domingo, 13 de maio de 2012

MÊS DE MAIO - CAPELINHA QUE CIRCULAVA PELOS VIZINHOS DO NOSSO BAIRRO

 SAGRADA FAMILIA                    ACTUALIZAÇÃO
Seria mais ou menos este género a caixa  da Sagrada Familia que  circulava por algumas casas do nosso Bairro, durante todo o ano e ao que sei ainda continua a circular.
in net
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Em minha casa o Mês de Maria era vivido com grande devoção por toda a Família. Recordo-me que em determinado dia da semana um Vizinho nos fazia chegar o oratório (uma caixa de madeira castanha, semelhante a um relógio de parede, que abria com duas portadas para deixar ver no interior a imagem de Nossa Senhora no seu pequeno altar  de cetim). Colocava-se numa mesa separada onde havia o cuidado de ter uma jarra com flores e acendia-se uma lamparina de azeite que  exigia atenção frequente para se conservar acesa durante as vinte e quatro horas. Nessa altura aquele espaço da sala parecia ganhar um respeito particular, uma dimensão espiritual, quase uma santificação. De joelhos, toda a Família rezava o terço com uma devoção partilhada. Para os mais novos o ritual não  era fácil, E, sobretudo a partir do meio, começava, às vezes a parecer comprido de mais.
 No dia seguinte ao fim da tarde, repetia-se a oração antes da capelinha ser levada ao próximo Vizinho, seguindo a lista diária colada no interior do oratório.  Na sala ficava o odor das flores, misturada com o cheiro do azeite queimado na lamparina. Cheirava a igreja. E, pelo menos enquanto durava, todos nos sentiamos um pouco melhores.
Hoje, 13 de Maio,  faço votos para que seja  um dia passado em tranquilidade, que permita um pouco de meditação,  cada um ao encontro de si mesmo.
Para o bem de todos.

Texto de Fernando Gaspar
Foto Net

Nota ADM.Penso que a "capelinha" que circulava pelo nosso Bairro não seria bem igual a 
esta. Eu próprio algumas vezes fui seu portador, de minha casa para um vizinho.Ficava mais ou menos 24 horas em cada casa 

12 comentários:

  1. Na minha casa era a minha Mãe e a minha Tia Cecília que se ocupavam do assunto, só que o que por lá passava era a Sagrada Família como se pode ver no link. De notar que até o livro suspenso na porta e a lista das casas aonde vai passar, se não é a mesma, é muito idêntica à que passava no nosso Bairro.
    A Nossa Senhora que se vê no artigo, pode ser a Na. Senhora da Conceição ou a de Lourdes.
    Para todos/as,um excelente 13 de Maio.

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  2. Desconhecia esta prática no bairro. Na minha zona não me recordo.
    Diz-se que em Fátima, nunca esteve tanta gente. Talvez o desemprego esteja na origem deste aumento exponencial...
    Um bom Domingo para ti e família, Chico Torreira ...

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  3. Na zona do bairro onde ainda habito não me recordo de ser assim.
    Na terra da minha velhota era assim, mas para pior.
    A minha avó assistiu ao vivo ao milagre mas não viu nada pois segundo me disse não estava com fé na altura (falta de FÉ).
    Acredito piamente na minha AVÓ.
    Como ela me disse ao que tinha assistido ( a expressão) nunca posso por em duvida, e nunca mais me esqueci.
    A minha a avó na aldeia era uma Senhora que tinha visto o milagre de Fátima ao VIVO, sei que teve problemas com o padre (sempre disse o que viu).
    Quem acabou com a confusão foi o meu avô que proibiu o padre da freguesia de entrar lá em casa quando da festa anual.
    Quem se lixou fui eu que uns anos mais tarde fui esconjurado por outro padre.
    Sou um triste nestas coisas de Fé.
    Eu só quero é ter alguma saúde enquanto estou por cá,quando morrer já não preciso mais da saúde para nada.
    Tonito.

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  4. Estou admirado! Dantes falava-se de seiscentas mil pessoas no recinto e hoje fala-se em trezentas mil pessoas como se fôsse um recorde. T'ou baralhado.

