... o amor tem destas coisas ...
Aquela era uma Repartição do Estado, na cidade Coimbra. Tinha uma situação privilegiada, a dois passos da Praça da República. Mas não só. Estava implantada numa magnífica vivenda de dois andares na Rua Antero de Quental. Junto ao passeio, duas enormes portadas verdes – a cor viçosa das florestas - que davam acesso às garagens dos carros e jeeps da Instituição. Ao subir a escadaria, entrava-se na Repartição por uma porta envidraçada e, ao fundo do corredor, um pequeno compartimento, com uma mesa de tampo de vidro e uma cadeira. E é aí que vamos encontrar o Celestino, vestido de farda azul com botões amarelos. Era o auxiliar da casa. Tinha cara de corsário e um nariz comprido, à moda do Pinóquio. Sim, de Pinóquio. Porque, de facto, o Celestino era muito mentiroso, fama de que nunca se livrou. E uma manha digna de um vendedor da “banha – da – cobra”. Valia-se daqueles “preciosos” atributos, para enganar o Engenheiro Moreira, homem de boa – fé, que em todos acreditava. O Engenheiro , era muito respeitado por todos os funcionários, pelo seu espírito cordato e inabalável seriedade. Daí, a frustração e irritação de todos os colaboradores, quando o Celestino simulava doenças para se ausentar do serviço. O expediente era sempre o mesmo: de manhã, o Celestino mal via abrir-se a porta envidraçada da Repartição e se apercebia que era o Chefe, deitava a cabeça em cima do tampo da secretária e fazia um esgar de sofrimento. O Moreira, ao vê-lo assim, dizia-lhe com a sua voz fanhosa: “ óh Celestino, você deve estar muito mal coitado, o melhor é ir para casa !!!”. Era o que o Celestino queria ouvir! Agradecia ao Engenheiro a dispensa, arrastava-se pelo corredor com cara de Cristo, mas mal dobrava os portões da rua, era vê-lo a correr pela Rua Tenente Valadim abaixo, em direcção à Estação Nova, onde ia ganhar uns cobres a carregar e descarregar camionetas. Um dia, as coisas agudizaram-se. Numa das suas incursões pela Baixinha de Coimbra, o Celestino entrou numa tasca e o coração deu -lhe um baque. Ao balcão, a servir brancos e tintos, estava uma mulheraça, de peito avantajado e braços de jibóia. E o Celestino não resistiu. Apaixonou-se por ela !!!. Disse quem via, que entre tintos, brancos, bagaços e jeropigas, os diálogos entre os amantes eram autênticos sonetos de Camões. Sim, porque a viúva do “Zé do Vinho”, nestas coisas de deitar lenha nos achaques do coração, era uma verdadeira Dama das Camélias, mal comparado, já se vê. Não havia bêbado que abrisse as portadas do “saloon” do Terreiro da Erva, que não se enfeitiçasse por ela. Assim, do lado de lá do balcão, sempre barricada contra qualquer investida, a dama esvaziava os bolsos dos incautos. E também do Celestino, of course. Que fazer?! … o amor tem destas coisas !!!. Depois, a situação complicou-se. O Celestino, em órbita com os fervores da paixão, começou a exagerar nas doenças simuladas, para correr para os braços da sua amada. Não corria nada!!!. Mal lá chagava, batia com a barriga e outros adereços contra a rigidez do balcão, enquanto ela, do lado de lá, lhe pedia os míseros cobres que ele tinha no fundo dos bolsos sujos. Mas, naquele dia, o Celestino estava louco para a ver. Logo que apareceu o engenheiro, derramou-se ao comprido pela secretária. Expectante, esperou pela palavra condoída do Moreira. Venceu. O chefe abeirou-se dele, com aquele seu ar preocupado. O Celestino, puxou então de um lenço encardido amarelo, passou-o pela testa e pelo pescoço e ganiu: “ai senhor engenheiro, que terrível dor de cabeça, devo estar a arder em febre”. Por segundos, o Moreira ficou a fitá-lo. Depois, meteu a mão ao bolso, atirou para cima da mesa uma caixa e disse - lhe: “ olhe Celestino, tome estes comprimidos de Melhoral … vai ver como a febre lhe passa “. Acto contínuo, subiu a escadaria atapetada de vermelho para o segundo andar e fechou-se no gabinete.
