quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ENCONTRO COM A ARTE

Jorge Castro-ORCA

MAFARRICOS 










À MODA ANTIGA








andam por i mafarricos
que dão à vida má morte
uns que têm tios ricos
outros casados co´a sorte

e quando não são casados
à sorte torcem a mão
e vivem amancebados
com a nossa perdição

malfadados mil demonhos
a roubar-nos água e ar
até nos roubam os sonhos
se ninguém os faz parar

contam co´a nossa paciência
fazem de nós tristes seres
armam a tenda à ciência
fazem circo dos saberes

dão-nos música barata
livros a ler idiotas
e a malta lá vai pacata
em futebóis de derrotas

não tens pão? Come tê vê
educação? Ora adeus
quem não sabe nunca vê
o arco-iris nos céus

e sonhamos com riqueza
para iludir indigências
de vivermos na pobreza
receando transcendências

mas quando um dia vier
o primado da razão
em que dar é mais que ter
e saber mais do que pão

mafarricos má memória
de tão secos secarão
e há-de haver outra história
de um homem e seu irmão

11 comentários:

  1. Ele já estava a adivinhar...Querem ver que foi o Orca que chamou a Troika!?

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  2. Pois o Orca é percursor da crise!
    Este poema demonstra bem isso!

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  3. As modas vão rodando.

    " À moda antiga", acaba por ser a moda moderna!

    Gosto sempre de ler Jorge Orca.As palavras rimam de forma natural, como se assim tivessem nascido!

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  4. mas quando um dia vier
    o primado da razão
    mafarricos a morrer
    outros galos cantarão

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  5. Boa desgarrada, Carlos!
    Nada como um desafio...

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  6. Cantarão sim com altivez
    Que a razão é primado
    Mafarricos,desfaçatez!
    Querem país arruinado!

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  7. mafarricos má memória
    de tão secos secarão
    não ficarão na história
    na penumbra morrerão

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  8. Querem ver que a Celeste Maria tem razão e o belo poema do Jorge Castro ainda acaba em desgarrada?!

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  9. Sua sina está traçada
    mafarricos não escaparão
    nossa conta assaltada
    subsídios lá se vão!

    Cum carago!

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  10. Cum carago, já não tenho "pedalada" e por isso peço ajuda a um querido amigo que sabe mais de mafarricos do que eu..

    Cá vai:

    Acho uma moral ruim
    trazer o vulgo enganado
    mandarem fazer assim
    e eles fazerem assado.

    Sou um dos membros malditos
    dessa falsa sociedade
    que, baseada nos mitos,
    pode roubar à vontade.

    Esses por quem não te interessas
    produzem quanto consomes:
    vivem das tuas promessas
    ganhando o pão que tu comes.

    Não me dêem mais desgostos
    porque sei raciocinar...
    Só os burros estão dispostos
    a sofrer sem protestar!

    Esta mascarada enorme
    com que o mundo nos aldraba,
    dura enquanto o povo dorme,
    quando ele acordar, acaba.

    António Aleixo

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  11. Fui por ti bem tramado
    Mafarrico, me "queixo"
    Sinto-me derrotado
    Abusaste do "Aleixo"!

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