    Talvez as trezentas mil pessoas sejam as que na quinta-feira passada não tiveram metro, porque certos estudantes em greve lançaram bombas de fumo em três ou quatro estações. Depois foi ver a cidade com o trânsito todo parado, os autocarros e taxis cheios. Quem queria um meio de transporte, acenava com uma nota de vinte dólares na mão a ver se algum automobilista os levava. Espírito de iniciativa. Para os patrões cujos empregados têm horário fixo, também foi um problema:quem tem horário fixo e chega atrasado, costumam cortar-lhe no salário ou se estiver numa posição imprescindível, substituem logo por outro, para que nada pare. Desta vez bem cortaram no salário mas como o tempo foi longo, outros para substituírem os faltosos não haviam.
    Quem se safou, foi o pessoal que andava de bicicleta, patins e pranchas. As bicicletas de aluguer também se esgotaram. Assim vai o mundo: uns rezam, os outros... ficam com problemas de incitação por meterem medo com terrorismo.

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  5. Pois eu lembro-me bem de ser assim. Ali na rua Gil Eanes quase todos recebíamos Nossa Senhora de Fátima neste mês de Maio.Que Maria nos dê saúde a todos. Eu tenho muita Fé e respeito quem não tenha.Um grande abraço para ti Tonito e que Ela te proteja.Nanda

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  6. Por volta da hora de jantar, via-se com alguma frequência,(e ainda se vê mas menos) alguem com uma caixinha de madeira com tamanho A4 ,que ia levar o "Coro" ao hospedeiro seguinte. A visita da Sagrada Família era e é mensal(Eu não conhecia visita de Nossa Senhora)
    Ju Faustino

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  7. Também agora me lembro que realmente era a Sagrada Familia! A caixa não tinha a cruz na parte de cima, tanto quanto me lembro.

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    1. Tem razão Rafael. Na caixa que está no meu link, a cruz que se vê atrás não é dela. Será fácil de ver se aumentar a foto várias vezes. Está descentrada com a própria caixa, pois deve estar presa à parede ou numa base em cima da prateleira que se pode ver por trás da referida caixa. Levei-a algumas vezes à casa seguinte quando era miúdo. Pode não ter sido esta mas era muito idêntica com o livro e lista como me referi.

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  8. Na Net encontrei este testemunho:




    Conheço desde pequena este costume.
    No meu lugar começou há relativamente poucos anos.
    Vem a Sagrada Família de casa em casa.
    Recebêmo-la e iluminamo-la durante um dia.
    Rezamos o Terço e levamo-la à casa seguinte.

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  9. Outra pesquisa na NET:


    É uma tradição que surgiu em Alvoco da Serra nos primeiros anos da década de 1950, por acção do padre Jaime Pinto Pereira. Arranjou um oratório com a imagem da Sagrada Família, e pô-la a percorrer as ruas de Alvoco, segundo o percurso das Boas Festas Pascais. Esta devoção foi bem aceite pelas pessoas.

    O conjunto das imagens de S. José, Nossa Senhora e Menino Jesus está dentro de oratório portátil, uma espécie de caixa-mala. A caixa tem uma pega no topo para um mais fácil transporte, duas portas que, abrindo-se mostram a Sagrada Família e fechando-se a protege. A imagem é protegida por um vidro.

    A Sagrada Família anda em constante viagem pelas ruas de Alvoco, visitando cada família da terra.Cada pessoa recebe-a do vizinho que a tinha recebido antes, fica em casa durante algum tempo e, depois, passa-a ao vizinho seguinte.

    Ao ser recebida reza-se a oração da chegada. Antes de partir, reza-se a oração da abalada. Enquanto está em casa é alumiada com uma lâmpada de azeite - uma taça de azeite com a flor(eucarística) acesa - e é companhia e receptáculo das orações de cada um.

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  10. Hoje, em conversa com o meu pai, confirmou-me ser prática generalizada no bairro ...
    Eu, como disse, desconhecia ...

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  11. Quito

    Pelo que se lê no comentário da Ju, a visita da Sagrada Família continua. Quando voltei de Moçambique, Ela continuava a ir a casa dos meus Pais. Ainda em 2000, quando a Joana aí esteve uns meses a passar férias a foi levar a casa da Mãe do Rui Felício. Na maioria dos casos, quem tratava mais do assunto era o lado feminino.

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