segunda-feira, 13 de maio de 2013

NOTÍCIAS DO BAIRRO

A minha alegre casinha
tão modesta quanto eu.
Morava no rés do chão...
(pequena adaptação ao original do poeta  Silva Tavares)



morávamos no rés do chão: à porta minha irmã Isabel, no jardim a Olinda e a Adélia.No principio das escadas o amigo de infância que morava  na esquina da rua da Guiné com a rua de Moçambique por cima do sapateiro  Eurico,  o Luis "pasteleiro".
Na 2ª foto: Olinda,Adélia , Isabel e Fernando, nas escadas que davam acesso à habitação do proprietário do prédio Sr Martins.
Na garagem que se vê do lado esquerdo realizaram-se alguns dos bailes da época.Outros, na maioria  foram na garagem da Graciete na rua de Moçambique!


 Inicio da demolição e com ela  o desaparecimento de memórias da nossa juventude...
 Tudo se vai nestas poeiras ...


.Tudo mais calmo...a água feita lágrimas de saudade!                  Pausa- o progresso/modernidade vem já a seguir!

fotos EG e de arquivo

24 comentários:

  1. Já vos tinha dito que admiro a vossa coragem, para assistirem a isso tudo.
    Abre aço!

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    1. Não consegui despegar-me a olhar,Paulo...
      Senti as marteladas e a escavadora como se me cortassem!
      Antes andei lá dentro a revisitar o passado de divisão em divisão,fotografando...Os afectos do passado "senti-os" e também algumas tareias da minha mãe pois dei-lhe algum trabalho a educar-me.Foram merecidas!!!
      E grisalha(por enquanto a reforma vai dando para pintar as brancas...)aqui estou a "despejar" aos amigos estes desabafos e sem problemas.É terapêutico.

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  2. Sim, é preciso ter coragem!Quando era criança, brinquei junto dessa casa vezes sem conta.Habitavam nela o Sr.Martins, o filho Zé e a irmâ.Nas águas furtadas, o Sr.Domingues,alfaiate, que era sogro do Ferrinha.
    Uma vez, estávamos sentados nas escadas, teríamos para aí 10 anos, quando aparece a irmã do Zé Martin(acho que foi funcionária dos correios) a subir as escadas. Sem ser por maldade, apenas curiosidade, olhámos para cima e ela, muito convencida, chamou-nos de "pingentes". ´Claro que foi uma risada geral mas, a partir daí nunca mais a gramei.
    A minha casa na Rua de Angola também desapareceu assim! Não tive coragem de ver.apenas passei ao longe mas, assim mesmo, fiquei muito triste. Ainda hoje sonho com a minha casa e poderia descrevê-la ponto por ponto.
    Portanto, ver desaparecer a vossa casa também é muito triste para mim, porque brincava ali todos os dias. Tenham a coragem possível.

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    1. Caro "anónimo" neste caso será amigo também
      Há neste blog código de honra em não aceitar comentários anónimos.
      Estou numa situação dificil. Gosto e aprecio o seu comentário e devo conhecê-lo, bem como as minhas irmãs.Faço-lhe um apelo.
      Noutro comentário diga como se chama e faça-o em URL, escrevendo o nome no rectangulo respectivo.
      OU basta que diga: o Anónimo do comentário anterior é de....
      Depois respondo à interrogação que faz sobre a profissão da irmã do Zé Martins
      Obrigado

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    2. Será o Mário Rovira?
      Pois a sua bonita casinha e da sua família também foi deitada abaixo,há alguns anos e no FB se referiu a ela.

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    3. Também ´será o mesmo que penso ser autor do comentário...

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  3. Boa reportagem.
    A vida tem muitos degraus.

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  4. Teresa Bento Pratamaio 13, 2013 8:56 da tarde

    Tao gira a vossa fotografia! Lembro-me de todos tal com estao ali, acho eu.
    Eu vim para o Bairro em 1949 mas nao vos conheci logo no inicio.


    De que data e a tua foto?



    Nao sabia que tinham deitado a vossa casa ao chao. Certamente para fazer outra.
    Deve ser emocionante!!!


    Bjinhos

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    1. É verdade Teresa.A casa onde vivemos na Rua da Guiné está a ser demolida.
      Talvez a Olinda saiba melhor a data em que viemos para aqui viver.
      Eu quando vim para Coimbra com 14 anos foi para casa dos meus tios Abegão e Deolinda.penso que estive nesta situação 2 anos.
      Depois quando a familia veio para Coimbra( o meu irmão e a irmã Isabel(Blita) também já cá estavam em casa dos meus tios), fomos par uma casa que ficava por detrás do prédio do Sr Dias ao fundo da rua de Macau(prédio Vista Alegre) e só mais tarde fomos então para a casa do Sr Martins na Rua da Guiné
      Mas talvez entre os anos 1953 e 1955...Talvez!

