segunda-feira, 23 de abril de 2012

A VIDA É UM TEATRO...( PENÚLTIMO EPISÓDIO)


Autoria: PPP-Parceira Pública e Privada “QuitoFelicio”, de irresponsabilidade limitada
  
5º episódio

De novo se ouve o bater ritmado das pancadas de Moliére. Paulatinamente, a sala vai ficando na penumbra. Aqui e ali, ouve-se o tossir deste ou daquele espectador e o chiar dos encostos das cadeiras. Regressa o silêncio. Abrem-se lentamente as cortinas. O palco está de novo iluminado.
No palco, vestido de roupa justa de cor verde da cabeça aos pés, onde repousam uns enormes tamancos arrebitados na ponta, está Dom Rafael. Ao fundo, em cima de uma mesa, uma enorme e colorida bola de cristal. A dançar à volta da mesa, em passos saltitantes, tocando pífaro, a vidente de Caria

Dom Rafael, aproxima-se como que a medo e pergunta:
- Desculpai se vos incomodo, ilustre gentil homem, mas sois capaz de prever o meu futuro e o da minha noiva, agora que a vou desposar ?
A Vidente de Caria:
- Por quem sois … naturalmente … deixai-me proferir as palavras mágicas …
(qual aranha de braços arqueados em redor da presa, o mago concentra-se na bola de cristal e começa a ladainha) :
- Aibaixocataixoidédóminé …ecaspócasdófinócas … sanga … sanga … colatrossas …
De repente, a vidente dá um salto à retaguarda e exclama assombrada:
- ó … jamais vi nada assim … nunca vi uns noivos com tantos banquetes, farras e torneios no futuro …por Deus  …são milhares …a bola deve estar avariada …amanhã mesmo passarei por Penela, onde a comprei numa casa de penhores, ainda está dentro da garantia …
Dom Rafael, desiludido, rodopia nos calcanhares e a pulso sobe a corda que o leva à varanda da sua amada, que o aguarda com um sorriso angelical. Entretanto, a cena vai-se compondo de atores, que falam em surdina uns com os outros.
Então, ouve-se o trotar de um cavalo que traz no dorso um garboso cavaleiro. É o Senhor Conde de Colmar, com as suas vestes festivaleiras que remata:
- Passei por aqui e já sei da boa nova do casamento de Dom Rafael e Sua Formosa Donzela …
Dom Rafael, da varanda:
- Mas quem sois ?
Por entre o relinchar nervoso do belo equídeo, Dom BobbyZé, remata:
- Sou o Conde de Colmar, agente artístico nas horas vagas … se necessitais de contratar artistas para a boda, contai com os meus serviços … trapezistas …palhaços … malabaristas ..cantores de cantigas de escárnio e maldizer … aqui vos deixo o meu cartão de contacto … agora vou a França dar a boa nova …
E parte em desenfreado galope …

Ainda não refeitos da surpresa, nova surpresa se configura. Estridentes trombetas ecoam por toda a sala e aparece um personagem ricamente vestido. Traz uma casaca azul debruada a ouro, calças brancas e uma enorme faixa dourada à volta da cintura. É Dom Francisco Torreira da Silva, Vice- Rei do Canadá e sua corte. Atrás vêm duas formosas mulheres. São as suas queridinhas – mãe e filha. Depois um enorme grupo de jovens possantes, em tronco nu. São os marinheiros do seu galeão privativo. Com uma cerimoniosa vénia, Dom Francisco dispara:
- Tenho o meu coração repleto de alegria. Uma arreliadora tempestade e ventos fortíssimos desviaram a rota da minha nau e quando dei por mim estava a navegar no Mondego. Reconheci logo a Torre da Universidade da minha amada terra e até me ia dando o badagaio com a comoção. Apeteceu-me logo pegar no alaúde e tocar um fado de Coimbra … mas já que estamos aqui assistiremos à boda …
 ( com um estalar de dedos imperativo, ordena à corte que se recolha a um canto do palco) …

