Realização: Produções Suzana/Rafael
Artistas do garfo, faca e copo: Castelão, Celeste Maria, Suzana, Abilio, Zeca, Alfredo, Daisy, Nito, Teresa, Tó Ferrão, Talinha, Quito, São, Rui Barreiros, Tonito, Olinda, Mila, João Ferreira, Teresa Lousada, Viana, Olga Viana, José Leitão,
Entrega pelo Abilio em nome do grupo de um relógio...por motivos!
O agradecimento...em jeito de valsa assobiada!
Fotos Zé LeitãoFotos Abilio
Fotos Rafael
fotos Zé Leitão
Vídeo Abilio
Texto -para os duros de ouvido!
I Acto – O NASCIMENTO
E A INFÂNCIA
***
Paulo vai a correr
chamar a vizinha!
Vai, não perguntes nada
Diz para vir
preparada
Que o nascimento
já se adivinha
Agora não posso,
estou a jogar ao pião!
Vai depressa meu malandro,
É o nascimento do
teu irmão!
Paulo nem queria
acreditar:
Já tinha duas
irmãs,
Mas com elas não
queria brincar.
Queria que fosse
um irmão
Para com ele jogar
Ao berlinde e ao
pião!
Iria tratá-lo com
muito amor.
Até já pensava
oferecer-lhe um tambor…
Paulo correu,
correu pelas ruas de Penela.
Chamou toda a
gente que estava à janela.
Chamou o padeiro
Chamou o leiteiro
O sapateiro e o
merceeiro.
Chamou o Hilário
Chamou a florista
O boticário e o
exorcista.
Chamou a parteira
e o irmão
Também o padre e o
sacristão!
E por fim, estava
lá em casa a vila inteira.
Alguns vestidos à
maneira.
Todos preparados
para a festa
Para ver se o puto
nascia desta.
E no ano de 1936,
Precisamente no
dia 26
Dum bonito mês de
Maio
Finalmente nasceu
o catraio!
O irmão cumpre a
promessa
Parte o mealheiro
com todo o vigor
E foi comprar a
toda a pressa
Um grande e bonito
tambor.
Toda a vila estava
em festa
Um arraial com
gente rica e gente modesta.
E ao som daquele
tambor
O povo dançou até
o sol se pôr.
A festa continuou
E nesse dia
ninguém se lembrou
Que o tinham de
registar
E também um nome
lhe dar!
Alguém se lembrou
sem gozo
Que por nascer na
Primavera
E de tão belo que
ele era
Chamar-lhe
Fernando como o formoso.
Assim, dois dias
depois
Lá foram ao
Registo
Testemunhar que
tinham visto
Na freguesia de
São Miguel
O nascimento nesse
dia
De D. Fernando
Rafael.
Assim, a verdade
ficou oculta
Para que o pai não
pagasse a multa!
Os anos vão
passando
E depressa Dom
Fernando
Começa a andar
E deixa de mamar
Só pensava no seu
bombo, só queria era bombar!
Por vezes também
brincava com as irmãs e o irmão.
Jogava à bola, ao
berlinde, às casinhas e ao pião.
Mas a cabeça dele
não estava ali não senhor
A cabeça dele
estava sempre no tambor!
Fernando!
Dizia-lhe a sua
mãe:
Já fizeste os
deveres da escola?
Ele respondia sem
abrir a sacola:
Eu já sei tudo
minha mãe,
Eu sei mais do que
ninguém!...
Ele lá saber,
sabia…
Mas o pior era a
caligrafia!
Na escrita era um
horror
Pegava na caneta
como se fosse o tambor!
Mas naquele tempo,
só passava quem sabia
E assim não havia
quem o passasse.
E para aperfeiçoar
a caligrafia…
D. Fernando repete
a 4ª classe.
Era franzino, um
lingrinhas
Mas muito pior que
um pilha galinhas
Todo o mal que na
vila acontecia
Era ele que o
fazia.
Não! Ele não era!
Ele jura
Mas a verdade é
que tudo tinha a sua assinatura!
Quando o pai o
castigava
Ele não chorava, cantava!...
A Guarda
Republicana
É que dele não
teve dó
E quando apanhou o
sacana
Espetou com ele no
chilindró.
A mãe não gostou,
desatou a chorar
E o pai ao fim do
dia lá teve que o ir buscar.
Mas nem ele se
arrependia
Nem a prisão de
emenda lhe servia!
Os dias passam
iguais
E achando que
havia vinho a mais
Na pipa do seu avô
Dom Fernando sem
hesitar
Abriu a torneira
do pipo
E viu o vinho
pelas ruas a jorrar!
Muitos açoites apanhou naquele rabo
Mas aquilo não era
gente, era o diabo
O próprio diabo em
pessoa
Nascido de gente
boa.
Os pais não o
conseguem acalmar
E pedem a Deus
para o ajudar
E como Deus
escreve direito por linhas tortas
Oferece-lhe uma
nefrite
Que o acalma até
ao limite.
Como em Penela não
há cura para a maleita
Ruma então para
Coimbra de mala feita.
Lá iria ser bem
tratado
Do mal que Deus
lhe deu
E ser devidamente
orientado
Nos estudos e na
educação
Pelos tios,
Deolinda e Abegão
Como no liceu só
havia matulões
Que lhe batessem e
lhe dessem empurrões,
E disso os tios
tinham medo
Resolveram então
mandá-lo
Estudar no Colégio
São Pedro!
Mais calminho, lá
ia estudando
E os conselhos dos
tios escutando
A caligrafia
continuava um horror
Mas cada vez
tocava melhor no seu tambor.