Q.P.
Q.P.
Foi protegida a verdadeira identidade dos protagonistas.
ResponderEliminarAmbos são falecidos, o que mais reforça o meu respeito por quem, durante muitos anos, compartilhou comigo aquele serviço do Estado, na preservação das florestas portuguesas.
Pelo menos daquela vez o Celestino não gastou os seus míseros cobres!
ResponderEliminarConheci alguns Celestinos, mas nunca conheci nenhum Engº Moreira...
Provavelmente o Engº sabia que ele ia ganhar mais uns cobres para outra freguesia, mas quando desconfiou que já não os ganhava mas gastava, aí acabou com as maleitas!...
Bela história Quito!
ResponderEliminarE o edificio onde funcionou a delegação da DG das Florestas (?) com uma traça bem interessante!
A proposito do Celestino...também conheci outro "Celestino"...que para se baldar ao serviço...a avó já tinha morrido 7 vezes!!!??
Tens razão, Leitão !!!
ResponderEliminarÉ uma bela vivenda. Regressou à posse dos antigos donos, que a remodelaram toda no seu interior ...
Lembro-me da bicas na "Troika" (já era premonição !) e no "Mandarim".
Quando subo a Tenente Valadim, tenho uma certa nostalgia. Sobretudo dos meus companheiros de trabalho, que se dispersaram. É a vida ...
Abraço
Melhoral o comprimido que nem faz bem, nem faz mal!
ResponderEliminarNão sei há quantos anos comecei a ouvir esta frase!
Nem sei se estes comprimidos ainda são vendidos.
Seja como for gostei desta tua estória e passada aqui em Coimbra!
E com o Celestino.
Talvez o tenha conhecido, pois durante 20 anos fomos quase
vizinhos, embora não com este nome.
Já não me recordo quem normalmente ia levar a correspondência à estação dos CTT de Santa Cruz, na Praça da Républica.
O teu pai pelo menos aparecia por lá de vez em quando e falámos várias vezes.
Mas o melhoral nessa altura produziu efeitos secundários que nada agradaram ao Celestino!
Quito,
ResponderEliminarO "teu" Celestino estava mal nas "Florestas".
O homem deveria estar no "Instituto do Vinho e das Vinhas"...
E... etc, não falando da sua paixão pelo e tal e coisas e vinho verde...
Foram os "Celestinos" que ajudaram a criar a imagem, ainda hoje existente, dos trabalhadores da Função Pública.
Nunca gostei dos Celestinos...
Abraço.
Recuássemos nós cento e cinquenta nos, em vez de apenas quarenta, e estas figuras poderiam ter sido glosadas por Eça em idêntico estilo:
ResponderEliminarA viúva do Zé do Vinho, a quem, para ser a Dama das Camélias de Alexandre Dumas, só lhe faltaria uma silhueta mais estilizada, com braços de eirós em vez de os ter de jibóia. Porque em sedução parece que lhe não ficaria atrás.
O Celestino, servidor público mal remunerado, esperto, habilidoso e de verve fácil, que precisava de complementar o ordenado com uns ganchos na Estação Nova..
O Senhor Engenheiro Moreira, chefe cordato e compreensivo que condescendia em se deixar enlear pelos expedientes do Celestino, cuja barriga flácida e proeminente ia esbarrar contra a rigidez do balcão da tasca do Zé do Vinho, espécie de fronteira protectora da Dama das Camélias taberneira, contra os seus avanços.
A acção desenvolve-se a partir de uma envolvente citadina moderna, arejada e burguesa, na Rua Antero de Quental, e propaga-se, em contraponto, à proletária, futrica e de edifícios encavalitados, na baixa da cidade.