Entretanto, no outro canto da sala, desenha-se novo romance. O Conde da Ericeira, não resistiu ao belo olhar da estalajadeira e, de joelhos, confessa-lhe o seu amor e propõe-lhe casamento.
Olinda Linda, quase desfalece, nos píncaros da paixão e aceita o pedido. Com as mãos entrelaçadas, olham-se com ternura. O público está em completo silêncio e rendido ao momento.
Há lágrimas na plateia …
Eis senão quando, aparece em palco o aldeão Quitus, com uma faca na mão a correr atrás de um porco, que grunhe em desespero. Atravessam o palco de palco de lés – a - lés, enquanto o campónio vai gritando:
- Anda cá maldito porco, que não entras nesta cena …
Nos fundos do palco, e do olhar do público, desenrola-se um drama. O ponto Senhor Carlos Viana, vai desfolhando nervosamente o guião e dizendo entre-dentes.
- Porra pró campesino, que já lixou isto tudo !!!

   Fim do 5º episódio

No próximo e último episódio, a apoteose final desta peça teatral!
Não perca! Ficará a saber a forma inesperada como acabará!

73 comentários:

  1. A São Rosas tem mesmo que tocar pífaro? Não pode ser gaita?!...

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    1. Se estivessemos na Escócia eu explicava...
      mas cá vai:
      Sabes como se sabe se é escocês ou escocesa?
      Levanta-se o kilt (saia) se for pífaro é escocês,
      escocesa se for gaita de beiços.

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    2. Gaita de beiços ?! ... cada vez estou mais ingénuo !!! Mas o que é que o "amola - tesouras" tem a ver com isto e com os escoceses ?

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  2. A São Rosas deve ter roubado da exposição de Santa Clara um pifaro que lá estava. Era um pífaro de um buraquinho só...

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  3. Não era um pífaro, era uma gaita, gaita!

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    1. Isso é que não, gaita!
      Vejam lá se me põem no último episódio a correr atrás de uma serigaita para recuperar a minha gaita...

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    2. Não, minha cara Vidente, era demasiado tempo de antena, com os custos que resultariam nos depauperados cofres dos autores ...
      Gaita prá crise !!!

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    3. Viva o défice orçamental, gaita!

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  5. Tenho gostado de como o enredo se tem desenvolvido, trazendo para a cena vários personagens ou artistas,como quiserem chamar-lhes!!!!
    Só lamento que, o afamado pintor Dom António Dias e o "porco" do aldeão Quitus, salvo seja, não tenham tido a oportunidade de pisarem o palco.
    Aguardemos porém o último ato!!!!!!

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  6. Caraças Teresa, andas distraída !!!
    No 1º episódio, quem é que quis vender tomates e rabanetes ao fidalgo Dom Felício, não foi o aldeão das bochechas rosadas ???

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    1. Ó Amori, não te zangues!!!! Como é que tu queres que eu me lembre do que se passou no 1º episódio???? Olha são 3 da tarde e eu com este folhetim até me esqueci de almoçar!!!

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    2. Aproveita que está acabar ...amanhã, na apoteose final, leva uma marmita para ao pé do computador ...

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  7. Quanto ao porco vai ter um fim triste, como é sina da sua família...

    O mesmo,felizmente, se não pode dizer do Lorde Dias António que, para ele, está reservado um final caloroso. De causar inveja a muita gente...
    Parece que é adivinha, a Condessa Teresa Lousada!

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    1. Pois Dom Felício, bem observado ...pela boca morre a pescada ...quer dizer ... a Condessa ...
      O Regedor

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    2. Será que o Lordes Dias ainda vai casar com a estalajadeira?
      Será que enfia a tela pela cabeça abaixo do ponto que nunca mais lhe dá entrada?
      Será que emigra já que ninguém lhe compra o que pinta?
      Será que a Condessa o convida para lhe fazer o retrato?
      Será que...a ver vamos.

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    3. frio, frio...

      O verdadeiro filósofo é aquele que esgota todas as hipóteses de reflexão.
      Nesta caso, o Senhor De Durão, enunciou algumas, mas nenhuma delas a verdadeira...

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    4. Pois, pois Dom Felício...até gostava de ser!!!!!

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    5. Mas o que é que a Condessa "até gostava de ser?"

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    6. ADIVINHA!!!!!

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  8. Eu cá, se fosse ao aldeão Quitus, ficaria apreensivo com o comentário da Teresa Lousada. Não obstante o "salvo seja"!

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    1. A Condessa é assim ...fica logo turva com os 10 cálices de Vinho do Porto que bebe de manhã, logo em jejum ...

