O Francisco Martins é um dos melhores intérpretes e melodistas de Coimbra e o Prof. Orlando de Carvalho será sempre uma referencia da nossa universidade e da liberdade. Além disso temos a inesquecível voz do Berna.
Um abraço.
RUI PATO
VER também;
FADO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE DA UNESCO
HOJE-DOMINGO SE SABERÁ O RESULTADO!
Também AQUI muito interessante!
Este disco foi gravado há 41 anos! A sua matriz foi destruída pelo incêndio do Chiado e, por isso, nunca mais foi reeditado nem passado a CD. A digitalização destas músicas foi-me cedida agora pelo Francisco Martins, trabalho feito artezanalmente. Este tema que aqui se reproduz, não é o mais conhecido desse LP, mas , na minha opinião é dos mais bonitos e tem um poema feito propositadamente para este disco por esse grande democrata, cidadão e professor da universidade que foi Orlando de Carvalho.
ResponderEliminar4 pessoas que conheci.
ResponderEliminarTodas elas figuras marcantes de Coimbra.
Uma delas de quem fui amigo próximo, infelizmente prematuramente desaparecido: o Berna.
Outra de quem sempre fui e sou amigo:o Rui Pato.
E é a este último, por quem nutro uma enorme admiração e respeito, que tenho que manifestar a minha discordância em relação à sua designação de "fado" ~quando se refere à "canção de Coimbra" como desde há muto lhe prefiro chamar.
Porque não sou capaz de a englobar no mesmo saco do fado de Lisboa.
Eu sei que o tema é polémico e fracturante, mas são estilos musicais, melódicos e temáticos tão diferentes que acho que a destrinça deve ser feita.
Mesmo que o seja pela forma menos importante, que é a da sua designação...
Peço desculpa ao Rui Pato pela minha discordância que preferi não calar...
ResponderEliminarAceito e registo essa opinião, que é a de muita gente ; eu até já cheguei a ser próximo dessa designação por outros motivos: porque em Coimbra temos 3 géneros diferentes - Fado, Balada e Trova - noentanto o "fado propriamente dito" está lá. É assim que o povo e os Conimbricences reconhecem a sua canção. É diferente do de Lisboa? Mas Lisboa tem "o corrido" , o "mouraria", o "menor", todos eles diferentes.
ResponderEliminarEsta discussão já se arrasta há mais de 30 anos em Coimbra; e foi talvez, por os puristas da música de Coimbra se terem entretido nessa pugna "semântica" que, agora, estão completamente excluídos duma oportunidade. Ficou, mais uma vez, Coimbra orgulhosamente só.
Meu caro Rui Felício não estou de acordo com a tua posição sobre o Fado de Coimbra, e por tal motivo alinho completamente ao lado do Rui Pato.
ResponderEliminarEstou em Coimbra desde os 14 anos, tendo sempre acompanhado, mesmo quando fora de Coimbra, por motivos profissionais, muitas serenatas da Queima e inúmeras sessões nos mais variados recantos da cidade, ou em cafés, ou em Ginásios de Clubes,
E fora de Coimbra como em Lisboa, e muitas outras terras de Portugal e até no Estrangeiro e sempre o que estava anunciado era : "FADOS E GUITARRADAS DE COIMBRA"
Nunca vi um qualquer anuncio - mas admito que possa ter havido com: Canção de Coimbra e Guitarradas"
Mas sei que há muitas pessoas ( talvez especialistas na matéria), que a partir de certa época, começaram a fazer a destrinça entre Fado e Canção.
Mas pelo que observo a "coisa" não tem pegado!
Serão até talvez os que não vêem com bons olhos que o FADO de Coimbra, roube protagonismo ao FADO de Lisboa ( que não de Portugal)!
Coimbra na altura da candidatura acobardou-se perante a pressão de Lisboa, dado que duas candidaturas iriam prejudicar o FADO DE LISBOA! E foi por isso que lhe retiraram a palavra Lisboa!
Assim passou a ser Fado de Lisboa, Coimbra, Porto e ondas curtas, médias e altas de PORTUGAL!
Mas eu até gosto do fado de LISBOA!
Mas gosto mais do fado de COIMBRA!
E são muito diferentes!
Tiveram grandes nomes, ou talvez só verdadeiramente uma Grande FADISTA que foi AMÁLIA RODRIGUES! Foi ela e só ela que deu esta honraria a PORTUGAL!