Tudo lá está, todos os ingredientes necessários perpassam na crónica do Quito, desta vez em ambiente urbano, bem diferente do bucólico cenário aldeão que os seus escritos costumam conter.
Mas com igual qualidade.
Mas com igual nostalgia, sensibilidade e espírito de observação do quotidiano...
Ainda aqui volto:
ResponderEliminarRafa: conheceste, de certeza, o Celestino (nome fictício). Fazia muitos recados e ia com muita frequência aos CTT.
Mas há aqui um pormenor engraçado, se calhar impensável, nos dias de hoje: era ele que, de pasta debaixo do braço, ia levantar os vencimentos dos funcionários na CGD, na Praça 8 de Maio. Trazia o dinheiro em numerário e depois o tesoureiro Costa, fazia as contas e os funcionários eram chamados, um a um, ao balcão para recebem o seu ordenado. Lembro o Costa, a colocar as notas verdes de vinte escudos em cima do balcão, sobrepostas, enquanto as ia contando e acenando em assentimento com a cabeça. O mesmo fazia o funcionário a quem era pago o salário: vinte...quarenta ..sessenta ...
Rui Felício:
Este ritual de pagamento dos ordenados, aquela espécie de reza a dois ( tesoureiro e funcionário que ia receber) seria, se calhar, bem glosada por Eça. Uma certa liturgia de hábitos bem portugueses, de tempos de antanho ...
Meus queridos amigos, não metam Eça nisto!
ResponderEliminarEça teria - digo eu... - explicado que as facilidades dadas ao Celestino tinham muito a ver com as contrapartidas que o Celestino dava ao engenheiro, que fechava os olhos às incursões pelo Terreiro da Erva, agradando-lhe ver a sua cave cheia de lenha para todo o inverno, o jardim da sua vivenda bem tratado, e outros pequenos serviços prestados...
Foram estes "Celestinos" e estes "engenheiros" que, ao longo de meio século, criaram a imagem do nacional-porreirismo que, ainda hoje, tanto castiga, de forma injusta, o trabalhador da Função Pública.
Eça - continuo a dizer eu... - teria desancado um e outro!
Digo eu...
Abraço.
Carlos tens muita razão!!1
ResponderEliminarEça é que é Eça!
Também conheci o "Celestino". Quando ele amarrava aquele sorriso malandro e amansava a voz ... :)
ResponderEliminarCusta-me discordar do Carlos Viana, porque lhe reconheço uma invulgar lucidez nas apreciações que faz e que suporta numa sólida cultura.
ResponderEliminarMas desta vez, e pedindo-lhe desculpa pela contrariedade, sinto-me levado a lançar-lhe esta “farpa”:
Recuássemos nós cento e cinquenta anos, em vez de quarenta…
Foi assim que iniciei o meu comentário ao texto do Quito.
E não por acaso.
Na verdade, se o fizéssemos, Eça de Queirós teria nessa altura 15 ou 16 anos de idade, já influenciado pela corrente do Realismo oriunda de França, em contraposição aos excessos idealistas, aos exageros desfasados da realidade em que caía o Romantismo.
Essa corrente, onde Eça já bebia, defendia que a realidade fosse traduzida na literatura, na pintura e na escultura, sem floreados, objectiva , despida de subjectivismos, por mais sórdidos que fossem os personagens.
Porém, só 10 anos mais tarde, com o eclodir da Questão Coimbrã, Eça, juntamente com Antero de Quental, difundiu o seu manifesto “O realismo como nova expressão de arte” a que se seguiram os romances O Crime do Padre Amaro e O Primo Basilio, nesses sim, em que, a par criação de personagens descritas com a maior crueza e realismo, idealizou figuras e debates em que a sátira social e a crítica de costumes acompanhavam o enredo principal.
Nesses sim, pela primeira vez “desancava” nos comportamentos das figuras que criava.
