Recorremos com frequência à expressão ‘é/não é do meu tempo’, referindo-nos a pessoas ou acontecimentos. Como se o nosso tempo fosse um momento e não um contínuo. É o primado do digital sobre o analógico, deficiência nossa. Mas desta opção, desta divisão do tempo em fatias, umas maiores outras menores, umas mais saborosas, outras menos, resulta que, objectivamente, definimos o nosso tempo como ... passado, como se a nossa vida não fosse antes uma viagem permanente que por si define o próprio sentido de existirmos. Por isso somos de todos o(s) tempo(s), ou como diz o poeta Vinícius de Moraes:
“(...)
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.”
O António Luís dos Santos Ferrão, o Tó Ferrão, é um companheiro de todos os meus tempos, da minha viagem. Com ele, fui adolescente e me fiz homem, com ele aprendi o sentido da irreverência, da fantasia, do olhar os outros com um sorriso, um riso. O sentido da lealdade. Tudo fui aprendendo. Mas mais do que esse tudo, com ele fui depurando o sentido e o valor da palavra amizade. O Tó não é do meu tempo. O Tó é o meu tempo.
Um JÓ JÓ no seu melhor.
ResponderEliminarTenho muito orgulho da amizade destes
dois MENINOS.
FERRÃO E JÓ JÓ.
Tonito.
JOJO também um abraço. Um texto de um amigo para outro amigo.Quando a amizade faz sentido e se reforça através dos tempos!
ResponderEliminarJó-Jó
ResponderEliminarNão se "finta" assim um amigo. Um teu amigo de uma vida, para toda a vida.
Não vou citar Vinicius.
Mas vou citar, Albert Einstein. E vou fazê-lo no plural. Porque contigo também aprendi valores para a vida.
"Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre."
Abraço
Li e adorei os mimos que dão um ao outro. Um o Ernestinho vulgo JóJó em que pertencia ao meu "quintal" de protecção, fazer-lhe mal á minha vista era perigoso e tinha ele tantos irmãos!!.., mas o Tó Ferrão foi por mim perfilhado por ser uma pessoa, alegre, irreverente, amigo do seu amigo e FILHO de um SENHOR espectacular que me acalmava com o seu carinho depois de grandes malhas em casa e me fazia rir e esquecer as tristezas pelo que passava.Embora não conviver muito com ele ao longo da vida mas quando estou, que bem me sinto. Ás vezes sinto a falta deles em Braga.
ResponderEliminarDesculpem esta lengalenga.
Um abraço
Azenha