quarta-feira, 20 de abril de 2011

"Dr. Paulo Moura, Coimbra é assim: se um médico não passa um atestado, há sempre outro que passa"

Já há 20 anos atrás, verifiquei que o absentismo na Miderâmica (unidade fabril que existia na estrada de Eiras) era mais do dobro de uma unidade fabril (Faianças Subtil) do mesmo grupo, nas Caldas da Rainha.
Preocupado com a viabilidade económica da Miderâmica tentei perceber as causas para poder tomar medidas. Seria a idade das pessoas? Não era o caso, pois a idade média dos trabalhadores era idêntica entre as duas unidades fabris. Fiz vários contactos, falei com pessoas que tinham metido baixa, com o médico da empresa e com outros médicos. A minha conclusão: era demasiado fácil, em Coimbra, obter-se um atestado médico. Pelos vistos, ainda é. E, se eu na altura pensava que este era um problema de falta de rusticidade das pessoas de Coimbra, que achariam indigno e sujo o trabalho operário, pelo que leio nesta notícia de hoje do Diário de Coimbra, o problema é bem mais generalizado:







Isto é só uma parte do problema de Coimbra. Na comparação entre as mesmas unidades fabris, a produtividade da unidade de Coimbra era menos de metade. Alguém duvida que essa falta de produtividade se passa também na Câmara Municipal de Coimbra?

16 comentários:

  1. Eu por mim não duvido....mas tenho esperança que a situação finalmente comece a mudar...se houver força de liderança!
    A actual equpa da Cãmara está a dar alguns sinais positivos...mas não é fácil vencer rotinas!

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  2. O actual presidente já reconheceu isso na tal entrevista ao Diário de Coimbra: que não pode cortar a direito, por preocupações sociais. Não é o caminho certo, penso eu...

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  3. Paulo Moura
    Estes problemas são gerais em todo o mundo democrático. A CMC não deve ser diferente mas só se referiram ao absentismo.
    Um médico se enivar para o serviço um trabalhador e tiver problemas, vai pagar caro em dólares.
    Os excessos e só esses, devem estar previstos.
    Aqui uma pessoa trabalha 40h/semana X 50 semanas = 2000 h/ano. O salário ano é dividido por 2000 horas. O pagamento é semanal ou quinzenal.
    Só escrevi de 50 semanas/ano pois a duas semanas de férias não são pagas, salvo certos contratos.
    Com o atestado médico que "custa" 30 dólares ao paciente, as horas são pagas mas não pelo patrão. É por um organismo para o qual patrões e empregados descontam e nem sempre são pagas na sua totalidade. Ninguém quer ir para casa passar o dia. Chegar atrasado sujeita-se a um corte dos primeiros 15 minutos ou mesmo uma hora no dia. Nas fábricas os trabalhadores picam o cartão cerca de quinze minutos antes da hora, para que os responsáveis saibam com o que podem contar para o dia e fazeram as alterações necessárias. Também não há cacifos para pôr a roupa. A cadeira é um caixote que abre a tampa e metem lá a roupa. Cacifos só no estado ou empresas para-estatais porque os gestores gerem o dinheiro dos outros e não da sua produção. Empresas que raramente têm cacifos, são de origem europeia. Para os empregados de escritório um cabide chega. Não há mês de férias nem décimo terceiro mês. Um simples empregado pode estar numa casa condigna pois ganha para ter fora do serviço um nível de vida aceitável, mas todos gritam pois quanto mais melhor. Quem quer ter mais, tem mais do que um emprego. No comércio a grande maioria tem só trinta e cinco horas de trabalho por semana pois as companhias evitam ao máximo os sindicatos. Há quem tenha dois e três trabalhos pelos mais diversos motivos. O certo é que todos os anos milhares de pessoas vêm negadas a autorização de permanecerem no Canada pois todo o mundo quer cá viver, um dos três primeiros países do mundo em nível de vida. Encontrar médicos imigrantes a fazerem trabalho de motoristas de taxi e advogados a andaram a fazer serviços de limpeza, não é admiração nenhuma. Quando arranjam outra coisa, seguem a sua vida. Não fiquem admirados pois isto não é humildade mas sim outra mentalidade, pois o "make money" tem muita força e quem trabalha seja qual fôr o serviço, é respeitado. Encontrar pessoas que têm cursos superiores de cá e mesmo mestrados a trabalharem nos supermercados, não é admiração.
    Noutra altura que escreva sobre a mentalidade no geral, vão ver que pessoas muito conhecidas fizeram trabalhos que ninguém pensa. O que conta é o nível de vida que cada um tem e isso é só para si. Trabalho é trabalho e depois viva a alegria. Assim há produção e o PIB é que conta. É isto que origina uma simplicidade muito grande na maioria das pessoas.
    No caso da cãmara de Montreal neste momento o pior é que encostam o carro e vão até ao café ou põe-se a dormir dentro dele. Com o telemóvel que faz fotografia, isso está a acabar.
    Há duas semanas um transeunte ao ver um trabalhador com a cara sobre o volante, ficou ao lado da carrinha não fôsse a pessoa estar-se a sentir mal e lá esteve uma hora. Ao fim desse tempo fez uma fotografia para sua segurança e foi bater na porta da carrinha. Como a pessoa não se mexia, ligou para as urgências. Os polícias que chegaram bateram com tanta força na porta, que o homem acordou. Como o sindicato se está a ver desacreditado, pois há tempos os motoristas de autocarro pararam o trabalho "expontâneamente" e o sindicato teve que pagar aos passageiros dois milhões e oitocentos mil dólares, o presidente do sindicato disse logo que competia à Cãmara de fazer o seu serviço pois pessoas destas só os desacreditam. Sindicato é sindicato, serviço é serviço se bem que continuem a criar imensos problemas. Mas é com tudo, não são só os sindicatos. No outro dia recebi 64 dólares da BELL, telefones, porque alguém recorreu sobre algum problema. Eu nem sei qual foi. Hã... já dava para duas refeições dos componentes da Tuna Meliches...

