terça-feira, 4 de junho de 2013

A malta de Fala às vezes vai a Coimbra

Um miminho da malta de Fala para as gentes de Coimbra e visitantes, na manhã de dia 25 de Maio de 2013, em frente ao Arco de Almedina.




E não haveria melhor legenda que este comentário do Quito:
"Saúdo o Grupo de Fala. Saúdo todos aqueles que, desinteressadamente, vão dando muito das suas horas lazer, em prol de Instituições como o Rancho de Fala. É preciso muita carolice, para conseguir remar contra a corrente, agora que os tempos são ainda mais difíceis.
Manter estas tradições seculares, faz parte da cultura de um qualquer povo.
Enganam-se aqueles que, do alto do seu doutoral analfabetismo, apelidam os Ranchos de Folclore como um grupo de saloios vestidos de cor garrida. A arrogância citadina de um limão espremido.
Conheço o fenómeno. Lidei de perto com o Rancho Folclórico de Juncal do Campo. Outros tempos, de vacas gordas. Quando fui de mão estendida pedir 5O contos ao Presidente da Câmara de Castelo Branco - César Vila Franca - para as deslocações do grupo e trouxe de lá 3OO contos, sem sequer ter aberto a boca. Realmente, outros tempos.
Do Rancho do Juncal, recordar os seus tocadores e bailarinos. Ali havia de tudo. Desde quem feria a terra com um arado para sobreviver, a quem se sentava no anfiteatro de uma universidade, para ouvir uma aula. Gente que tinha como traço comum, o amor à terra onde nasceu. O Rancho, a procissão de S. Simão e o arraial, mais não são que o desfraldar da bandeira contra o isolamento e a solidão. Uma forma de dizer que existem, materializada num altifalante que canta Quim Barreiros que se ouve a léguas em redor, misturado com o cheiro do frango assado nas grelhas ao ar livre no recinto da festa.
Por lá andei, ajudando quando fui solicitado.
Até ainda recordo alguns episódios que me fazem sorrir, como daquela vez em que, agastado com o dinheiro que a Rodoviária levava do transporte do grupo, tive a ideia peregrina de irmos a Lisboa negociar um autocarro da CARRIS cheio de bronquite pelo preço da uva mijona, e assim poupar o preço das viagens. Mas a Direção do Grupo não ficou entusiasmada com ideia. Felizmente, porque com a compra do anti-Cristo de provecta idade, não íamos ganhar para as porcas e para os parafusos...
O Rancho do Juncal está vivo e com saúde. Continua a fazer o seu festival anual e a ser um dos embaixadores da Beira Baixa, do Norte a Sul de Portugal.
E é por esta sua faceta de manter as tradições da sua terra, que são dignos do meu apreço e estima."

14 comentários:

  1. Saúdo o Grupo de Fala. Saúdo todos aqueles que, desinteressadamente, vão dando muito das suas horas lazer, em prol de Instituições como o Rancho de Fala. É preciso muita carolice, para conseguir remar contra a corrente, agora que os tempos são ainda mais difíceis.

    Manter estas tradições seculares, faz parte da cultura de um qualquer povo.

    Enganam-se aqueles que, do alto do seu doutoral analfabetismo, apelidam os Ranchos de Folclore como um grupo de saloios vestidos de cor garrida. A arrogância citadina de um limão espremido.

    Conheço o fenómeno. Lidei de perto com o Rancho Folclórico de Juncal do Campo. Outros tempos, de vacas gordas. Quando fui de mão estendida pedir 5O contos ao Presidente da Câmara de Castelo Branco - César Vila Franca - para as deslocações do grupo e trouxe de lá 3OO contos, sem sequer ter aberto a boca. Realmente, outros tempos.

    Do Rancho do Juncal, recordar os seus tocadores e bailarinos. Ali havia de tudo. Desde quem feria a terra com um arado para sobreviver, a quem se sentava no anfiteatro de uma universidade, para ouvir uma aula. Gente que tinha como traço comum, a amor à terra onde nasceu. O Rancho, a procissão de S. Simão e o arraial, mais não são que o desfraldar da bandeira contra o isolamento e a solidão. Uma forma de dizer que existem, materializada num altifalante que canta Quim Barreiros que se houve a léguas em redor, misturado com o cheiro do frango assado nas grelhas ao ar livre no recinto da festa.

    Por lá andei, ajudando quando fui solicitado.

    Até ainda recordo alguns episódios que me fazem sorrir, como daquela vez em que, agastado com o dinheiro que a Rodoviária levava do transporte do grupo, tive a ideia peregrina de irmos a Lisboa negociar um autocarro da CARRIS cheio de bronquite pelo preço da uva mijona, e assim poupar o preço das viagens. Mas a Direção do Grupo não ficou entusiasmada com ideia. Felizmente, porque com a compra do anti - Cristo de provecta idade, não íamos ganhar para as porcas e para os parafusos ...

    O Rancho do Juncal, está vivo e com saúde. Continua a fazer o seu festival anual, e a ser um dos embaixadores da Beira Baixa ,do Norte a Sul de Portugal.

