Poucos no Mundo terão sofrido tanto e durante tantos anos na própria carne como Mandela, o “castigo pelo crime” de advogarem a igualdade entre os homens, independentemente da cor, do sexo, das ideias políticas, da origem social ou da religião. Teria por essa razão a compreensão e a desculpa de todos, se tivesse aliado à natural revolta, a intransigência e o ódio em relação aos seus algozes. Mas nada disso aconteceu, mesmo a contragosto de alguns daqueles por cujos direitos deu a maior parte da sua vida. Quando, depois de décadas de prisão, foi finalmente libertado, demonstrou total coerência com os princípios que sempre defendeu. Se lutara contra a segregação, não seria no momento da conquista da sua liberdade que iria converter o regime do apartheid num outro regime igualmente abominável com a simples inversão dos papéis, em que os negros segregassem os brancos. Só um homem com a estatura de Nelson Mandela seria capaz, como foi, de criar um país novo sem distinções de nenhuma espécie. Não terá havido nunca um homem como ele. Passarão séculos até que surja outro igual a ele!
Uma boa lembrança da Olinda. Mandela simboliza todos aqueles que, da igualdade entre seres humanos, fazem regra de vida. E por isso sofreu na carne. Mas como velho embondeiro, resistiu. E ele aí está, entre nós, a celebrar mais um aniversário da sua já provecta idade. Que conte muitos mais, este velho resistente ...
Quando este grande Homem saiu da prisão, de quase três décadas, foi entrevistado, tendo-lhe sido perguntado o que mais lhe custara durante tal e tanta clausura, teria sido a solidão, a falta de afectos? Não, o que mais me custou foi estar tanto tempo sem ver uma criança!
Um dia Charles Chaplin conheceu , nos EUA, numa festa, um antigo secretário da International Workers of the World, «que fora sentenciado pelo Juiz Landis a vinte anos de prisão, que tinha cumprido dois e que fora libertado devido à sua saúde. Não sei qual foi o crime. Isso parecia não importar. ... . Ia voltar para cumprir dezoito anos na prisão e permanecia jovial. ... Falamos sobre o futuro do George. Não do seu passado nem do seu crime. Não poderá fugir? Tento fazê-lo pensar com lógica sobre a recuperação da sua liberdade. Quero prometer-lhe a minha ajuda. Ele não compreende ou finge não compreender. Não perdeu nada. As barras não conseguem aprisionar o seu espírito. Suplico-lhe que dê a si mesmo e à sua vida uma oportunidade melhor. Ele sorri. "Não se preocupe comigo, Charlie. Você tem o seu trabalho. Continue a fazer o mundo rir. A sua é uma tarefa grandiosa e esplêndida. Não se preocupe comigo". Ficamos em silêncio. Sinto-me sufocado, com uma espécie de inutilidade contida. Quero alívio e este surge. As lágrimas deslizam sobre a minha face e o George abraça-me. Há lágrimas nos olhos de ambos. "Adeus, Charlie." "Adeus George."». ("A minha viagem pela Europa", Charlie Chaplin)
"Em Junho de 2004,aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública." Por "vida pública" só se poderá entender vida activa social e política. Porque na vida, Mandela está presente e continuará presente para além da sua própria vida. Há Homens assim. Serão poucos mas que os há, há!
Sem dúvidas que foi uma excelente escolha para o dia de hoje. Neste momento é o último monumento vivo que existe neste planeta. Tivemos muito sorte porque foi práticamente no nosso tempo que viveu Mahatma Gandhi, um revolucinário passifista. Depois Martin Luther King, um lutador pacífico que nos deixou uma greve dos autocarros e um slogan, pois não lhe deram tempo para ver a instituição da igualdade porque ele tanto lutou. Também na mesma altura tivemos Madre Teresa, missionária da paz com uma extraordinária obra a favor dos desfavorecidos. Sendo Nelson Mandela o último pacifista vivo neste momento, é pena que hoje já se olhe para Ele como uma saudade do futuro.
Poucos no Mundo terão sofrido tanto e durante tantos anos na própria carne como Mandela, o “castigo pelo crime” de advogarem a igualdade entre os homens, independentemente da cor, do sexo, das ideias políticas, da origem social ou da religião.
ResponderEliminarTeria por essa razão a compreensão e a desculpa de todos, se tivesse aliado à natural revolta, a intransigência e o ódio em relação aos seus algozes.
Mas nada disso aconteceu, mesmo a contragosto de alguns daqueles por cujos direitos deu a maior parte da sua vida.
Quando, depois de décadas de prisão, foi finalmente libertado, demonstrou total coerência com os princípios que sempre defendeu.