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    2. Por acaso regedor Quitus, são na realidade 10 cálices...mas não são de Vinho do Porto, mas sim de Ginginha deliciosa, oferta de um Fidalgo da Corte, que já topou o meu ponto fraco....e que bem me sabem!!!!!

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    3. Não será caso para isso Sr. Conde! Apesar do Regedor Quitus não ter um título nobiliárquico é sem dúvida alguma, uma pessoa esperta, que percebeu o alcance das minhas palavras.....e depois parafraseando um gaulês qualquer...á bon entendeur demi mot suffit!!!!!

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. A eliminação do comentário anterior deveu-se apenas ao facto de ser uma repetição do que publiquei imediatamente antes.

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    1. Como deve andar perturbado o Conde da Ericeira, para repetir um comentário!!!!!

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    2. Como não deveria andar nobre Condessa? Pois se a estalajadeira Olinda Linda me seduziu e agora que por ela me apaixonei, despareceu do mapa...

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    3. Ai estou aqui,conde Avantajado da Ericeira....
      A felicidade não cabe em mim,ora choro ora rio faltando-me dedos para a "escrita"...
      Que feliz ficaria se partissemos,após o enlace,bem montados no porco do Regedor por esses campos de Salgueiro do Campo...
      Eu,a simplesmente estalajaladeira, vou esperar a apoteose final...ai!

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    4. Ó que alegria !!! Voltaste Olinda Linda ...
      Mas tende cuidado com o avantajado fidalgo e das promessas que vos vais fazer ...uma casa de vinhos e petiscos no Condado da Ericeira ...sim que ele tem muito jeito para a cozinha ...sobretudo para grelhar postas de cherne (esta, só ele é que percebe)
      Saúdo o vosso regresso, amiga ...

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    5. Minha amada estalajadeira! Jamais vos levaria para a lua de mel montada num bácoro. Já mandei aparelhar um par de cavalos e outro de éguas árabes, que reboacrão o cómodo coche nupcial que requisitei ao Palácio de Queluz que o tem para estas eventualidades...

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    6. Regozijai-vos Sr. Conde da Ericeira!!!! A vossa amada Olindalinda voltou!!!! Sabendo da vossa apetência pelo belo sexo, certamente que não quis correr para os vossos braços sem antes passar por um SPA, onde aí lhe foram administrados dos pés à cabeça os mais finos óleos e unguentos, dignos de uma rainha!!!! Tende cautela porém, que com tamanha pomada, não se vá ela escapar que nem uma enguia, por entre os vossos braços....
      Desculpai-me Sr. Conde, mas quem o avisa sua amiga é!!!!

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    7. Conde, isso é muito luxo...até me pode dar um fanico! oh,santa Égua me ajude!!! Eu nem sei o que é reboacrar...
      Esperemos,então!

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    8. Ohlinda então que estalajadeira és que não sabe o que é reboacrar? Se não sabes nem queiras saber...depois de casada logo o saberás ...
      Já falta pouco para a boda a que me parece não faltarão carapaus fritos, porque a crise deixou as finanças do Conde de rastos.
      Põe-te a pau rapariga, com o Conde, que ainda te põe a trabalhar no duro...

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  11. ATENÇÃO!!!!!Que grande azelhisse!
    Vi o último episódio antes do penúltimo!
    Mas está tudo registado...com o trabalhinho feito para amanhã!
    Portanto nada foi desvendado!

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  12. Passo há escuta, um comentário meu deu de fosques.
    1 Pintor.

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    1. Pintor amigo,consigo é que eu me entendo...a sua linguagem é menos rebuscada...
      Estou tentada a trair o conde avantajado da Ericeira...
      Fale baixo e diga-me quer fugir comigo?

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    2. Quando eu receber as rendas do fim do mês, digo alguma coisa.
      Nada de mais dicas para a plebe.
      Com os cruzados que receber vou comprar um bote novo, e mais umas bestas novas.
      Se me pagarem, pois este reino é só de vigaristas.
      Saudações Fidalgas.

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    3. Ohlinda cuidado com o pintor e seu pincel afiado.
      Não vás na sua cantiga, então vai comprar um bote para levar as bestas novas ou será que as bestas é que levam o bote, e vós, onde vais? No bote ou com as bestas? Assim como assim vai com o Conde que embora teso terá também outros perdicados.
      Cuidado linda Ohlinda.

