Celeste Maria, Sem dúvida. O que me decidiu a pôr hoje esta foto foi a mensagem que dela emana. Estou convencido que quando se olha, sem querermos, sorrimo-nos.
Rafael Foi uma das foto mais rápidas que fiz. A mensagem é que é original. Tirei-a do meio da rua com gêlo no chão e carros a chegarem. Por estes lados as fly girls costumam ser a cheerleaders que é tido como um desporto de animação. Ao contrário do que se passa nos EU, a grande maioria são moças a estudarem ou já com os cursos tirados e que praticam esse desporto como manutenção física.
Aproveito escrever-te neste meu artigo pois penso que o outro artigo aonde me falaste da Ota já vai muito abaixo e pode ser que não voltes lá. Lembro-me de ter uma vez encontrado um cadete de Coimbra ou mesmo do bairro, que acabava de ser transferido do exército e chegado à dois ou três dias à OTA. Nessa altura eu era cabo. Estava tão contente com o liberalismo que lá sentiu que até me dizia que ser cadete na FAP, era um posto. Penso que até fizemos a viagem desse fim de semana no mesmo transporte para Coimbra mas éramos vários. Disto não estou absolutamente certo. Posso até ter passado por ele mais alguma vez sem notar mas até andava pensativo pois nunca mais o vi. Se é este o caso, és capaz de te lembrar melhor do que eu dessa data pois é a da tua transferência do exército. Eu já não estou muito certo pois lembro-me que fui da Ota para a Beira aonde passei uns tempos e só depois é que fui até lá cima. Como andei em vários lados e voltava a Nampula ou à Beira de onde era, em certas datas ando confuso. Um abraço.
Meu caro Chico Torreira, Vejo que fizeste um esforço de memória para me tentares "localizar", o que agradeço. Não te querendo desiludir, não acertaste... Não passei pelo exército, fui directinho do Bairro ( Marechal Carmona, já se vê) para a Ota. Por lá assentei arraiais em Junho de 1964, como aluno "Especialista". A ideia que tenho é a de que, conhecendo-te de vista do Bairro, encetei diálogo contigo no Bar de Especialistas. Era, como sabes, uma prática normal: procurar o pessoal da "terra". Depois "desapareceste" o que coincide com a explicação que dás de que, ainda durante esse ano, terás ido para a Beira. De facto, não me recordo muito mais do que isto. Por isso te dizia que penso que "me tinha cruzado contigo" na Ota. Depois de "licenciado", em meteorologia, fui colocado em Monte Real. Um luxo! O chamado hotel da Força Aérea... A única coisa de que me posso queixar foi do tempo perdido. Precisava de tratar da minha vida e o tempo urgia! Mas considero que tive muita sorte. Foram apenas três anos e três semanas perdidas... Nada mais!
Peço-te desculpa por não me ter apercebido deste teu comentário que me era dirigido. Não se pode ver tudo...
Obrigado pelos teus cuidados. De facto referia-me a um outro cadete que vai continuar a ser o meu cadete desconhecido. A vida é assim. Quanto a nós, no bar dos especialistas, era eu pois ia lá com frequência. Rua Carvalho Araújo, também era eu de certeza. Agora que sei, dá-me a impressão que me lembro mas também pode ser sugestão. O termos falado pouco, não me admira pois eu com as pessoas muito mais velhas aí no bairro, quando passava por elas, baixava a cabeça até ao joelhos. Com os da nossa idade com quem convivia era muito aberto, como ainda hoje. Com os outros era tímido e para mais se ainda fossem uns anitos mais velhos do que eu, falava o menos possível. Esperava sempre que fôsse esse outro a dizer-me qualquer coisa. No que respeita aos anos que perdeste, eu fui conhecer uma terra a que ainda hoje me sinto ligado. Fiquei lá por acaso pois quando fui enviado para a Beira a fim de descansar uns dias antes de partir para Portugal, um dia ou dois antes da minha partida, não mais, informaram-me que dois dias depois seguia para Tete. Fiz um barulho que teve como resposta do Cmte. Rui Tavares Monteiro que em caso de necessidade, um comandante até podia