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    2. Vim viver com 9 anos de idade, em 1951, para esta casa com a minha mãe,os meus dois irmãos e as duas irmãs onde vivemos até aos meus 20 anos... Os rapazes e a irmã mais velha casaram,entretanto.
      Então mudámos,a mãe e as duas solteiras para a casa,em frente,acabada de construir e onde permaneço,após a morte da mãe.
      A derrocada final,hoje,da casa foi o desmoronara de uma série de boas recordações passadas em família,vinda da terra natal já que o pai"teve carta de chamada" para ir para Moçambique trabalhar para a sua família dando-nos hipótese de estudarmos mas apenas aos mais novos...E com esta sua boa vontade o "perdemos" pois rápidamente constituiu outra família lá...( esta é uma má recordação).A lágrima hoje caiu...o filme passou no ecrã da minha memória!
      Haja saúde!

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  5. Não deve ser fácil. Hoje de manhã, quando lá passei e vi aquele buracão, lembrei-me quando arranquei um dente do sizo. Foi violento. Admito que este dente do sizo que vos arrancaram, também seja muito doloroso. Mas a vida continua.

    Noutro registo: a foto é uma delícia e a tua gravata "arrebitada" e às "pintas", deu-me nas vistas. Já lá dizia o feirante da Praça Velha a apregoar: "vendo gravatas às malhas para os canalhas, às riscas para os fadistas, às bolas para os estarolas e às pintas para as pessoas distintas ". É o teu caso ...
    Um abraço a ambos os quatro da fotografia ...

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  6. Emoções bem justificadas.
    É a vida, meus amigos...

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  7. Uma reportagem bem feita. Consegue passar um sentimento emotivo, mas encarado com optimismo.

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  8. Apegamo-nos a objectos para toda a vida, considerando-os como seres vivos que guardam as nossas mágoas e as nossas alegrias.

    Que dizer então da casa onde vivemos?
    Deve ter sido muito dificil assistir a esta demolição...

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  9. Caríssimo Don Rafael,

    Fui eu mesmo que escrevi o comentário mas.....esqueci-me de indicar o remetente.

    Já agora, aguardo o comentário que prometeste.

    mariorovira

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    1. Mário, a dita era enfermeira e muito antipática!

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    2. filha do Sr Martins segundo o meu cunhado Emilio era assistente Social e além de outra instituição também esteve nas Obras Sociais dos CTT na rua Venâncio Rodrigues.
      O marido chama-se Emído, e ela Maria da Natividade estão divorciados há muitos anos e ele está todos os dias(ou quase) no Samambaia e por vezes na gelataria ao lado.
      Tiveram mais tarde uma casa do Bairro na esquina da rua Frei António Taveira para a praça de Cabo Verde-do lado direito.
      Quando tiveram esta casa à venda estivemos para ficar com ela.Tudo acordado!Só que queria receber de imediato e não esperar que fizessemos um empréstimo.E assim se gorou a hipótese de irmos viver para lá!

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  10. compreendo bem a vossa nostalgia, caros vizinhos! importante é estarmos cá para ver o que parecia (em função da decrepitude da casa) inevitável... grande abraço.

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    1. Alguma nostalgia...mas não muita.Já não havia outra solução para aqule local.
      Deixei ficar de propósito os muros que se vêem em primeiro plano nas fotos, pois pertencem às moradias que as minhas irmãs, Olinda e Isabel(Blita) habitam.Mudaram há uns anos da casa agora demolida para estas a que pertencem os muros.A Boda do casamento da minha irmã Blita com o Emilio foi feita na casa demolida...)(há aqui mais uns pormenores...mas isso fica para a Olinda!)
      Portanto presenciaram cómodamente das janelas o filme "O Último Adeus"!

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  11. São as recordações da casa, dos bons momentos aí passados e das pessoas com quem se passaram e que ficam para sempre.
    Era uma casa que se destacava e se fazia notar com a sua escada exterior e que na nossa época não se via muito no bairro.
    Já passei... não. Ainda estou a passar por isso. Até parece que as paredes e tudo o que lá havia, assim como esses momentos e respectivas pessoas, vou vendo. Só que nada nem ninguém envelheceu.
    Um abraço.

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  12. Pois Chico com a tua aqui no Bairro também se passou o mesmo!
    Mas as voltas que a vida dá leva a estas situações e que temos que admitir que são normais!
    Fica um pouco a imagem de que morreu e...foi cremada!Agora das cinzas vai nascer uma edificação nova!
    Ficam para a posteridade as fotos!

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