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  13. Meu Caro Pintor do Reino. Dom Rafael vos explicará. Terá sido por sua inadvertência que tal sucedeu.
    Mas temos que o desculpar, absorto e inquieto com a preparação para o Torneio do Jamor...

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    1. Caro Conde Engenheiro,está tudo tratado e resolvido.
      1 Pintor.

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    2. Tendes razão caro fazedor de peças de teatro, feliz porque não tens que fazer contas ás contas que no final do prazo, para terem o privilégio de rumar ao Torneio do Jamor, ainda têm o Pg por lançar!
      È um fadário que me atormenta e que me retira a lucidez para saber que programado não é a mesma coisa que publicado!
      É que para imprimir os textos, copiando na própria postagem sai em fundo preto!
      Mas está resposta a ordem dos episódios!

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  14. ó, mas agora reparo ... o cavalheiro cavaleiro Senhor d'Abranches, desapareceu do mapa ... a última vez que falei como ele, disse-me que ia ao hipódromo do Choupal, lavar o cavalo nas máquinas automáticas ...

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    1. Mas já regresou.Inda há pouco, pouquexinho estava de volta de duas loiras e amendoins e por perto a semi loira Suzana Beirão!

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    2. Ó não me digueis uma coisa dessas Sr.Regedor!!!!! Se eu soubesse que o Sr d' Abranches tinha ido às máquinas automáticas lavar o seu cavalo, teria aproveitado para lavar o meu chassi....está a precisar tanto!!!!
      Foi pena...ficará para a próxima vez!

      PS- O chassi a que me refiro, é do meu Coche Dourado último modelo e última dádiva de um gentil homme da nossa Corte.

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  15. Quando li arrebitado fiquei desapontado pois o autor se referia a uns tamancos!
    Tinha que ser que outra coisa não podia ser!
    Ou talvez pudesse! A vidente de Caria faz autênticos milagres!
    E eu que não sabia que a vidente de Caria era um ilustre e gentil homem! Será travesti!?
    Vou reparar na tonalidade da voz:fina ou grossa!
    Sem dúvida que deve ser homem!Com um salto daquele tamanho à rectaguarda...
    E ficai sabendo que em Penela nada se vende que esteja avariado!

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    1. Para saberes se a minha voz é fina ou grossa, vai buscar o funil, vai...

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  16. Que caminhada com o cu na sela! Desde Colmar para fazer negócio. E só deixou o cartão,e logo voltou de regresso.E com que sacrificio! A trote dando tratos de polé no seu delicado e bem tratado trazeiro!

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  17. Caro Regedor! Noite terrível a minha! Um pesadelo....causou estragos....pois o belo penico, digo vaso de noite, que tinha adquirido....num antiquário de Salamanca, mesmo em frente ao Museu do Penico....acabou em bocados! Caí da cama abaixo....e felizmente que ainda nao era hora d o xixi das 5 da matina, mas a bela peça de ceramica fina de origem francesa...ficou sem asa que se lhe pegue. Aliás podeis ver o ditto penico, ainda complete, que vos enviei, via mail. O pergaminho está caro....e com a troika, nada como poupar!!! Pesadelo terrível....pois a Condessa de Tereza de Louzada....foi nas falinhas mansas de um tal Dom....e a gula dis chocolates....foi mais forte que as minhas promessas de belos passeios no meu alazāo, um puro sangue lusitano....
    Ainda tenho esperança de que tudo nao passé por um pesadelo.
    Desconhecia por completo, a VINDA do Cavaleiro alsaciano Dom BobbyZé!, Conde (mais um!) de Colmar.
    Veio e foi-se....Julgo que ainda passando pela Curia....para dar de beber à dor, digo ao rim, digo ao cavalo!
    Prevejo uma esfregona no palco, pois muita lágrima irá ser derramada!??? digo eu!!!
    E aguardo ansiosamente pelas 20h15. !?

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    1. Este Senhor d´Abranches nãO pàra de falar em cavalos mas já alguém o viu a montar? Persupuesto que non!
      Só o vislumbrámos em duas pilecas que se inclinava nas curvas....