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  4. Eu também estou sempre a recorrer :O)
    Grão a grão, vou juntando dinheirinho precisamente para uma farra com a malta ;O)

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  5. Paulo Moura
    No meu comentário acima cometi um erro na descrição que até saltei quando li. As pessoas nessas fábricas, tinham o caixote a servir de cacifo como descrito mas ao lado da cadeira, pois trabalhavam com máquinas individuais. Havia uma ou outra pessoa que por qualquer motivo se sentava no caixote.
    Escrevi práticamente só de fábricas e da cãmara porque era esse o fundo do artigo, pois nos profissionais há outros problemas. Aí já depende. De notar que no meio destes trabalhadores vai aparecendo um profissional ou outro que não deu as habilitações, para conseguir o emprego até arranjar melhor. É por isso que nos filmes americanos que se vêm, aparecem facilmente bombeiro, polícia, empregado da construção casado com pessoas com curso superior ou vice versa, pois os dois têm a mesma mentalidade de base, muitos deles o mesmo nível de vida e por isso frequentam os mesmo locais. Descrevo tudo isto porque estou muito à-vontade e gosto que as pessoas saibam como é na América do Norte, principalemente no Quebec. No resto do país, mais um aconchego menos um aconchego e o filme deve ser muito perto do descrito, pelo que tenho visto.

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  6. Por falár em MUNDOS,nós temos o nosso.
    Não é grande espingarda, mas já serve perfeitamente para a Europa saber, que políticos
    vigaristas temos uma boa mão cheia.
    Temos que começar a exportar estes animais para a nossa balança de pagamentos melhorar.
    Por cada um vendido a preço de saldo, vai um BRINDE de mais 3, pois à muitos por cá.
    Tonito.

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  7. Boa ideia, Tonito! Nesse sector, a nossa balança é mais que superavitária.

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  8. Tonito

    Tadinhos... A vida está cara e serem só políticos não chega. Temos que aceitar que tenham pelo menos um segundo emprego... Sejamos razoáveis.

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  9. E ainda estes gajos aqui se queixam!!MITTERRAND deu a todos 5 semanas de férias pagas!No meu Instituto, nao esqueçamos, o 1° da Europa e o 2° do Mundo em matéria de investigaçao agrària,hà a escolha entre fazer-se 35h/semana ou 38. Para quem faz 38, temos 32+13=45 dias de férias pagas. Os que trabalham 35h apenas recebem os 32 dias. Sàbados e domingos estao excluidos da contagem!!Todo o funcionàrio tem computador e os 22 institutos satélites espalhados pela França beneficiam de instalaçoes modernissimas!

    Claro que hà quem critique!

    Quando recebi cà em casa o Presidente da Câmara de PRINCETON, ficou espantado com todas as regalias sociais que temos por cà!!E quando là fui, gostei imenso do ambiente mas prefiro mil vezes a qualidade de vida que temos aqui!!!!

    Para que lhes interessa a ganância do dolar se nao têm férias para se dedicarem à familia?