fazer voltar homens à tropa e que a Pátria ainda um dia me havia de agradecer. Estou no Canada. Como vinha de Mueda e para sul um homem que viesse de lá no meu tempo era respeitado, o Cmte. Rui Tavares Monteiro que era militarista mas muito humano, mesmo com tudo o que eu tinha dito, não me prendeu! Em Tete apareceu lá o General Cmt. do Estado maior da FAP que ficou admiradíssimo como um homem de Mueda estava ali, com a agravante que já devia estar em Portugal pois também lhe disse tudo. Nessa noite ao fim de muitos anos rezei pela primeira vez, para não ser preso. No dia seguinte segui para a Beira logo de manhã num Dakota que levou o meu substituto, para eu seguir no primeiro avião para Portugal. Como ainda demorava uns dias largos para ter avião, tive medo que ainda me enviassem para outro lado e deixei a tropa no dia seguinte sem emprego, sem nada e sem conhecer nada de emprego ou pessoas. É um facto que me ofereceram para ficar com a farda, ir todos os dias comer e dormir na base usando os transportes militares até ter emprego mas o que eu quiz foi ver-me longe deles. Assim fiquei em Moçambique, de que ainda hoje me recordo todos os dias. Está lá qualquer coisinha de mim. Jamais esquecerei. Além disso, sempre que requeria para fazer cadeiras do sétimo ano, como andava de lado para lado, cheguei sempre atrazado. Tendo-me ficado essa sempre atravessada e sem tempo para ir mais longe, mais tarde fi-lo na pátria dos outros como "agradecimento da minha pátria". Como vês, ainda bem que ficaste por aí. Mas houve quem teve muito pior sorte que a nossa. É assim a vida. Como os tempos de hoje são muito diferentes, mesmo longe um do outro, voltamo-nos a encontrar através da net. Há sempre um lado positivo que é bom aproveitar-se. Um abraço.
Zady, um sorriso contagiante!
ResponderEliminarCeleste Maria,
ResponderEliminarSem dúvida. O que me decidiu a pôr hoje esta foto foi a mensagem que dela emana. Estou convencido que quando se olha, sem querermos, sorrimo-nos.
Como a própria foto diz é mesmo original!
ResponderEliminarE interessante!
Rafael
ResponderEliminarFoi uma das foto mais rápidas que fiz. A mensagem é que é original. Tirei-a do meio da rua com gêlo no chão e carros a chegarem. Por estes lados as fly girls costumam ser a cheerleaders que é tido como um desporto de animação. Ao contrário do que se passa nos EU, a grande maioria são moças a estudarem ou já com os cursos tirados e que praticam esse desporto como manutenção física.
Carlos Viana
ResponderEliminarAproveito escrever-te neste meu artigo pois penso que o outro artigo aonde me falaste da Ota já vai muito abaixo e pode ser que não voltes lá. Lembro-me de ter uma vez encontrado um cadete de Coimbra ou mesmo do bairro, que acabava de ser transferido do exército e chegado à dois ou três dias à OTA. Nessa altura eu era cabo. Estava tão contente com o liberalismo que lá sentiu que até me dizia que ser cadete na FAP, era um posto. Penso que até fizemos a viagem desse fim de semana no mesmo transporte para Coimbra mas éramos vários. Disto não estou absolutamente certo. Posso até ter passado por ele mais alguma vez sem notar mas até andava pensativo pois nunca mais o vi. Se é este o caso, és capaz de te lembrar melhor do que eu dessa data pois é a da tua transferência do exército. Eu já não estou muito certo pois lembro-me que fui da Ota para a Beira aonde passei uns tempos e só depois é que fui até lá cima. Como andei em vários lados e voltava a Nampula ou à Beira de onde era, em certas datas ando confuso.
Um abraço.
OK!
ResponderEliminarFiquei agora a saber a história da foto e o que são as fly girls!
Curiosidades interessantes!
Meu caro Chico Torreira,
ResponderEliminarVejo que fizeste um esforço de memória para me tentares "localizar", o que agradeço.
Não te querendo desiludir, não acertaste...
Não passei pelo exército, fui directinho do Bairro ( Marechal Carmona, já se vê) para a Ota.