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    2. Caro Dom Abílio de Durão! Persupuesto que non...uma figa! Andais distraído! Vinde até ao Choupal e na Quinta do mesmo nome, mostrar-vos-ei como se "cavalga bem toda a sela"! Se sois principiante na "arte equestre"..poderei levar-vos a dar um passeio, num belo poney...e o tombo não será grande!Ah! E levai umas cenouras, ou torrões de açucar pois os cavalos agradecem! Mas ide a preceito, ou seja, botas e calção de equitação!! Mas cavalos à parte...os minutos passam e o ultimo episódio nunca mais sai!

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  18. Dou as Boas Vindas a tão eminente personalidade:Vice-Rei do Canadá!
    Só não percebo porque há-de ser Vice se o cachet para a peça era o mesmo sem Vice! Coisas de inexperiência...mas também de somenos importância!
    E na boda é de mais "estalo" um Rei que um Vice do mesmo!

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  19. Pois...escrevei, escrevei o que não deveis e depois sou eu que me lixo para ser implorado a passar a esfregona nas inconfidências!Espero que este momento seja devidamente esclarecido e que não passa de uma imaginação fértil do autor deste episódio!Nada de juras de amor que façam desfalecer incautas donzelas!

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  20. Do porco e do facalhão o Senhor Viana já em si não tem mão e só lhe apetece fazer um apagão!

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  21. Logo vi, Dom Rafael foi aperaltar-se, vestido de verde, para o torneio do Jamor!
    Tamancos, de ponta arrebitada, vai à bruxa, alcoviteira mor,pedir-lhe para adivinhar o futuro!
    Aldrabona, logo virou a cabeça a Dom Rafael a pontos de o levar a pensar que os penelenses o teriam enganado!
    Os noivos, pendurados na varanda, viram chegar os condes internacionais com as respetivas consortes.
    Mas a baronesa não ficou indiferente ao grupo de jovens possantes. Marinheiros em tronco nu!!!
    O conde da Ericeira e a estalajadeira, enamorados, emocionam a assistência!
    Um final feliz. Sejam felizes, mas...meninos?!
    Coitado do ponto, que anda naquele imundo chiqueiro!Até fede!
    Cada vez mais curiosos com o desfecho da trama.

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    1. Um final feliz não será para todos!!!!!
      Tenho que me retirar para os meus aposentos, com as minhas aias atrás, que iram tratar de mim, pois os meus olhos e os meus ouvidos não aguentam mais com tanta escrita tanta palavra e tantos títulos!!!! A minha linda cabeça, qual jardim, salpicada de tantos caracóis e laços, é um turbilhão de nomes, brasões, eu sei lá de tantos personagens que neste momento eu já nem sei quem é quem!!!! Só o delicioso banho de burra preparado pela minha aia-mor e a macieza das suaves mãos do meu massagista de serviço...me poderão aliviar deste atroz sofrimento que me invade!!!! Antes de me entregar nos braços de Morfeu, peço-vos gentis autores, que sejais benevolentes no desfecho de tão bem conseguida peça!!!!
      A sempre vossa
      CONDESSA DE LOUZADA

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    2. Querida Condssa de Lowsada, não esqueçais neste momento da vossa retirada a taça de moussa que vos trouxe, que com ela poderás fazer um peeling único, deliciosamente doce, que rejuvenerão a vossa pele.

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  22. Meus caros Amigos
    Tenho lido com todo o interesse a vossa peça teatral.
    Lamento que seja este o 5º e penultimo episódio e aguardo ansiosa pelo desfecho.
    Conhecia a maravilhosa escrita dos nossos amigos Quito e Felicio mas desconhecia-lhes o invejável sentido de humor, mais maravilhoso ainda.
    Tenho de referir também a capacidade demonstrada pelos comentaristas. Entraram no "Espirito da coisa" de forma impecável alinhando em grande.
    As personagens foram escolhidas a dedo desde a condessa de Lousada ao pintor que nunca mais entra em cena passando pelo conde de Colmar e pelo Vice-rei do Canadá pela estalajadeira Olinda linda e pelo Regedor.
    Tudo,tudo, uma delicia.
    Muitos Parabéns aos autores. Não sei mais que lhes diga. Só tenho um "adjectivo"...GOSTEI
    Paratodos um abraço. Para os dois um ABRAÇO

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  23. Sinto-me triste.
    Andava eu com esperança que a linda estalajadeira,perita em javali no espeto,me acabasse a tratar das chagas e ficou-se por um conde qualquer,avantajado e com cheiro a marisco...
    Sinto-me triste porque esta paródia,ao contrário da morangada com geleia,está quase a acabar.Eu imagino que se sigam outras e bem as espero.
    Finalmente,o coitado do ponto vai libertar-se do buraco de fumo em que vive e o pintor entra em cena.
    Aguardo o último episódio com muita expectativa,mas algum receio:que uma cena de faca e alguidar venha salpicar o palco...
    Um grande abraço.

