sábado, 18 de maio de 2013

Jornal do Fundão - crónica «as Beiras» do Quito Pereira - 16 de Maio de 2013








16 comentários:

  1. O meu e nosso amigo Paulo Moura, achou a tiro de arcabuz, que eu havia de manifestar nas páginas de um jornal, as minhas divagações da alma.Apadrinhou a ideia e enquanto não a pôs em pratica, não descansou. Mesmo que o suplicante escriba, fosse completamente avesso à ideia. Lixou-se. Agora a anda a fazer montagens de recortes do jornal de tesoura na mão, para gáudio e vingança do "afilhado". Nosso Senhor, às vezes, é justo ...

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    1. E o JF tem muito para publicar!
      E o Paulo não se importa de fazer montagens!!!!

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    2. Bem... depende da montagem... e do que está a ser montado...

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  2. Ainda bem que o Paulo Moura tem o curso de corte, pois assim pudemos lêr mais um belo texto.* Situações que se passaram antes da nossa existência, se bem que se tenham prolongado na nossa meninice e que tendo andado de bôca em bôca pois nem todos liam os jornais ou ouviam as notícias, chegou até aos nossos dias.
    Tinha uma prima que fiquei a respeitar para sempre, pois sempre que vinha a casa dos meus Pais, o meu Pai dizia-me muita vez que se tinha tido pão nesses dias devia a ela. Ia para a bicha logo de manhãzinha.

    *Se houver aí falta, como já fui vêr, há cá tesouras em que um par fica a CAN$1.25= €0.95 e cortam bem. Os asiáticos também têm cursos de corte e bordados.

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  3. A neutralidade do Estado Novo na Guerra Civil Espanhola foi um sofisma.

    Sob o disfarce da hipocrisia neutral, o governo português colocou-se militarmente ao lado dos falangistas criando a Legião e os “Viriatos”, corpo expedicionário, dito de “voluntários” que combateram ao lado de Franco.

    Mas esse apoio militar encapotado englobava também o auxílio logístico com alimentos e outros bens, a que Salazar falsamente chamou “ Sobras de Portugal “ (!), cuja falta levou ao racionamento alimentar e de bens básicos em território português, afectando as populações, especialmente as mais carenciadas e, sobretudo, as que habitavam perto da fronteira espanhola.

    É aqui, nestes locais e neste ambiente, que o Quito Pereira situa a sua crónica.

    É a imagem dolorosa da vida dessas gentes que ele, neste memorial excelentemente escrito, refresca e traz à nossa lembrança colectiva.

    Que nunca te doa a mão, Quito, de nos testemunhares as valiosas recolhas que vais fazendo, de outros tempos que nos devem servir de lição para evitarmos que retornem.

    E que o conceituado Jornal do Fundão continue a divulgar nas suas páginas o teu preclaro testemunho, sob forma literária, na Região onde se insere, a escassos passos das terras espanholas, onde então, à fome se juntavam os tiros, a violência, a destruição, a barbárie e a morte .

    Para que a memória não morra.

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    1. Tantas vezes ouvi os meus avós falar da "meia sardinha para cada um"...

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  4. O racionamento doeu na minha família como em tantas...contava também os meus pais.
    Tempo de cólera colectiva onde emerge a solidariedade e o amor espontâneos mas duplamente sentidos.
    Um pedaço da História bem transmitido com a tua enorme sensibilidade!

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    1. E hoje,em dia,o que nos espera???...
      O pânico instala-se dia a dia sem se pressentir algo de bom!
      "Morro" aos pouquinhos em sobressalto medonho.
      Daí querer aproveitar,aproveitar o melhor que ainda sobra no meio deste deslumbramento quase na linha de viragem para tempos idênticos aos salientas....

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  5. Aqui, bem retratadas as dificuldades que se viveram há cerca de 70 anos atrás!
    Salazar conseguia convencer a maior parte do povo que nos tinha livrado da guerra!... Pois! Mas passámos as mesmas dificuldades que os países em guerra e não tivemos nenhum benefício do pós guerra, e assim continuámos por mais de 30 anos!
    O texto do Quito vem muito a propósito para nos pôr a pensar sobre os dias de hoje!...

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  6. O tema que tratas é, infelizmente, muito actual. A Olinda anda temerosa e eu ando amedrontada.Oxalá estes dias de penúria não estejam para breve na nossa santa terrinha.
    O bom de tudo é ler-te.

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  7. O Quito traz-me à memória o que a minha mãe me contava sobre estes tempos de guerra, pois ela ia para a bicha das batatas e, comigo ao colo e com uma saca de pano que me enfiava no braço, trazia as que lhe atribuiam e mais um quilo na saca para a menina!
    Hoje, até pensarão que é galga...

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  8. Depois do Sol timido de ontem, a Primavera continua murcha por PARIS!Acabo de fazer uma sesta reconfortante e esta leitura fez-me um bem sagrado!Lembrei-me logo dum tio (um pouco vadio) que andou fugido por essa Guerra civil de Espanha e que um dia là apareceu em casa da minha avo, sem que ninguém esperasse por ele!!!Fiquei a conhecê-lo nesse dia mas tao depressa se sumiu!Era um personagem talhado para a aventura que faria da sua vida um bestseller, se o Quito o tivesse interrogado nessa altura!

    Alfredo, se me permites, pelo que tenho ouvido na Alsàcia, eu creio que em Portugal nao se sofreu tanto como nos proprios paises envolvidos na Guerra.Tinhamos ai peixinho bem vivo na costa para nao morrermos de fome.Mas que havia pobreza, ai isso havia!E o Salazar que obrigou os nossos Pais a nos comprarem a farda da Mocidade Portuguesa!!!!Mais tarde imitado pelo déspota da COREIA DO NORTE, ao fardar aqueles milhoes de militares com o mesmo traje!

    Olinda!Nada de pessimismos!Hà 3 dias estava deitado numa cama rigida, numa operaçao em PARIS!Hoje, depois duma sesta e dum chàzinho, preparo-me para ir até St.Germain-des-Près!!!"Que demande le peuple?"

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    1. Eu bem quero ser menos alarmista mas não há forma de ter esperança!
      A tua rápida recuperação.
      Beijinho.

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    2. Fico feliz por te ver recuperado, BobbyZé ...
      Um abraço para ti e Beth ..

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