    E é por esta sua faceta de manter as tradições da sua terra, que são dignos da meu apreço e estima.

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  2. Este teu comentário merece ser passado para o post.

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  3. Gostei do que me foi dado ver. Nunca tinha visto o Arco de Almedina tão bem enfeitado e com tão bom som. Há dias as gentes de Fala, hoje as gentes de Sicó através da sua história, cultura e dos seus produtos que estão aí patentes no Tivoli.

    Em boa hora o excelente comentário do Quito passou a artigo. Não haja dúvidas que ainda vivemos muito à base da boa vontade dos carolas, que sem dúvidas são eles que vão fazendo alguma coisa pelo que somos, bem descrito no comentário. Para as deslocações são muito utilizados os autocarros escolares para quase todos os eventos por estes lados. Ninguém se queixa. É uma lição este comentário.

    É pena que não embarquemos pelo profissionalismo pois aqui deixo uma amostra do que se passa só esta semana por estes lados, aonde gira muito dinheiro e empregos tão necessários em qualquer canto do mundo.

    No centro Bell, em Montreal, campo de hóquei sobre o gêlo que consegue levar vinte e três mil pessoas, vão estar presentes: hoje os Pitbull & Kesha. Depois de amanhã New Kids On The Block, 98 Degrees & Boyz II Men, no sábado Chad Dawson vs. Adonis Stevenson e no domingo os The Rolling Stones. Já há mais grupos para as próxima semanas.

    Acaba agora mesmo de ser confirmada para a cidade do Quebec, a vinda de Madona mais uma vez. Vai ser anunciada em cento e cinquenta países, transmitida para sessenta países e vão estar presentes à volta de cento e vinte mil pessoas, incluindo os estrangeiros do quais muitos vêm expressamente para a verem e depois talvez dêm uma volta pela cidade, arredores e até venham a Montreal, se não forem às cataratas do Niagara. As transmissões vão dar muito dinheiro. Não arriscam nenhum dinheiro dos contribuintes. Bom trabalho de marketing da parte do empresário.

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  4. Miminho dizes bem!
    E levantaste-te cedo para nos dares este"gostinho"Mas compensaste bem à tarde com uma "sesta mais prolongada"!!!!
    E o comentário do Quito fica muito bem "em directo"
    É uma boa homenagem a quem conseguiu sobreviver da emoção de receber "300 contos" em vez, de mão estendida ter solicitado um apoiosito de 50!!!
    Um bravo para a "malta de FALA"!


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  5. Da cena na Câmara de Castelo Branco, nunca mais me vou esquecer. Eu com uma gravata amarrada ao pescoço e a barba bem escanhoada, à frente da secretária de bispo do Presidente e ele diz-me assim, como que a pedir desculpa: "Senhor Pereira, peço a sua compreensão, há muitos grupos que o pelouro da Cultura tem que ajudar ... eu não posso dar-lhe 1 OOO contos ( isso mesmo, ele disse 1 OOO contos !!!) mas terá que se contentar com 3OO contos". E eu ia caindo da cadeira abaixo, fiz um sorriso amarelo e grunhi um gutural obrigado e saí porta fora. Nem queria acreditar. Ainda bem que ele não me deixou falar. Senão vinha com os 5O contitos que ia lá pedir ...

    E ele cumpriu. Dois dias depois, a "massa" estava na conta do Rancho ...

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    1. Foi bom recordar esta estória. Esta fica mesmo para memória futura. Grande abraço.

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    2. Pois pudera... Quito. Com todo o "after shave" que meteste debaixo da gravata, se tens falado bem... ele até te dava mais. Não podia respirar, ias afixiando o senhor. Isso não se faz. Um com o dinheiro, o outro com o "after shave", foram os dois generosos.
      Toma lá um abraço.

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  6. Gosto dos ranchos e das bandas que são bem a expressão da raiz popular das nossas tradições e riqueza cultural.
    É aqui, que se encontra a partir da maneira como se cantam as vivências da vida e se exprime o nosso povo, que se define a matriz que nos dá a identidade própria e diferenciadora da igualização que nos pretende impor, em muitos domínios, o directório da Europa.
    É caso para dizer, quem "quem "Fala" (canta) assim não é gago".
    Gostei. Oportuna postagem Paulo Moura.

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  7. A extensão de Fala agradece os miminhos da malta do Bairro.

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  8. Queres mimo? Ou são os do Rancho de Fala?
    Têm todos motivos para serem felicitados!
    O Quito também se juntou ao rancho e fez mais uma bela prosa.

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  9. Já começo a ter dúvidas de Fala é exten-são do Bairro ou se o Bairro é exten-são de Fala...
    De qualquer forma, o Abílio é que tem razão: quem Fala assim num é gago!

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    1. Na peça de teatro de domingo, eu era o cardeal Falo de Fala (o Rafaelito era o cardeal Fernandalho e o Carlos o cardeal Madeira de Car(v)alho).
      Aqui está o aperitivo da entrada em cena.

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