terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vivendo em Montreal

Montreal tem vários pianos espalhados em pontos estratégicos da cidade com o fim de democratizar a cultura. Por vezes até dá gosto apreciar, porque aparecem autênticos artistas desconhecidos.

Um piano, um artista, sua musa e a bicicleta.



Como nos diferentes anos vão mudando os pianos, aqui fica o do ano passado neste local. As pinturas são feitas benévolamente por artistas locais.

18 comentários:

  1. É tudo gente honesta, mas pelo sim pelo não, lá vão pondo os pianos presos com correntes!...
    A ideia é bem gira, mas com o tempo, maluco que temos agora, que chove dias seguidos em pleno Verão, lá ia a ideia por água abaixo (literalmente)!...

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    1. A gente é honesta porque as leis são diferentes, Alfredo Moreirinhas. Aqui pode-se telefonar à polícia a dizer que estão a roubar um piano na rua mas que quer ser anónimo. Só esta lei é toda a diferença. Assim uma pessoa faz uma boa acção e não vai ter que ir testemunhar em tribunal com no nosso país, para depois ter problemas com os criminosos. Por sua vez a polícia faz o seu trabalho arranjando as provas. É uma das leis que aqui o legislador federal alteraria em dias mas aí, alterar é coisa da alta ciência. Temos que ser nós a compreender que não é de qualquer maneira que se faz uma alteração e a dinâmica do sistema, cai. É claro que um piano pode fazer barulho e demora o seu tempo a ser roubado. Acorrentado de forma bem visível, desmoraliza as más intenções.
      Além disso, hoje qualquer pessoa fotografa ou filma com um telemóvel e todos sabem disso.
      Quem ainda não sabia, foram dois polícias da cidade de Laval. Estão a utilizar meios de luta por causa de o patronato querer baixar as pensões e os meninos foram para uma zona de construção com grande poças de água, passaram com os carros a alta velocidade para os sujarem, com a finalidade de só poderem voltar ao trabalho depois de lavados. Infrigiram uma série de leis. Filmados, youtube e a carreira está estragada. Nem o sindicato os salva.

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  2. Ações geniais! Estas, nem se almejam serem colocadas em prática por estas paragens...vândalos teriam pichado e/ou destruído no dia (ou noite) seguinte.Infelizmente. Questão de cultura. O país que não investe em cultura, em educação de qualidade...tem gerações que muito pouco constroem.

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    1. Sim, na realidade estes exemplos de cultura, respeitados pelas populações só são possiveis e em alguns paises...que como dizemos por cá as respectivas populações, tomaram chá em pequeninos!!!!
      Ou por outra a cultura, vem do berço, isto é vem de hábitos construidos ao longo da sua existência!

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    2. Chama Mamãe,
      A cultura tem muita influência mas também depende muito das leis e do seguimento que se lhes dá a seguir. Acredito que aí desaparecesse rápidamente. Aqui também poderiam desparecer mas a polícia dá tantas voltas, que quase sempre acaba por os apanhar mesmo que sejam meses mais tarde. O mesmo acontece com as pessoas : prefere as deixar fugir a matá-las. Só em última defesa. É o que eu chamo uma polícia cerebral.
      Quanto à cultura, no Quebec fazem tudo para a democratizarem o mais possível.

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    3. Rafael
      É verdade que os que receberem chá de pequeninos têm toda uma outra estrutura social. Acontece que por estes lados os miúdos são criados muito independentes, pois ainda em vários lados alguns vão com a chave da casa ao pescoço para a escola primária. Assim não a perdem e podem entrar em casa. Os pais voltam tarde e não podem fazer tudo. É normal uma criança com nove anos, sózinha, telefone a um dos pais a dizer que vai para casa de um/a amigo/a às onze da noite. Depois desaparecem.
      Acontece também o outro lado da medalha. Uma pedagogia escolar excelente virado para os problemas locais e umas televisões que têm muito de mal mas também muito de didatico. Além de outros como imensas iniciativas privadas, são estes dois serviços ao dispor da população que vão colmatar os menos infortunados e lhes permite ver a vida de uma forma mais justa e humana.