Mas Coimbra tem nomes fantásticos como cantores e músicos no FADO, na guitarra de Coimbra e na viola, que rivalizaram com Amália nessa época:
Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt,António Bernardino, Luis Gois (ainda em actividade), Fernando Rolim, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Almeida Santos e tantos outros que agora não me lembro! Estes dos antigos. Agora há mesmo muitos, uns com mais valor outros com menos! Dos de agora acompanho mais o António Ataíde, Rui Lucas, Carlos Carranca, João Farinha, Luis Marinho e outros que agora não me lembro dos nomes!
Na guitarra e viola Lisboa teve e tem grandes intérpretes...e então Coimbra? Artur Paredes, Carlos Paredes, Flávio Rodrigues, Durval Moreirinhas, Nuno Guimarães, António Portugal, Brojo, Octávio Sérgio, Humberto Matias, Cortesão, etc., etc.
Há dezenas e dezenas de Grupos de “FADO E GUITARRADAS DE COIMBRA”!
Raízes de Coimbra, Coimbra menina e Moça, Aeminium, Verdes Anos, Mondego, para além dos grupos que frequentam as diversas escolas do Fado de Coimbra, como Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, Antigos Tunos, e os Grupos da Secção de Fado da AAC!
Todos os fins de semana por todo o lado há “FADOS E GUITARRADAS DE COIMBRA”!!!
Fado: Especialistas de Coimbra apoiam candidatura, Rui Pato lamenta que fado local fique de fora
O investigador de Coimbra Jorge Cravo apoia incondicionalmente a candidatura do fado a Património da Humanidade, enquanto o músico Rui Pato lamenta a não inclusão do género coimbrão no projeto apresentado à UNESCO.
“Espero que seja uma candidatura vencedora”, declarou hoje à agência Lusa Jorge Cravo, estudioso do que designa por “canção de Coimbra”, sobre a qual tem várias obras publicadas.
Para Jorge Cravo, o fado que se canta em Lisboa e a música associada à tradição académica da Universidade de Coimbra, vulgarmente denominada fado de Coimbra, “são dois géneros distintos”.
(NET)
Aqui está a minha colherada sobre o assunto, aqui. Mas também na postagem do Encontro de Gerações
FADO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE DA UNESCO
Mas Rui Felício respeito e aceito a tua opinião, e não estás sózinho...
O que ue leio na Net...do Jorge Cravo...para "alimentar" o debate!
ResponderEliminarCanção de Coimbra: Um Canto de Rua
É voz corrente considerar o chamado fado de Coimbra oriundo do Fado de Lisboa. Tal origem seria, talvez, inquestionável, se tudo o que se fez (e se tem feito) em Coimbra - ao nível da sua música tradicional, se limitasse única e exclusivamente ao Fado, se é que este, efectivamente, existe em Coimbra.
Todavia, a música tradicional de Coimbra não se esgota naquilo que se designa de "Fado de Coimbra". As danças e os Cantares populares, assim como todo um conjunto de representações etno-musicais em tomo das fogueiras de S. João, bem como, as canções de trabalho, os cânticos de embalar, as cantigas de amar e as serenatas, constituem um repertório ímpar na vivência espaço-temporal da música tradicional da cidade, que nada tem a ver com o universo fadístico. Dizer-se, pois, que a Canção de raiz Coimbrã é o "Fado de Coimbra", está muito longe de ser verdade
cont.
Coimbra sempre foi um caldeirão cultural, fruto da convivência entre duas culturas: a popular e a erudita. A existência, entre os séculos XII e XIV, de uma rica cultura erudita ficou a dever-se ao facto de, na cidade, viverem várias minorias étnicas e sociais, assim como grupos sócio-profissionais, que desenvolviam as suas respectivas culturas específicas, onde o lúdico-musical estava presente para ocupação dos seus tempos livres. Por outro lado, devido à sua situação geográfica de cruzamento e de passagem de viajantes, jograis, peregrinos e estudantes, a cidade acabava por ser um local privilegiado para uma vivência quotidiana com base nas feiras, romarias e outros eventos similares, onde se faziam notar as várias influências culturais. Igualmente havia um fluxo humano do campo para a cidade, não só para a venda de produtos, mas também, na procura de melhores condições de trabalho. Com este povo vinham os seus cantares. Paralelamente, a pequena nobreza rural instala-se na cidade, trazendo consigo as expressões musicais que a caracterizavam. A co-habitação de dois imaginários (o campesino e o citadino) tomou-se inevitável. E o mercado urbano, as feiras e as "romarias acabaram por ser os locais privilegiados para o intercâmbio etno-musical entre diferentes gentes e factor de difusão de práticas culturais que fortaleceram e desenvolveram o relacionamento entre duas culturas musicais: a da cidade e a rural.