Termina aqui a
infância em toda a plenitude
De Dom Fernando de
Oliveira Rafael.
Irá gastar muita
tinta e papel
Os anos seguintes
da sua juventude
Para trás ficou
muito amor e alguma dor
Mas seguirá pela vida
fora
Carregando desde o
romper da aurora
O seu querido e
inseparável tambor.
O AUTOR: Alfredo Moreirinhas
O AUTOR: Alfredo Moreirinhas
continua(sem data anunciada)
Sempre tive uma simpatia especial pela Vila da Lousã.Durante a minha atividade profissional, muitas foram as vezes que ali me desloquei e onde tinha muitos companheiros e amigos de trabalho. Ao revisitar o Burgo,senti alguma comoção, ao ver toda aquela mancha florestal e do quanto se trabalhou na Sede de Coimbra e na Administração Florestal do Lousã, em prol da Mata, para que os utentes pudessem usufruir daquele espaço magnífico. Perdoar-me-ão, certamente, este desabafo, mas quem, como eu, fui a 4ª geração da familia ligada ao património florestal, gostaria de deixar aqui o meu apontamento e uma saudação aos meus antigos companheiros de trabalho, dos mais habilitados aos mais humildes. Apenas mais uma nota para o meu pai, que durante meio século trabalhou nesta causa sempre com brio e competência profissional. Para ele vai, igualmente, a minha saudação.
ResponderEliminarQuanto ao almoço, que dizer? Foi mais um grande convívio, com excelentes amigos. Para a Susana e para o Rafael, o meu e nosso agradecimento. Recordar aqui, o momento de poesia que o Alfredo proporcionou. Já não é a primeira vez que o faz, mostrando o seu grande talento. Parabéns, Alfredo ! Cá ficamos à espera do Segundo Ato.
A todos deixo o meu abraço. Obrigado pela companhia, em mais este grande momento de confraternização...
QUITO
Grande jornada...e eu que o diga!
ResponderEliminarSó miminhos!!!!
Quito temos mesmo que ficar ATADOS uma segunda vez?
Pois ...ato ... também não gosto ...
ResponderEliminarQuito
PUXA MEU DEUS!Hoje é so festejos!!!!Estamos a chegar a casa depois dum grande almoço comemorando o DIA DA MAE, na TV seguimos um pouco o JUBILEU da RAINHA ELISABETH II e agora, ao visitar o Blogue, os ANOS DO RAFAEL!!!!ESPETACULAR!
ResponderEliminarA emoçao subiu-me à flôr da pele!ALFREDO, és o MAXIMO!Vêr o RAFAEL, ai tao quietinho ao teu lado, escutando esse belo poema sobre a sua vida, é mesmo muito emocional!!Mas cuidado, se lhe tivessem posto a LISA DOBY a seu lado, o Castelao arrimava!!!!E finalmente THAT KISS !!!O RAFAEL a pensar da OLINDA "Oh!Cachopa!Tenta là um gesto de ternura!!!"TRY A LITTLE TENDERNESS!!LINDO!!!
O QUITO evocou o seu amôr pela LOUSA. Também é um dos sitios que me està cà dentro do peito!
Adorei vêr todos os amigos nessa linda festa!!Mas surpreendido, por nao ver UMA UNICA GARRAFA DE LICOR BEIRAO em cima dessa mesa e na LOUSA!!!!
Grande abraço a todos
Foi um bom Dia.
ResponderEliminarTonito.
Uma história real contada com muita fantasia e afecto pelo amigo Alfredo...
ResponderEliminarDeu um para dar um "nó" na garganta com a emoção! Pois então, reviver faz bem e o mano homenegeado bem merece!
A SuZana teve a ideia, o Castelão logo a agarrou.
ResponderEliminarMais uns vinte, entre eles e elas, disseram "sim, vamos a isso" e nasceu mais um excelente dia de convívio entre bons amigos.
O Abílio filosofou mais uma comemoração aniversariante e o Alfredo deu asas à sua fértil imaginação e à sua arte de bem escrever e bem dizer.
Foi um dia muito bom, as fotos e o video ficarão guardados para memória futura...
A todos o meu abraço.
Panegírico ao Dom Rafael com a arte e o humor próprios do Alfredo Moreirinhas, é peça a guardar para ocasiões futuras.
ResponderEliminarParabéns Alfredo!
O Alfredo brindou-nos com a estória de Dom Rafel no seu melhor estilo. Excelente dia.
ResponderEliminarParabéns à Suzana pela ideia e ao Rafael pelo impulso que lhe deu.
Abraços
Abílio
Cada encontro tem um condão especial.
ResponderEliminarHoje não foi exceção.
Que agradável final!
Fiel à verdade dos factos,
segredados por alguém,
Alfredo, como ninguém,
rimou, em versos cadenciados,
recordações de tempos passados
na vila de Penela
desde mil novecentos e trinta e seis
até à chegada a Coimbra
de um Fernando,
que todos bem conheceis!
Bem hajas, amigo.
Agradeço ainda a ternura e o carinho demonstrado pelos amigos presentes.
Eu é que agradeço a Vossa amizade e o voto de confiança!
EliminarUm beijo para ti e um abraço ao Sr. Dom Fernando Rafael
homenageado e homenageantes estão de parabéns! ganda malha, Alfredo!
ResponderEliminarAguardo o 2º acto ansiosamente.
ResponderEliminarAlfredo,que linda maneira de contar a história do nosso amigo Rafael.
Um abraço aos dois da
Ló