Mas, insisto, a mordacidade e a sátira não faziam ainda parte do caracter literário de Eça nos seus primeiros escritos quando entrou na Universidade.
Nessa altura ( há 150 anos atrás ), Eça de Queirós teria porventura aproveitado, com o mesmo espírito de observação que o Quito revelou, e quiçá com idênticos processos literários, a descritiva retratação das personagens do Celestino, do Engenheiro, da Viúva da tasca, mas, “agora digo eu”, sem desancar nem nuns nem noutros.
Porque essa vertente satírica ou mordaz ainda não lhe tinha chegado. Ou a ela ainda não se atrevia…
O Romantismo em Portugal ainda estava demasiadamente forte.Com a sua idade, não se arriscaria ainda a enfrentar os grandes vultos da altura, como o patriarca Herculano ou a obra de Garrett, falecido há pouco.
Nessa altura, bastava-lhe o realismo puro e duro, deixando aos outros a liberdade de conjecturarem, de adivinharem o que lhe estava por trás.
Tal e qual o que fez o Quito.
Venho aqui, sorrateiramente como deverá ser meu propósito, só para comentar a imagem daquele cãozinho com o saco de gelo. Um amor!
ResponderEliminarRetiro-me, deixando a comentar os entendidos em assuntos de finanças emergentes...
Esplêndida "farpa", Rui Felício, que, longe de qualquer contrariedade, é acolhida com todo o prazer.
ResponderEliminarConfesso que não fiz contas quando referiste os 150 anos de distancia no tempo. Confesso mais, desconhecia que Eça aos 15 anos já se batia pelo Realismo, embora de forma algo tímida, dada a força de presenças fortes de personalidades literárias do Romantismo.
Dez anos, segundo me dizes, terá sido o tempo que levou a afirmar-se na corrente do Realismo, tal como nós o reconhecemos hoje.
E ... aí sim, teríamos o nosso Eça a "desancar", usando a sua sátira e critica social como poucos o terão sabido fazer.
Aquilo a que hoje chamamos o "nacional-porreirismo" é fortemente criticado por Eça, em passagens aparentemente marginais ao enredo principal, como bem dizes, e foi isso que me levou ao comentário sobre o pobre do Celestino e o bom do Engenheiro que não têm qualquer culpa desta minha divagação literária, própria e desculpável a todos os Queirozianos.
Digo eu...
Um abraço para ti e outro para o Quito que, com esta sua recordação de duas figuras que estimou, nos proporcionou esta agradável conversa.
Um diálogo muito interessante entre o Rui Felício e o Carlos Viana, amigos que muito prezo.
ResponderEliminarNa verdade, este despretensioso texto, feito apenas com o intuito de alegrar os amigos, pelo seu carácter jocoso, teve um comentário lateral do amigo Viana, extrapolando para outra reflexão, algo que ele achou que estava subjacente ao texto. Mas, na realidade, não estava. Tive o cuidado de dizer, que estes meus ex-companheiros de trabalho me merecem a maior consideração.
Não desminto que o comentário do Viana me provocou alguma perplexidade. Porém, ainda bem que o fez. Foi a possibilidade de o Rui fazer um documentário muito bem fundamentado, digno de realce. Por outro lado, a resposta do Viana, também à altura da Sua consistente cultura e forma de se expressar.
Foi melhor o vosso cruzar de espadas, que o texto, feito ao correr da pena, e sem outro propósito que não fosse de nos pôr a sorrir, neste país cinzento.
É por isso é que o fado é património da humanidade . Nós, os portugueses somos fado, o mesmo é dizer destino.Cinzento destino.
Eça, um Realista, foi o mais brilhante dos nossos, na sátira social e no humor corrosivo com que caracterizou a sua época e os seus pares. O Rui, lembrou-se de Eça. Eu, também me teria lembrado. Não pela prosa que de reluzente nada tem, nem tem pretensões a tê-la. Mas pelos intervenientes, cada um com a sua matriz e que, se calhar, levaria o escritor a satirizar o ridículo da situação.