Por lá assentei arraiais em Junho de 1964, como aluno "Especialista".
A ideia que tenho é a de que, conhecendo-te de vista do Bairro, encetei diálogo contigo no Bar de Especialistas.
Era, como sabes, uma prática normal: procurar o pessoal da "terra".
Depois "desapareceste" o que coincide com a explicação que dás de que, ainda durante esse ano, terás ido para a Beira.
De facto, não me recordo muito mais do que isto. Por isso te dizia que penso que "me tinha cruzado contigo" na Ota.
Depois de "licenciado", em meteorologia, fui colocado em Monte Real. Um luxo! O chamado hotel da Força Aérea...
A única coisa de que me posso queixar foi do tempo perdido. Precisava de tratar da minha vida e o tempo urgia!
Mas considero que tive muita sorte. Foram apenas três anos e três semanas perdidas...
Nada mais!
Peço-te desculpa por não me ter apercebido deste teu comentário que me era dirigido.
Não se pode ver tudo...
Abraço.
Carlos Viana,
ResponderEliminarObrigado pelos teus cuidados. De facto referia-me a um outro cadete que vai continuar a ser o meu cadete desconhecido. A vida é assim.
Quanto a nós, no bar dos especialistas, era eu pois ia lá com frequência. Rua Carvalho Araújo, também era eu de certeza. Agora que sei, dá-me a impressão que me lembro mas também pode ser sugestão. O termos falado pouco, não me admira pois eu com as pessoas muito mais velhas aí no bairro, quando passava por elas, baixava a cabeça até ao joelhos. Com os da nossa idade com quem convivia era muito aberto, como ainda hoje. Com os outros era tímido e para mais se ainda fossem uns anitos mais velhos do que eu, falava o menos possível. Esperava sempre que fôsse esse outro a dizer-me qualquer coisa.
No que respeita aos anos que perdeste, eu fui conhecer uma terra a que ainda hoje me sinto ligado. Fiquei lá por acaso pois quando fui enviado para a Beira a fim de descansar uns dias antes de partir para Portugal, um dia ou dois antes da minha partida, não mais, informaram-me que dois dias depois seguia para Tete. Fiz um barulho que teve como resposta do Cmte. Rui Tavares Monteiro que em caso de necessidade, um comandante até podia fazer voltar homens à tropa e que a Pátria ainda um dia me havia de agradecer. Estou no Canada. Como vinha de Mueda e para sul um homem que viesse de lá no meu tempo era respeitado, o Cmte. Rui Tavares Monteiro que era militarista mas muito humano, mesmo com tudo o que eu tinha dito, não me prendeu! Em Tete apareceu lá o General Cmt. do Estado maior da FAP que ficou admiradíssimo como um homem de Mueda estava ali, com a agravante que já devia estar em Portugal pois também lhe disse tudo. Nessa noite ao fim de muitos anos rezei pela primeira vez, para não ser preso. No dia seguinte segui para a Beira logo de manhã num Dakota que levou o meu substituto, para eu seguir no primeiro avião para Portugal. Como ainda demorava uns dias largos para ter avião, tive medo que ainda me enviassem para outro lado e deixei a tropa no dia seguinte sem emprego, sem nada e sem conhecer nada de emprego ou pessoas. É um facto que me ofereceram para ficar com a farda, ir todos os dias comer e dormir na base usando os transportes militares até ter emprego mas o que eu quiz foi ver-me longe deles. Assim fiquei em Moçambique, de que ainda hoje me recordo todos os dias. Está lá qualquer coisinha de mim. Jamais esquecerei. Além disso, sempre que requeria para fazer cadeiras do sétimo ano, como andava de lado para lado, cheguei sempre atrazado. Tendo-me ficado essa sempre atravessada e sem tempo para ir mais longe, mais tarde fi-lo na pátria dos outros como "agradecimento da minha pátria". Como vês, ainda bem que ficaste por aí. Mas houve quem teve muito pior sorte que a nossa. É assim a vida.
Como os tempos de hoje são muito diferentes, mesmo longe um do outro, voltamo-nos a encontrar através da net. Há sempre um lado positivo que é bom aproveitar-se.
Um abraço.