sexta-feira, 25 de maio de 2012

Jardins de Montreal e enlatados biológicos

Recordando o passado.

Beleza.

As pessoas têm tanto orgulho nos seus jardins que o proprietário quando me viu a fotografar a frente que não está neste artigo, convidou-me a ir ver o seu cantinho familiar nas trazeiras.

Enlatados biológicos. Há muita maneira de matar moscas.



Um canteiro.

11 comentários:

  1. Chico mas estes são floridos e bonitos!
    O "Embustado" não fica muito mal.É verde e tem árvores!

    ResponderEliminar
  2. Diz o Chico que "há muita maneira de matar moscas".
    Moscas destas até se podem guardar e conservar, enlatadas ou mumificadas.
    Temos de concordar que o cu não tem a ver com as calças, verdade?...

    ResponderEliminar
  3. Acho que o Felício disse tudo. Belas casa e belos jardins.
    Gostei.
    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Por cá é o que temos,mania das coisas fechadas.
    Os jardins representam a maneira de ser das pessoas,fechadas em si próprias.
    Tonito.

    ResponderEliminar
  5. Para além de qualidade de vida, outras mentalidades, outras culturas! Reparem que não há grades, nem enlatados, nem papeis, nem piriscas, nem garrafas de plástico, nem cócós dos animais de estimação! Enfim é mesmo uma beleza! Quando verei jardins assim cá pelo burgo? Mas...tudo começa no berço!!!?

    ResponderEliminar
  6. O Rui Felício foi altamente preciso. É a qualidade de vida que cada um tem que construir e todos usufruímos. Sabe tão bem quando há sol ir no passeio debaixo das árvores e ver jardins com a sua verdura. Além disso, o não haver muros dá-nos uma noção de profundidade e assim a percepção de muito espaço. É uma sensação de bem estar que ao fim de um dia de trabalho ajuda imenso. É uma calma...
    Quanto à limpeza, sim mas vem de cima como eu tenho sempre defendido. Aqui, há de tudo como aí. Também há pessoas que sujam imenso como aí e como têm uma mentalidade sindical, até é bom para dar empregos a outros. Por sua vez as árvores deixam cair muito lixo. Por outro lado criaram uma arquitectura com muitos espaços, mesmo as ruas. Assim não se nota tanto o lixo.
    O carro da limpeza com água e escovas, passa duas vezes por semana nas ruas com mais tráfego junto aos passeios e uma vez nas de menos tráfego. Na baixa, todos os dias até às oito da manhã. Os automobilistas são obrigados a tirar os carros nas horas indicadas nas placas, se não "pagam" pois os fiscais da cãmara não perdoam. Quanto aos cócós dos animais de estimação referenciado pelo José Leitão e que é uma realidade, lá aparece um ou outro mas muito raro. As pessoas passeiam os cães duas vezes por dia na rua, o que ajuda muito na locomoção da terceira idade e tem efeito muito positivo contra a solidão, mas levam um saquinho de plásticos para o caso do animal na sua aflição fazer antes de chegar aos "urinois", criados para eles. Nos urinois há caixotes do lixo para que os donos dos cães ponham os saquinhos com os excrementos dos bicinhos queridos. Deixar cair no chão se a polícia vir, é multa pesada.

    ResponderEliminar
  7. Como ontem falei da greve dos estudantes, aqui fica mais umas informações. Teve lugar ontem à noite a trigésima primeira marcha consecutiva originada pelos estudantes. Só que ontem juntaram-se-lhes as famílias, amigos e mesmo os estudantes que já são pais, levaram os filhos. Assim o desfile teve cerca de cinco mil pessoas. Foi mais uma festa na rua em que pessoas dos sete aos setenta e sete como se costuma dizer, bateram tachos. O barulho era insurdecedor.
    Talvez derivado à ida de mais velhos e crianças, foram menos duros e não fizeram as habituais fogueiras de S. João aonde as labaredas chegam muitas vezes à altura do segundo e terceiro andar, pois usam produtos muito inflamáveis: tudo o que é madeiras e plásticos respeitante a obras que encontram no caminho, assim como carros da polícia que andam à volta de CAN$500.000.00 (€626,069.63 )com todo o material que têm dentro. Foi uma noite calma. Notou-se uma mudança muito grande, pois já práticamente nem falam do aumento dos custos escolares para passarem a falar da lei criada para o controle das manisfetações que é muito menos proibitiva que as europeias e dizem ser contra a liberdade de expressão. Para a tentarem anular, meteram hoje duas causas em tribunal.
    Assim neste momento com o aumento do leque de pessoas aparecem cartazes contra essa lei, contra a corrupção, contra a exploração dos gazes de xisto, contra o plano norte, para arrumar com o governo abaixo, etc. Por sua vez, as manisfestações que costumam ser só em Montreal e na cidade de Quebec, expandiu-se a outras cidades.
    Se bem que só trinta por cento dos estudantes estejam em greve, os setenta por cento estão silenciosos e começo a ver um movimento social muito grande e inesperado. É qualquer coisa fora de série a que já os médias de muitos países começam a dar relevo.
    Vamos a ver esta noite com a trigésima segunda manifestação consecutiva.