ResponderEliminarcont.
...
ResponderEliminar~Paralelamente a este filão popular, um outro se desenvolvia também: o filão académico, com as suas manifestações musicais (reveladoras de uma postura erudita quanto ao evoluir do discurso poético-musical ao longo dos tempos), mas de forte influência urbano-popular, onde se destacam as estudantinas, o cantar brejeiro e as serenatas.
Sabe-se, aliás, que pelo menos, desde o século XVI, era hábito os estudantes de Coimbra cantarem e tocarem, noite dentro, pelas ruas da cidade. Prova factual é a missiva que o rei D. João III envia ao então reitor da Universidade, a 20 de Junho de 1539, dando conta da necessidade em se pôr fim à algazarra e às cantorias que os estudantes faziam até altas horas da noite, já que eram muitas as queixas dos habitantes da velha urbe. Se seria um Canto Serenil (única e exclusivamente de cortejamento por uma mulher), não o podemos, seguramente, afirmar; mas que era um canto de rua, disso não restam dúvidas.
Sabe-se, também, que no ambiente académico do século XVIII, os estudantes cantavam miles trovas, e que, na Coimbra daquele tempo, era hábito cantarem-se canções de amor e cantigas populares, reflexo de um salutar intercâmbio entre o duplo filão desta Canção que, e muito bem, chegou aos nossos dias.
cont.
...
ResponderEliminarPese embora, os serões de então, quer da aristocracia como da burguesia, serem preenchidos com minuetes, rondós, romances e modinhas, onde o acompanhamento era feito, primeiramente a cravo e, mais tarde, ao piano, era, todavia, na rua, que esta cultura aristocrática e burguesa se cruzava com os cantares regionais e locais. E é na rua que a serenata ganha ascendente.
Ora, tudo isto diz respeito a um tempo anterior ao aparecimento do Fado em Portugal - que ocorre no 1º quartel do século XIX. Fado que ao difundir-se pelo país, nunca chegou a dominar os cancioneiros populares de cada região, ou o tipo de música que então se cantava e tocava no ambiente aristocrático e burguês das cidades; e tudo isto tem em conta uma característica que ainda. hoje perdura na Coimbra do século XXI: a Canção de raiz coimbrã filão popular e académico, é, essencialmente, um Canto de Rua, embora possa ser interpretada em espaços fechados - que não Casas de Fado (prática nocturna ligada ao Fado de Lisboa, mas que nada tem a ver com os hábitos musicais de Coimbra e com a génese, evolução e imaginário da sua Canção).
Jorge Cravo
Pois..mas há outras opiniões que vão em sentido contrário, pelo menos em parte à opinião de Jorge Cravo.
ResponderEliminar“Mas sei que há muitas pessoas ( talvez especialistas na matéria), que a partir de certa época, começaram a fazer a destrinça entre Fado e Canção.
ResponderEliminarMas pelo que observo a "coisa" não tem pegado!
Serão até talvez os que não vêem com bons olhos que o FADO de Coimbra, roube protagonismo ao FADO de Lisboa ( que não de Portugal)!”
Foram estas palavras do Rafael, que acima cito, que me fizeram aqui voltar.
A contragosto, porque não queria aumentar a polémica.
Mas cumpre-me clarear a minha posição, esclarecer o meu pensamento, para que sobre ele não pairem dúvidas.
1.- Não sou estudioso, muito menos especialista, na matéria
2.- Nem cito os estudiosos porque não se trata de investigar as origens do canto de Coimbra que para este caso não interessam. Interessam apenas para aumento do conhecimento…
3.- O que conta, para mim, é que eu sinto o Fado de Coimbra e não sinto o de Lisboa
4.- É\o coração, e só ele, que me faz assomar as lágrimas quando ouço os cantores e as guitarras de Coimbra.
5.- Enquanto que, quando ouço “algum” fado de Lisboa, me confrangem alguns tiques marialvistas, de falsa aristocracia ou de fundamentalismo bacoco.