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  3. Uma cidade que investe na cultura.Também me chamou a atenção a limpeza das ruas. Certamente um belo local para se viver ...

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    1. isto de investir tem muito que se lhe diga...investe quem tem dinheiro para isso!
      Também é verdade que a cultura se pode apreciar em diferentes graus e há muita que não necessita de muita verba.
      Só precisa de imaginação e quem se disponha a pô-la ao serviço do povo!
      Quanto à limpeza das ruas, convido-te a passares pela Rua Infante Santo aqui no bairro...
      e não foi preciso que cá viessem uns "funcionários" da Junta que quando aparecem fazem de conta que limpam!
      Como diz o Fernando Mendes: São um espectáculo!!!!!
      Agora a minha empresa composta por mim e pela minha vizinha Hermínia...mais um sacho, vassoura,, balde e pá, deixa tudo que dá para cantar. beija as pedras(alcatrão), do chão...
      Mas fico derreado!!!!Mas contente por ver a minha rua...até quase ao meio, claro!!! a brilhar!
      Ai se cada morador limpasse o bocadinho à sua porta...os trabalhadores da junta serviam só para apurar qual era a mais limpa!!!
      Nota : tive de substituir o comentário por outro(copinado) e emendando a palavra "tuso" por "tudo"
      D. Herminia merece-me respeito!!!

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    2. Na cultura não tenhas dúvidas, Quito. Não faltam bibliotecas com condições excelentes para o cidadão, ante estreias de teatros a preços sem concorrência, festivais internacionais aonde há sempre espectáculos de estrelas internacionais gratuitos em palcos ao ar livre, mesas redondas para se verem ou ouvirem nos mais variados médias, escolas de rua dos mais diversos tipos em diferentes datas. Agora no metro, há uma de samba de uma hora aos fins de semana. A pessoa dansa, convive, faz ginástica, transpira, é só saúde e menos gente nos hospitais assim como a comprarem medicamentos, o que dá menos importação. Parece que não mas está tudo ligado.
      Quanto à limpeza é uma realidade mas nem calculas o estado lamentável das ruas. Não tenhas dúvidas que o pavimento das ruas e estradas daí, davam excelentes auto-estradas aqui. É assim, nem tudo é igual.

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    3. Rafael,
      Aqui quem faz a limpeza é o pessoal da cãmara ou de limpeza devidamente contratado. O Rafael acaba de mostrar uma baixa preparação sindical ao tirar horas de trabalho a esses pobres desgraçados. :) Inadmissível. :) Para mais com pessoas que na média "só" recebem à volta de €30.000.00/ano, fora as horas extras e outras benesses – Mas é esta a mentalidade daqui. Não quer dizer que não se limpe o passeio à frente da casa mas a rua... Poucos se atreveriam a fazer o mesmo e muito menos a dizê-lo. Para o seu carro aparecer uns dias depois com uns belos grafitos desenhados benévolamente, não era preciso mais.
      Não se vê mas o local é em frente de vários cafés e restaurantes. A limpeza do passeio em frente é da responsabilidade deles. Isto não quer dizer que por ser uma zona da baixa, não passe também o pessoal camarário. Tanto pode ir a pé com vassoura e pá, como ir com um aspirador camarário que dá muito rendimento.
      É um facto que as pessoas aqui comem e bebem em qualquer lado. Se bem que muitos deixem cair restos e por vezes até papeis, também é verdade que há muitos caixotes do lixo para esse fim. O ideal é haver o número necessário de caixotes do lixo colocados em locais estratégicos. As pessoas só ao verem-nos, até lá vão deitar as embalagens. É por isso que eu digo muita vez que o nosso problema vem de cima e não das pessoas em si. O português no estrangeiro é bem visto.