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  24. Aguardemos que o pano desta peça caia em definitivo, e que tudo acabe em beleza.
    Aguardo que o bombista ponha o bombo de lado e não se esqueça da bela e insinuante Baronesa que ansiosamente o aguarda.
    O ponto está quase a desmaiar, tanto foi o tempo ali enfiado sem fumar, uma ideia não lhe sai do pensamento, “nunca mais digo a ninguém que fui ponto”.
    Vamos para intervalo.

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  25. Tiveram vossas Senhorias, Regedor de Salgueiro do Campo e Conde de Ericeira, o trabalho de se apoderarem ilícitamente do meu diário. Pensava eu que algum marinheiro mo tinha roubado para leiloar na bolsa de Londres, mas afinal aparece nesta peça utilizado com fins lucrativos. De facto expunha lá como andava vestido, com roupas que me foram especialmente oferecidas por El-Rei no dia em que me nomeou Vice-Rei de Montreal, depois de as ter comprado por bom preço na feira da ladra. As estridentes trompetas a quando da minha entrada no palco, em nada condizem com as ordens expressas que na época dei ao capitão da nau para não fazer a habitual salva de canhões, pois poderia assustar as gaivotas e depois não havia mais fotografias. Sem dúvidas que ao ver ao longe, na curva do Choupal, o mastro da Universidade de Coimbra, fiquei chocado e de facto até ia para tocar um fadinho da nossa Terra quando reparei que tinha cortado as unhas, não fôsse que com os tempos que corriam ter de puxar alguma corda. Só me admiro de não ter sido referenciado que quando apareciam os jovens em tronco nú, as minhas joínhas tinham que antecipadamente pôr o tapa olhos com que dormiam. Que isto fique bem claro. Mais, tinhas-lhes dado instruções para mesmo disfarçamente não olharem pelos lados. Eram outros tempos.
    Francamente, adorei os diferentes artigos e comentários. Parece mesmo os nossos tempos de juventude.
    Agora que já bati com o anel do dedo mendinho no écran para que todos vejam e não hajam dúvidas da minha autoridade,
    Um forte abraço.

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    1. Meu caro Chico:
      Pois isso do tapa olhos...
      Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
      Toda a hora é de mudança!
      Um forte abraço, de volta!

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  26. Duas e meia da matina...e nem fumaça do Bianinha!

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    1. será que o bicho está com prisão de ventre ou pifou a pedra do isqueiro?!

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    2. Às duas e meia da matina ainda a noite era criança...
      Por motivos...
      Perdoa-me, Grande Chefe, Castelão-Mor e mui digno Administrador desta espécie de blogue, mas hoje cheguei ao serviço excepcionalmente tarde!
      Desconta nas ajudas de cuspo!

      Olha lá, tuapele, já te esqueceste que quando não há isqueiro até se acende o cigarro no cu de um pirilampo?...

      Abraço para ambos os dois.

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  27. Diário de 1 Ponto:

    Querido diário:

    Hoje foi um dos piores dias da minha vida de Ponto.
    Na plateia, balcão e camarotes, a fidalguia deste Reino entreteve-se a auto-destruir a sua nobre imagem. Só lhes faltou ir à caça de elefantes...

    Mas, em boa verdade, esse assunto não me diz respeito. Eu sou povo, sou plebe, nada tenho a ver com os nobres deste Reino.
    Assim sendo, resta-me registar, meu querido diário, aquilo que hoje em palco se passou.