6.- Se há quem defenda , como diz o Rafael, a designação Canção de Coimbra com o propósito de o Fado de Coimbra não retirar protagonismo ao Fado de Lisboa , então declaro inquivocamente que renego e desalinho de tal gente.
7.- Porque, para mim, Coimbra estará sempre acima de Lisboa, quanto à sua música tradicional
8.- Quando defendo uma semântica diferente para designar o Fado de Coimbra, não é por não saber que sempre assim se chamou.
9.- Faço-o, apenas e só para o destrinçar, para não o misturar com o fado de Lisboa, porque ambos não são miscíveis, em minha opinião.
10.- E também porque acho que essa comum designação significa dar ao fado de Lisboa, à sombra do de Coimbra, méritos que não merece.
11.- Além disso, o Fado de Coimbra evoluiu nas décadas de 50 e 60, para uma forma de intervenção contra o regime opressor em que se vivia, embora sem renegar a vertente trovadoresca que até aí ocupava todo o espaço. E a designação para essa nova corrente dificilmente a consigo enquadrar na designação de Fado.
12.- O próprio vocábulo “fado” contém na sua génese, o destino, o fatalismo, a imponderabilidade, a inevitabilidade. Coisas que, eu acho, nunca o Fado de Coimbra conteve.
13.- Coimbra sempre cantou o amor juvenil despretensioso, o ambiente da cidade, a juventude, e, em meados do século passado, o alertar de consciências para o que de mal se passava em Portugal.
14.- Muito dos fados de Lisboa, salvo raras excepções que aplaudo mas que não apagam a sua matriz, cantam as touradas, as noitadas da fidalguia decadente, a boémia doentia, os amores mal sucedidos, e a apologética de vivências indignas . Coisas em que não me revejo. Aliás, sou mesmo contra algumas delas…
15.- Por tudo isso, embora reconhecendo que não é fácil habituarmo-nos a chamar ao Fado de Coimbra, coisa diferente ( são muitos anos a chamar-lhe assim…), não gosto que a nossa canção tradicional possa ser confundida com o fado de Lisboa.
16.- Finalmente, Coimbra pode perfeitamente aspirar ao reconhecimento mundial sem precisar de ir a reboque de Lisboa. E isto, não é ficarmos orgulhosamente sós…
Tem méritos suficientes na sua História e no seu Canto. Assim haja quem dinamize essa ambição…
Rui Felício fiquei muito satisfeito com a tua resposta.Bem esclarecedora quanto ao Fado de Coimbra.
ResponderEliminarÉ um comentário à Rui Felício com principio meio e fim!
E é o que tu sentes!
Eu também escrevi o que sinto!Mas sem a clareza e bem arrumado como o teu texto!
Mas é confrontando o que nós próprios pensamos com outras opiniões, que nos esclarecemos, podendo daí até resultar que possamos ficar mais convencidos da nossa razão!
Para mim é Fado de Coimbra!
A Canção e a Trova já são evoluções modernas, bonitas sem dúvida, mas não tira a vez ao que é o Fado de Coimbra verdadeiro!
Tenho dito!
Caríssimo Rui Felício:
ResponderEliminarEu também não sou especialista na matéria. Especialidade, só tenho uma, a de pneumologia, ah ah ah!
Sou apenas um "player", como agora se diz, mas com muitos anos de estrada nesta coisa das cantigas, que já ouviu muitas opiniões, muitos eruditos, muitos sábios, muitos ignorantes, etc, etc. Mas isso não me dá grande autoridade.
O teu ponto de vista é perfeitamente respeitável, embora seja diferente do meu, mas neste debate ele tem o mesmo peso que o meu!
Tenho alguns pontos em que estou em discordância contigo: primeiro, eu GOSTO do fado de Lisboa, principalmente do fado "pôs-Carlos do Carmo", com todo o naipe de grandes letristas, músicos e intérpretes que nos últimos 15 anos têm aparecido em Lisboa.
Segundo, eu não acredito numa candidatura de Coimbra... Conheço a inércia petulante desta universidade, desta câmara, dos nossos intelectuais e, principalmente, dos nossos "fundamentalismos praxísticos e saudosísticos"! É a impotência absoluta.
Terceiro, o fado de Coimbra, não tem regenerado, está em poesio, nos trinados saudosistas dos velhos e nos falsetes fanhosos dos jovens que tentam imitar os velhos... está intelectualmente em estado de indigência artística...