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  4. Por estes lados um piano na rua de noite era assunto arrumado (GAMADO ou VANDALISADO).
    Se estiver enganado, agradeço que me corrijam.
    Tonito.

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    1. Acredito plenamente, Tonito. Basta veres o meu comentário ao Alfredo Moreirinhas e vês pelo menos um dos problemas da questão.

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  5. Sem dúvida...que a cultura por esses lados tem muito que se lhe diga em termos de qualidade e originalidade!
    Claro que o tempo e como bem observa o Alfredo tem muito a ver com estas exibiçoes ao ar livre!
    Se chove saem notas molhadas....quem sabe uma serenata à chuva!
    O Chico lá vai descobrindo estas originalidades e nós que bem as agradecemos!!!

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    1. Rafael
      As notas nunca saem líquidas porque alguém das lojas ao lado deve ser responsável por cobrir o piano mas, ou mesmo quem passa pode pôr o plástico que está por trás dos pianos, pois muitas vezes vêm-se lá uns. Deve ser quando está previsto chover. O piano não se constipa.
      Por outro lado, todos os cuidados são poucos pois aqui, se não fôsse a inclinação da terra, isto era África. Aí há pouca floresta e lá vai havendo uns pinhais nas montanhas, se o fogo ainda não os levou. Aqui esquecendo Montreal que é muito grande, quando se deixa uma cidade, só passado centenas de kms se encontra outra povoação. À parte uma zona florestal muito bem tratada a seguir às cidades, depois são centenas e centenas de kms sem aglomeração. Além disso o Quebec é rico em lagos. A evaporação da respiração das árvores e das águas do lagos, faz com que tenhamos chuvas torrenciais a cortarem estradas e a levarem casas, assim como trovoadas a que só assisti em Nampula. O clima é muito duro e por isso eles defendem os pianos.

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  6. Ideias inovadoras e muito interessantes!

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    1. Ideias pouco custosas, Celeste Maria. Os pianos que estão na cidade, foram oferecidos pois já ninguém os queria. Recuperados e pintados gratuitamente, ainda servem para o bem comum. O problema foi até aparecer uma pessoa que se lembrou deste programa. Valeu a pena.

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  7. Um piano ao luar!
    Confesso que não me parece grande ideia. Se há um piano, que já ninguém quer, porque não oferecê-lo a quem o queira? Ou não há ninguém que o queira? Uma colectividade, por exemplo. Uma escola, um infantário, um restaurante, um café, uma tasca....
    Um piano ao sol e à chuva, por muitos plásticos que leve por cima, confesso que me parece uma ideia bizarra.
    E, tem paciência meu caro Chico, isto nada tem a ver com a democratização da cultura. É apenas uma excentricidade inconsequente e inútil.
    Não me leves a mal mas não partilho do teu entusiasmo pela ideia. Se alguém fizesse isso em Coimbra eu insultava-o, chamava-lhe "assassino de pianos", e indicava-lhe dezenas de locais onde poderia por o piano de forma a torná-lo útil.
    Um abraço e não leves a mal este mau feitio...

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  8. Carlos Viana
    Benvindo ao fuso. Não tenho nada que ter paciência pois em democracia cada um tem o direito de expôr a sua ideia como fizeste, fundamentando-a. De exposições de ideias, é que nasce a luz.
    Não quer dizer que esteja de acordo, pois se já lá vi várias pessoas que sabem tocar, também já tenho visto muitas outras que não sabem nada de nada. Ora estas jamais iriam procurar um local aonde esteja um piano para ver do que são capazes e muitas jamais entrariam em certos locais. Por contra, ao ensaiarem livremente é bem possível que um ou outro lhe tome o gosto.
    Por outro lado, se os pianos fossem destribuídos por diversos organismos, só uns tantos teriam o previlégio de os usar.
    Como dizem, é preciso investir para encontrar o diamante e estes escolheram esta forma.

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