segunda-feira, 4 de junho de 2012

SÓTÃO TÓ MANÉ QUARESMA


Primeiro comprar pevides no "Pianinho" ou no "Calmeirão", depois já não havia dinheiro para o troley

10 comentários:

  1. Até publicidade havia nos bilhetes!
    É curioso comparar a relação preço do bilhete/ordenado médio de então.
    Quero eu dizer que o ordenado médio daquela altura ( 1.400$00 ) daria para fazer cerca de 2.000 viagens de troley.

    E hoje?
    Façam-se as contas e verificamos que, considerando um ordenado médio de 1.000€, só dá para cerca de 500 viagens...

    Cada vez menor mobilidade, cada vez menor poder de compra, apesar de se poder pensar o contrário.

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  2. Ó Tempo volta p'ra trás, dizia o António Mourão. Mas não volta. Neste bilhete do Tomané, já só vislumbro um rasto de saudade ...
    Toma lá um abraço, Tomané ...
    Quito

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  3. Quando há dias vi estes bilhetes pela primeira vez, até me tocou cá dentro: saudade.
    Chamou-me a atenção a diferença de perfeição do lado oficial do bilhete própriamente dito, bem impresso e a propaganda que mais parece ter sido feita a stencil, muito usado nessa época.
    Quanto aos preços é mais que uma realidade, só que já nessa época toda a gente se queixava e hoje o dinheiro está mais distribuído. Isto em nada anula as clivagens económicas existentes nas diferentes sociedades em que vivemos.

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  4. E o "pica-pica"...com o alicate pendurado num dos dedos...e o maço de bilhetes, pergantava. - Vai para onde? - Saio nos Arcos do jardim!!! Então são 7 tostões! (?) Bem dos 15 tostões diários...sobravam 8 tostões para as pevides, compradas ao Pianinho à saída da Sereia (O Reitor mandava um contínuo afastar o Calmeirao e o Pianinho, das Escadas do Liceu). O Calmeirao, por vezes, tinha pevides com mais sal e bem torradas, mas como sempre fui pelos mais fracos (pensava eu que o Pianinho, devido à sua magreza, o seria!???) comprávamos as ditas pevides ao "magrinho"! Um dia, após grande discussão, vimos o "mais fraco" correr com o Calmeirão...e lá se foram as pevides, a ceira e a "barrica de ovos moles)...a famosa medida, que em tempos de crise, levava umas rodelas de cortiça!!! Dos Arcos até à Afonso Henriques ...a pé !!! ? Que nos faziam mt bem!!! Agora? Mudam-se os tempos!!!? Só faltam os papás levarem os popós até à entrada da sala de aula!!!!

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  5. Sempre tive mais simpatia pelo "Pianinho", do que pelo "Calmeirão". Lembra-me bem da medida (uma barrica) por onde se media a quantidade de pevides. "Isso bem aviado, ó pianinho!", dizia a malta. Como diz - e bem - o Leitão, o fundo da medida subia ou descia conforma a crise, com uma placa de cortiça que reduzia o volume da "medideira". O dia em que o "Pianinho" com 1,5O quis bater no "Calmeirão de quase 1,9O, deu brado.Eram duas figuras impares da nossa juventude, a par com o "Taxeira".E lá iamos nós para o Dom João III, levar com a chaves na cabeça do avantajado Egídio ou as lambadas "corretivas" de um reitor, que por sinal se chamava Guerra.Fomos felizes ? Se calhar fomos.Com algumas lágrimas ...
    Quito

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  6. Que engraçado rever os bilhetes do troley!
    Como estão tão bem guardados!
    Relíquias...

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  7. Outros tempos outras andanças.
    A nossa base é esta, recordações, umas boas outras más.
    Por mim acho que foram mais as boas, do que más.
    Uma ida a santo António dos olivais, para entregar uns papeis quais-queres na junta de freguesia.
    Saí com 28 tostões para ir nos transportes, mas não fui.
    Preferi ir pelos ladeira dos lóios? a pé para comprar uma bisnaga, pois era carnaval.
    Fiquei com os 3 tostões de reserva par uma falta.
    Tonito.

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  8. Uma recordação interessante!
    Como normalmente andava a pé...(que remédio), não sentia o barulho do alicate fazer o furinho no bilhete!

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  9. O que os bilhetes despoletaram, as pevides e seus vendedores!!.., tinha mais simpatia pelo "pianinho" em distrinça do "calmeirão" mas estava sempre á espera que eles se pegassem e rentabilizar os meus 5 tostões mensais!!.., para matar a "fome" de pevides!!!.., porque dinheiro para passagens não havia, só: Loios!!
    Azenha

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  10. Também eu ficava com os tostões no bolso, fazia o percurso do Bairro até ao São Pedro a pé, e à noite sempre havia dinheirito para a bica e para comprar 6 cigarros avulso, na tasca da Dona Ema, por 10 tostões.
    E não pensem que as contas estão mal feitas.
    4 viagens X $70 = 2$80.
    A bica custava 1$40 + 1$ para os 6 "português suave" sem filtro = 2$40.
    Ainda sobravam 4 tostões! Estas eram as minhas contas do dia-a-dia...
    Claro que para despesas extras, havia que arranjar receitas extras. Tais como a compra de um compêndio, de um cadernos de exercícios... que nunca seria comprado.

    Enfim, boas recordações nos trouxe o sótão do Tó Mané Quaresma. Venha mais, porque quem guarda esta preciosidade guarda outras com toda a certeza...
    Obrigado.

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