Quarto, esta candidatura, se por razões quanto mais não fossem históricas, pois até aos anos 40 só havia "fado", o Menano gravava música igual àdos músicos de Lisboa, esta candidatura poderia vir a vivificar com os apoios e as obrigações inerentes, o estado vegetativo da "música de expressão coimbrã" , incluindo o seu fado.
Abraços, camarada! Viva o FADO!
Debate para especialistas,coisa que não sou.
ResponderEliminarDesde miudo,habituei-me a ouvir tocar e cantar o "fado".
Sempre conheci a distinção entre o de Coimbra e o de Lisboa.Mas,aos dois,sempre ouvir chamar "fado".
Ao nível de opinião compartilho a de Rui Pato e,tal como ele,termino com um
Viva o FADO!
(com toda a sinceridade:não me interessa para nada essa coisa do património imaterial da UNESCO...)
Segui com muita atenção este "traçar-armas" em defesa de sua Dama. Sendo certo que a Dama defendida é a mesma, as conclusões são inconclusivas...
ResponderEliminarA minha opinião sobre o tema já a dei noutro local, sendo verdade que nada de útil acrescenta ao vosso interessante debate.
Um abraço.
Nota: valioso o documento que o Rui Pato nos traz. Desconhecia em absoluto que o Professor Orlando Carvalho ainda conseguia ter tempo para escrever poesia.
Em 1973 tive com ele muitos encontros. Outros fados...
Não sendo especialista na matéria, não posso alongar-me em comentários desajustados. Porém, gostei de assistir a esta espécie de mesa redonda. Ao Rui Pato, o meu respeito pela opiniões emitidas, alicerçadas num saber de experiência feito e ser um estudioso destas coisas.
ResponderEliminarTenho uma sintonia de opinião com o Rui Felício: não gosto do fado lisboeta. Não me diz nada.Poderia, até, mostrar o meu contentamento, por ser considerado Património Imaterial da Humanidade. E gostaria, se , subjacente ao galardão, não estivesse uma certa sobranceria lisboeta, ciosa do seu estatuto de capital. Uma espécie de superioridade, muito arreigada no alfacinha genuíno, que nasceu em Lisboa e acha que isso lhe confere um estatuto diferente, de quem vive em Miranda do Douro.
Ficámos sós ? Não. A canção de Coimbra tem a sua matriz, faz parte da cultura do país e duma cidade que é o nosso orgulho.
Os do Porto, dizem que também cantam o fado de Lisboa, reivindicando também parte do quinhão. E até o cantam profissionalmente, em espaços próprios, todo o ano.
Percebeu-se, que a nossa canção Coimbrã, foi referida na comunicação social, sem grande ênfase.
Por isso, é minha modesta opinião, que as coisas têm o valor que lhes queiramos dar.
Nós, os conimbricenses, também temos um património sem preço.
Temos o Mondego, temos uma Torre da Universidade protegendo o casario que, em sucalcos, vai descendo até ao rio, temos o Choupal, temos Hilário, temos Menano, temos Adriano, Bettencourt, Rolim e Zeca...
Temos a nossa identidade. Temos história.A nossa história. Temos a nossa genuína tradição, que ninguém pode plagiar. Os de Lisboa, acham que o fado deles não é do Porto. Os nortenhos acham o contrário. Mas ambas as cidades percebem, que de Coimbra só a Coimbra pertence.
Somos Património Afetivo e Imortal dos que amaram e amam Coimbra e deixaram e deixam a sua marca indelével, na tradição impar da nossa cidade.
E esse o nosso incomparavel galardão.
Abraço para todos
"Mas ambas as cidades percebem, que de Coimbra só a Coimbra pertence."
ResponderEliminarO Quito sintetizou nesta frase lapidar aquilo que eu queria ter dito. Escusava eu de me ter alongado no discurso, porque com esta frase eu teria transmitido o que penso.
Que é exactamente isto!
Ó senhor Pereira então vocemecê que nasceu num lugar que mais é cantado no FADO, vem agora só falar em Canção de Coimbra!
ResponderEliminarValha-no Santa Bebiana!
A candidatura do Fado ou Canção de Coimbra a património imaterial da humanidade não é num sentido único mas como um complemento no âmbito da candidatura da cidade de Coimbra a Património da Humanidade....
ResponderEliminarDa Net
Para ler e ouvir os Vídeos clicar na postagem AQUI (muito interessante)