer que sim, que o Dom Rafa aparece-te aí em casa, de bombo às costas, a cantar essas merdas todas que o gajo enumerou... É menino para saber todas aquelas canções pindéricas do nacional cançonetismo, de cor!... Está caladinho, faz de conta que já foste para a cama... Se o gajo lá vai a casa, os teus vizinhos ainda te põem uma acção de despejo!...

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    3. Mas também sei, dessa época o "Avante Camarada"!!!
      Entro com essa e tenho a entrada aberta!
      Ah! e o Hino da Mocidade Portuguesa!
      E O MOCIDADE, MOCIDADE!!! do António Calvário!!!!!

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    4. Vem cá, vem, nem passas do 1º piso...

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    5. Rafaelito, vamos nessa um dia destes (quando estiver menos frio)? Assaltar o prédio amaricado (se o Alfredo chama Rá ao Ré, eu também posso fazer variações) só com músicas do "intigamente"?

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    6. Uma espécie de "Janeiras" na primavera. Vamos nessa. Assim sendo, já podem subir ao 5º piso. Dá direito a "Muralhas" e tudo. Castanhas só se forem piladas...

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    7. Vamos nessa. Cantar as Primaveiras!

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