domingo, 5 de maio de 2013

«Sonhos desfeitos...» - crónica do Quito no Jornal do Fundão de 2 de Maio de 2013



6 comentários:

  1. Longe vão os tempos, e mesmo assim raros, em que alguns emigrantes bem sucedidos na França ou na Suiça, regressavam às suas origens de onde tinham abalado à procura de uma vida digna que a sua terra lhes não dava, aplicando o pecúlio amealhado numa casa “à la maison” de arquitectura estranha copiada de outras paragens.
    A regra, contudo, não era essa. Para muitos, porventura para a maioria, os sonhos que perseguiram desfizeram-se como areia escorrendo por entre os dedos.
    Acabam hoje num Lar numa espera silenciosa, sofrida e sem esperança. Na espera do momento em que o seu Tempo acabe...

    Obrigado Quito por nos trazeres uma realidade de muitos ignorada.
    Obrigado por escreveres tão bem.

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  2. A dura realidade é esta.
    Mas se calhar não vai ficar por aqui.
    Um Abraço.

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  3. A leitura deste artigo prendeu-me, como seria de esperar. A vivência da aldeia que o Quito trouxe até nós, a sequência com que descreve os assuntos e a sua forma apresentar cada actor da vida real e o que faz, faz-nos ver o bulício das gentes das terras pequenas do interior.
    De facto o emigrante quando parte vai sempre à procura de uma vida melhor e quase todos com a ideia de voltar mais tarde. Na realidade a vida é outra e a grande maior parte dos casos vive até ao fim dos seus dias na terra que abraçou. Exactamente como os que ficaram em Portugal e foram viver para outra terra. Não quer isto dizer que não gostariam de voltar definitivamente mas a maior parte deles refizeram a vida para onde foram, têm mulher e filhos, por vezes netos, muitos já com a sua vida própria no porto de acolho e abandonar a família, não está dentro da nossa índole. Os filhos e os netos é aonde vivem que têm os seus conhecimentos e amigos. Assim, a partir de uma certa altura, a grande maioria nem pensa na volta definitiva. Faz uma vida normal. Fazem novos amigos e se voltassem constatariam que uma grande parte dos amigos de infância não estariam no local aonde viveu e regressou. Uns partiram para terras distantes por motivos de trabalho, outros porque a idade os levou a irem ter com os filhos, ou até mesmo por não terem lar disponível no local aonde viveram, etc e quando voltam, sentem-se acarinhados pelos locais mas "sós". Diga-se que é uma solidão acompanhada, o que por vezes também acontece nos locais que adoptaram quando chegam à terceira idade e não têm família. Também há muitos emigrantes no país de acolho em lares, que estão acompanhados mas "sós". Só poucos voltam e os que voltam sem nada, são pessoas que quase sempre nunca se adaptaram ao local de chegada pois caso contrário, nessa situação, ficariam no país de acolho. Muitos países estrangeiros, têm um sistema social excelente se bem que as pessoas nunca estajam contentes a cem por cento, o que também é normal. Não é todo o país que tem a riqueza de ter um blogue aglutinador como este, aonde as pessoas se ligaram de tal maneira que até hoje se vão encontrando muito naturalmente. As saudades que muitos sentiam em relação a antigos amigos, despareceram e vivem a realidade.
    Um abraço

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. A sensibilidade do Quito reporta-nos sempre a situações que alguns de nós não avaliamos com a devida intensidade desses "Sonhos desfeitos"!
    No entanto interrogo-me.
    E quem nunca teve sonhos que não passaram disso mesmo?!

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