    ResponderEliminar
  8. No comentário acima, aonde se lê (€626,069.63), leia-se: (€387,846.25). As minhas desculpas.

    ResponderEliminar
  9. Assim sim...lindas casas e lindos jardins!
    A insatisfação social a nível dos estudantes e, não só, será sempre um alerta
    para algo que não está bem...é natural! Começa então a proliferar.

    ResponderEliminar
  10. Olinda
    Sem dúvida que os estudantes têm estado na base das grandes alterações sociais.
    Só que aqui, neste caso, está tudo ao contrário. O aumento dos estudos estavam congelados há quarenta anos e por isso só um terço dos estudantes fazem greve e principalmente em Montreal.
    Há cá muitos estudantes estrangeiros e franceses nem calculo, que pagando os cursos muito mais caro que os daqui e ainda têm de pagar a hospedagem, os transportes, etc, dizem que os estudos lhes saiem muito mais baratos nestas paragens quando conversamos com eles.
    Como estamos num sistema social-democrático, a saúde e a educação levam setenta e cinco por cento do orçamento desta província. Por isso as ruas fora da zona turística e até algumas nessa zona estão todas esburacadas e os pontões assim como partes de certos túneis, caiem.
    Com esta situação, a população que atravessa uma fase de muita incerteza também não aderiu às suas reivindicações.
    O que aconteceu foi que ao começarem a bater com as colheres nos tachos como a população do Chile no tempo de Pinochet, as pessoas viram nessa atitude uma forma de extravazarem a sua cólera pelos mais diversos motivos e saíram também para a rua. Hoje não só há o desfile nocturno como à mesma hora começa o toque dos tachos em certos bairros, que por sua vez alguns convergem para o centro, criando várias manifestações. Por vezes também há desfiles diurnos mas sem o cantar dos tachos.
    Para mim, derivado à atitude dos estudantes mesmo para com os tribunais a que a nada obedeceram e não há ninguém preso, assim como o acordo que assinaram com o governo que não honraram e agora a atitude da população, passou a estar em jogo as próprias instituições democraticas desta província no seu sistema de funcionamento. Vamos a ver que volta isto tudo vai dar e como vai terminar.
    Há uma organização que embora uns tantos mas poucos lhe chamem de tudo, tem recebido os elogios gerais: é a polícia que como eu tenho dito, é muito cerebral.
    Ainda agora quando começa a marcha nocturna informam os estudantes que a manifestação não é legal mas deixam que continuem. Como não tem havido desacatos pois todo o mundo despeja a cólera nos tachos e os desordeiros começam a estar cada vez mais isolados e identificados, a polícia diz que é lindo as pessoas puderem-se exprimir. Uma polícia que acompanha as evoluções das situações e não impõe a lei à letra.
    Como aqui o "sirop d'érable" que dei a conhecer aí, é um dos emblemas desta província, já catalogaram esta situação de "Primavera érable". Estás a ver o eco que esta frase dá.
    Como se vê, quando há mais ou menos um ano dizia que o que se passava aí, aqui já teria havido problemas tanto em casos pontuais como gerais pois esta gente também sabe ser dura, era uma realidade.
    Para mim, isto tudo é um problema social desta época. Os casamentos não duram muito tempo e as pessoas refazem a vida várias vezes, os filhos têm de fazer a vida por eles porque um grande número de pais demitem-se das suas responsabilidades. Por sua vez, esta juventude está habituada a ter tudo. O governo pôs a possibilidade de aumentar os empréstimos a casais que ganhem até até CAN$46.000.00 cada (€71.272.77/ano os dois) e permitindo aos estudantes de o pagarem após acabarem os estudos de acordo com o ordenado que forem tendo. Ora quem ganha anualmente o valor acima, não é tão pobre como isso. Tive a minha filha a estudar no privado até à universidade, muito mais caro, e quando acabou não devia nada ao estado. Não pensavamos em comprar tudo a que tinhamos "direito", nem a ir a tudo. A sociedade de consumo com a utilização do dinheiro plastificado "Plastic Money", tornou toda a gente mais rica e cada vez mais pobre.
    Uma coisa estou convencido que vai acontecer: no após isto tudo, o Quebec não será mais o mesmo.

    ResponderEliminar