Se lutara contra a segregação, não seria no momento da conquista da sua liberdade que iria converter o regime do apartheid num outro regime igualmente abominável com a simples inversão dos papéis, em que os negros segregassem os brancos.
Só um homem com a estatura de Nelson Mandela seria capaz, como foi, de criar um país novo sem distinções de nenhuma espécie.
Não terá havido nunca um homem como ele. Passarão séculos até que surja outro igual a ele!
Rui,subscrevo o que referes em relação a este grande senhor...
EliminarfAÇO MINHAS AS TUAS MAGNIFICAS PALAVRAS,RUI ! JUSTISSIMA HOMENAGEM A UM GRANDE SENHOR DOS DIREITOS HUMANOS !
Eliminarmuito bem, Olinda, sempre atenta.
Grande ser humano!!!!
ResponderEliminarParabéns pela vossa escolha para hoje.
ResponderEliminarTomané
Foi uma grande escolha,Olinda.
ResponderEliminarMuitos Anos de Vida.
ResponderEliminarUm Grande SER Humano.
Boa Malha.
Tonito.
Destaque bem merecido!
ResponderEliminarAinda bem que os colaboradores estão atentos.
O ADM só tem que agradecer!
Esclarecimento: este comentário por engano foi colocado na postagem "cores verdadeiras", logo na parte da manhã.
ResponderEliminarUma boa lembrança da Olinda. Mandela simboliza todos aqueles que, da igualdade entre seres humanos, fazem regra de vida. E por isso sofreu na carne. Mas como velho embondeiro, resistiu. E ele aí está, entre nós, a celebrar mais um aniversário da sua já provecta idade. Que conte muitos mais, este velho resistente ...
ResponderEliminarQuando este grande Homem saiu da prisão, de quase três décadas, foi entrevistado, tendo-lhe sido perguntado o que mais lhe custara durante tal e tanta clausura, teria sido a solidão, a falta de afectos? Não, o que mais me custou foi estar tanto tempo sem ver uma criança!
ResponderEliminarUm dia Charles Chaplin conheceu , nos EUA, numa festa, um antigo secretário da International Workers of the World, «que fora sentenciado pelo Juiz Landis a vinte anos de prisão, que tinha cumprido dois e que fora libertado devido à sua saúde. Não sei qual foi o crime. Isso parecia não importar. ... . Ia voltar para cumprir dezoito anos na prisão e permanecia jovial.
...
Falamos sobre o futuro do George. Não do seu passado nem do seu crime. Não poderá fugir? Tento fazê-lo pensar com lógica sobre a recuperação da sua liberdade. Quero prometer-lhe a minha ajuda. Ele não compreende ou finge não compreender. Não perdeu nada. As barras não conseguem aprisionar o seu espírito.
Suplico-lhe que dê a si mesmo e à sua vida uma oportunidade melhor.
Ele sorri.
"Não se preocupe comigo, Charlie. Você tem o seu trabalho. Continue a fazer o mundo rir. A sua é uma tarefa grandiosa e esplêndida. Não se preocupe comigo".
Ficamos em silêncio. Sinto-me sufocado, com uma espécie de inutilidade contida. Quero alívio e este surge.
As lágrimas deslizam sobre a minha face e o George abraça-me.
Há lágrimas nos olhos de ambos.
"Adeus, Charlie."
"Adeus George."».
("A minha viagem pela Europa", Charlie Chaplin)
Rui Barreiros.
Gostei...Comovente!
EliminarParabéns a Nelson Mandela!
ResponderEliminarUm HOMEM que ultrapassa todos os comentários que se possam tecer a se respeito.
"Em Junho de 2004,aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública."
ResponderEliminarPor "vida pública" só se poderá entender vida activa social e política.
Porque na vida, Mandela está presente e continuará presente para além da sua própria vida.
Há Homens assim. Serão poucos mas que os há, há!
Obrigado, Olinda.
Sem dúvidas que foi uma excelente escolha para o dia de hoje. Neste momento é o último monumento vivo que existe neste planeta.
ResponderEliminarTivemos muito sorte porque foi práticamente no nosso tempo que viveu Mahatma Gandhi, um revolucinário passifista. Depois Martin Luther King, um lutador pacífico que nos deixou uma greve dos autocarros e um slogan, pois não lhe deram tempo para ver a instituição da igualdade porque ele tanto lutou. Também na mesma altura tivemos Madre Teresa, missionária da paz com uma extraordinária obra a favor dos desfavorecidos.
Sendo Nelson Mandela o último pacifista vivo neste momento, é pena que hoje já se olhe para Ele como uma saudade do futuro.