    Dom Rafael continua dividido entre os múltiplos torneios que tem de organizar e aquela que, não sabendo ele, já é sua Consorte.
    Por isso, por esta dúvida que que só um nobre fidalgo poder ter, pede à Vidente de Caria que lhe leia o futuro.
    A Vidente, rapariga séria, não o quis enganar e justificou a sua ausência de inspiração com uma avaria da sua bola de cristal.
    Esta Vidente, rapariga séria, tem uma pernas que me deixam louco, querido diário. O Ponto tem um lugar privilegiado para apreciar as maravilhas da natureza, no que às pernocas das cachopas diz respeito.
    Claro que há por aí uns "zum-zums" que ela, Vidente de Caria, rapariga séria, para cima dos joelhos é um e não uma. Más línguas, penso eu. Invejas, penso eu.
    Depois, entra em palco o Conde de Colmar. Tudo bem, estava no guião: "relincha o cavalo" e entra o Conde que acaba de chegar de Colmar e diz...
    Para mim era claro que a sonoplastia punha o cavalo a relinchar, tal como tinha acontecido nos ensaios, e que o Conde dizia:
    "Passei por aqui e já sei da boa nova do casamento de Dom Rafael e Sua Formosa Donzela …"
    Mas, para minha total surpresa, entra em cena o equídeo, ainda por cima a trote, quase que parte todo o cenário, caixa de ponto incluída, e deixa como legítimo presente quatro cagadelas de se lhe tirar o chapéu!
    E saí de cena a galope, atropelando o Pintor que começa a ficar farto dos erros e enquadramentos de encenação. E depois, quem o atura sou eu!
    Para esquecer!
    Seguiu-se, felizmente, momentos de grande tranquilidade com a chegada do nobre Dom Francisco Torreira da Silva e da sua corte. Fez uma especial referência ao seu mais chegado staff ao qual chama, carinhosamente, as suas jóinhas.
    Vindo de além-mar, alheio à confusão e maledicência deste Reino, disse da sua grande alegria por revisitar as águas do Mondego e rever a Velha Torre.
    Mas, querido diário, fartou-se de me chatear a cabeça, após terminado o episódio, por eu não lhe ter "pontado" a rua I. Se eu lhe falasse na rua I, dava-lhe o badagaio!
    Que grande porra, mas será que estes artistas não percebem que eu só "ponto" aquilo que está no guião?!
    Depois aparece o mui nobre fidalgo Conde da Ericeira, com suas falinhas mansas, propondo casamento à estalajadeira, e ela logo se deixa desfalecer nos seus braços e nas suas artimanhas. Bem a tentei prevenir dos perigos da ligação com este fidalgote! Não é pelo facto de eu mui bem apreciar as pernocas da Linda estalajadeira (claro, tu sabes, querido diário, da minha "caixa" muito se vê! ) nem é por despeito que tenho este receio mas sim, somente e apenas, porque sei que o fidalgote é um reconhecido Casanova dos tempos modernos.
    Como se tudo isto não bastasse, quando nada o faria supor, o Quitus resolveu entrar pelo palco dentro com um porco à sua frente. Sim, um porco! Daqueles que grunhem, mijam e cagam por todo o lado!
    Eu tinha no guião: "entra o porco" e o Quitus diz...
    Esperava eu que, mais uma vez como nos ensaios, a sonoplastia fizesse o porco grunhir e o Quitus dissesse:
    " Anda cá maldito porco, que não entras nesta cena …"

    Já percebeste, querido diário, porque é que te disse que hoje foi um dia muito complicado para mim?
    Está-se mesmo a ver que, após a retirada do público, após a retirada dos actores, quem teve de limpar toda a merda do palco fui eu!
    Os artistas são superiores a estas "pequenas coisas", dizem eles...
    Qualquer dia, se me passo dos carretos, dou-lhes com a esfregona!

    Até amanhã, querido diário.

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    1. As Memórias de um Ponto! Bem poderá ser o título de um Diário que deve encerrar histórias do arco da velha, de que esta é um bom exemplo...

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    2. Caro Amigo Ponto, proponho uma passagem a Artista de PONTO.
      Um Grande Abraço.
      1 Pintor.

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  28. E pronto... tinham que meter as minhas pernas nesta história...

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  29. Afinal o "ponto" é mesmo um grande ponto, com uma acção não muito reconhecida,porque está sempre escondido no buraco, mas de enorme e imprescindível importância.
    Tenham cuidado autores desta PPP não criem cenas que dêem trabalho ao sacrificado ponto.

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