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  10. Bobbyzé,

    À priori é como dizes mas visto bem a situação, na realidade é muito diferente.
    Os EU têm esses problemas e muito mais. Neste momento têm dois estados à porta da falência, um deles o da Califórnia e ainda ontem viram a sua cota nacional descer. Não é só Portugal.
    São um país que quando a sua população abrir os olhos, não sei o que vai acontecer. Vimos que foi a população na rua que acabou com a guerra do Vietnam. Digo isto pois é um país com imensa miséria e neste momento têm muitas famílias em que os dois perderam os empregos,mesmo gente de classe elevada, a dormirem em tendas em parques de campismo selvagem. Não falando do que já vinha de trás. Nem dinheiro tiveram para reconstruirem os diques de Nova Orleãs como deve ser: está lá uma cópia do que era antes. Se vier outro furacão do tipo quatro, pobre daquela gente. Além disse habitam uma terra que lhes tem sido madrasta. Cheias, fogos, tornados e furacões não faltam, têm à descrição. Isto mesmo antes de estarem metidos em três guerras, das quais duas por culpa deles.
    É um país muito grande com uma meteorologia que lhas dá "água pela barba". Há três dias perderam umas dezenas largas de casas com fogos e ainda não chegou o verão, enquanto que ao mesmo tempo faziam face a cheias noutro lado. Ante-ontem e ontem foram centenas de casas com os tornados . Foram várias cidades que ficaram com zonas completamente desfeitas. Ontem mesmo foi St.-Louis. O aeroporto só deve abrir amanhã, se fôr possível. Mas isto é anual e por vezes duas vezes ano na mesma zona.
    Por outro lado não só fazem frente a estas castátrofes internas e a que no estrangeiro não dão tanto relevo como na casa dos outros, assim como têm alimentado constantemente uma grande parte da polpulação mundial nos momentos de castástrofes, medicamentes que ficam imensamente caros, apoios técnicos mesmo na saúde, alguns apoios continuos pois há locais aonde a fome não pára. Quando eles pararem de ajudar, a calamidade vai ser incomparávelmente maior porque não tenho visto outros países a ajudarem nas mesma proporções por cabeça/cidadão como eles o fazem já desde a última grande guerra. São eles que têm de produzir para tudo isto pois ninguém os vai ajudar económicamente nos seus problema internos. Interiormente, em certas escolas os professores chegam a comprar um produto ou outro para fazerem experiências com os alunos nas aulas de química. É por isso que eu digo que o povo quando notar o que sai para ajudar o estrangeiro, vão ter problemas.
    Tentam convencer o povo que acima deles só Deus, o que me faz rir. As suas notas de dólar dizem "In God we Trust" que todo o cidadão lê várias vezes por dia. Fica no sub-consciente. O Presidente desse país termina sempre os seus discurso com "God bless America", e cantam muito uma canção deles toda patriótica: "God save America”. Enfim...
    Isto sem falar em política porque aí... internacionalmente são um perigo. Nem por contrato...

    No caso do Canada, o que é estado e grandes empresas para estatais, têm do que é do bom em todo o mundo e a enorme percentagem do pessoal só faz oito horas por dia. Sábados, domingos e feriados, fazem o que querem. As férias é que começam práticamente sempre por duas semanas e depois vai indo com o tempo de acordo com os contratos que assinaram com os sindicatos pois esses sindicatos têm muito pêso mas em tempo de crise por vezes também perdem um bocado.
    Privados em certos campos é que têm excelente material mas aí os sindicatos não são tão fortes.
    Não quer isto dizer que a França não tenha condições sociais excelentes, pois calhei casualmente ter tido conhecimento disso. São muito boas.
    Serviram mesmo de base para reformas sociais no Quebec, entre as quais a dos tempos, meios e opções no campo de maternidade. O Quebec a partir desse momento tem tido sempre um saldo positivo em nascenças de crianças, à excepção do último ano. Já estás a ver que até já foram práticamente copiados.
    Espero que vá tudo bem de saúde.

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  11. As coisas que vocês me ensinam...

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  12. Chico! Falei-te de qualidade de vida!Chegàmos mesmo agora do nosso tradicional passeio dominical pela Floresta Negra (Alemanha), que como sabes fica distante de 30 kms de Colmar. E uma zona excepcional onde, tal como aqui na Alsàcia, se respeita a Natureza e combate-se agora fortemente para que se obtenha o fecho da Central Nuclear de Fessenheim que aqui existe!!

    Uma tarde cheia de sol, bicicletas por todo o lado (aqui privilegiam-se as duas rodas), esplanadas repletas de gente, caminhantes nos prados que rodeiam o Castelo de STAUFEN (pàtria de GOETHE), paisagens extraordinàriamente belas, enfim, todos os ingredientes para uma boa qualidade de vida!

    Mas isto passa por uma escolha individual, pois também hà muita gente que fica em casa agarradinha à televisao.Eu respeito isso!

    Em PRINCETON, assisti a cenas em casa de gente rica, que nem os pobres em Portugal teriam coragem para o fazer!!Ah!E nao te esqueças: quer seja na América ou na Europa, a maior parte dos ricos, sao ricos porque poupam, nao gastam nenhum!!

    Nos temos sorte em ganhar algum e viver a 100%!
    Nao nos podemos queixar e peço sempre a DEUS que nao esqueça TODOS os nossos amigos mais necessitados. Em saude ou financeiramente!

    Quanto à minha saude, tà tudo a correr pelo melhor e, como contei, fomos passar 5 dias a PARIS. Jà me pude sentar no TGV!!!
    Mas no dia 2 de Maio, serà a recta final, com exames aprofundados!
    IN GOD I TRUST !!!!

    Um abraço!Pàscoa Feliz!

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  13. Viste? Viste? Nós, por cá e por este andar, nunca nos iremos poder sentar no TGV!

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  14. Oh! Saozita!Nao admira! TGV = traseiro com grandes vibraçoes!! Andar a 365 km/h nao é brinquedo!

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  15. Bem... se é por isso, nas sex shops há "máquinas" baratuchas que fazem esse efeito (dizem, que eu não sei!)

    ahahahahahahah

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