E é apenas neste particular, que a lembrança de Eça de Queiroz veio ao espírito do Felício.
Um abraço a "ambos os dois".
Quito
Quito, meu querido amigo,
ResponderEliminarJá tive ocasião de te dizer que tenho comigo um problema. Não gosto do que escrevo!
E, mais uma vez, arrependido estou de ter escrito o que escrevi.
Relendo, percebo que tenhas entendido algo que nunca me passou pela cabeça.
Percebi perfeitamente, o teu texto não deixa lugar a qualquer dúvida, a consideração que tens por esses teus ex-companheiros de trabalho.
Não quis pôr em causa, e pensava que o não tinha feito, o mérito dessa consideração. Grande imbecilidade seria a minha se o quisesse fazer!
Sem conhecer os dois principais protagonistas da tua narrativa, conhecendo o teu bom carácter, seria um verdadeiro disparate.
Dito isto, perguntarás, com toda a razão, do porquê do meu comentário.
Quando o nosso querido comum amigo Rui Felício diz que "estas figuras poderiam ter sido glosadas por Eça em idêntico estilo", logo imaginei o Eça a "desancar", a fustigar, essas figuras.
E daí a minha incursão por terrenos que, sendo bem intencionados, não deixaram de dar lugar a leituras que eu deveria ter evitado.
Revendo o que escrevi, logo tenho de reconhecer que quando digo:
"Meus queridos amigos, não metam Eça nisto!", errei. Errei porque a conversa virtual é frágil,enganosa, perigosa!
Sobretudo para quem, como eu, não tem o condão de saber transmitir o pensamento.
É óbvio que, lido agora, me parece agressivo, estupidamente agressivo, apesar de ter tido como única intenção desencadear uma conversa em volta de Eça.
E não me pareceu mau o resultado.
Rui Felício zurziu-me! Não à moda de Eça mas à sua moda.
Confesso-me, nesta matéria, masoquista!
Foi interessante.
Olha, toma lá um abraço.
Já agora, para ambos os dois.
Pela parte que me toca, nem tanto ao mar nem tanto à terra, caro amigo Viana!
ResponderEliminarQue não tencionaste ser agressivo, sei-o o bem e o Quito também, estou certo disso.
A minha intervenção foi mais de esclarecimento daquilo que tinha dito.
Por outro lado, podes não gostar de ler o que escreves, mas digo-te que é uma pena, ou talvez fruto de exagerado sentido do perfeccionismo.
Porque, em minha opinião que já tenho manifestado inúmeras vezes, a facilidade e a clareza com que escreves, a solidez das tuas opiniões, deviam ser por ti mais aproveitadas para enriquecimento deste blog.
Um abraço
Caro Viana
ResponderEliminarÉ evidente que não vi qualquer "ofensa" no teu comentário !!!
Tal como o Rui Felício diz - e bem - tu tens o dom da escrita. É uma pena que não colabores escrevendo, e apenas te limites a comentários, sempre bem conseguidos.
"Perigoso" é para quem, por gostar de colaborar com os amigos, aparece repetidamente no blog e possa ser acusado de protagonismo. Se fossemos vários empurrar a carroça, certamente haveria menos comentários malévolos a quem, desinteressadamente, vai colaborando ...
Abraço
Meus queridos amigos, grato pelas vossas palavras amigas.
ResponderEliminarAcreditem que a minha "fuga" à postagem tem mesmo a ver com esta auto-apreciação que faço daquilo que escrevo.
Sempre assim foi... sempre assim será.
Há largos anos que me entretenho a escrevinhar, há largos anos que, no dia seguinte, mando para o lixo aquilo que escrevinhei.
Acabei de ler e comentar a "Maria Silva" do Quito.
Que maravilha!
Desta feita, neo-realismo?
Parece-me bem que sim.
A versatilidade do nosso Romancista é transversal aos estilos literários.
Toma lá mais um abraço e continua a tua obra.
Para quando uma colectânea?