Uma nespereira na Praça de Cabo Verde
Uma nêspera estava na cama
deitada, muito calada, a ver o que acontecia.
Chegou a Velha e disse:
olha uma nêspera e zás comeu-a!
É o que acontece às nêsperas
que ficam deitadas, caladas, a esperar o que acontece!
Fotos e composição de "A Nespera" "75" de EG.
E bem carregadinha!
ResponderEliminarQue paciência e arte para escrever nêspera...
O poema dito por Mário Viegas culmina em beleza esta postagem.
Paciência...e a nêspera bem cara!!!Ainda estive para fazer um assalto à moda antiga nas várias nespereiras que se encontram na zona da rua de Angola e Bairro.E eram pequeninas...
EliminarMas tudo vale a pena, quando...
Mais vale um gozo que três...
Nessa praceta e com tantas nesperas..., os miúdos agora são de aviário!!!
ResponderEliminarFernando AZENHA
...pois Azenha é uma estragação as nêspreas a cairem no chão!Já não há "miudos" que precisem de assaltar "as nêsperas".Elas caem-lhe em cima e às vezes até precisam desviarem-se!Fazem nódoas!
EliminarNo Choupal, encostada à casa onde nasci, existia e existe uma bela nespereira. Muita nêspera comi de lá !!! Outros tempos. Bons tempos ...
ResponderEliminarJá sabia que eras doidinho desde pequenino...por uma boa nêspera!!!
EliminarCá ando, comendo nêsperas, não as da Praça de Cabo Verde, mas umas compradas com a intenção de formar a palavra!
ResponderEliminarSão ainda azedas e, ao comê-las, até se "pisca o olho", como diria o meu pai.
Imparável, a imaginação dos "cachopitos"!
Ouvir Mário Viegas a ler o poema de Alexandre O'Neill, uma delícia!
Piscar o olho? Já não ligo!O tempo não não está para isso!
EliminarAdoro este poema. É como a vida...
ResponderEliminarÉ de Mário Henrique Leiria, do livro "Novos contos do gin tonic", publicado em 1974.
Um dia vou formar a palavra "azeitona" com olivas surripiadas da famosa, trabalhosa, porcinosa, espumantosa oliveira que faz pela vida num jardim em Fala plantada!
EliminarJá providenciaste um pau para varejarmos aquilo? Já tem umas folhinhas novas...
EliminarPau de carvalho não...que o podem estragar.
EliminarPronto... tinhas que te baldar!
EliminarTem folhinhas novas...ou foste lá colá-las?
ResponderEliminarTu estás a gozar com uma árvore da tua família?!
EliminarVou, isso sim, é pendurar lá uns frascos de azeitona em conserva, lá p'ra Dezembro.
Pois o pau de carvalho não dá para varejar...é demasiado rijo para oliva tão delicada!!!
ResponderEliminarÉ dela que sai o azeite virgem!Todo o cuidado é pouco!
Eu sei lá se a minha oliveira vai dar azeite virgem. Sei lá eu por onde ela já andou...
EliminarQue falta de confiança na tua oliveira...
EliminarTenho uma "prantada" no logradouro do prédio amaricano que tem mais de 40 anos e garanto-te que é virgem. Nunca foi podada!
Está quase do tamanho do prédio e é linda! Claro que azeitonas não dá mas não se pode ter tudo, não é verdade?
Xi-coração, Sãozita.
Ah, homens de pouca fé!...
EliminarAo fim e ao cabo tudo anda à volta da nêspera que estava deitada na cama....
ResponderEliminarPor falar em nêsperas, vocês sabem o que são magnórios?
ResponderEliminarCom um aviso prévio: no mercado do Bolhão é mesmo perigoso pedir nêsperas.
Vejam com os vossos próprios olhos:
" Era habitual que um deles, o de Famalicão, sempre que regressava de mais uma visita à família, fazer-se acompanhar de umas garrafas de verde "Tâmega", com que brindava com os amigos mais chegados. Outro, das imediações do Porto, era, por norma, portador duns enchidos e rojões, tudo pasto das petiscadas ("Trainadas", como ele as denominava) do grupo habitual.
Foi dele o convite para os magnórios. E lá fui, petisqueiro interessado, convencido de que iria ao encontro dum lanche de mais uma iguaria nortenha.
Após uma caminhada de meia hora, chegámos à moradia e estranhei que os três passassem, de imediato, para o quintal interior, um espaço típico dos bairros mais antigos da capital e de onde sobressaía uma nespereira ramalhuda, em que pontuavam pequenos frutos amarelados.
Vi-os saltar, como felinos adestrados, de ramo em ramo....e fui esperando, impaciente, que chegasse a hora do prometido petisco.
- Não sobes? Olha que os magnórios não vão aí ter contigo!
Estranhei o reparo de um deles, ao mesmo tempo que pressentia haver algo de errado nas minhas expectativas gastronómicas.
- Mas...isso são nêsperas! - arrisquei, com algum enfado.
- Nêsperas? Vai pedir as nêsperas às vendedeiras do Mercado do Bolhão e verás o que te acontece. Levas com os tamancos nos costados que só paras na Praça da Batalha! - respondeu-me o portista, por entre sonoras gargalhadas!
E entendi o logro em que caíra. Não tinham sido mesmo aqueles "magnórios" que me mereceram o sacrifício de tão longa caminhada pelas ruelas da cidade!
Pior, não tive como disfarçar a minha ignorância quanto à designação que os meus companheiros davam àquela fruta"
(retirado da Net)
Um abraço, bom fim de semana à sombra de uma magnoreira ...