Documentário sobre uma aldeia que morre lentamente.
Trabalho de mestrado de Luis Batista, professor de EVT na Escola Básica Pêro da Covilhã.
Quito, este é dedicado especialmente a ti (sem perda de generalidade).
Caro Paulo
Foi no silêncio do meu escritório que, durante largos minutos, convivi com as gentes de Vales de Pêro Viseu.
Longe do Terreiro do Paço e longe de tudo. Apenas perto de Deus - assim dirá o padre na missa dominical.
Vales, bem que se podia geminar com Salgueiro do Campo. Pelas suas incertezas,pelas suas angústias, pelo descalabro da emigração, pela solidão dos que teimaram em ficar.
As mantas estendidas no chão, na apanha da azeitona, são a tradição secular que resiste ao Tempo e à ditadura dos novos costumes que corroem as amarras do Passado.
Vi depoimentos de desalento. Lá como cá, o elogio dos velhos tempos da aldeia. Por aqui, falava-se dos jogos de futebol entre aldeias, com pancadaria da grossa e tudo sanado na "barraca de chá", em frente de um copo de vinho. De quando os do Salgueiro, roubaram o sino da torre da igreja do Juncal e de que ainda hoje se vangloriam. Mas neste horizonte cinzento que se perfila, a concertina nunca deixará de tocar. Como em Vales. Por cá, morreu o Manuel Augusto, que a tocava nos dias e noites de folia. Ficou a neta, para dedilhar o que lhe foi legado e que, sendo jovem, ainda não teve a tentação de passar a fronteira....
Obrigado, Paulo, pela dedicatória.
Toma lá um abraço, ao som de um cavaquinho ...
Quito Pereira
Caro Paulo
ResponderEliminarFoi no silêncio do meu escritório que, durante largos minutos, convivi com as gentes de Vales de Pêro Viseu.
Longe do Terreiro do Paço e longe de tudo. Apenas perto de Deus - assim dirá o padre na missa dominical.
Vales, bem que se podia geminar com Salgueiro do Campo. Pelas suas incertezas,pelas suas angústias, pelo descalabro da emigração, pela solidão dos que teimaram em ficar.
As mantas estendidas no chão, na apanha da azeitona, são a tradição secular que resiste ao Tempo e à ditadura dos novos costumes que corroem as amarras do Passado.
Vi depoimentos de desalento. Lá como cá, o elogio dos velhos tempos da aldeia. Por aqui, falava-se dos jogos de futebol entre aldeias, com pancadaria da grossa e tudo sanado na "barraca de chá", em frente de um copo de vinho. De quando os do Salgueiro, roubaram o sino da torre da igreja do Juncal e de que ainda hoje se vangloriam. Mas neste horizonte cinzento que se perfila, a concertina nunca deixará de tocar. Como em Vales. Por cá, morreu o Manuel Augusto, que a tocava nos dias e noites de folia. Ficou a neta, para dedilhar o que lhe foi legado e que, sendo jovem, ainda não teve a tentação de passar a fronteira....
Obrigado, Paulo, pela dedicatória.
Toma lá um abraço, ao som de um cavaquinho ...
Quito Pereira
Melhor legenda para o video, nem por encomenda.
ResponderEliminarBem hajas, Rafaelito!
Abre aço, Quito!
Maravilha Paulo!
ResponderEliminarACtores reais num desempenho genuíno de um Portugal esquecido, envelhecido, desertificado a que só os mais idosos resistem...porque não têm outra opção de vida!
Magistral a parte final!
Apesar de tudo ainda tocam e cantam!!!
O texto do Quito...claro, é a cereja em cima do bolo!!!
Aos dois...um abraço!
E "lá vamos, cantando e rindo..."
ResponderEliminarClaro que este video merecia esta legenda ou, se quisermos, estava mesmo ao jeito do Quito...
ResponderEliminarAchei deliciosa a referência, repetidamente feita pela criança, aos animais que lhe servem de companhia para as brincadeiras, na falta de outras crianças.
Quem não tem cão caça com gato...
Também percebemos que há quem não queira trocar a pacatez da sua aldeia pela poluição do Terreiro do Paço, mesmo ficando longe de tudo, apenas perto de Deus...
Parabéns à São Rosas, ao Quito e a Dom Rafael. É caso para dizer, parabéns a ambos os três...
Documentário muito bom do professor Luís Batista!
ResponderEliminarUma realidade atual e, em simultâneo, remete-nos a um passado, que ainda está presente na minha memória,dos meus primeiros anos de docência.
Ainda presenciei muitas cenas parecidas, desde que ia para a escola com os meus pais, dentro de uma alcofa.
ResponderEliminarGOSTEI.
ResponderEliminarTonito.
Agradeço a todos os comentários! Fiz este documentário com muito carinho. Na verdade, o meu trabalho de Mestrado em cinema consistiu numa curta-metragem de ficção que, por obra do acaso, rodei na aldeia de Vales de Pêro Viseu. As gentes dessa terra trataram-nos com tanto carinho que decidi voltar lá e realizar este pequeno documentário.
ResponderEliminarEspero que o mesmo seja simultaneamente um legado e uma chamada à razão para aquilo que anos de políticas autistas têm feito ao interior do nosso país. A todos o meu bem-haja profundo!
Bem hajas tu e, mais uma vez, parabéns pelo teu trabalho.
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